Anais da 3ª Jornada Científica da UEMS/Naviraí 22 a 26 de Outubro de 2013 Naviraí/MS - Brasil www.uems.br/navirai Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - Unidade de Naviraí 25 Aulas Experimentais de Ciências como Ensino Alternativo: "Um Dia na Universidade" Manoel G. Oliveira1, Deluana M. Neto, Andresa B. Andrade, Viviane S. Marodin, Lucas W. R. Aragão, Viviane Mallmann, André Molina2. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – Unidade de Naviraí Rua Emílio Mascoli, 275 – Naviraí/MS. CEP 79.950-000. Fone: (67) 3924-4300. 1 [email protected], [email protected] Palavras-chave: Aprendizado, Ensino Alternativo, Ciências Exatas. INTRODUÇÃO Na década de 60, as atividades experimentais ganharam destaque nos currículos de Ciências, devido a vários fatores, tanto políticos quanto educacionais (DE JONG, 1998). De Jong (1998) aponta como outro fator importante na mudança dos currículos de Ciências, a conscientização de que o seu ensino deveria englobar além dos conceitos e leis, a natureza da Ciência, caracterizada fortemente pela presença de atividades experimentais. Além disso, o autor aponta o fato de que tais atividades poderiam colaborar para diminuir a distância entre o ensino secundário e o universitário. O grande desinteresse dos alunos pelo estudo da química se deve, em geral, a falta de atividades experimentais que possam relacionar a teoria e a prática. Os profissionais de ensino, por sua vez, afirmam que este problema é devido à falta de laboratório ou de equipamentos que permitam a realização de aulas práticas (QUEIROZ, 2004). Um aspecto importante no ensino de Química e discutido nos PCN’s se deve à experimentação. De acordo com Schnetzler e Aragão (1995) “o ensino tradicional concebe que para ensinar basta saber um pouco de conteúdo específico e utilizar algumas técnicas pedagógicas”. Tal compreensão contribui para a transmissão de uma imagem distorcida da Ciência (GIL-PÉREZ, 2001). Anais da 3ª Jornada Científica da UEMS/Naviraí - Naviraí/MS-Brasil, 22 a 26 de Outubro de 2013 Manoel G. Oliveira, Deluana M. Neto, Andresa B. Andrade, Viviane S. Marodin, Lucas W. R. Aragão, Viviane Mallmann, André Molina. Anais 3JCN (2013) pp 25-28. 26 Embora reconhecida como importante no ensino de Química, a experimentação é um recurso didático pouco explorado pelos professores. Segundo Borges (2002) as justificativas por não se utilizar esse espaço são sempre as mesmas: falta de tempo, número excessivo de alunos por sala, problemas de estrutura física, entre outros. O objetivo deste trabalho foi mostrar aos alunos o cotidiano da química, fazendo com que vislumbrem como a disciplina é interessante e que o fato de ser obrigatória seja o único motivo para o parendizado. MATERIAIS E MÉTODOS A escolha do método foi baseada na escolha do grupo analisado. Como a pesquisa será realizada com alunos de escolas públicas irá ser aplicada uma didática investigativa com alunos de todas as series do ensino médio e para isso o estudo de caso de observação é o mais indicado para este tipo de análise. O estudo de caso de observação é um dos métodos da pesquisa qualitativa que engloba uma organização particular, escola ou setores de organização. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica com base na ementa do ensino médio para auxiliar na formulação das aulas práticas. Em seguida, as Escolas Estaduais da cidade de Naviraí/MS foram visitadas, estas possuem ensino fundamental e médio, os estudantes do ensino médio foram convidados a participar do projeto. Este projeto está sendo desenvolvido no laboratório da UEMS/Naviraí, onde os participantes são divididos em grupos, e passando pelos quatro laboratórios cada um com um tema diferente. Nestes laboratórios os alunos recebem os temas das práticas, explicação sobre o conteúdo, experimentos a serem realizados, materiais necessários e exercícios sobre as práticas feitas. As práticas tiveram duração de trinta minutos aproximadamente em cada laboratório o projeto foi dividido em duas partes: primeiro eles aprenderão na escola as teorias a serem tratadas nos experimentos, só então que eles vieram para a segunda parte no laboratório pondo em pratica seu conhecimento teórico, com uma curta revisão do assunto sobre o tema, então os alunos executaram as práticas após a realização dos experimentos eles respondem questões proposta e fazem um debate com a sala sobre a resposta de cada grupo e as duvidas são sanadas. Todas as práticas realizadas pelos alunos foram testadas previamente, tendo em vista a prevenção de possíveis acidentes. Buscando atividades de baixo custo, sempre valorizando a contextualização e a química do cotidiano, e para a realização de algumas práticas os próprios alunos trouxeram os materiais para execução do projeto. Anais da 3ª Jornada Científica da UEMS/Naviraí - Naviraí/MS-Brasil, 22 a 26 de Outubro de 2013 Manoel G. Oliveira, Deluana M. Neto, Andresa B. Andrade, Viviane S. Marodin, Lucas W. R. Aragão, Viviane Mallmann, André Molina. Anais 3JCN (2013) pp 25-28. 