P ROGRAMA DE P ÓS G RADUAÇÃO EM E NGENHARIA ANÁLISE NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA PARA AUXÍLIO NA SELEÇÃO DE ESTRUTURA DE MODELOS NARX POLINOMIAIS Felipe de Brito Freitas Dissertação submetida à banca examinadora designada pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia Industrial. Área de Concentração: Processos Industriais Orientador: Prof. Marcelo Vieira Corrêa, Dr. - PPGE/Unileste-MG Coronel Fabriciano, março de 2011 P ROGRAMA DE P ÓS G RADUAÇÃO EM E NGENHARIA ANÁLISE NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA PARA AUXÍLIO NA SELEÇÃO DE ESTRUTURA DE MODELOS NARX POLINOMIAIS Felipe de Brito Freitas Banca: Prof. Marcelo Vieira Corrêa, Dr. - PPGE/Unileste-MG - Orientador. Prof. Mara Cristina da Silveira Coellho, Dr. - UNIFEI. Prof. Roselito de Albuquerque Teixeira, Dr. - PPGE/Unileste-MG. À Deus, à meus pais Manoel Ricardo Pacheco e Eula e à todos que torceram por mim. Agradecimentos Agradeço a Deus por permitir que eu realize este trabalho dando-me condições físicas, emocionais e espirituais durante a minha vida para a realização deste trabalho. Aos meus pais, Manoel Ricardo e Eula Elizabeth pelo apoio incondicional que me concedem a cada momento provendo a mim todos os recursos para que eu supere cada etapa em busca da realização dos meus sonhos. Agradeço aos colegas do MOCP, em especial aqueles que conviveram comigo durante os dois anos de trabalho. Citando em especial os bolsistas de iniciação científ ca Igor, Renan, Marcelo e Natália, Tallys e também os colegas de Mestrado, Raquel, Renata, Marcus, Viviane, Gabriela, Marisa, Felipe e Maressa que apoiaram e criticaram nos momentos certos. À todos os professores do Mestrado que tiveram a paciência do ensinar e colaboraram de forma imensurável para a realização deste trabalho. Em especial aqueles que tive o prazer de conviver durante o curso de suas disciplinas: Mário Godinho, Roselito, Adelaide, Marcelo e Dair. Àqueles professores do programa que não tive a oportunidade de conviver em sala de aula mas que sempre que precisei deles estavam de prontidão. Às secretárias do programa que sempre pacientemente nos atendiam, esclareciam nossas dúvidas e alertavam sobre as informações importantes durante o período de curso. Aos funcionários do UnilesteMG que sempre estiveram prestando os seus serviços de forma a tornar o nosso trabalho menos árduo. Ao professor Roselito de Albuquerque Teixeira pelas orientações e pela competência ao resolver os problemas do programa na posição de coordenador do curso. Aos familiares, amigos, vizinhos e todos aqueles que estiveram ao meu redor durante este período sempre com palavras de apoio e incentivo. Agradeço ao professor Marcelo Vieira Corrêa, meu orientador, pela dedicação e competência, pelos ensinos e pela compreensão. vi E f nalmente, um agradecimento especial à CAPES e ao UnilesteMG pelo f nanciamento e por depositar em mim a conf ança na minha capacidade para a realização deste trabalho. viii "O ser humano vivência a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior." Albert Einstein Resumo Diante das dif culdades apresentadas na etapa de seleção de estrutura em identif cação de sistemas, este trabalho investiga qual a relação entre a resposta em frequência de sistemas não lineares e a escolha de estruturas e de grau de não linearidade de modelos que o representem. Contribuiu-se com a proposição de uma metodologia que estime estruturas adequadas à uma representação polinomial a partir da resposta em frequência dos sinais de entrada e saída. O procedimento baseia-se na resposta em frequência da saída gerada pelo sistema a ser modelado excitado por um sinal de entrada de frequência única. Diante desse resultado, sugere-se o grau de não linearidade para um modelo e determina-se os máximos atrasos de entrada e saída. O critério ERR é utilizado para ordenar os agrupamentos de termos em ordem de relevância na explicação do sistema. De um em um, agrupamentos são sugeridos ao modelo e verif ca-se sua resposta em frequência respeitando a hierarquia imposta pelo ERR. Assim que há uma aproximação satisfatória da resposta em frequência do modelo em relação à resposta em frequência do sistema é feito o corte na estrutura. O modelo é então validado. O procedimento pode tanto ser utilizado como ferramenta única na etapa de escolha de estrutura como ferramenta auxiliar à procedimentos clássicos existentes na literatura como o critério de ordenação ERR e o critério de corte de AKAIKE. O procedimento proposto foi aplicado a dois sistemas simulados e a dois sistemas reais. O primeiro sistema simulado apresenta uma não linearidade branda. O segundo trata-se de uma planta de pH simulada com uma não linearidade severa. Observou-se que o procedimento proposto apresentou resultados satisfatórios tanto em relação ao desempenho na simulação dos modelos obtidos quanto à obtenção de estruturas mais compactas sem grandes perdas de desempenho. Os sistemas reais utilizados tratam de um forno de bancada e o segundo trata-se de um protótipo de helicóptero de dois graus de liberdade Quanserr . Dados foram coletados e o método foi aplicado obtendo resultados satisfatórios. Foram obtidas estruturas mais compactas com pouca redução no desempenho dos modelos. Comparações foram realizadas entre os modelos obtidos pelas técnicas clássicas de seleção de estrutura e o procedimento proposto verif cando-se ef cácia do método. Abstract Given the diff culties presented in the structure selection stage in system identif cation, this work investigates what is the relationship between the nonlinear systems frequency response and the choice of structure and the degree of nonlinearity of models that represent them. The development of a methodology to estimate the structures is needed for a polynomial representation from the frequency response of input and output. The procedure is based on the frequency response of the output generated by the system being modeled excited by an input signal of single frequency. Given this result, it is suggested that the degree of nonlinearity for a model and determines the maximum delay of input and output. The ERR criterion is used to sort groups of terms in order of relevance in explaining the system. By one to one, groups of terms are suggested to the model and verif es its frequency response respecting the hierarchy imposed by the ERR. So there is a satisfactory approximation of the frequency response of the model relative to the frequency response of the system is cut in the structure. The model is then validated. The procedure can be used both as a unique tool in the stage of choice of structure as an auxiliary tool to conventional procedures in the literature as the ERR and Akaike criteria. The proposed procedure was applied to two simulated systems and two real systems. The f rst simulated system has a soft nonlinearity. The second is a plant with a pH simulated severe nonlinearity. It was observed that the proposed procedure with satisfactory results both in relation to the performance obtained in simulation models as to obtain more compact structures without signif cant loss of performance. The real systems used to treat a countertop oven and the second it is a prototype helicopter to two degrees of freedom Quanser r . Data were collected and the method was applied satisfactory outcomes. More compact structures were obtained with little reduction in performance of the models. Comparisons were made between models obtained by classical techniques of selection procedure proposed structure and verifying the effectiveness of the method. Sumário Resumo xi Abstract xiii Lista de Figuras xvii Lista de Tabelas xxi Lista de Símbolos 1 Introdução xxiv 1 1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.3 Organização do texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2 Fundamentação Teórica 2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 9 xiv 2.2 Identif cação de sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2.1 2.3 2.4 9 Etapas da Identif cação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Transformada de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 2.3.1 As Transformadas de Fourier no tempo discreto . . . . . . . . . . . . . 19 2.3.2 Efeitos da amostragem de sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência 25 3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3.2 Análise matemática da resposta em frequência de modelos NARX polinomiais . 26 3.2.1 Agrupamento de termos puros de entrada . . . . . . . . . . . . . . . . 26 3.2.2 Agrupamento de termos cruzados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 3.2.3 Agrupamento de termos puros de saída . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 3.2.4 Considerações sobre a análise matemática no domínio da frequência de 3.3 modelos NARX polinomiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Metodologia aplicada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 3.3.1 Sugestão de grau de não linearidade ` a partir da análise no domínio da frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3.2 3.4 41 Seleção de estrutura a partir da resposta em frequência da saída do sistema 43 Comentários Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 xv 4 Estudo de casos simulados 49 4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 4.2 Sistema simulado 1 - CTV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 4.2.1 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o sistema simulado 1 utilizando o método clássico e a sugestão de grau de não linearidade proposta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.2.2 4.3 53 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o sistema simulado 1 utilizando a resposta em frequência . . . . . . . . . . . . . . 57 Sistema simulado 2 - A planta de neutralização de pH simulada . . . . . . . . . 65 4.3.1 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o sistema simulado 2 utilizando o método clássico e a sugestão de grau de não linearidade proposta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.3.2 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o sistema simulado 2 utilizando a resposta em frequência . . . . . . . . . . . . . . 73 Validação estática dos modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Comentários Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 4.3.3 4.4 68 5 Estudo de casos reais 79 5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 5.2 Sistema Térmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 5.2.1 80 Aquisição de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xvi 5.2.2 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o sistema térmico utilizando o método clássico e a sugestão de grau de não linearidade proposta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.2.3 Obtenção de estrutura de modelo NARMAX polinomial para o sistema térmico utilizando a resposta em frequência . . . . . . . . . . . . . . . 86 Validação estática dos modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 O helicóptero de 2 graus de liberdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 5.3.1 Aquisição de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 5.3.2 Obtenção de estrutura de modelo NARMAX polinomial para o he- 5.2.4 5.3 82 licóptero utilizando o método clássico e a sugestão de grau de não linearidade proposta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.3.3 5.4 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o helicóptero utilizando a resposta em frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 Comentários Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 6 Considerações Finais 6.1 90 99 Sugestões para trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Referências Bibliográficas 108 Lista de Figuras 3.1 Análise no domínio da frequência de agrupamentos de termos de entrada submetidos a um sinal de frequência única. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Análise no domínio da frequência de um modelo com agrupamentos de termos cruzados submetidos a um sinal de frequência única. . . . . . . . . . . . . . . 34 Análise no domínio da frequência de um modelo com agrupamentos de termos puros de saída submetidos a um sinal de frequência única. . . . . . . . . . . . 38 4.1 Sistema simulado 1 em representação por blocos. . . . . . . . . . . . . . . . . 50 4.2 Dados gerados pela simulação do sistema 1 para identif cação. . . . . . . . . . 51 4.3 Dados gerados pela simulação do sistema 1 para validação. . . . . . . . . . . . 51 4.4 Ganho das frequências do sistema simulado 1 em dB. . . . . . . . . . . . . . . 52 4.5 Parte dos dados para o sistema 1 excitado a uma frequência de 0,02 rad/s. . . . 53 4.6 DTFT dos dados do sistema simulado 1 excitado a uma frequência de 0,02 rad/s. 54 4.7 Predição livre e análise no domínio da frequência do modelo obtido pelo método clássico para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Predição livre e análise no domínio da frequência do primeiro modelo obtido para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Predição livre e análise no domínio da frequência do segundo modelo obtido para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 4.10 Predição livre e análise no domínio da frequência do terceiro modelo obtido para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 3.2 3.3 4.8 4.9 xviii 4.11 Predição livre e análise no domínio da frequência do quarto modelo obtido para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 4.12 Predição livre e análise no domínio da frequência do quinto modelo obtido para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 4.13 Evolução do cálculo de ErroW para cada passo para o sistema simulado 1. . . 