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A evolução do pensamento em Gestão e Administração –
Principais Abordagens
Perspectiva Estrutural
Perspectiva Humana
Perspectiva Integrativa
Perspectiva de Evolução Futura
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Perspectiva Estrutural
•Teoria Organizacional anterior a 1900
•Teoria da administração científica
•A escola clássica
•Teoria da burocracia
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Teoria Organizacional anterior a 1900
Pré - Revolução Industrial
- Filosofia
-Igreja Católica
-Exércitos / Forças Armadas
Revolução Industrial
Melhoria industrial (1870-1900)
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A Administração Científica
Teoria da Gestão Científica ≈ Escola da Administração Científica
Foi preconizada por Frederic Winslow Taylor (1856 – 1915)
Esta Escola era formada essencialmente por engenheiros, entre os quais, para
além de Taylor, se destacam Harrington Emerson (1853-1931), Frank Gilberth
(1868-1924), Henry Gantt (1861-1919). Henry Ford (1863-1947) costuma ser
incluído entre eles, pela aplicação destes princípios nos seus negócios.
 A preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa por meio
do aumento da eficiência ao nível operacional, i.e., ao nível dos operários.
Daí a ênfase na análise e na divisão do trabalho do operário.
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Teoria da Administração Científica
Taylor orienta-se para o estudo do sistema de produção fabril.
O conceito fundamental do taylorismo é: “one and only best way”, isto é,
há uma e uma única maneira de melhor executar qualquer tarefa.
Definido o objectivo, Taylor parte para o método. É, então, que ele
desenvolve as seguintes experiências:
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Teoria da Administração Científica
As experiências desenvolvidas:
(i) A experiência em “Bethlehem Steel”
A experiência do “porco de ferro”. Taylor:
• estudou movimentos
• seleccionou os trabalhadores mais aptos
• introduziu períodos de descanso
• instituiu um incentivo monetário
CONCLUSÃO: Colocando a pessoa certa no lugar certo, com as ferramentas e o
equipamento adequado, fazendo-a seguir estritamente as suas orientações e
motivando-a através de incentivos monetários foi possível alcançar o objectivo
proposto.
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Teoria da Administração Científica
(ii) A Experiência na Simonds Rolling Machine Company:
Nesta empresa, Taylor estudou a melhor maneira de inspeccionar bicicletas. Para isso:
 analisou os movimentos das melhores inspectoras
 treinou outras trabalhadoras
 reduziu o horário de 10,5 para 8,5 horas / dia
 introduziu períodos de descanso
 instituiu incentivos monetários
 despediu ou transferiu as trabalhadoras menos eficientes
Conclusão: Os resultados a que chegou traduziram-se, sobretudo, na diminuição do
número de inspectoras (de 120 para 35) e um aumento dos salários entre 80% a 100%.
Usando abordagens semelhantes, conseguiu aumentos de 200% ou mais na
produtividade humana.
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Teoria da Administração Científica
Estudos de tempos e movimentos (motion time studies)
Visavam:
 a decomposição das tarefas nos seus elementos mais simples;
 determinar a melhor forma e o processo mais rápido de executar movimentos;
 eliminar os movimentos desnecessários;
 cronometrar os movimentos necessários, que eram recompostos por forma a
minimizar o tempo de execução;
 determinar a produção possível num dia de trabalho, ou seja pretende-se maximizar
o output produzido por trabalhador.
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Teoria da Administração Científica
4 Princípios da Gestão Científica de Taylor
Princípio do Planeamento
Princípio de Preparo
Princípio do Controlo
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Teoria da Administração Científica
Princípio da Execução
Para além dos princípios formalmente estabelecidos, Taylor tinha,
ainda, por princípios-base:
-O princípio da supervisão funcional.
- A visão de que os trabalhadores eram motivados, apenas, por incentivos
económicos (homo economicus).
- Sistema de remuneração diferencial:
- salário base para um padrão de produção
- salário base+ bónus para uma produção que excedesse o standard
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Contribuições da Teoria da Administração Científica
 Possibilidade de melhorar a eficiência e racionalidade das
tarefas.

