cmi na rua
centro de mídia independente - Rio de Janeiro | setembro de 2003
Transgênicos podem ser liberados
A discussão sobre o
plantio e o comércio dos
alimentos geneticamente
modificados, os transgênicos, voltará a ser pauta da
Reunião Ministerial da
Organização Mundial do
Comércio (OMC), do dia
10 a 14 de setembro.
No Brasil, uma lei que
vigora desde 1999 proíbe o plantio até janeiro
de 2004, ao contrário da
venda, que é liberada
desde que os rótulos dos
produtos indiquem se o
alimento é ou não geneti-
camente modificado.
A grande discussão
que se dá em torno dos
transgênicos passa por
argumentos
políticos. Se
o plantio for
liberado,
os
agricultores
poderão
ser reféns de
empresas fornecedoras de
sementes geneticamente modificadas, como a
multinacional Monsanto, criando uma nova
forma de dominação.
Segundo Raymundo
Araujo Filho, consultor
em agricultura há 20
anos, quando todos os
agricultores
estiverem
usando os
insumos
(sementes,
herbicidas
e fertilizantes) dessas empresas,
elas terão o poder de
estimular ou sabotar a
produção de um país, já
que controlarão os preços de acordo com seus
interesses comerciais.
“As empresas passarão a
praticar políticas que deveriam ser responsabilidade
dos povos através de sua
organização social e política”, afirma Raymundo.
Se os transgênicos
provocam ou não danos
à saúde é uma questao
secundária, que só beneficia as multinacionais
como a Monsanto, pois
retira o caráter político
da discussão.
O que há por trás da reforma tributária?
Reportagens da grande mídia sobre a reforma
tributária têm enfatizado
a disputa entre estados e
governo sobre diversos
impostos e a disputa entre
setores empresariais que
buscam diminuir a taxação sobre a produção.
No entanto, pouco
se fala sobre dois pontos
centrais da reforma.
Na proposta, o governo propõe a transformação do caráter provisório
da CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentações Financeiras),
previsto para expirar em
2004, em permanente. E
ainda a prorrogação da
DRU (Desvinculação dos
Recursos da União), que
expira este ano, para
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A CPMF é um imposto cobrado sobre toda movimentação financeira no
país e seus recursos estão
vinculados à saúde. Já a
DRU permite desvincular
20% de todos os gastos do
governo, para ele gastar
como quiser. Hoje, 16
bilhões de reais são desvinculados do sistema
de seguridade social, que
abrange a educação, a assistência, a previdência social e, inclusive, a saúde.
Com a aprovação desses pontos haverá a perpetuação do mecanismo
que permite que, todos os
anos, dezenas de bilhões
de reais saiam do sistema
de seguridade social para
pagar banqueiros.
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