64 4.14 Parte dos dados gerados pela simulação do sistema 2 para identif cação. . . . . 66 4.15 Parte dos dados gerados pela simulação do sistema 2 para validação. . . . . . . 67 4.16 Ganho das frequências do sistema simulado 2 em dB. . . . . . . . . . . . . . . 67 4.17 Parte dos dados para o sistema 2 excitado a uma frequência de 2,0 × 10−4 rad/s. 69 4.18 Análise no domínio da frequência dos dados do sistema simulado 2 excitado a uma frequência de 2,0 × 10−4 rad/s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 4.19 Predição livre e análise no domínio da frequência do modelo obtido pelo método clássico para o sistema simulado 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 4.20 Evolução do cálculo de ErroW para cada passo para o sistema simulado 2. . . 74 4.21 Predição livre e análise no domínio da frequência do modelo obtido pelo método de análise da resposta em frequência para o sistema simulado 2. . . . . . . . . 75 4.22 Curva estática do sistema simulado 2 e dos modelos obtidos pelo critério de ERR e pelo método proposto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 5.1 Dados gerados pelo sistema térmico para identif cação. . . . . . . . . . . . . . 81 5.2 Dados gerados pelo sistema térmico para validação. . . . . . . . . . . . . . . . 81 5.3 Ganho das frequências do sistema real térmico em dB. . . . . . . . . . . . . . 82 5.4 Parte dos dados para o sistema térmico excitado a uma frequência de 5,3 × 10−3 rad/s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Análise no domínio da frequência do sistema térmico excitado a uma frequência de 5,3 × 10−3 rad/s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Predição livre e análise no domínio da frequência do modelo obtido pelo método clássico para o sistema térmico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 5.5 5.6 xix 5.7 Evolução do cálculo de ErroW para cada passo para o sistema térmico. . . . . 86 5.8 Predição livre do modelo obtido pelo método proposto para o sistema térmico. . 87 5.9 Curva estática do sistema térmico e dos modelos obtidos pelo critério de ERR+AKAIKE e pelo método proposto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 5.10 Os dois eixos de rotação do helicóptero. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 5.11 Foto do protótipo de helicóptero com dois GDL. . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 5.12 Dados gerados pelo helicóptero para identif cação. . . . . . . . . . . . . . . . 91 5.13 Dados gerados pelo helicóptero para validação. . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 5.14 Parte dos dados para o helicóptero excitado a uma frequência de 0,0628 rad/s. . 92 5.15 Análise no domínio da frequência dos dados do sinal de arfagem do helicóptero excitado a uma frequência de 0,0628 rad/s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 5.16 Predição livre e análise no domínio da frequência do modelo obtido pelo método clássico para o helicóptero. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 5.17 Evolução do cálculo de ErroW para cada passo para o helicóptero. . . . . . . 95 5.18 Predição livre do modelo obtido pelo método proposto para o helicóptero. . . . 96 Lista de Tabelas 3.1 Resposta em frequência de agrupamentos de termos submetidos a um sinal de entrada de frequência única ωi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 4.1 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do sistema simulado 1. . . . 54 4.2 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo método clássico para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo primeiro passo do método proposto para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . 58 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo segundo passo do método proposto para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . 59 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo terceiro passo do método proposto para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . 61 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo quarto passo do método proposto para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . 62 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo quinto passo do método proposto para o sistema simulado 1. . . . . . . . . . . . . . . 63 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do modelo obtido pelo método clássico para o sistema simulado 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do sistema simulado 2. . . . 72 4.10 Valores de ErroW para cada adição de termo no modelo para o sistema simulado 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 xxii 5.1 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do sistema térmico. . . . . 84 5.2 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do modelo obtido pelo método clássico para o sistema térmico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 5.3 Valores de ErroW para cada adição e termo no modelo para o sistema térmico. 86 5.4 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do helicóptero. . . . . . . . 93 5.5 Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do modelo obtido pelo método clássico para o helicóptero. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 Valores de ErroW para cada adição e termo no modelo para o sistema térmico. 95 5.6 Lista de Símbolos F ` y(k) u(k) e(k) N τd ny nu ne c ψ(k − 1) T θ ˆ ξ(k) g ω n nθ N ψ j x[n] Ω A[k] Gmf Função Grau de não linearidade Sinal de saída Sinal de entrada Sinal de ruído Conjunto dos números naturais Atraso de transporte Máximo atraso de saída Máximo atraso de entrada Máximo atraso de erro Parâmetro Vetor de regressores (pode conter observações até o instante (k − 1)) Transposto Parâmetros Valor estimado Resíduo Parâmetros estimados Regressores ortogonais Número de termos de um modelo Número de parâmetros de um modelo Número de amostras Matriz de regressores sqrt−1 Sinal Agrupamento de termos Peso de senóides Ganho de uma frequência do modelo xxiv Grf δ Ganho de uma frequência do sistema Função impulso unitário Siglas e Abreviações AIC ARX DTFS ERR FOS FFT FS GFRF MQ MQE NARMAX NARX OPS OS RNA RMSE SISO Critério de Informação de Akaike (Akaike Information Criterion) Modelo Autoregressivo com Entradas Exógenas (AutoRegressive model with eXogenous inputs) Séries de Fourier no Tempo Discreto (Discrete Time Fourier Series) Taxa de Redução de Erro (Error Reduction Ratio) Busca Ortogonal Rápida (Fast Orthogonal Search) Transformada Rápida de Fourier (Fast Oourier Transform) Séries de Fourier (Fourier Series) Funções de Resposta em Frequência Generalizadas (Generalized Frequency Response Functions) Mínimos Quadrados Mínimos Quadrados Estendidos Modelo não-linear auto-regressivo de média móvel com entradas exógenas (Nonlinear AutoRegressive Moving Average model with eXogenous inputs) Modelo não-linear auto-regressivo com entradas exógenas (Nonlinear AutoRegressive model with eXogenous inputs) Busca Ótima de Parâmetros (Optimal Parameter Search) Busca Ortogonal (Orthogonal Search) Redes Neurais Artif ciais Raiz quadrada do erro médio quadrático (Root Mean Square Error) Uma Entrada e Uma Saída ( Single-Input Single-Onput ) xxvi Capítulo 1 Introdução Modelagem matemática de sistemas é uma metodologia muito comum em ciência e na engenharia. Porém mostrava-se um desaf o aos pesquisadores desde as décadas de 50 e 60 pela falta de ferramentas computacionais para realização de cálculos em série. Mas com o forte avanço tecnológico e o desenvolvimento de recursos computacionais cada vez mais ef cazes, os cálculos matemáticos já não formariam barreiras para o desenvolvimento da área de modelagem. Em breves palavras, modelo é uma representação matemática aproximada de um sistema dinâmico real, ou seja, um modelo representa apenas algumas características do sistema real. Nesse ponto cabe a seguinte pergunta: quais características devem ser reproduzidas pelo modelo? A resposta a esta pergunta não é única e depende do(s) objetivo(s) para o qual o modelo está sendo desenvolvido (AGUIRRE, 2004). Uma outra pergunta também poderia ser realizada: Qual(is) é(são) a(s) região(ões) de interesse em análise deste modelo? Várias são as representações matemáticas possíveis para sistemas lineares e não lineares. Entre as representações paramétricas, para um sistema linear existem as funções de transferência, os modelos em espaço de estados e modelos polinomiais ARX (do inglês - Autoregressive Models with Exogenous Inputs) e ARMAX (do inglês - Autoregressive Moving Average Models with Exogenous Inputs). Para os sistemas não lineares pode-se citar as representações por Redes Neurais Artif ciais e os modelos polinomiais NARX (do inglês - Nonlinear Autoregressive Models with Exogenous Inputs) e NARMAX (do inglês - Nonlinear Autoregressive Moving Average Models with Exogenous Inputs) De acordo com o nível de conhecimento sobre o processo a ser incorporado ao modelo, os métodos de modelagem podem ser classif cados como em (TULLEKEN, 1993; SJOBERG e outros, 1995): 2 1 Introdução • modelagem caixa branca (modelo físico ou fenomenológico): nesta abordagem a estrutura e os parâmetros do modelo são determinados por princípios físicos que regem o comportamento estático e dinâmico do sistema, • modelagem caixa preta (modelo empírico): a única informação utilizada são dados de entrada e saída do processo. Neste caso, os fenômenos físicos internos ao processo são desconsiderados. Podem ser gerados modelos paramétricos, onde os parâmetros, em geral, não têm signif cado físico, ou modelos não-paramétricos, representados, por exemplo, pela resposta ao impulso, resposta ao degrau e resposta em frequência, • modelagem caixa cinza: nesta técnica, o procedimento de modelagem utiliza tanto dados de entrada e saída, quanto informações conhecidas do processo. Por exemplo, a estrutura das equações matemáticas do modelo podem derivar de informações conhecidas a priori e utiliza-se os dados coletados para identif car os parâmetros deste modelo. Devido ao conhecimento e tempo necessários para modelar um sistema partindo do equacionamento dos fenômenos envolvidos, nem sempre é viável seguir o procedimento de modelagem fenomenológica (AGUIRRE, 2004) por isso, em casos onde o processo fenomenológico é deveras complicado, faz-se a opção pela modelagem empírica. A modelagem empírica é uma alternativa interessante, porque pouco ou nenhum conhecimento prévio do sistema é necessário na obtenção de um modelo, exigindo-se apenas o conhecimento dos sinais de entrada e saída do processo. A ciência que estuda modelos matemáticos empíricos baseados nos sinais de entrada e saída dos sistemas é denominada Teoria de Identificação de Sistemas. Uma etapa de fundamental importância na Identif cação de Sistemas é a seleção de estrutura do modelo. A escolha inadequada pode não incorporar certas características do sistema dinâmico ao modelo. Algumas técnicas são difundidas na literatura, porém, não são ef cientes em todos os casos e muitas vezes dependem da experiência e da habilidade do desenvolvedor para mostrarem resultados satisfatórios. Neste trabalho é investigada a seleção de estrutura de modelos matemáticos com o auxílio da resposta em frequência fornecida pelo conjunto de dados de entrada e saída. Considerando representações polinomiais, para modelos lineares, a seleção de estrutura limitase a ordem dos polinômios. Em modelos não-lineares é complicado def nir uma ordem signif cativa para a inclusão de termos candidatos no modelo, tendo em vista o elevado número de termos existentes mesmo para valores relativamente de baixa ordem. Outro problema é def nir quais serão os cruzamentos de termos visto que tais informações não estão explícitas nos sis- 3 temas ou dados. Aguirre (2004), Aguirre; Billings (1995a) e Mendes; Biillings (2001) já cocomentam sobre as dif culdades na seleção de estruturas de modelos não-lineares. Um outro problema na identif cação de modelos polinomiais é o fato de que o número de termos candidatos cresce rapidamente com o aumento do grau de não-linearidade e dos máximos atrasos nos sinais de entrada e saída do modelo. Isso acarreta o aumento da complexidade do modelo tornando a busca por uma estrutura ideal1 uma tarefa ainda mais árdua. Alguns métodos para seleção de estrutura foram propostos no decorrer dos estudos sobre a modelagem empírica. Em identif cação caixa-preta, por exemplo, alguns métodos que auxiliam na seleção de estrutura de modelos não lineares já estão difundidos na literatura dos quais podem ser citados: critério de informação de Akaike (AKAIKE, 1974; AGUIRRE, 2004), agrupamento de termos (CORRÊA, 2001; AGUIRRE, 2004), a busca ortogonal, OS, ou busca ortogonal rápida, FOS (do inglês Orthogonal Search e Fast Orthogonal Search) com taxa de redução de erro, ERR (do inglês Error Reduction Ratio), (KORENBERG, 1985, 1989a,b; BILLINGS; CHEN; KORENBERG, 1989; CHEN; BILLINGS; LUO, 1989; PAARMANN; KORENBERG, 1992), a busca ótima de parâmetros com índice de projeção de distância, OPS (do inglês Optimal Parameter Search) (LU; JU; CHON, 2001; ZOU; CHON, 2004) e o SRR (do inglês Simulation Error Reduction Ratio) (SPINELLI W., 2006; PIRODDI, 2008). Ressalta-se que a taxa de redução de erro (ERR) ou a busca de parâmetros ótima (OPS), e os critérios de informação como o critério de Akaike, são complementares entre si. Uma possibilidade, por exemplo, seria o uso da ERR ou OPS para ordenar hierarquicamente os termos candidatos do modelo. Portanto, tendo-se ordenado os termos, poder-se-ia empregar um critério de informação para efetuar o corte necessário para a escolha da ordem do modelo representativo. Billings (1980) comenta sobre a dif culdade na busca de representações não lineares e a impossibilidade de estabelecer apenas uma técnica capaz de fornecer soluções ef cazes em todos os casos. Zhang (2007) e Wei e Billings (2008) reforçam esta dificuldade. Um sistema dinâmico pode ser analisado no domínio do tempo e/ou no domínio da frequência. Por esse motivo, a identif cação deve ser capaz de derivar modelos (lineares ou não-lineares) que descrevam o comportamento do sistema original no domínio do tempo (equações diferenciais ou de diferenças) ou no domínio da frequência (resposta em frequência), ponto de interesse deste trabalho. Seria então possível que a partir de um conjunto de dados de entrada e saída analisados no domínio da frequência fornecesse informações para a identif cação de modelos lineares e não-lineares. 