Abordagem
racional
na
resolução
de
problemas
organizacionais.
 Base para a profissionalização da gestão.
 Sistema de linha de montagem (maior rapidez).
 Definição do posto de trabalho.
 Selecção e desenvolvimento dos trabalhadores.
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A Escola Clássica
Teoria clássica da organização.
Henri Fayol (1841 - 1925), também engenheiro e contemporâneo de Taylor,
lançou as bases daquela que ficou conhecida como a “teoria da organização
formal”.
A preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa por meio
da forma e disposição dos órgãos componentes da organização
(departamentos) e das suas inter – relações estruturais.
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Origens da Escola Clássica
 Crescimento acelerado e desorganizado das empresas.
 A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das
organizações.
 Falta de uma distinção clara entre as responsabilidades dos
trabalhadores e as dos gestores.
 Inexistência de padrões de desempenho.
 Ritmo lento de trabalho propositado.
 Decisões de gestão tomadas com base no palpite e na intuição.
 Inexistência de uma adequação entre as aptidões dos trabalhadores e as
tarefas por eles desempenhadas.
 Relações conflituosas entre os trabalhadores e gestão.
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Teoria Clássica da Administração
Fayol, embora com base conceptual idêntica à de Taylor, vai-se preocupar
fundamentalmente com a análise da estrutura hierárquica das
organizações pondo o acento na linha de comando da qual dependeria
todo o bom funcionamento organizacional. Procedeu ao estudo da
organização como um todo.
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Teoria Clássica da Administração
Funções das Empresas
Descrição das Funções das Empresas
Função Técnica
Função Comercial
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Teoria Clássica da Administração
Função Financeira
Função Segurança
Função Contabilidade
Função Administrativa
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Teoria Clássica da Administração
As Funções Básicas da Gestão
Qualquer administrador, na sua perspectiva, deverá conhecer e aplicar de forma
idónea e racional as cinco funções da gestão:
PLANEAMENTO
ORGANIZAÇÃO
COMANDO
COORDENAÇÃO
CONTROLO
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Teoria Clássica da Administração
Descrição das Funções da Gestão
Planeamento
Organização
Comando
Coordenação
Controlo
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Teoria Clássica da Administração
Princípios Gerais da Gestão
1) DIVISÃO DO TRABALHO
2) AUTORIDADE
3) DISCIPLINA
4) UNIDADE DE COMANDO
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Teoria Clássica da Administração
5) UNIDADE DE DIRECÇÃO
6) SUBORDINAÇÃO DO INTERESSE PESSOAL AO INTERESSE
GERAL
7) REMUNERAÇÃO
8) CENTRALIZAÇÃO
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Teoria Clássica da Administração
9) HIERARQUIA (CADEIA ESCALAR)
10) ORDEM
11) EQUIDADE
12) ESTABILIDADE DO PESSOAL
13) INICIATIVA
14) ESPÍRITO DE CORPO
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Teoria da Burocracia
Max Weber (1864-1920)
A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na
racionalidade, i.e., na adequação dos meios aos objectivos (fins)
estabelecidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance
desses objectivos.
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Teoria da Burocracia
Burocracia, segundo Weber
O leigo passou a dar o nome de burocracia aos defeitos do
sistema (disfunções) e não ao sistema em si mesmo.
O conceito de burocracia para Max Weber é exactamente o
contrário:
a
burocracia
é
a
organização
eficiente
por
excelência.
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Teoria da Burocracia
Características da Burocracia (Segundo Max Weber)
1)
Carácter legal das normas e regulamentos
2) Carácter formal das comunicações
3) Carácter racional e divisão do trabalho
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Teoria da Burocracia
4) Impessoalidade nas relações
5) Hierarquia de autoridade
6) Rotinas e procedimentos estandarizados
7) Competência técnica e meritrocacia
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Teoria da Burocracia
8) Especialização da administração
.