27 RESULTADOS E DISCUSSÃO O projeto foi realizado com extremo sucesso e dentro do prazo previsto, sendo o mesmo realizado em duas semanas. Podemos perceber que os participantes estão desenvolvendo os experimentos com bastante interesse e após o término de cada aula as questões propostas estão sendo respondidas e debatidas com muito êxito. Através dessas observações notamos que os alunos estão tendo um aprimoramento no aprendizado da disciplina em questão que é a química, e que os conhecimentos adquiridos estão sendo levados para dentro de suas casas, pois surgem comentários sobre fenômenos que envolvem os conhecimentos adquiridos nas aulas que se desenrolam no dia a dia dos alunos. Como mostra o Gráfico 1 o numero de acerto no mesmo questionário após as aulas práticas que demonstrou um maior índice de acerto que o mesmo resultado apenas com aulas teóricas. O que mostra que a química assim como Beltran e Ciscato (1991) compartilha do ponto de vista ao afirmar “como ciência experimental que é, ela exige para seu estudo atividades experimentais. Não é aconselhável, em qualquer hipótese, que os alunos aprendam química sem passar, em algum momento por atividades práticas”, o que mostra que o uso de aulas experimentais para o ensino deixa o mais prazeroso e simples de se compreender. Também foi notado que o interesse em cursar uma faculdade de ciências exatas aumentou bastantes entre os alunos, sendo que alguns alunos demonstram interesse em cursar a licenciatura em química na UEMS. Aulas Experimentais Aulas Teoricas 1 2 3 4 5 6 7 Aulas Experimentais 89 76 87 41 66 67 94 Aulas Teoricas 57 62 58 17 30 21 89 Figura 1. Resultado do questionário aplicado aos alunos antes e depois das aulas experimentais. Anais da 3ª Jornada Científica da UEMS/Naviraí - Naviraí/MS-Brasil, 22 a 26 de Outubro de 2013 Manoel G. Oliveira, Deluana M. Neto, Andresa B. Andrade, Viviane S. Marodin, Lucas W. R. Aragão, Viviane Mallmann, André Molina. Anais 3JCN (2013) pp 25-28. 28 CONCLUSÕES A observação da grande dificuldade dos alunos em compreender conteúdos das ciências exatas, principalmente a Química, pode ser superada ou minimizada através da utilização de experimentos, pois auxilia na compreensão dos temas abordados e em suas aplicações com base no cotidiano, proporcionando uma relação entre a teoria e a prática. Através dos resultados obtidos, constata-se que os estudantes são motivados no estudo de química, por melhorar a absorção dos conteúdos de química, o que leva a um aumento no desempenho e notas de provas, bem como o conhecimento adquirido pelos alunos passa a fazer parte de seu cotidiano escolar e social. Também contribui para a formação do executor, como educador, pois possibilita uma relação direta com a realidade de sala de aula, proporcionando reciprocidade maior entre informações e experiências para a melhoria no ensino de química. AGRADECIMENTOS Ao programa PIBID/UEMS pela bolsa de iniciação a docência, aos professores Dr. Sandro Minguzzi e Márcia Noscente do Nascimento e a Escola Estadual Presidente Médici pela viabilização do projeto. REFERÊNCIAS BORGES, A.T. Novos rumos para o laboratório escolar de Ciências. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.9, n.3, p. 291-313, 2002. DE JONG, O. Los experimentos que plantean problemas en las aulas de química: dilemas y soluciones. Enseñanza de las Ciencias, v.16, n.2, p. 305-314, 1998. DOMINGOS, D. C. A.; PIRES, D. X.; 2011 Sequência didática investigativa em aulas experimentais no ensino médio de química para compreensão do termo extração e os fatores que ocorrem durante a destilação por arraste a vapor aplicando o padrão argumentativo de Toulmin. Dissertação em Ciências da UFMS, Campo Grande – MS. GIL-PÉREZ, D. et al. Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência & Educação, v.7, n.2, p. 125-153, 2001. OLIVEIRA, R. C.; PIERSON, A. H. C.; Zuin, V. G. 2009 Química e cidadania: uma abordagem a partir do desenvolvimento de atividade experimentais investigativas. Dissertação em Educação da Universidade Federal de São Carlos São Paulo - São Paulo. QUEIROZ, S. L. Do fazer ao compreender ciências: reflexões sobre o aprendizado de alunos de iniciação científica em química. Ciência & Educação, Bauru, v. 10, n. 1, 2004. SCHNETZLER, R.P.; ARAGÃO, R.M.R. Importância, sentido e contribuições de pesquisas para o ensino de Química. Revista Química Nova na Escola, n. 1, p.27-31, 1995. Anais da 3ª Jornada Científica da UEMS/Naviraí - Naviraí/MS-Brasil, 22 a 26 de Outubro de 2013