1 Uma estrutura ideal para um modelo polinomial é aquela que represente o sistema dinâmico a ser modelado e tenha a menor complexidade possível. 4 1 Introdução O termo resposta em frequência signif ca a resposta em regime permanente de um sistema a uma entrada senoidal. Nos métodos de resposta em frequência, varia-se a frequência do sinal de entrada dentro de um determinado intervalo e analisa-se a resposta em frequência resultante (OGATA; KOHN; BARROS MORAIS, 2003). Para sistemas lineares em qualquer uma de suas faixas de operação, as frequências dos sinais de entrada são as mesmas frequências observadas nos sinais de saída havendo apenas variações em seus ganhos e/ou fases. O comportamento dos modelos lineares são como de f ltros que preservam as faixas de frequências de interesse atenuando aquelas que não explicam o sistema e também inserem ganhos em módulo e avanço ou atraso de fase nos sinais. Os sinais de interesse neste trabalho são discretizados, pois são obtidos por placas digitais que coletam dados em determinados intervalos de tempo. Esse procedimento acarreta o surgimento de frequências inexistentes no espectro de frequência real dos dados de entrada e saída do sistema gerando o efeito conhecido como aliasing. Neste caso, o que se propõe é que quanto menor o tempo de amostragem, há maior proximidade do comportamento contínuo. Isso diminuiria os efeitos da discretização do sinal na análise de resposta em frequência. No entanto, a superamostragem pode provocar outros efeitos. Como exemplo, as altas frequências provocadas por ruído passam a incorporar o espectro de frequência do sinal causando o mesmo efeito aliasing. Um outro problema que se manifesta está relacionado à quantidade f nita de dados. As frequências geradas pelo truncamento do sinal podem ser tão expressivas quanto aquelas que realmente o compõem trazendo dif culdades na análise no domínio da frequência. Por isso, quanto maior a quantidade de dados, melhor seria a análise no domínio da frequência do sistema. Para isso, são implementados f ltros conhecidos como janelas que diminuem o efeito do truncamento do sinal. A obtenção da resposta em frequência de sinais discretos é amplamente discutida em (HAYKIN; VAN VEEN, 2001) sendo realizada por exemplo, através de Transformações Discretas de Fourier (FFT do inglês Fast Fourier Transform). No caso das transformadas de Fourier, considerando um sinal como uma superposição ponderada de senóides complexas, aplicando-se esse sinal a um sistema linear, a saída do sistema será uma superposição ponderada das respostas do sistema a cada senóide complexa. Porém, em sistemas não lineares o mesmo não ocorre, podendo haver surgimento e/ou desaparecimento nas saídas de frequências aplicadas na excitação da entrada. Os sistemas não-lineares são conhecidos pela presença de harmônicos, inter-modulações complexas e até mesmo o caos, onde há transferência de energia entre as diferentes frequências fornecendo resultados no domínio da frequência bem diferentes das frequências de entrada (RUGH, 1981; LANG e outros, 2007; WU; LANG; BILLINGS, 2007; JING; LANG; BILLINGS, 2008). 5 As respostas em frequências de modelos não lineares podem ser obtidas através das Funções de Resposta em Frequência Generalizadas (GFRF - do inglês Generalized Frequency Response Functions) que estendem o conceito de funções de resposta em frequência lineares a uma ampla classe de sistemas não-lineares que possuem memória e podem ser descritos pelo modelo de séries de Volterra (VOLTERRA, 1930; BOYD; CHUA; DESOER, 1984). No entanto, o que se deseja é obter o modelo matemático a partir do conjunto de dados de entrada e saída do sistema e com pouco ou nenhum outro conhecimento prévio. O que pode ser feito com esses dados são as suas análises no domínio da frequência através da FFT. Tal ferramenta permite visualizar qual foi o conjunto de frequências existente nos dados de entrada, ou seja, aquelas frequências às quais o sistema foi submetido, e as frequências que compõem o sinal gerado em sua saída. Isso é de fundamental importância pois a partir dessa análise já é possível identif car possíveis não linearidades do sistema modelado. A partir de então pode ser considerado que a análise da frequência da saída gerada por um determinado sistema não-linear, além das informações dos dados de entrada, possuem informações sobre o sistema em que se aplica tal entrada. O método de análise de resposta em frequência de sistemas não-lineares baseados na teoria de séries de Volterra foi iniciada em na década de 1950 quando o conceito de GFRF de sistemas não lineares foi apresentado. As GFRF’s foram def ninas como transformações multidimensionais de Fourier dos kernels (do inglês Núcleos) de Volterra nas expansões de sistemas não-lineares nas séries de Volterra (LANG; BILLINGS, 2000). Lang e outros (2007) realizaram um trabalho que procurava investigar as frequências de saída de sistemas não-lineares com o objetivo de contornar algumas dif culdades na análise e desenvolvimento no domínio da frequência. Ainda propuseram uma metodologia para obter as respostas em frequência de modelos polinomiais de equações de diferenças a partir dos termos do modelo e de seus coeficientes. Wu; Lang; Billings (2007) comentam sobre o desenvolvimento de um algoritmo capaz de determinar as faixas de frequência de saída de sistemas nãolineares. No entanto, poucos estudos baseados no domínio da frequência focaram-se na seleção de estruturas de modelos polinomiais discretos. A grande maioria envolveu a determinação das GFRF’s a partir de modelos já obtidos e parametrizados. 6 1 Introdução 1.1 Motivação A motivação para realização deste trabalho está no fato de que o processo de escolha de estrutura para modelos polinomiais ainda encontra-se em aberto. Pouco tem sido discutido quanto a relação de análise de resposta em frequência de um sistema e os termos necessários para reproduzi-la utilizando um modelo polinomial discreto. Logo, neste trabalho são investigadas as possibilidades de seleção de termos e consequentemente seleção de estruturas, a partir análise no domínio da frequência do conjunto de dados de entrada e saída do sistema. 1.2 Objetivos Os objetivos deste trabalho são: 1. Investigar a relação entre a inclusão de combinações dos vários termos candidatos de um modelo discreto de equações de diferenças NARX e as mudanças espectrais dos sinais de saída em relação às mudanças espectrais dos sinais de entrada; 2. Propor um procedimento de auxílio na escolha da estrutura (grau de não linearidade e termos candidatos) de um modelo de equações de diferenças que se baseie nas análises do domínio da frequência do conjunto de dados de entrada e saída; 3. Comprovar a ef ciência do método proposto através de testes em dois sistemas simulados e em dois sistemas reais. 1.3 Organização do texto Esta dissertação está organizada em seis capítulos da seguinte forma: Capítulo 2: Fundamentação teórica. Neste capítulo, a fundamentação teórica para a realização deste trabalho é apresentada. A Identif cação de Sistemas é apresentada em cada uma de suas etapas. Em seguida são mostradas as técnicas de análise de resposta em frequência utilizadas na aplicação do método proposto. Capítulo 3: Auxílio da seleção de estruturas a partir das respostas em frequências dos dados de entrada e saída. Neste capítulo, procedimentos de auxílio na seleção de estrutura de modelos de equações de diferenças a partir das respostas em frequência dos dados de entrada e 1.3 Organização do texto 7 saída são propostos e discutidos. Capítulo 4: Estudo em sistemas simulados. Neste capítulo, os procedimentos apresentados no capítulo 4 são aplicados à dois sistemas simulados. O primeiro sistema simulado apresenta uma não linearidade mais branda. O segundo sistema simulado apresenta um grau de não linearidade mais severa. São apresentados e discutidos os resultados para estes dois casos. Capítulo 5: Estudo em sistemas reais. Este capítulo apresenta a aplicação do procedimento proposto em dois sistemas reais. O primeiro composto de um forno de bancada. E o segundo um helicóptero didático de dois graus de liberdade. São apresentados e discutidos os resultados para os dois casos. Capítulo 6: Considerações finais. Este capítulo faz as considerações f nais a respeito do trabalho realizado e apresenta sugestões para trabalhos futuros. 8 1 Introdução Capítulo 2 Fundamentação Teórica 2.1 Introdução Neste capítulo será apresentada uma breve fundamentação teórica que sustenta os estudos realizados neste trabalho. Num primeiro momento são apresentadas as técnicas de identif cação, suas etapas e métodos mais utilizados. Depois são apresentadas as técnicas de análise no domínio da frequência. 2.2 Identificação de sistemas O comportamento de um sistema pode ser representado por diferentes tipos de modelos. A escolha de um modelo para um determinado sistema depende tanto do foco de interesse de estudo quanto da aplicação deste modelo. Por exemplo, compreender certas dinâmicas do sistema sob diversas condições de operação, por exemplo, em um sistema industrial dif cilmente seria possível excitar uma planta em toda sua faixa de operação pois poderiam causar danos ao sistema ou até mesmo perdas materiais. Uma outra necessidade seria predizer o comportamento de um determinado sistema, tal como a prevenção de catástrofes naturais evitando perda de vidas. Outras aplicações seriam: otimizar o comportamento do sistema, analisar e projetar controladores, permitir detecção ef ciente de falhas no sistema, estimar variáveis do processo que não podem ser medidas diretamente, permitir o estudo do sistema em regiões de operação despendiosas ou problemáticas no sistema real, permitindo um treinamento de operação seguro e ef ciente (MATKO; ZUPANCIC; KARBA, 1992). 10 2 Fundamentação Teórica O comportamento de um sistema pode ser representado por diferentes tipos de modelos. A escolha do tipo de modelo é inerente a característica a qual deseja-se que o modelo represente assim como o propósito ou o objetivo para o qual o modelo será desenvolvido. Gevers (2005) afirma que se o modelo é somente uma aproximação do sistema real, então a qualidade do modelo deve ser dependente da aplicação desejada. Dentre esses modelos, os matemáticos permitem aplicações avançadas, sendo, por esse motivo, os mais utilizados, seja na engenharia, biologia, medicina, economia ou em outras áreas (LJUNG, 1999). A modelagem matemática constitui-se de duas vertentes principais. A primeira delas é a modelagem pela física do processo também conhecida como modelagem caixa branca. Modelagem esta que procura, através de relações físico-matemáticas, explicar o comportamento de um determinado sistema. Muitas vezes torna-se deveras complexa pois nem sempre em todo o comportamento do sistema há relações físicas bem def nidas ou tempo suf ciente para desenvolver um modelo a partir de todas as equações que regem a física do processo. Devido a esta demanda criada pela impossibilidade de modelar fenomenologicamente todos os sistemas, surgiu outra vertente: A Identificação de Sistemas, ciência que procura explicar os fenômenos de um processo através apenas de observações, ou seja, a partir dos dados de entrada e saída por isso conhecida também como modelagem caixa-preta. A identif cação de sistemas apresenta uma grande vantagem pela relativa facilidade de obtenção de modelos em virtude do pouco ou nenhum conhecimento prévio do sistema exigido. A desvantagem até o momento se restringe ao número excessivo de parâmetros e a ausência de signif cado físico dos modelos obtidos. Neste capítulo é apresentada uma breve discussão referente as principais etapas da identif cação de sistemas. 2.2.1 Etapas da Identificação As principais etapas da Identif cação de Sistemas são: • Testes dinâmicos e a coleta de dados; • escolha de representação matemática a ser usada; • determinação da estrutura do modelo; • estimação dos parâmetros; 2.2 Identif cação de sistemas 11 • validação do modelo. Nas próximas seções as etapas supracitadas serão abordadas de forma sucinta. Outros detalhes, aplicações, exemplos e discussões podem ser encontrados em (AGUIRRE, 2004). 