9) Profissionalização dos participantes
10) Completa previsibilidade do funcionamento
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Teoria da Burocracia
Vantagens da Burocracia, para Weber:
1. Racionalidade
2. Precisão
3. Rapidez nas decisões
4. Univocidade de interpretação
5. Uniformidade de rotinas e procedimentos.
6. Continuidade da organização
7. Redução do atrito entre pessoas
8. Constância
9. Subordinação dos mais novos aos mais antigos.
10. Confiabilidade
11. Existem benefícios sob o prisma das pessoas na organização.
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Teoria da Burocracia
Disfunções Burocráticas
#RIGIDEZ DE REGRAS
#PROTECÇÃO DA AUTORIDADE
#TOMADA DE DECISÃO LENTA
#INCOMPATIBILIDADE COM AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS
#INCOMPATIBILIDADE COM OS VALORES PROFISSIONAIS
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Teoria da Burocracia
Disfunções Burocráticas
Weber não previu:
- a adaptação da burocracia às exigências externas dos clientes;
- a adaptação da burocracia às exigências internas dos participantes.
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Perspectiva Humana
• A teoria das relações humanas
• A dinâmica de grupos
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Teoria das Relações Humanas
Origem da Teoria das Relações Humanas:
1) Necessidade de se humanizar e democratizar a Administração
2) Desenvolvimento das chamadas ciências humanas,
principalmente a psicologia e a sociologia
3) As conclusões das Experiências de Hawthorne, desenvolvidas
entre 1927 e 1933, sob a coordenação de Elton Mayo.
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Teoria das Relações Humanas
O Movimento das Relações Humanas: As Experiências de Hawthorne
A Teoria das Relações Humanas surgiu, nos Estados Unidos, como
sequência imediata dos resultados obtidos nas Experiências de
Hawthorne, levadas a cabo na Western Electric Company, por Elton
Mayo e seus colaboradores.
As experiências iniciais destinavam-se a examinar o efeito das
variações de luminosidade na produtividade humana.
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Teoria das Relações Humanas
Experiências de Hawthorne: 1ª fase (1924 - 1927)
Um grupo experimental (grupo piloto de observação), que foi sujeito a
variações na intensidade da luz,
Um grupo de controlo (grupo piloto de controlo), que trabalhou sempre sob
uma intensidade constante.
Os engenheiros esperavam que o output individual estivesse directamente
relacionado com o grau de luminosidade a que os indivíduos estavam sujeitos.
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Teoria das Relações Humanas
Experiências de Hawthorne: 1ª fase
CONCLUSÕES...
Os
engenheiros
concluíram
que
a
produtividade
não
estava
directamente relacionada com o grau de luminosidade a que os
indivíduos estavam sujeitos.
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Teoria das Relações Humanas
Experiências de Hawthorne: 2ª fase (1928 - 1931)
Os engenheiros da Western Electric pediram a colaboração de Elton
Mayo.
Assim, começou um relacionamento que teve início em 1927 e durou
até 1933.
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Teoria das Relações Humanas
Experiências de Hawthorne: 2ª fase
Durante este período de tempo, realizaram-se numerosas experiências:
 alteração na duração da semana e dia de trabalho;
 redefinição de funções;
 introdução de intervalos de descanso;
 elaboração de planos de incentivos individuais versus grupais;
 supervisão feita pelos investigadores.
As variações foram aplicadas a um grupo de trabalhadores. Compararam-se as
diferenças de produção entre este grupo e um grupo de controlo.
Conclusões: O grupo experimental tinha aumentado a sua produção
independentemente das variações (aumento ou diminuição) nas condições de trabalho.
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Teoria das Relações Humanas
Última série de Experiências (1931-1932)
Se as variações das condições físicas do trabalho tinham mostrado não ter
grande impacto sobre a produtividade,
seria o elemento humano a variável explicativa?
Para dar resposta a esta questão, Mayo encetou a fase clínica da experiência,
tendo entrevistado os trabalhadores, o que o levou à sua descoberta mais
significativa: a existência de grupos informais.
O ambiente social dos trabalhadores influencia grandemente a produtividade.
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Teoria das Relações Humanas
Última série de Experiências: Conclusões
- Tendência para os elementos constituírem grupos informais, com
as suas normas próprias e o desempenho de papéis próprios.
