Transparência e auditoria das dívidas: condição para a Nova Arquitetura Financeira Internacional Simposio Internacional: "Construyendo una Nueva Arquitectura Financiera Internacional para la Integración Suramericana y la Cooperación Sur-Sur" Caracas, 17, 18 e 19 de novembro de 2007 Orçamento Federal – 2007 (até 20/08/2007) Transporte 0,36% Legislativa 0,58% Comunicações 0,04% Judiciária 1,92% Administração 1,35% Defesa Nacional 1,81% Outros Encargos Especiais 18,34% Energia 0,04% Essencial à Justiça 0,42% Segurança Pública 0,51% Desporto e Lazer 0,13% Relações Exteriores 0,18% Indústria 0,11% Comércio e Serviços 0,14% Assistência Social 3,09% Previdência Social 27,46% Organização Agrária 0,21% Juros e Amortizações da Dívida Externa e Interna 32,36% Agricultura 0,85% Saúde 4,95% Trabalho 2,41% Educação 2,14% Direitos da Cidadania 0,05% Saneamento 0,00% Cultura 0,04% Habitação 0,00% Urbanismo 0,07% Gestão Ambiental 0,11% Ciência e Tecnologia 0,30% Fonte: SIAFI (Sistema Access da Câmara dos Deputados) Obs: Os outros encargos especiais referem-se, principalmente, às transferências a estados e municípios A ILEGITIMIDADE DA DÍVIDA EXTERNA Dívida Externa (US$ milhões) US$ 235 bilhões 300.000 250.000 200.000 150.000 Pagamento Antecipado ao FMI 100.000 0 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 (set) 50.000 Fonte: Banco Central A EXPLOSÃO DA DÍVIDA “INTERNA” Dívida Mobiliária Interna Federal (R$ bilhões) R$ 1,4 TRILHÃO 1600 1400 1200 1000 FHC: R$ 62 bilhões 800 600 Crescimento de 40% em menos de 2 anos 400 Lula: R$ 687 bilhões 200 Fonte: Banco Central jul/07 jul/06 jul/05 jul/04 jul/03 jul/02 jul/01 jul/00 jul/99 jul/98 jul/97 jul/96 jul/95 jul/94 0 PRIVILÉGIOS AOS ESPECULADORES Altas taxas de juros Politica de priorização total aos pagamentos da dívida Isenção fiscal aos estrangeiros (CPMF) e Imposto de Renda sobre ganhos com a dívida interna A farra dos especuladores Principais fontes de ingressos de moeda estrangeira Empréstimos (Fluxo líquido, em US$ milhões) Externos 50.000 40.000 Saldo Comercial 30.000 Bolsa de Valores 20.000 10.000 Renda Fixa 0 -10.000 2000 2001 2002 -20.000 -30.000 Fonte: Banco Central. Em 2007, até setembro 2003 2004 2005 2006 2007 Por outro lado… Remessas Líquidas de Lucros (US$ milhões) 18000 16000 14000 12000 10000 8000 6000 Somente até setembro 4000 2000 Fonte: Banco Central. 2007: até setembro 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 0 Fonte: Banco Central 1/7/2007 1/7/2006 1/7/2005 1/7/2004 1/7/2003 1/7/2002 1/7/2001 1/7/2000 1/7/1999 1/7/1998 1/7/1997 1/7/1996 1/7/1995 1/7/1994 A Desvalorização do Dólar Taxa de câmbio (Reais / Dolar) 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 A farra dos especuladores Moeda Desvalorização em 2007 (até 14/11) Taxa de juros – Selic (anual) Ganho anual dos especuladores em moeda estrangeira Dólar 18,77% 11,25% 32,13% Euro 9,89% 11,25% 22,25% Fonte: Banco Central As Reservas duplicaram em 11 meses 200.000 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Reservas Internacionais (US$ milhões) Fonte: Banco Central Como se obtém as reservas? - Banco Central (BC) compra os dolares dos exportadores e especuladores, dando em troca Reais. - Desta forma, o BC incrementa a base monetária, o que, na visão do governo, poderia causar inflação. - Para neutralizar este aumento na base monetária, o BC faz a emissão de quantidade equivalente de títulos da dívida interna. CONCLUSÃO: ESTE AUMENTO DAS RESERVAS SIGNIFICA A EXPLOSÃO DA DÍVIDA INTERNA O que se faz com as reservas? Reservas aplicadas em Títulos dos EUA (US$ bilhões) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 Fonte: Tesouro dos EUA, Bloomberg / elEconomista.es | 10:49 - 17/08/2007 Quem se beneficia da Dívida “Interna”? Fonte: Banco Central (set/07) e Secretaria de Previdência Complementar (Informe Estatístico – Maio 2007). Nota 1: Os recursos dos Fundos de Pensão em Fundos de Investimento de Renda Fixa foram subtraídos da rubrica “Fundos de Investimento” e colocados na rubrica “Fundos de Pensões”. Nota 2: Inclui-se na rubrica “Bancos Nacionais e Estrangeiros” os Títulos Vinculados (que representam principalmente o depósito, junto ao BC, pelas instituições financeiras, de títulos públicos como garantia de operações em Bolsa de Valores) e as “Operações de Mercado Aberto” (que significam a retirada de moeda de circulação mediante entrega às instituições financeiras dos títulos públicos em poder do Banco Central). Os lucros dos bancos Lucro dos Bancos (R$ bilhões) Governo Lula 50 Governo FHC 40 30 Fonte: Banco Central 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 0 1998 20 10 Dívida Interna: Nova face da dívida externa A arquitetura financeira internacional • Incremento das reservas possibilita o debate sobre o Banco do Sul • Reservas são obtidas por um mecanismo odioso (dívida e exportação de commodities) • A Dívida Interna e o privilégio aos especuladores não pode ser a contrapartida do Banco do Sul Propostas para o Banco do Sul • Reverter as políticas neoliberais • Apoiar a auditoria das dívidas externa e interna, com participação social • Documentar este endividamento, que não traz nenhum benefício ao povo. Somente beneficia os credores. A dívida é ilegitima, e não deve ser paga. • Mudar a politica economica, controlando os fluxos de capitais, reduzindo as taxas de juros, tributando os capitais e priorizando os gastos sociais. AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA Rede Jubileu Sul Brasil www.divida-auditoriacidada.org.br [email protected]