2.2.1.1 Testes dinâmicos e a coleta de dados Três aspectos precisam ser analisados: onde excitar o sistema, que tipos de sinais usar a f m de obter dados que sejam representativos dessa dinâmica e como amostrar tais dados. O sinal de excitação apresenta duas importantes funções. A primeira delas é conseguir excitar todas as características dinâmicas e estáticas do sistema em toda a faixa de frequência de interesse. A segunda está relacionada ao perf l de amplitudes desse sinal, que é responsável pela excitação das não-linearidades presentes no sistema. Características dinâmicas e estáticas que não forem excitadas não aparecerão nos modelos. O que não estiver nos dados não será identif cado. Na identif cação de sistemas não-lineares é comum usar um gerador de números aleatórios para gerar sinais de entrada persistentemente excitantes de ordem elevada. Tendo def nido o tempo de amostragem, mantém-se constante cada valor escolhido aleatoriamente por um tempo em torno de 3 a 5 intervalos de amostragem. Uma etapa importante no processo de identif cação é a escolha do tempo ou período de amostragem, que corresponde ao intervalo entre duas amostras. Na prática, a frequência de amostragem é normalmente escolhida entre 5 e 10 vezes a maior frequência de interesse. Dois problemas podem surgir no mal dimensionamento do tempo de amostragem. O primeiro deles refere-se a subamostragem, onde o tempo de amostragem é muito grande e causa mal representação da dinâmica real do sistema. O outro problema é o de super-amostragem, onde o tempo de amostragem é muito pequeno, que como descrito por (BILLINGS; AGUIRRE, 1995), um sinal super-amostrado, provoca instabilidade numérica e elevado esforço computacional devido ao mal condicionamento da matriz de regressores, dif cultando a determinação da estrutura do modelo. Quando um sinal é super-amostrado, pode-se decimá-lo a f m de que se torne devidamente amostrado. 2.2.1.2 Escolha da representação matemática Grandes são as possibilidades de representações não-lineares na identif cação de sistemas. A escolha do tipo de representação depende de fatores já discutidos na seção 2.1 dos quais pode ser acrescentada a disponibilidades das ferramentas de implementação da representação escolhida. 12 2 Fundamentação Teórica Porém na prática as representações são selecionadas de acordo com a conveniência do modelador, a complexidade da aplicação ou a possibilidade de interligação com outros conceitos. As representações não-lineares que mais se destacam, podem ser citadas, as redes neurais artif ciais (RNA), defendidas e melhor discutidas em (BRAGA; CARVALHO; LUDEMIR, 2000; AMARAL, 2001; HAYKIN, 2001). Tais representações são modelos matemáticos inspirados no funcionamento do cérebro humano, formado por um conjunto de células chamadas neurônios fazendo um paralelo ao grupo de unidades (neurônios) que em conjunto, formam um sistema inteligente capaz de representar um sistema (cérebro). Uma outra representação matemática que pode ser citada é a série de Volterra (VOLTERRA, 1930; BILLINGS, 1980). A utilização de uma série de Volterra permite caracterizar um processo não-linear de forma a se ter uma idéia do seu signif cado físico (RUGH, 1981). Entre as representações não-lineares, pode-se destacar também os modelos de blocos interconectados (WIENER, 1958; WIGREN, 1993; PEARSON; POTTMANN, 2000; COELHO, 2002), compostos por um modelo dinâmico linear em cascata com uma função estática nãolinear. Quando a função estática precede o modelo dinâmico, tem-se o modelo de Hammerstein. Por outro lado, quando o modelo dinâmico precede a função estática, tem-se o modelo de Wiener. Um outro tipo de representação não-linear são os modelos polinomiais e racionais (BILLINGS; CHEN, 1989a,b; BILLINGS; TAO, 1991; BILLINGS; ZHU, 1993, 1994; CORRÊA, 2001; CAMPOS, 2007). Na área de identif cação de modelos não lineares, o modelo NARMAX polinomial (LEONTARITIS; BILLINGS, 1985a,b). Tais modelos são extensões dos modelos NARX porém com a inclusão de termos de ruído para evitar polarização1 de parâmetros. O modelo NARMAX polinomial é um modelo discreto que explica o valor de saída em função de valores prévios dos sinais de saída y(k), de entrada u(k) e de ruído e(k) e é representado da seguinte forma: y(k) = F ` y(k − 1), . . . ,y(k − ny ),u(k − τd ), . . . ,u(k − τd − nu + 1), e(k − 1), . . . ,e(k − ne ) + e(k), 1 (2.1) A polarização é o desvio entre o valor esperado de uma determinada variável aleatória (a variável estimada) e uma variável determinística (o valor real), ainda que não seja conhecida. 2.2 Identif cação de sistemas 13 sendo que e(k) indica os efeitos que não podem ser bem representados por F ` [·], que é uma função polinomial com grau de não-linearidade ` ∈ N. Os termos τd ,ny ,nu e ne representam, respectivamente, o atraso de transporte e os máximos atrasos em y, em u e em e. A parte livre do ruído da equação (2.1) pode ser expandida como o somatório de termos com graus de não-linearidade variando na faixa 1 ≤ m ≤ `. Assim, cada termo de grau m poderá conter um fator de grau p do tipo y(k − i) e um fator de grau (m − p) do tipo u(k − i) sendo multiplicado por um parâmetro representado por cp,m−p (n1 , . . . ,nm ). Matematicamente, tem-se (PEYTON-JONES; BILLINGS., 1989): y(k) = y ,nu m nX X̀ X cp,m−p (n1 , . . . ,nm ) m=0 p=0 n1 ,nm p Y y(k − ni ) i=1 m Y u(k − ni ), (2.2) i=p+1 sendo que ny ,nu X n1 ,nm ≡ ny X n1 =1 ··· nu X . (2.3) nm =1 O limite superior será ny se o somatório se referir a fatores do tipo y(k − ni ). Por outro lado, se o somatório se referir a fatores do tipo u(k − ni ), tal limite será nu . 2.2.1.3 Seleção da Estrutura do Modelo Parte crucial na Identif cação de Sistemas, a seleção de estrutura ainda é um problema. Várias técnicas foram propostas a f m de selecionar os melhores regressores de modelos NARX/NARMAX embora ainda não se tenha uma solução que def na com ef ciência a melhor estrutura para cada caso identif cado. Alguns casos de seleção de estrutura que obtiveram melhores desempenhos na Identif cação de Sistemas não lineares foram propostos em (KORENBERG e outros, 1988; LEONTARITS; BILLINGS, 1987; BILLINGS; CHEN; KORENBERG, 1989; AGUIRRE; BILLINGS, 1995a; MAO; BILLINGS, 1997);(MENDES; BILLINGS, 2001; PIRODDI; SPINELLI, 2003; RODRÍGUEZ-VÁZQUEZ e outros, 2004; ZHANG; ZHU; LONGDEN, 2007; WEI; BILLINGS, 2008). Para modelos polinomiais a seleção de estrutura trata da def nição do grau de não-linearidade ` e dos máximos atrasos em y, em u e em e. É importante salientar que quanto maior o grau de não linearidade e os máximos atrasos, maior será a variedade de termos possíveis multipli- 14 2 Fundamentação Teórica cando a possibilidade de combinações e consequentemente de estruturas possíveis. Aguirre; Billings (1995b) chamam atenção para o fato que se o número de termos for maior que o número de termos necessários, ou seja, um modelo sobreparametrizado, pode acarretar instabilidade numérica na estimação dos parâmetros (seção 2.2.1.6), esforço computacional além do necessário e fazer com que o modelo represente dinâmicas não existentes no sistema representado. Um outro cuidado que o modelador deve ter é que na tentativa de melhor explicar os dados de identif cação do sistema, os modelos tendem a se tornar excessivamente complexos. A utilização desses modelos na prática torna-se inviável, pois muito tempo e esforço computacional serão necessários para implementar a estimação de parâmetros, simular o modelo e predizer o comportamento do sistema. Neste trabalho considerou-se que o critério ERR (do inglês error reduction ratio) foi usado para ordenar os termos candidatos do modelo por ordem de importância na explicação da dinâmica do sistema e tendo-se ordenado os termos, empregou-se o critério de informação de Akaike para efetuar o corte necessário para a escolha da ordem do modelo representativo para comparação com a técnica investigada. Tanto o critério de Akaike quanto o ERR serão brevemente explanados nas seções 2.2.1.5 e 2.2.1.4 2.2.1.4 Critério ERR O critério ERR baseia-se na redução do erro de predição, avalia a importância dos termos do modelo em função da sua habilidade de explicar a variância do sinal de saída. A f m de def nir a taxa de redução de erro (ERR), será def nido o seguinte modelo NARMAX geral: y(k) = ψ T (k − 1)θ̂ + ξ(k) nθ X θ̂i ψi (k − 1) + ξ(k), = i=1 sendo que o termo nθ corresponde ao número de parâmetros. Analogamente, um modelo representado em base ortogonal pode ser expresso por: (2.4) 2.2 Identif cação de sistemas 15 y(k) = nθ X ĝi wi (k − 1) + ξ(k), (2.5) i=1 sendo que ĝi representa os parâmetros estimados e wi , os regressores ortogonais sobre os dados. Na ausência de regressores, ou seja, quando nθ = 0, o erro de predição corresponde ao próprio sinal de saída y(k). A taxa de redução de erro devido à inclusão do i-ésimo regressor no modelo é def nida como (CHEN; BILLINGS; LUO, 1989): [ERR]i = ĝi2 hwi ,wi i , hy,yi (2.6) sendo que o ERR indica a porção da variância da saída explicada pela inclusão de um novo termo no modelo. Normalmente, a escolha dos termos candidatos ao modelo é feita considerando os regressores que apresentam os maiores valores de ERR. 2.2.1.5 Critério de Akaike O método mais utilizado para estimar o número de termos que devem ser incluídos em modelos dinâmicos é o critério de informação de AKAIKE (1974). De acordo com o critério de Akaike, o número ótimo de termos em um modelo deve minimizar a seguinte função de custo: AIC = N ln(V ar[ξ(k)]) + 2 nθ , (2.7) sendo que N corresponde ao número de amostras, V ar[ξ(k)], à variância do resíduo e nθ , o número de parâmetros. A função representada na equação (2.7) signif ca que à medida que os termos são incluídos no modelo, o número de graus de liberdade aumenta permitindo um ajuste dos dados mais exato. Assim, V ar[ξ(k)] diminui à medida que nθ aumenta. A partir de um determinado momento, a redução na variância do resíduo devido à inclusão de um novo termo passa a ser insignif cante e, consequentemente, não justif ca mais a inclusão deste último termo. Neste ponto é efetuado o corte. 16 2 Fundamentação Teórica 2.2.1.6 Estimação de Parâmetros Determinada a estrutura do modelo, deve-se estimar os parâmetros correspondentes a cada um de seus termos. Para isso, utiliza-se do conjunto de dados obtidos ou simulados separados para esta fase do procedimento. Tais dados são comumente chamados de dados de identif cação. Uma outra parcela dos dados é separada para a realização da validação do modelo que será melhor discutida na seção 2.2.1.7. Representando a equação (2.1) na forma: y(k) = ψ T (k − 1)θ̂ + ξ(k) = ŷ(k) + ξ(k), (2.8) sendo que k indica o instante considerado, ψ(k − 1) corresponde ao vetor de regressores, que pode conter observações até o instante (k − 1), θ̂ representa o vetor de parâmetros estimados2 e ξ(k), o erro cometido pelo modelo ao tentar explicar y(k) como ψ T (k − 1)θ̂. Tomando a equação (2.8) ao longo do conjunto de dados e representando o conjunto de equações resultante em forma matricial, tem-se: y = Ψθ̂ + ξ, (2.9) sendo que Ψ representa a matriz de regressores e ξ representa o erro cometido pelo modelo ao tentar explicar y(k). Isolando-se ξ na equação (2.9) tem-se: ξ = y − Ψθ̂. (2.10) No estimador de mínimos quadrados, os parâmetros são estimados minimizando-se a seguinte função de custo: JMQ = N X ξ(i)2 = ξ T ξ. i=1 2 O símbolo ( ˆ ) sobre as variáveis faz referência a valores estimados. (2.11) 2.2 Identif cação de sistemas 17 Substituindo a equação (2.10) em (2.11), tem-se: θ̂ MQ = (ΨT Ψ)−1 ΨT y. (2.12) que é a expressão do estimador de mínimos quadrados (MQ). Em algumas situações, o MQ torna-se polarizado, levando ao uso de soluções como o estimador de mínimos quadrados estendido (MQE). O MQE consiste em estender a matriz de regressores Ψ incluindo regressores de ruído para que a parte modelável do erro seja modelada tornando o ruído ξ branco. Este procedimento faz com que não haja correlação entre a matriz estendida de regressores e o resíduo. Para isso, o resíduo é utilizado como estimativa do ruído usado na formação da nova matriz de regressores. 2.2.1.7 Validação do modelo Após a obtenção do modelo utilizando-se das quatro etapas anteriores, é necessário verif car se este atende às expectativas do modelador. O modelo que atenderá as expectativas será aquele que suprir a necessidade para a qual foi projetado e será usado. Como já foi dito, é impossível que o modelo represente todas as dinâmicas do sistema. Porém um modelo será considerado válido se incorporar as características do sistema que são fundamentais para a aplicação desejada. Aguirre (2004) destaca que um cuidado básico é não usar os dados utilizados para obter o modelo na validação. A motivação para tal cuidado é que a validação procura saber a capacidade de generalização do modelo e não somente o ajuste aos dados usados na identif cação. Essa capacidade de generalização signif ca que o modelo realmente incorporou a dinâmica do sistema e não apenas ajustou aos dados. Uma técnica muito utilizada para validação de modelos é a predição livre, conhecida também como predição de inf nitos passos à frente, no qual o modelo é simulado indef nidamente retroalimentado com predições passadas. Porém, para iniciar o processo, são necessários dados medidos retirados da parcela separada para validação. Para quantif car a qualidade de modelo e obter um parâmetro de comparação de desempenho o RMSE (do inglês Root Mean Squared Error) é largamente utilizado e é dado por: 18 2 Fundamentação Teórica RMSE = qP 2 y(k) − ŷ(k) qP 2 , N y(k) − y k=1 N k=1 (2.13) sendo que ŷ(k) é a predição livre do sinal e y é o valor médio do sinal medido y(k). É importante ressaltar que quanto menor for o valor do RMSE, maior será a capacidade do modelo de se ajustar aos dados. Se forem utilizados os dados de validação como exige a técnica, comprovase que quão menor seja o índice RMSE, maior será a capacidade de generalização do modelo. Até então, tratou-se da validação dinâmica, ou seja utilizando pares de dados de entrada e saída transcorrentes no tempo. Porém, existe também a validação estática, ou seja, aquela que usa a relação entre os dados de entrada e saída sem a inf uência do estado de transição temporal também conhecido como estado estacionário. Corrêa (2001), Coelho (2002) e Campos (2007) utilizaram desta técnicas em seus trabalhos. 