(Grupos Informais)
- O grupo que estava a ser observado era levado a produzir mais,
exactamente pela atenção que lhe estava a ser prestada. (Efeito de
Hawthorne)
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Teoria das Relações Humanas
Implicações da Escola das Relações Humanas
1)
O ser humano é, sobretudo, um homo socius (homo sociologicus e homo
psicologicus).
2) Nasce, também, uma nova concepção da empresa.
3) Vários outros conceitos vieram a ganhar direitos no léxico e campo científico
entretanto inaugurado pelas relações humanas: clima social, moral, etc.
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Teoria das Relações Humanas
4) Início de investigações, sobretudo nos anos 30 e 40, nos EUA, para campos até
então inexplorados, como o estudo dos grupos, a dinâmica de grupos, a liderança,
as comunicações na empresa e o problema da resistência à mudança.
5) A empresa passa a ser perspectivada como o resultado de três grandes tipos de
interacções internas:
-As interacções dos indivíduos no seio dos grupos
-- As relações directas dos indivíduos com a própria empresa;
- O jogo relacional estabelecido pelos grupos entre si.
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Teoria das Relações Humanas
Críticas à Escola das Relações Humanas
 Muitos autores apontam vícios metodológicos cometidos na experiência de Hawthorne e falhas
lógicas nas conclusões dela extraídas.
 Apesar da critica teórica do one best way, a escola das relações humanas não põe em causa a
extrema divisão do trabalho operário realizada sob os auspícios do taylorismo.
 As relações humanas amenizam e facilitam o exercício de uma ordem autoritária no interior das
empresas, através de uma encenação de democracia e "espírito de empresa”.
 A "obsessão" de Mayo em querer ignorar os factores extra - empresa, que também condicionam
as atitudes e comportamentos dos operários.
 Os métodos participativos de gerir as mudanças podem transformar-se em receitas para fazer
aceitar mais facilmente aos trabalhadores qualquer tipo de mudança.
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A Dinâmica de Grupos
- Iniciada por Kurt Lewin
-Os processos grupais e os hábitos sociais não são estáticos.
- Estudos alargados às empresas
- Lester Coch e R. P. French Jr. (verificaram que a aprendizagem era mais
rápida quando feita em grupo e com alguma liberdade de aplicação)
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A Dinâmica de Grupos
A Escola da Dinâmica de Grupos vê a participação dos grupos no
processo de mudança como:
- instrumento de mudança
-meta de mudança
-agente de mudança
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Perspectiva Integrativa
• A Escola Sociotécnica
• A Teoria dos Sistemas
• A Teoria da Contingência
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A Escola Sociotécnica
.
• Instituto Tavistock, Inglaterra, anos 50
Sistema Técnico → Sistema Social
• A melhoria técnica nem sempre conduz a melhores resultados de
produção.
•Se as alterações técnicas conduzirem à desagregação de grupos
de trabalho, elas podem ter um efeito negativo sobre a
produtividade.
• Os aspectos técnicos e sociais devem ser analisados em
conjunto.
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A Teoria dos Sistemas
Vê a organização como um sistema:
• Conjunto de subsistemas interdependentes e inter-relacionados.
• Aberto (com entradas e saídas) e dinâmico (retroacção, controlo, busca
permanente de equilíbrio).
• Os gestores têm que encarar a organização como um todo dinâmico e
tentar antecipar os impactos das suas decisões, esperados ou não.
• A mudança de um elemento afecta os outros elementos.
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A Teoria da Contingência
Ideia base:
Não há uma melhor maneira de planear, organizar ou controlar. Na
prática, os gestores têm que adaptar a sua atitude às situações.
Importância da análise ambiental.
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Perspectivas de Evolução Futura
Sociedade de informação
Aceleração dos ciclos de vida dos produtos
Flexibilidade / Mobilidade…
Globalização (O mundo é uma aldeia global?)
Outsourcing, leasing, trabalho temporário… (o que é uma
empresa?)
Biotecnologias
Demografia: envelhecimento, migrações…
Ambiente
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II- Evolução do pensamento em Gestão