Anais da 3ª Jornada Científica da
UEMS/Naviraí
22 a 26 de Outubro de 2013
Naviraí/MS - Brasil
www.uems.br/navirai
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - Unidade de Naviraí
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Prática Docente através do Projeto PIBID/UEMS:
A Experimentação Química para Melhoria da Qualidade do
Ensino Médio em Escolas Públicas
Fernanda J. Silva1, Camila F. Santos, André Molina2.
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – Unidade de Naviraí
Rua Emílio Mascoli, 275 – Naviraí/MS. CEP 79.950-000. Fone: (67) 3924-4300.
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Palavras-chave: Atividades experimentais; Motivação; Ensino médio.
INTRODUÇÃO
O desinteresse dos alunos pelo estudo das ciências exatas, em especial pela química,
se deve a vários fatores. Um dos possíveis fatores é falta de atividades experimentais que
possam relacionar a teoria e a prática, pois a química é uma ciência experimental. Os
profissionais de ensino se vêem sem recursos para mudar esta realidade, pois há falta de
laboratório ou de equipamentos que permitam a realização de aulas práticas nas escolas
públicas. Por outro lado, é uma cultura já arraigada e conteudista, que segue a risca a ementa
das disciplinas dentro de uma lógica de rotina que não abre espaço para as atividades
experimentais (BORGES, 2002; DE JONG, 1998).
Um aspecto importante no ensino de Química e exaustivamente abordado nos PCN’s
envolve justamente a falta de experimentação, deixando que o ensino tradicional préconcebido, em sua praxis contínua, se sustente apenas nas aulas expositivas e teóricas. Tal
conformismo contribui para a transmissão de uma imagem distorcida da Ciência e da
Química, uma vez que o ensino de Química não se encontra restrito só a teoria, em sua
essência histórica como ciência que emergia da alquimia. Os experimentos são a etapa
necessária para a compreensão da ciência química e da realidade (TRINDADE, 2010).
Com a evolução das ciências exatas e da terra, fundamentalmente a física e a
matemática, a Química se valeu de seus modelos e teorias para generalizar e prever os
fenômenos. A formulação de teorias e modelos explicativos lentamente passou a caminhar
paralelamente as atividades práticas, e o aluno não mais foi introduzido aos mecanismos de
construção do conhecimento, guardando-lhe apenas o lugar de mero repositório de fórmulas
prontas e explicações memorizadas (AMARAL, 1996; DOMINGUEZ, 1975).
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Sem a experimentação, adormece o interesse no aluno pelo criar e produzir, pelo
inovar e surpreender, pelo ainda por vir. Independente do seu nível escolar, qualquer um que
vivencie a ciência Química desta maneira terá subtraído sua plenitude de pensar e sua
capacidade de aprendizagem, por que o pensar abstrato parte sobremaneira, no mínimo que
analogias com o ambiente concreto, senão com os fatos correntes, visíveis e tangíveis pela
mente humana como possíveis de ser naturalmente ou induzido pela mão do homem enquanto
ser que intercede na natureza e em seu curso (DOMINGOS, 2011).
O objetivo deste trabalho foi promover a formação e treinamento de alunos do curso
de licenciatura em química para atuar no ensino médio, como instrumentos de formação e
divulgação da química como ciência experimental, incentivar os alunos para pesquisa e
pensamento científico, expor formas de dinamização e facilitação já para compreensão das
aulas teóricas de Química e utilizar formas alternativas para a execução das práticas
experimentais.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para promover a formação e o treinamento de alunos do curso de licenciatura em
química para atuação no ensino médio, foram utilizados instrumentos de formação e
divulgação da química como ciência experimental. Os alunos foram incentivados a fazer
pesquisa e a praticar o pensamento científico, expondo formas de dinamização e facilitação
para compreensão das aulas teóricas de Química.
Sob a óptica do aluno PIBID, a execução deste tipo de prática durante o ciclo de sua
graduação, permite a utilização de formas alternativas para a execução das práticas
experimentais aplicadas a alunos de ensino médio. A Imagem 1. Apresenta alguns dos
materiais alternativos usados como o repolho roxo, cebola roxa, beterraba e cenoura, que
foram usados como indicadores de pH naturais.