2.3 Transformada de Fourier A quase totalidade dos fenômenos físicos de natureza periódica tem sua origem em ondas (sonoras, elétricas, hidráulicas e mecânicas) que apresentam formas bem def nidas. São quatro as representações de Fourier. Cada uma aplicável a uma classe diferente de sinais. Essas quatro classes são def nidas pelas propriedades de periodicidade de um sinal mostrando se ele é contínuo ou discreto (HAYKIN; VAN VEEN, 2001). Os sinais periódicos podem ser representados como séries de Fourier FS (do inglês Fourier Series). Essas séries aplicam-se a sinais periódicos no tempo contínuo. Também existem as séries de Fourier de tempo discreto (DTFS do inglês Discrete Time Fourier Series) que se aplicam-se a sinais periódicos discretizados. Sinais não-periódicos contínuos são representados pela Transformada de Fourier, FT (do inglês Fourier Transform). E os sinais não-periódicos discretizados são representados pela Transformada de Fourier de Tempo Discreto, DTFT (do inglês Discrete Time Fourier Transform). Considerando que os sinais utilizados neste trabalho são sinais discretizados e os sinais de interesse são sinais não-periódicos, a discussão nesta seção se limitará às DTFT’s. Na seção 2.3.1 será apresentada uma avaliação da base matemática para converter qualquer sinal não-periódico nas suas componentes de frequência utilizando a sua DTFT. Posteriormente, na seção 2.3.2 serão apresentados os efeitos negativos da amostragem dos sinais e o que pode ser 2.3 Transformada de Fourier 19 feito para amenizá-los. 2.3.1 As Transformadas de Fourier no tempo discreto Nesta discussão, empregar-se-á uma abordagem intuitiva procurando simplif car a demonstração da DTFT. Partindo-se da DTFS, descreve-se um sinal não-periódico como o limite de um sinal periódico cujo período, N, aproxima-se do inf nito. Supõe-se que o sinal não-periódico seja representado por um período simples do sinal periódico que está centralizado na origem, e o que o limite, quando N se aproxima do inf nito, é tomado de maneira simétrica. Admitindo que x̃[n] seja um sinal periódico com período N = 2M + 1. Def ne-se, portanto, o sinal não periódico de duração f nita x[n] como um período de x̃[n], como é mostrado por x[n] = x̃[n], −M ≤ n ≤ M 0, |n| > M (2.14) Procurando replicar o sinal não-periódico inf nitas vezes para longe da origem tanto pela direita como pela esquerda tem-se M → ∞ e desta forma pode-se expressar x[n] = lim x̃[n]. M →∞ (2.15) Partindo da representação de DTFS do sinal periódico x̃[n] tem-se x̃[n] = M X X[k]ejkΩ0 n (2.16) k=−M sendo Ω0 = 2π/N a frequência fundamental de x[n] que é o vetor de dados. A frequência da k-ésima senóide na superposição é kΩ0 . X[k] é o peso aplicado à k-ésima senóide complexa e é dado por M X 1 x̃[n]e−jkΩ0 n . X[k] = 2M + 1 n=−M (2.17) Uma vez que x̃[n] = x[n] para −M ≤ n ≤ M, a equação (2.17) pode ser reescrita da seguinte forma: 20 2 Fundamentação Teórica ∞ X 1 X[k] = x[n]e−jkΩ0 n , 2M + 1 n=−∞ (2.18) partindo do fato que x[n] = 0 para |n| > M. Def ne-se agora uma função contínua de frequência X(ejΩ ) cujas amostras em kΩ0 são iguais aos coef cientes da DTFS normalizados por 2M + 1. Logo, ∞ X X(ejΩ ) = x[n]e−jΩn , (2.19) n=−∞ de forma que X[k] = X(ejkΩ0 )/(2M + 1). Substituindo esta def nição de X[k] na equação (2.16) tem-se: M X 1 x̃[n] = X(ejkΩ0 )ejkΩ0n 2M + 1 k=−M (2.20) e usando a relação Ω0 = 2π/(2M + 1), escreve-se: M 1 X x̃[n] = X(ejkΩ0 )ejkΩ0n Ω0 . 2π k=−M (2.21) Considerando x[n] como o valor limite de x̃[n] quando M → ∞, avaliar-se-á o efeito de M → ∞ sobre a frequência fundamental Ω0 . À medida que M se eleva, Ω0 decresce e os espaçamentos entre os harmônicos da DTFS diminui. Isso pode ser notado matematicamente através da equação (2.19). Combinando a equação (2.15) com a equação (2.21) tem-se: M 1 X x[n] = lim X(ejkΩ0 )ejkΩ0 n Ω0 . M →∞ 2π k=−M (2.22) Aproximando a equação (2.23) pela regra retangular para uma integral e lembrando que Ω = kΩ0 , de forma que dΩ = Ω0 , tem-se: 1 x[n] = 2π Z π −π X(ejΩ )ejΩn dΩ. (2.23) 2.3 Transformada de Fourier 21 Dessa forma x[n] é expresso como uma superposição ponderada de senóides de tempo discreto. Neste caso, a superposição é uma integral e a ponderação em cada senóide é 12 πX(ejΩ)dΩ. Logo, a representação por DTFT é expressa como: x[n] = 1 Rπ X(ejΩ )ejΩn dΩ 2π −π (2.24) X(ejΩ ) = P∞ −jΩn n=−∞ x[n]e Logo, pode-se dizer que X(ejΩ ) e x[n] são um par de DTFT, descrito por: FT −−−−−→ X(ejΩ ), x[n]←−−DT ou seja, a transformada X(ejΩ ) descreve o sinal x[n] como uma função de frequência senoidal Ω e é denominada representação no domínio da frequência de x[n]. A amostragem de um sinal no tempo gera no domínio da frequência réplicas deslocadas do espectro do sinal original. Mais informações sobre a Transformada de Fourier de Tempo Discreto pode ser encontrada em (HAYKIN; VAN VEEN, 2001). 2.3.2 Efeitos da amostragem de sinais 2.3.2.1 Aliasing A operação de amostragem gera um sinal de tempo discreto a partir de um sinal de um tempo contínuo, ou seja, representa-se matematicamente o sinal amostrado como o produto de um sinal contínuo original por um trem de impulsos. Os efeitos da subamostragem e super-amostragem no processo de identif cação foram brevemente discutidos na seção 2.2.1.1. No entanto, quando um sinal é amostrado, é necessário que possa se reconstruir o sinal original (contínuo) a partir do sinal digitalizado. Isso garante que todas as características do sinal original inclusive sua Transformada de Fourier sejam preservadas. Quando há subamostragem do sinal em estudo, pode-se haver um efeito chamado aliasing, que em português signif ca disfarce. Esse disfarce ocorre quando a DTFT deixa de ter uma correspondência biunívoca com o sinal de tempo contínuo original. Isso signif ca que não é possível usar o espectro do sinal amostrado para analisar o sinal no tempo contínuo, e que não se pode reconstruir de forma única o sinal de tempo contínuo a partir de suas amostras. 22 2 Fundamentação Teórica O aliasing distorce o espectro do sinal original. Há uma superposição entre o espectro original e suas réplicas acarretando o fenômeno de um componente de alta frequência assumir a identidade de um de baixa frequência. Isto sugere que uma condição para a correspondência única entre o sinal de tempo contínuo e suas amostras é equivalente à condição para o impedimento do aliasing. Esta exigência é formalmente estabelecida da seguinte maneira: Teorema 2.3.1 (Teorema da Amostragem) Admitindo-se que x(t)←−−F−T−−→ X(jω) represente um sinal de faixa limitada, de forma que X(jω) = 0 para |ω| > ωm , sendo ω uma frequência qualquer do sinal e ωm a mais alta frequência do sinal. Se ωs > 2ωm , em que ωs = 2π/τ é a frequência de amostragem e τ , o tempo de amostragem, então x(t) é determinado de maneira única por suas amostras x(nτ ), com n = 0, ± 1, ± 2, . . . . A frequência mínima de amostragem, 2ωm , é denominada taxa de amostragem de Nyquist ou taxa de Nyquist. Isso leva a um relaxamento em escolher uma taxa de amostragem superior à taxa de Nyquist. Porém, embora o sinal no qual se tem interesse possa ter uma frequência máxima ωm , em geral, o sinal de tempo contínuo terá energia em frequências mais elevadas devido à presenta de ruído ou de outras características não ideais. Portanto, uma super-amostragem também pode provocar aliasing na DTFT de um sinal de interesse. 2.3.2.2 Janelamento do sinal Em aplicações práticas envolvendo a amostragem de sinais pode-se obter somente uma gravação f nita do sinal. Isso resulta em uma forma de onda truncada que possui características espectrais diferentes do sinal original. Tal descontinuidade produz a perda da informação espectral original. Uma maneira de aumentar as características espectrais de um sinal amostrado é a aplicação de janelas sobre o mesmo. Ao analisar uma sequência de dados f nita através da DTFT, o janelamento minimiza as margens de transição em formas de onda truncadas, reduzindo dessa forma a perda espectral. O janelamento de um sinal no domínio do tempo é equivalente um f ltro passa baixas. Resumidamente, o que se faz é multiplicar o sinal f nito pela função que representa a janela. Devido a multiplicação no domínio do tempo ser equivalente à convolução no domínio da frequência, o espectro de um sinal ajanelado é a convolução do espectro do sinal original com o espectro da janela. Dessa maneira, o janelamento modif ca a forma do sinal tanto no domínio do tempo quanto no da frequência. 2.4 Considerações Finais 23 Os principais tipos de janelas disponíveis são citados a seguir: • Retangular: Aplicar uma janela retangular é equivalente a não utilizar qualquer janela. A janela retangular possui o maior volume de perda espectral. Possui o valor igual a 1 sobre todo o seu intervalo de tempo. • Hanning: Esta janela possui uma forma similar aquela de meio ciclo de uma forma de onda cossenoidal. Uma janela de tamanho N está def nida através da Equação : w[n] = 0,5 − 0,5cos(2πn/N), para n = 0,1,2, . . . , N − 1 (2.25) • Hamming: Essa janela é uma versão modif cada da janela de Hanning. Sua forma também é similar a de uma onda cossenoidal. Uma janela de tamanho N é def nida pela Equação . w[n] = 0,54 − 0,46cos(2πn/N), para n = 0,1,2, . . . , N − 1 (2.26) Outras janelas também podem ser citadas tais como a janela de Kaiser-Bessel, Triangular, Flattop, Exponencial, entre outras. A escolha correta da janela depende de um certo conhecimento a priori do sinal em análise. Como em grande parte das vezes isso não é possível, deve-se experimentar os diversos métodos de janelamento existentes e encontrar o que melhor se adapta a análise em questão. 2.4 Considerações Finais Neste capítulo foram discutidas as principais etapas da identif cação de sistemas. Métodos de tratamento de dados, seleção de estruturas e estimação de parâmetros foram apresentados e discutidos. Alguns trabalhos realizados utilizando tais técnicas foram citados. Mais detalhes sobre identif cação de sistemas podem ser vistos em (AGUIRRE, 2004). Também foram apresentadas a def nição e a forma de obtenção da Transformada de Fourier de sinais discretos. Alguns problemas que podem deturpar a transforma também foram apresentados e brevemente discutidos. Mais detalhes sobre essa discussão, conceitos e aplicações podem ser encontrados em (HAYKIN; VAN VEEN, 2001). Os métodos descritos nesse capítulo foram utilizados para identif cação de sistemas de dados usados neste trabalho e para obtenção da resposta em frequência de sinais aplicados e fornecidos pelos sistemas tratados. 24 2 Fundamentação Teórica No próximo capítulo será apresentada e discutida a metodologia proposta e utilizada neste trabalho. Capítulo 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência 3.1 Introdução No capítulo anterior foram discutidas as etapas de Identif cação de Sistemas e a Transformada de Fourier de sinais discretos. Na seção 2.2.1.2 foi visto que as não linearidades de modelos NARX polinomiais são determinadas por produtos entre entradas, entre saídas ou por produtos entre entradas e saídas. Os termos dos modelos são aqueles apresentados na equação (2.1). A escolha de estrutura destes modelos consiste em determinar quais termos e agrupamentos farão parte do modelo, ou seja, farão parte de sua estrutura com o objetivo de representar os regimes dinâmicos descritos pelos dados. É importante salientar que, se o número de termos do modelo for maior que o necessário, resultando em um modelo sobreparametrizado (modelo com um número excessivo de termos), seus termos redundantes, além de acarretarem grande tempo computacional e mal condicionamento numérico, podem fazer com que o modelo apresente regimes dinâmicos espúrios (AGUIRRE; BILLINGS, 1995b; PIRODDI; SPINELLI, 2003) ou, até mesmo, torne-se instável. A escolha de termos apropriados é de fundamental importância para obtenção de um modelo compacto e robusto. Alguns métodos tratados na literatura para seleção de estrutura foram apresentados na seção 2.2.1.3. Entre as técnicas usadas foram destacados o ERR que ordena os termos candidatos de 26 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência acordo com a contribuição de cada um na explicação da dinâmica dos dados. Tendo ordenado os termos ainda é necessário achar o ponto de corte. Uma primeira estimativa pode ser obtida através do critério de informação de Akaike. Como essas duas técnicas estão bem estabelecidas na literatura, serão chamadas de “métodos clássicos” daqui em diante para facilitar sua referência no texto. Neste capítulo será apresentada uma metodologia de suporte à seleção de estrutura de modelos NARX polinomiais realizada a partir da análise no domínio da frequência de um sistema de uma entrada e uma saída (SISO - do inglês Single Input, Single Output). O modelo deve reproduzir aproximadamente a resposta em frequência do sistema em sua saída. Portanto, realizou-se um estudo para saber como cada termo ou agrupamento deste colabora na reconstrução da resposta em frequência do modelo que compõe. A análise matemática deste estudo é demonstrada na seção 3.2. 3.2 Análise matemática da resposta em frequência de modelos NARX polinomiais O objetivo de se fazer a análise no domínio da frequência de um sistema é verif car como tal sistema responde a um sinal senoidal de frequência única ω. Se for aplicado um sinal senoidal de frequência única e média zero em um modelo polinomial NARX, esse modelo produzirá frequências na saída que dependerão do conjunto de agrupamentos de termos que o compõem. Nas próximas seções serão realizadas as análises matemáticas para os agrupamentos de termos puros de entrada, agrupamentos de termos cruzados e agrupamento de termos puros de saída. Ressalta-se que neste trabalho priorizou-se pela análise de ganhos de cada uma das frequências. As análises de avanço e atraso de fase serão omitidas e sugeridas como assunto para trabalhos futuros. 3.2.1 Agrupamento de termos puros de entrada Considere um sinal de frequência única ω, média zero e ganho igual a um representado na forma de Euler e apresentado na equação (3.1). sen(kωT ) = 1 jkωT (e − e−jkωT ), 2j (3.1) 3.2 Análise matemática da resposta em frequência de modelos NARX polinomiais 27 sendo ω a frequência fundamental e T o período do sinal. Agora considere um modelo NARX polinomial da equação (2.2) revisitado na equação (3.2). y(k) = y ,nu m nX X̀ X m=0 p=0 n1 ,nm cp,m−p (n1 , . . . ,nm ) p Y y(k − ni ) i=1 m Y u(k − ni ), (3.2) i=p+1 Aplicando o sinal senoidal apresentado na equação (3.1) em um modelo NARX como o apresentado na equação (3.2) pode-se observar o surgimento de frequências diferentes da frequência de excitação do modelo. Tanto as frequências surgidas quanto o número dessas frequências dependerá de cada termo escolhido para a composição do modelo. Q Tratando-se de agrupamento de termos puros de entrada dados por c0,m (n1 , . . . ,nm ) m i=1 u(k − ni ) com p = 0, tem-se: m Y 1 c0,m (n1 , . . . ,nm ) ( (ej(k−ni )T − e−j(k−ni)T )). 2j i=1 (3.3) Sendo a equação (3.3) um termo puro de entrada de grau de não linearidade m, pode-se expandila utilizando o binômio de Newton, logo tem-se: m 1 X m! · (ejωT )m−g (−e−jωT )g . 2j g=0 g!(m − g)! (3.4) A equação (3.4) apresenta a expansão usando o binômio de Newton da equação (3.3) submetida a um grau de não linearidade m. Essa equação mostra que dependendo de m um padrão de frequências surge na saída. A partir dela é possível def nir exatamente quais frequências surgem quando existe no modelo um agrupamento de termo puro de entrada. Os exemplos 3.2.1 a 3.2.4 apresentarão o desenvolvimento da expansão para agrupamento de termos puros de entrada de graus de não linearidade ` variando de dois a cinco. Para os exemplos a seguir considere o sinal de entrada apresentado na equação (3.1) na forma de Euler. Exemplo 3.2.1 Considere o termo θi u(k)2 de um modelo NARX qualquer. Considerando o sinal aplicado como a entrada mostrada na equação (3.1) tem-se o desenvolvi- 28 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência mento: 1 jkωT (e − e−jkωT ))2 2j 1 = ( )2 · (ejkωT − e−jkωT )2 2j 1 = − · (e2jkωT + e−2jkωT − 2) 4 e2jkωT e−2jkωT 1 = − − + 4 4 2 u(k)2 = ( (3.5) Pela equação (3.5) pode-se notar que o agrupamento θi u(k)2 gera a frequencia zero e a frequência 2ω. Exemplo 3.2.2 Agora considere o termo θi u(k)3 de um modelo NARX qualquer. Considerando o sinal aplicado como a entrada mostrada na equação (3.1) tem-se o desenvolvimento: 1 jkωT (e − e−jkωT ))3 2j 1 = ( )3 · (ejkωT − e−jkωT )3 2j 1 = − · (−e−3jkωT − 3ejkωT + 3e−jkωT + e3jkωT ) 8j (e−3jkωT + 3ejkωT − 3e−jkωT − e3jkωT ) = 8j u(k)3 = ( (3.6) Pela equação (3.6) pode-se notar que o agrupamento θi u(k)3 gera a frequência ω e a frequência 3ω. Exemplo 3.2.3 Agora considere o termo θi u(k)4 de um modelo NARX qualquer. Considerando o sinal aplicado como a entrada mostrada na equação (3.1) tem-se o desenvolvi- 3.2 Análise matemática da resposta em frequência de modelos NARX polinomiais 29 mento: 1 jkωT (e − e−jkωT ))4 2j 1 = ( )4 · (ejkωT − e−jkωT ))4 2j 1 · (6 − 4e2jkωT + e−4jkωT + e4jkωT − 4e−2jkωT ) = 16 (6 − 4e2jkωT + e−4jkωT + e4jkωT − 4e−2jkωT ) = 16 u(k)4 = ( (3.7) Pela equação (3.6) pode-se notar que o agrupamento θi u(k)4 gera a frequência zero, a frequência 2ω e a frequência 4ω. Exemplo 3.2.4 Considere o termo θi u(k)5 de um modelo NARX qualquer. Considerando o sinal aplicado como a entrada mostrada na equação (3.1) tem-se o desenvolvimento: 1 jkωT (e − e−jkωT ))5 2j 1 = ( )5 · (ejkωT − e−jkωT )5 2j 1 = · (−10e−jkωT + 10ejkωT − e−5jkωT − 5e3jkω + 5e−3jkωT + e5jkωT ) 32j (−10e−jkωT + 10ejkωT − e−5jkωT − 5e3jkωT + 5e−3jkωT T + e5jkωT ) = (3.8) 32j u(k)5 = ( Pela equação (3.6) pode-se notar que o agrupamento θi u(k)5 gera as frequências ω, 3ω e 5ω. A partir dos desenvolvimentos dos exemplos 3.2.1 a 3.2.4 pôde ser visto que agrupamentos de termos puros de entrada de grau de não linearidade ` par não geram ω. Apenas geram frequências múltiplas pares de ω. Os mesmos agrupamentos, porém de grau de não linearidade ` ímpar geram a frequência ω e mais frequências múltiplas ímpares de ω. Um exemplo gráf co será apresentado na Figura 3.1. Neste exemplo são apresentados as análises 30 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência no domínio da frequência fornecidas por cada agrupamento de termos puros de entrada demonstrados nos exemplos 3.2.1 a 3.2.4. Exemplo 3.2.5 Considere os agrupamentos de termos puros de entrada apresentados nos exemplos 3.2.1 a 3.2.4. Aplicando-se um sinal de entrada senoidal de média zero amostrado a uma taxa de 62,8319 rad/s de ganho um e frequência única de 1 rad/s, obteve-se a DTFT para cada um deles. Os coef cientes de todos os termos representados foi def nido como um. As análises no domínio da frequência para os exemplos são apresentadas na Figura 3.1. Na Figura 3.1 (b), é apresentada a resposta em frequência de um termo linear de entrada. Podese observar que a frequência fornecida pelo termo é a mesma frequência aplicada na entrada apresentada na Figura 3.1 (a). O mesmo não se pode dizer das respostas em frequência exibidas nas Figuras 3.1 (c) a (f). A Figura 3.1 (c) refere-se a uma resposta em frequência de um agrupamento de termos puro de entrada não-linear de grau de não linearidade ` igual a dois. Considerando que agrupamentos com ` par produzem as frequências kω sendo k = 2,4,6, . . . ,m na saída e a frequência fundamental é de 1 rad/s, logo este agrupamento fornecerá a frequência 2 rad/s. A mesma regra é válida para o caso da Figura 3.1 (d) onde é apresentada a resposta em frequência de um agrupamento em que ` é igual a quatro. Neste caso surgem as duas frequências: zero, 2 rad/s e 4 rad/s. Tanto para o caso de ` é igual a dois e ` é igual a quatro, as saídas não reproduzem a frequência fundamental. Para os casos representados pelas Figuras 3.1 (e) e (f) os agrupamentos de termos puros de entrada não lineares apresentam grau de não linearidade ` ímpar. Na Figura 3.1 (e) é apresentada a resposta em frequência de um agrupamento de ` igual a três. Na Figura 3.1 (f), ` é igual a cinco. Como agrupamentos puros de entrada de não linearidade ` ímpar produzem as frequências kω sendo k = 1,3,5, . . . ,m na saída, serão produzidas pelo agrupamento representado na Figura 3.1 (e) a frequência fundamental ω e a frequência 3ω, e para o agrupamento representado na Figura 3.1 (f), a frequência fundamental ω e as frequências 3ω e 5ω. A partir da discussão e dos exemplos 3.2.1 a 3.2.5 pode-se generalizar: para agrupamentos de termos puros de entrada de grau de não linearidade m: • sendo m par, serão produzidas as frequências 2kω, sendo k = 0,1 . . . ,m/2, m ≥ 2 e; • sendo m ímpar, serão produzidas as frequências 2(k + 1)ω, sendo k = 0,1 . . . ,(m − 1)/2, m ≥ 3. 3.2 Análise matemática da resposta em frequência de modelos NARX polinomiais (a) (b) Espectro de frequência da saída (y) 0.8 0.8 0.7 0.7 0.6 0.6 0.5 0.5 |Y(jω)| |U(jω)| Espectro de frequência da entrada (u) 0.4 0.4 0.3 0.3 0.2 0.2 0.1 0.1 0 0 1 2 3 Frequencia (rad/s) 4 5 0 6 0 1 2 (c) 4 5 6 5 6 5 6 Espectro de frequência da saída (y) 0.45 0.45 0.4 0.4 0.35 0.35 0.3 |Y(jω)| 0.3 |Y(jω)| 3 Frequencia (rad/s) (d) Espectro de frequência da saída (y) 0.25 0.25 0.2 0.2 0.15 0.15 0.1 0.1 0.05 0.05 0 31 0 1 2 3 Frequencia (rad/s) 4 5 0 6 0 1 2 (e) 3 Frequencia (rad/s) 4 (f) Espectro de frequência da saída (y) Espectro de frequência da saída (y) 0.6 0.5 0.45 0.5 0.4 0.35 |Y(jω)| |Y(jω)| 0.4 0.3 0.3 0.25 0.2 0.2 0.15 0.1 0.1 0.05 0 0 1 2 3 Frequencia (rad/s) 4 5 6 0 0 1 2 3 Frequencia (rad/s) 4 Figura 3.1: Análise no domínio da frequência de agrupamentos de termos de entrada submetidos a um sinal de frequência única. Em (a) a DTFT da entrada é apresentada e em (b) a DTFT do sinal fornecido por um termo linear de entrada. Em (c) e em (d) são apresentadas as análises no domínio da frequência de sinais gerados por agrupamento de termos com graus de não linearidade pares sendo ` = 2 para (c) e ` = 4 para (d). Finalmente, em (e) e em (f) são apresentadas as análises no domínio da frequência de sinais gerados por agrupamento de termos com graus de não linearidade ímpares sendo ` = 3 para (e) e ` = 5 para (f)) 32 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência Portanto, foram def nidas quais as frequências que um agrupamento de termos puros de entrada fornecem para a resposta do modelo quando submetidos a uma sinal de frequência única. Graus de não linearidade ` > 5 podem ser analisados expandindo-se a equação (3.4) comprovando a generalização proposta. 3.2.2 Agrupamento de termos cruzados Considerando o modelo NARX polinomial da equação (3.2), pode-se notar que agrupamento de termos cruzados de entrada e saída também podem compor o modelo. Representado este tipo de agrupamento como na equação (3.9), tem-se: cp,m−p (n1 , . . . ,nm ) p Y i=1 y(k − ni ) m Y u(k − ni ) (3.9) i=p+1 com p,m 6= 0. Considere o exemplo 3.2.6. Exemplo 3.2.6 Sendo a equação (3.10) parte de um modelo NARX polinomial de grau de não linearidade ` igual a dois estimado e com parâmetros θ̂ tem-se: y(k) = θ̂i u(k)y(k − 1) + θ̂i+1 u(k). (3.10) Aplicando-se o mesmo sinal de entrada apresentado na equação (3.10) e considerando que y(k− 1) = 0, tem-se: y(k) = θ̂i ( no passo k, e: 1 jkωT 1 (e − e−jkωT )) · 0 + θ̂i+1 ( (ejkωT − e−jkωT ))) 2j 2j (3.11) 3.2 Análise matemática da resposta em frequência de modelos NARX polinomiais 33 1 j(k+1)ωT 1 (e − e−j(k+1)ωT )) · (θi ( (ej(k+1)ωT − e−j(k+1)ωT )) · 0 + 2j 2j 1 j(k+1)ωT +θi+1 ( (e − e−j(k+1)ωT )) + 2j 1 +θi+1 ( (ej(k+1)ωT − e−j(k+1)ωT )) 2j 1 1 = θi ( (ej(k+1)ωT − e−j(k+1)ωT )) · (θi+1 ( (ej(k+1)ωT − e−j(k+1)ωT ))) + 2j 2j 1 j(k+1)ωT +θi+1 ( (e − e−j(k+1)ωT )) 2j 1 1 = θi θi+1 ( (ej(k+1)ωT − e−j(k+1)ωT ))( (ej(k+1)ωT − e−j(k+1)ωT )) + 2j 2j 1 j(k+1)ωT − e−j(k+1)ωT )) +θi+1 ( (e 2j e2j(k+1)ωT e−2j(k+1)ωT 1 θi θi+1 (− − − )+ 4 4 2 1 j(k+1)ωT −j(k+1)ωT = +θi+1 ( (e −e )) (3.12) 2j y(k + 1) = θi ( no passo k + 1, e e2j(k+2)ωT e−2j(k+2)ωT 1 1 j(k+2)ωT (e − e−j(k+2)ωT )) · (θi θi+1 (− − − )+ 2j 4 4 2 1 1 +θi+1 ( (ej(k+2)ωT − e−j(k+2)ωT )) + θi+1 ( (ej(k+2)ωT − e−j(k+2)ωT )) 2j 2j −3j(k+2)ωT j(k+2)ωT −j(k+2)ωT (e + 3e − 3e − e3j(k+2)ωT ) = θi2 θi+1 ( ) 8j e−2j(k+2)ωT 1 e2j(k+2)ωT − − )+ +θi θi+1 (− 4 4 2 1 j(k+2)ωT +θi+1 ( (e − e−j(k+2)ωT )) (3.13) 2j y(k + 2) = θi ( no passo k + 2. Pode-se notar através dos desenvolvimentos apresentados nas equações (3.11) a (3.13), que a cada iteração o modelo é realimentado por uma saída passada que já contém frequências in- 34 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência seridas pelo próprio modelo em passos anteriores. Isso faz com que o sinal gerado por um agrupamento de termos cruzados forneça à própria saída inf nitas frequências ressonantes da frequência fundamental. Quanto maior o número de passos dados pelo modelo, mais frequências surgirão na análise no domínio da frequência. Exemplo 3.2.7 Neste exemplo é apresentado a análise no domínio da frequência de um agrupamento de termos cruzados. Aplicando-se um sinal de entrada senoidal de média zero amostrado a uma taxa de 62,8319 rad/s de ganho um e frequência única de 1 rad/s, obteve-se a DTFT da saída. O coef ciente do agrupamento do exemplo é um. As análises no domínio da frequência para o exemplo 3.2.6 são apresentadas na Figura 3.2. (a) (b) Espectro de frequência da entrada (u) Espectro de frequência da saída (y) 3 0.8 0.7 2.5 0.6 |Y(jω)| |U(jω)| 2 0.5 0.4 0.3 1.5 1 0.2 0.5 0.1 0 0 1 2 3 4 5 Frequencia (rad/s) 6 7 8 0 0 1 2 3 4 5 Frequencia (rad/s) 6 7 8 Figura 3.2: Análise no domínio da em frequência de um modelo com agrupamentos de termos cruzados submetidos a um sinal de frequência única. Em (a) a DTFT da entrada é apresentada e em (b) a DTFT do sinal fornecido por um agrupamento de termos cruzados. Pela Figura 3.2 é possível notar que aplicando uma frequência na