Figura 1. Tubos de ensaio contendo extratos de vegetais atuando como indicadores
ácido-base.
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Estas práticas são necessárias e importantes para o exercício futuro da profissão
docente, por permitir vivenciar os aspectos e dificuldades relacionadas às deficiências do
processo de ensino-aprendizagem de alunos do ensino médio. Desenvolve também no aluno
PIBID, um senso de co-responsabilidade, pois é o ambiente futuro que se apresenta passível
de sofrer intercessão no presente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As práticas experimentais foram realizadas na própria universidade, em decorrência
da falta de laboratório na escola trabalhada, utilizando materiais totalmente alternativos. Os
alunos foram auxiliados nas oficinas, como estratégia de experimentação, além de despertar
um maior interesse pela disciplina, este procedimento contribui no processo de ensinoaprendizagem dos conceitos científicos relativos.
Na tabela 1, é exposta a relação de experimentos abordados no desenvolver do
projeto. Este conjunto de práticas se constitui como ferramentas em uma ordem crescente de
envolvimento de conceitos e fórmulas. Parte-se inicialmente de práticas de familiarização dos
materiais comuns de laboratório e suas utilidades (Prática 1). Em seguida, o aluno é levado à
prática, manuseando os materiais e aprendendo a forma correta de manipulação e as
consequências de erros de manuseio para a descoberta da verdade natural (Práticas 2 e 3).
Em um nível mais elevado, mais ainda fácil, transpões a fenomenologia das medidas
para o tratamento dos dados, constituindo-se em uma relação de causa e efeito, do porque e
pra quê (Práticas de 4 a 7). Às práticas mais avançadas, no que tange a conceitos abstratos,
são primeiramente conduzidas de maneira a vivenciar a observação, o relato correto das
características visuais ou obtidas através de aparelhos, como temperatura, tempo, volume,
massa e suas relações de grandezas.
O conceber como dominável o experimento, o aluno é despertado a experimentar
mais como que em busca natural de um limite de capacidade. Por isso, a seqüência de práticas
não pode ser crescente exponencial em dificuldade e abstração, devendo apresentar ciclos de
observações e retorno a fenômenos notoriamente naturais antes da entrada em um novo ciclo
de experimentação que envolva novo crescente de conhecimentos e abstração.
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CONCLUSÕES
A implementação de experimentos no conteúdo programático da escola participante
do Projeto PIBID contribui de forma decisiva para a melhor formação dos alunos de ensino
médio e dos bolsistas do curso de Licenciatura em Química da UEMS de Naviraí. A vivência
da prática docente contribuiu claramente no aumento de interesse dos aluno bolsistas,
enquanto agentes de indutor da construção do conhecimento, observando os alunos
beneficiários das práticas envolvidas no projeto a se engajarem na absorção dos temas
teóricos, quando eles são trabalhados primeiramente na prática.
AGRADECIMENTOS
Ao programa PIBID/UEMS pela bolsa de iniciação a docência e a Escola Estadual
Antônio Fernandes pela viabilização do projeto.
REFERÊNCIAS
AMARAL, Luciano do; Trabalhos práticos de química . São Paulo. Livraria Nobel, 1966; Volume 2.
BORGES, A.T. Novos rumos para o laboratório escolar de Ciências. Caderno Brasileiro de Ensino
de Física, v.9, n.3, p. 291-313, 2002.
DE JONG, O. Los experimentos que plantean problemas en las aulas de química: dilemas y
soluciones. Enseñanza de las Ciencias, v.16, n.2, p. 305-314, 1998.
DOMINGUEZ, Sérvulo Folgueras; As experiências em química . São Paulo, Edart, 1975.
DOMINGOS, D. C. A.; PIRES, D. X.; 2011 Sequência didática investigativa em aulas
experimentais no ensino médio de química para compreensão do termo extração e os fatores que
ocorrem durante a destilação por arraste a vapor aplicando o padrão argumentativo de
Toulmin. Dissertação em Ciências da UFMS, Campo Grande – MS.
TRINDADE, D. F.; de OLIVEIRA, F. P.; BANUTH G. S.; BISPO, J. G. Química Básica
Experimental, 4a Edição- Editora Cone, São Paulo, 2010.
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