entrada, várias outras frequências surgem na saída. Isso pode ser comprovado se o desenvolvimento das equações (3.11) a (3.13) for continuado. Portanto, para agrupamento de termos cruzados de grau de não linearidade m, pode-se generalizar, a partir dos exemplos 3.2.6 e 3.2.7, que: • qualquer que seja m, o número de frequências fornecido por um agrupamento de termos cruzados, aumenta à medida que as iterações com saídas passadas cresce. Logo, quando k → inf, são fornecidas inf nitas frequências na saída múltiplas de ω. 3.2 Análise matemática da resposta em frequência de modelos NARX polinomiais 35 3.2.3 Agrupamento de termos puros de saída Para agrupamento de termos puros de saída a reprodução de frequências na saída é semelhante à reprodução de frequências para os agrupamentos de termos cruzados. Considerando novamente o modelo NARX polinomial da equação (3.2). Representando o agrupamento de termos puros de saída como na equação (3.9), tem-se: cp,0(n1 , . . . ,np ) p Y y(k − ni ) (3.14) i=1 com p 6= 0. O exemplo 3.2.8 apresentará o desenvolvimento de um modelo qualquer que contém um agrupamento de termos puro de saída. O grau de não linearidade do termo do exemplo é dois mas pode ser expandido para graus de não linearidade pares superiores. Para o exemplo 3.2.8 serão considerados graus de não linearidades pares para os agrupamentos. Exemplo 3.2.8 Sendo a equação (3.15) parte de um modelo NARX de grau de não linearidade par ` igual a dois estimado e com parâmetros θ̂ tem-se: ŷ(k) = θ̂i y(k − 1)2 + θ̂i+1 u(k). (3.15) Aplicando-se o mesmo sinal de entrada apresentado na equação (3.15) e considerando que y(k− 1) = 0, tem-se: ŷ(k) = θ̂i · (0)2 + θ̂i+1 ( no passo k, e: 1 jkωT (e − e−jkωT ))) 2j (3.16) 36 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência 1 j(k+1)ωT 1 (e − e−j(k+1)ωT )))2 + θ̂i+1 ( (ej(k+1)ωT − e−j(k+1)ωT )) 2j 2j −2j(k+1)ωT 2j(k+1)ωT e 1 1 e 2 − − ) + θ̂i+1 ( (ej(k+1)ωT − e−j(k+1)ωT )) = θ̂i θ̂i+1 (− 4 4 2 2j ŷ(k + 1) = θ̂i (θ̂i+1 ( no passo k + 1, e: 2 ŷ(k + 2) = θ̂i (θ̂i θ̂i+1 (− e2j(k+2)ωT e−2j(k+2)ωT 1 1 − − ) + θ̂i+1 ( (ej(k+2)ωT − e−j(k+2)ω )))2 4 4 2 2j 1 j(k+2)ωT (e − e−j(k+2)ωT )) 2j e2j(k+2)ωT e−4j(k+2)ωT e4j(k+2)ωT 3 e−2j(k+2)ωT 3 4 + + + + )) + = θ̂i θ̂i+1 ( 4 4 16 16 8 −j(k+2)ωT j(k+2)ωT −3j(k+2)ωT j(k+2)ωT e e j e j e j 3 +2θ̂i2 θ̂i+1 ( − + + − 4j 4 8 8 e−j(k+2)ωT e3j(k+2)ωT 1 e2j(k+2)ωT e−2j(k+2)ωT 2 − − ) + θ̂i θ̂i+1 ( − − )+ 8j 8 2 4 4 1 +θ̂i+1 ( (ej(k+2)ωT − e−j(k+2)ωT )) 2j +θ̂i+1 ( (3.17) no passo k + 2. Nota-se que há o surgimento de todas as frequências ressonantes da frequência fundamental. Se houver continuidade no desenvolvimento para os passos posteriores, haverá o surgimento de inf nitas frequências quando um agrupamento de termos puro de saída com grau de não linearidade dois compor o modelo. No exemplo 3.2.9 será demonstrado o agrupamento de termos puro de saída para grau de não linearidade ` = 2 ímpar igual a três. Tal processo pode ser estendido para qualquer grau de não linearidade ímpar para agrupamentos puros de saída. Exemplo 3.2.9 Sendo a equação (3.18) parte de um modelo NARX de grau de não linearidade ` igual a dois estimado e com parâmetros θ̂ tem-se: 3.2 Análise matemática da resposta em frequência de modelos NARX polinomiais ŷ(k) = θ̂i y(k − 1)3 + θ̂i+1 u(k). 37 (3.18) Aplicando-se o mesmo sinal de entrada apresentado na equação (3.15) e considerando que y(k− 1) = 0, tem-se: ŷ(k) = θ̂i · (0)3 + θ̂i+1 ( 1 jkωT (e − e−jkωT ))) 2j (3.19) no passo k, e: 1 j(k+1)ωT 1 (e − e−j(k+1)ωT )))3 ) + θ̂i+1 ( (ej(k+1)ωT − e−j(k+1)ωT ))) 2j 2j 1 3 = θ̂i θ̂i+1 (− · (−e−3j(k+1)ωT − 3ej(k+1)ωT + 3e−j(k+1)ωT + e3j(k+1)ωT )) 8j 1 j(k+1)ωT +θ̂i+1 ( (e − e−j(k+1)ωT ))) (3.20) 2j ŷ(k + 1) = θ̂i (θ̂i+1 ( no passo k + 1, e: 3 ŷ(k + 2) = θ̂i (θ̂i θ̂i+1 (− 1 · (−e−3j(k+2)ωT − 3ej(k+2)ωT + 3e−j(k+2)ωT + e3j(k+2)ωT )) 8j 1 j(k+2)ωT (e − e−j(k+2)ωT ))))3 + 2j 1 +θ̂i+1 ( (ej(k+2)ωT − e−j(k+2)ωT )) 2j +θ̂i+1 ( (3.21) no passo k + 2. A expansão da parte da equação (3.21) elevada ao cubo gera uma outra equação com muitos termos que pode ser expandida computacionalmente e será suprimida aqui. O que é relevante é que essa expansão gerará frequências múltiplas ímpares da frequência fundamental. Exemplo 3.2.10 Neste exemplo é apresentado a análise no domínio da frequência de um agrupamento de termos 38 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência puros de saída. Aplicando-se um sinal de entrada senoidal de média zero amostrado a uma taxa de 62,8319 rad/s de ganho um e frequência única de 1 rad/s, obteve-se a DTFT da saída. O coef ciente do agrupamento do exemplo é 0,1. As análises no domínio da frequência para o exemplo 3.2.6 são apresentadas na Figura 3.3. (a) (b) Espectro de frequência da entrada (u) Espectro de frequência da saída (y) 0.09 0.7 0.08 0.6 0.07 0.06 0.5 |Y(jω)| |U(jω)| 0.1 0.8 0.4 0.05 0.04 0.3 0.03 0.2 0.02 0.1 0 0.01 0 1 2 3 4 5 Frequencia (rad/s) 6 7 0 8 0 1 2 3 (c) 0.1 0.09 0.04 0.08 0.035 0.07 0.03 0.06 |Y(jω)| |Y(jω)| 0.05 0.025 0.04 0.015 0.03 0.01 0.02 0.005 0.01 2 3 4 5 Frequencia (rad/s) 8 9 7 8 9 0.05 0.02 1 7 Espectro de frequência da saída (y) 0.045 0 6 (d) Espectro de frequência da saída (y) 0 4 5 Frequencia (rad/s) 6 7 8 9 0 0 1 2 3 4 5 Frequencia (rad/s) 6 Figura 3.3: Análise no domínio da frequência de um modelo com agrupamentos de termos cruzados submetidos a um sinal de frequência única. Em (a) a DTFT da entrada é apresentada. Em (b) a DTFT do sinal fornecido por um agrupamento de termos puro de saída com grau de não linearidade quatro. Em (c) a DTFT do sinal fornecido por um agrupamento de termos puro de saída com grau de não linearidade três. E em (d) a DTFT do sinal fornecido por um agrupamento de termos puro de saída com grau de não linearidade cinco. Pela Figura 3.3 (b) é possível notar que aplicando uma frequência na entrada, várias outras frequências surgem na saída para um grau de não linearidade par igual a quatro em um agrupamento de termos puro de saída. Desenvolvimentos e simulações com outros graus de não 3.2 Análise matemática da resposta em frequência de modelos NARX polinomiais 39 linearidades pares comprovam este comportamento. Na Figura 3.3 (c) e (d) pode-se notar que apenas frequências múltiplas ímpares da frequência fundamental são geradas além da frequência fundamental. Tanto para o grau de não linearidade do agrupamento igual a três como para o grau de não linearidade igual a cinco. Nestes casos o que diferencia o caso de grau de não linearidade três para o cinco é o ganho das frequências. O aumento do grau de não linearidade ref ete num aumento do ganho das frequências ressonantes da frequências fundamental reproduzidas pelo agrupamento. Portanto, para agrupamento de termos puros de saída de grau de não linearidade m, pode-se generalizar, a partir dos exemplos 3.2.8, 3.2.9 e 3.2.10, que: • para graus de não linearidade ` pares são geradas inf nitas frequências múltiplas da frequência fundamental e; • para graus de não linearidade ` ímpar são geradas inf nitas frequências múltiplas ímpares da frequência fundamental. 3.2.4 Considerações sobre a análise matemática no domínio da frequência de modelos NARX polinomiais Nos exemplos apresentados na seção anterior alguns modelos foram simulados para verif car a análise da resposta em frequência para cada tipo de agrupamento de termos individualmente. Para que o modelo convergisse, apenas termos lineares de entrada foram adicionados além do agrupamento em estudo. Logo, não houve interferência nas frequências produzidas para cada agrupamento. Pôde ser visto que agrupamentos de termos não lineares puros de entrada submetidos a um sinal de entrada de frequência única têm em sua saída frequências bem def nidas. Pela análise matemática é possível notar que é simples também obter os ganhos e as defasagens. No entanto, não se pode af rmar o mesmo para agrupamentos de termos cruzados. Pôde-se comprovar que a cada iteração esses agrupamentos fornecem uma nova frequência ao sinal de saída do modelo. Portanto, f ca difícil def nir quantas e quais frequências serão fornecidas por cada um destes agrupamentos. Para agrupamentos de termos puros de saída foi visto que o número de frequências geradas na saída não pode ser def nido. No entanto, pôde-se observar que esses agrupamentos com grau de não linearidade ímpar fornecem a frequência fundamental a suas frequências múltiplas ímpares ressonantes. 40 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência É importante notar também que os ganhos de cada frequência dependem dos coef cientes que acompanham cada agrupamento. Agrupamentos diferentes podem fazer surgir as mesmas frequências na saída do modelo, logo os ganhos das frequências apresentadas é resultado de uma soma ponderada pelos coef cientes de cada termo que gera a mesma frequência. Uma outra observação que deve ser feita é que os atrasos de cada termo do agrupamento não interferem em quais frequências surgem na saída devido à presença do agrupamento. Isso pode ser comprovado pelos desenvolvimentos realizados nesta seção. A Tabela 3.1 apresenta a relação de termos e o surgimento de frequências. Tabela 3.1: Resposta em frequência de agrupamentos de termos submetidos a um sinal de entrada de frequência única ωi . Agrupamento Frequências de saída Ωu ωi Ωy ωi Ωum m par kωi sendo que k = 0,2,4,6, . . . ,m Ωyp p par kωi sendo que k = 1,2,3, . . . ,∞ Ωum m ímpar kωi sendo que k = 1,3,5, . . . ,m Ωyp p ímpar kωi sendo que k = 1,3,5, . . . ,∞ Ωum yp kωi sendo que k = 1,2,3, . . . ,∞ Conforme apresentado na Tabela 3.1 pode-se notar que def nir as frequências surgidas na saída para cada agrupamento não é trivial. Apenas para os termos lineares e para os agrupamentos de termos puros de entrada é possível chegar a um número def nido de frequências geradas. Quando trata-se de ganho de cada uma dessas frequências surgidas, é necessário conhecer o coef ciente que acompanha cada uma das fontes dessas frequências, no caso, cada um dos agrupamentos. Se um mesmo modelo contiver termos lineares, agrupamentos de termos puros de entrada com grau de não linearidade ímpar, agrupamento de termos cruzados e agrupamento de termos puros de saída, todos esses irão contribuir para o ganho da frequência fundamental ωi . Quanto às frequências ressonantes, os agrupamentos de termos puros de entrada irão contribuir para as frequências ímpares múltiplas de ωi e os demais agrupamentos para todas as outras. Se contiver agrupamentos de termos puros de entrada com grau de não linearidade par, este contribuirá para os ganhos das frequências múltiplas de 2ωi. Como um modelo deve aproximar a resposta em frequência do sistema modelado, a estimação de parâmetros deve ser realizada de forma a ponderar os ganhos das frequências geradas por 3.3 Metodologia aplicada 41 cada agrupamento e esta soma f nal aproximar ao máximo da frequência real de saída gerada pelo sistema. O mesmo deve ser considerado para os avanços e/ou atrasos de fase. Como se pode notar pelos desenvolvimentos realizados ao longo da seção 3.2.1, um modelo já parametrizado, será capaz de fornecer apenas um padrão de resposta em frequência para cada frequência individualmente aplicada na entrada. Logo, se for aplicado um sinal de frequência única na entrada de um modelo, este sempre fornecerá na saída o mesmo padrão de reposta em frequência. A partir dessa informação é proposta a metodologia utilizada neste trabalho. 3.3 Metodologia aplicada A metodologia aplicada neste trabalho baseia-se nos desenvolvimentos realizados na seção 3.2 e serão considerados apenas o ganho das frequências surgidas nas saídas desconsiderando-se o avanço e/ou atraso de fase que possam ocorrer. Pode-se observar que um modelo NARX polinomial tem o mesmo padrão de resposta em frequência quando é submetido a uma única frequência. Isso signif ca que o número de frequências ressonantes que surgirão na saída do modelo será sempre o mesmo para qualquer frequência que for aplicada individualmente. Isso também vale para o ganho de cada uma dessas frequências desde que não se localizem em uma região de atenuação. Entretanto, um sistema pode f ltrar determinadas frequências. Se sua dinâmica for lenta, pode não haver resposta a sinais com componentes de frequências muito altas. Portanto, certas regiões de frequências de excitação podem não interferir na resposta do sistema. Algumas frequências podem ser atenuadas pelo próprio sistema e cabe ao modelo reproduzir esta atenuação em sua saída. Logo, um modelo NARX que represente bem um sistema, além de gerar as frequências ressonantes na saída, precisa delimitar a sua região de frequências de interesse. Essa delimitação é realizada pelo conjunto de termos lineares que formam um tipo de filtro que funciona como um bloco funcional para suprimir frequências espúrias dos sistemas nos modelos. 3.3.1 Sugestão de grau de não linearidade ` a partir da análise no domínio da frequência Um sistema que reproduza na saída, apenas a mesma frequência aplicada na entrada pode ser representado por um modelo de grau de não linearidade ` igual a um, ou seja, linear. Para sistemas que reproduzam na saída frequências ressonantes da frequência fundamental, pode-se fazer uma análise partindo da discussão realizada na seção 3.2.1 para agrupamentos de termos 42 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência puros de entrada. Se um sistema apresenta a frequência fundamental mais uma frequência ressonante pode-se sugerir, por exemplo, que o grau de não linearidade seja dois e que se tenha termos de entrada lineares que serão responsáveis pela reprodução da frequência fundamental. Caso o sistema apresente duas frequências ressonantes pode-se sugerir um grau de não linearidade três e pelo menos um termo com grau de não linearidade dois. O termo com grau de não linearidade três faz surgir na saída a frequência fundamental e sua primeira frequência múltipla ímpar. O termo com grau de não linearidade par faz surgir a frequência par múltipla da frequência fundamental. Ainda no caso de haver duas frequências ressonantes, poderiam ser sugeridos agrupamentos de termos puros de entrada de grau de não linearidade dois e agrupamentos de termos cruzados de entrada e saída visto que estes são capazes de gerar todas as frequências ressonantes. Adicionar agrupamentos de termos cruzados ao modelo pode também colaborar na representação de frequências ressonantes, podendo-se assim, reduzir a complexidade do modelo no que diz respeito ao grau de não linearidade. No entanto, pode-se fazer surgir frequências espúrias ao sistema representado. O grau de não linearidade do modelo pode partir da análise no domínio da frequência dos agrupamentos de termos de entrada. Isso garantirá que todas as frequências dentro da região de potência espectral sejam representadas. Como foi visto na seção 3.2.1, os agrupamentos de termos puros de entrada geram frequências que podem ser def nidas. Tomando as informações da Tabela 3.1 e comparando com a análise no domínio da frequência do sistema, é possível determinar o grau de não linearidade do agrupamento de termos puros de entradas que represente todas as frequências apresentadas. Então toma-se este grau de não linearidade como máximo garantindo-se a representação de todas as frequências da saída e limita-se o grau de não linearidade dos demais agrupamentos de termos a este máximo. De acordo com a Tabela 3.1 pode-se notar que a simples presença de agrupamentos de termos cruzados contribui para o aparecimento de diversas frequências na saída quando o modelo é submetido a um sinal de entrada de frequência única. Logo, pode-se pressupor que um grau de não linearidade dois ou três em um modelo que contenha agrupamento de termos cruzados já é possível representar todas as frequências ressonantes. Embora isso possa acarretar o surgimento de frequências espúrias ao sistema modelado. Diante disso, uma boa representação já pode ser obtida a partir de um grau de não linearidade dois ou três mesmo apresentando mais que duas frequências ressonantes. Porém, considerar o grau de não linearidade do sistema a partir dos agrupamentos de termos puros de entrada é mais conveniente, pois, pode-se determinar exatamente quantas e quais fre- 3.3 Metodologia aplicada 43 quências são inseridas na saída do modelo quando é inserido um agrupamento deste tipo. De uma forma generalizada, pode-se adotar que a quantidade de frequências fundamental e ressonantes de um sistema surgidas em sua região de potência espectral pode determinar o grau de não linearidade de um modelo NARX polinomial que representará bem o sistema. Uma vez que ωs = 2ωM , logo, ωM = 1/2ωs , ou seja, 50%. No entanto, as taxas de amostragem adotas foram levemente aumentadas neste trabalho. Portanto, considerou-se neste trabalho as frequências ressonantes até o valor de 30% da frequência de amostragem. Logo, ` = nf r + 1 sendo nf r o número de frequências ressonantes até 30% da frequência de amostragem do sinal. 3.3.2 Seleção de estrutura a partir da resposta em frequência da saída do sistema Um modelo que represente bem o sistema precisa reproduzir adequadamente a sua resposta em frequência. No entanto, avaliar um sistema submetido a um sinal com diversas frequências na entrada é inviável matematicamente. Além disso, pode-se notar através dos desenvolvimentos e discussões realizados nas seções 3.2.1 a 3.2.3 que um modelo polinomial NARX apresentará sempre os mesmos padrões de ganhos e provavelmente de avanço/atraso de fase para qualquer que seja a frequência aplicada individualmente em sua entrada. Considerando que um sinal de múltiplas frequências seja a soma de vários sinais de frequência única, logo a saída de um modelo submetido a um sinal de múltiplas frequências será a soma no domínio da frequência das saídas obtidas correspondentes a cada sinal de frequência única. Portando, optou-se por realizar o procedimento proposto neste trabalho aplicando-se um sinal de entrada de frequência única, observar a análise no domínio da frequência do sistema e comparála ao domínio da frequência do modelo ao acrescentar cada termo. Logo, um dos pré-requisitos para o uso do método proposto é que o sistema a ser modelado permita aplicar um sinal de frequência única em sua entrada com uma frequência próxima a menor frequência de potência espectral do sistema e que excursione toda a faixa de entrada em amplitude. Resumidamente, a metodologia proposta é a de realizar uma comparação entre as frequências geradas pelo sistema em sua saída e escolher os agrupamentos de termos que devem estar presentes no modelo a partir da resposta a um sinal de frequência única. O método oferece termos ao modelo e verif ca se houve uma aproximação do domínio da frequência do modelo em relação ao do sistema. Neste trabalho, quando se refere ao modelo aproximar o domínio da frequência do sistema, limita-se a análise do ganho de cada frequência. A metodologia adotada para o desenvolvimento desse procedimento é sintetizada por etapas, apresentadas a seguir e logo em seguida serão discutidas cada uma das etapas: 44 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência 1. Realize as coletas de dados do sistema para identif cação; (a) Separe dados para identif cação e para validação; 2. Obtenha a razão entre análise no domínio da frequência para delimitar a região de potência espectral do sistema; 3. Submeta o sistema a um sinal de frequência única entre 10 a 15 vezes menor que a maior frequência de potência espectral; 4. Obtenha a análise no domínio da frequência do sistema; 5. PARA - Determine o grau de não linearidade (`) conforme o número de frequências ressonantes produzidas na análise no domínio da frequência do passo anterior até o limite de 30% da frequência de amostragem; (a) Determine os máximos atrasos de entrada (nu ) e de saída (ny ) utilizando algum método presente na literatura; (b) Hierarquize os agrupamentos de termos utilizando o ERR; (c) Sugira o acréscimo ou retirada dos agrupamentos de termos conforme discutido na seção 3.2.4; (d) Inicialize este laço com os termos lineares; (e) ENQUANTO - ErroW (i+1)−ErroW (i) ErroW (i) × 100 < 1% E ErroW (i + 1) < ErroW (i) i. Adicione o próximo agrupamento de termos mais importante segundo o ERR; ii. Realize a estimação de parâmetros; iii. Simule o modelo submetido ao mesmo sinal de frequência única escolhido no passo 3; iv. Obtenha a análise no domínio da frequência do modelo submetido ao mesmo sinal de frequência única escolhido no passo 3; v. Separe as frequências fundamental e ressonantes até o limite de 30% da frequência de amostragem; vi. Calcule ErroW usando a equação (3.22) para as frequências escolhidas no passo anterior; 2 Grfi −Gmfi n+1 X Grfi ErroW = × Grfi Pn+1 Grf j j=1 i=1 (3.22) 3.3 Metodologia aplicada 45 sendo Grf o ganho de cada frequência do sistema a ser modelado, Gmf o ganho de cada frequência do modelo da saída submetidos ao sinal de entrada def nido no passo 3 e n o número de frequências consideradas. FIM ENQUANTO (f) Simule o modelo de estrutura def nida no passo anterior; 6. Caso o desempenho do modelo não atenda; (a) Adicione 1 ao grau de não linearidade; (b) Volte ao passo 5a; 7. Valide o modelo obtido (Seção 2.2.1.7). Apresentado o algoritmo que sintetiza o procedimento proposto neste trabalho, são necessários alguns comentários. Ao realizar a coleta de dados, é necessário seguir o procedimento descrito neste trabalho na seção 2.2.1.1. É importante observar que o sinal aplicado na entrada tem que conter o máximo de frequências possível e se aproximar de uma entrada branca. Isso permitirá que se delimite com maior exatidão as frequências de interesse do sistema. Para obter as razões entre os ganhos das frequências vistas na análise no domínio da frequência optou-se por utilizar a medida expressa na equação: GdB = 20log10 |fy (jω)| |fu (jω)| (3.23) sendo fy (jω) o vetor de frequências da saída gerada pelo modelo e fu (jω) é o vetor de frequências da entrada aplicada ao modelo obtidos através da DTFT. Seguindo para o próximo passo, para determinar os máximos atrasos dos sinais de entrada e saída do modelo, é necessário seguir algum procedimento presente na literatura. Um bom exemplo é o método dos falsos vizinhos (FNN) onde os máximos atrasos são estimados diretamente a partir dos dados (RHODES; MORARI, 1995a,b) ou as funções de correlação cruzada (FCC) de ordem elevada presentes em (BILLINGS; ZHU, 1994; AGUIRRE, 1997) e utilizados neste trabalho. A sugestão de termos do passo 5c pode ser feita seguindo as análises feitas na seção 3.2.4. A partir do número de frequências ressonantes é possível determinar o grau de não linearidade de partida para a representação segundo a discussão da seção 3.3.1. 46 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência As frequências que devem ser consideradas na saída tanto para a sugestão do grau de não linearidade quanto para comparação realizada no método são aquelas que estão na região de potência espectral do sistema. Porém, é necessário avaliar quais frequências realmente fazem parte da dinâmica do sistema e quais frequências surgem em função da amostragem e do janelamento do sinal. Frequências que surgem após este limite provavelmente são espúrias à dinâmica do sistema. Além disso deve-se optar por uma frequência o mais próximo da menor frequência de potência espectral possível. Isso permitirá a análise de todas as frequências ressonantes à frequência aplicada pelo sinal de entrada. Pelos desenvolvimentos realizados nas seções 3.2.1 a 3.2.3 e resumidos na Tabela 3.1 podem ser sugeridas com maior exatidão apenas os agrupamentos de termos puros de entrada. Pode-se também, ao invés de adotar o procedimento proposto como ferramenta principal na seleção de estrutura, utilizá-lo como ferramenta auxiliar a outros métodos onde estruturas com menores números de termos já foram escolhidas cabendo ao método realizar o corte de termos menos relevantes. Uma boa prática nesse caso, seria utilizar o método como auxílio aos critérios ERR e Akaike. Utilizando esses critérios antes da aplicação da ferramenta proposta o método avalia se há relevância de todos os termos incluídos nas estruturas pelos métodos clássicos. Portanto, seria uma opção ao método acrescentar o seguinte passo antes do passo 5c: • Utilize o critério de corte de Akaike. Portanto, o método iria buscar por estruturas mais compactas do que aquelas oferecidas pela aplicação do critério ERR em conjunto com o critério de corte de Akaike. A estimação de parâmetros do passo 5(e)ii pode ser feita utilizando o MQ ou MQE discutidos na seção 2.2.1.6. É importante apontar agrupamentos de termos importantes na explicação da dinâmica do sistema modelado porque diminuirá a variedade de estruturas avaliadas no passo 5e diminuindo o tempo de processamento computacional. O modelo agora com os parâmetros estimados precisa reproduzir o mesmo domínio da frequência que o sistema submetido ao mesmo sinal de entrada. Para isso, a análise no domínio da frequência é obtido utilizando a DTFT. Neste caso comparar-se-á apenas o ganho de cada uma das frequências de interesse. Foi preciso então calcular o erro entre os ganhos das frequências do modelo e do sistema. Para isso foi criado um índice de erro entre os ganhos das frequências do modelo e do sistema chamado ErroW . A equação (3.22) apresenta o cálculo deste índice. 3.4 Comentários Finais 47 O cálculo de ErroW trata-se de uma soma ponderada do erro de todas as frequências em relação às frequências geradas pelo sistema elevadas ao quadrado. O cálculo realizado nessa forma reforça a importância de representar prioritariamente as frequências de maior ganho e secundariamente as frequências de menor ganho. Isso porque as frequências de maiores ganhos tem maior participação na composição do sinal e consequentemente terão maior participação na análise no domínio da frequência do sistema, enquanto às de menor ganho possuem menor expressividade. Logo, como a resposta em frequência diz respeito a dinâmica do sistema a ser modelado, isso garante que o modelo obtido não seja apenas um ajuste aos dados de identif cação, mas, que esteja incorporando a dinâmica presente no conjunto de dados. 3.4 Comentários Finais Neste capítulo foi apresentada e discutida a metodologia desenvolvida e utilizada neste trabalho. Foi discutido que o método apresentado pode tanto servir de método único de seleção de estrutura como servir de uma ferramenta de auxílio a métodos clássicos presentes na literatura entre os quais pode-se citar o critério de ordenação ERR e o critério de informação de Akaike. A grande vantagem de utilizar os métodos em conjunto seria diminuir o tempo de processamento e de convergência do algoritmo devido a grande redução do conjunto de agrupamentos possíveis. Nos dois próximos capítulos será apresentada a aplicação do método proposto em sistemas simulados e em sistemas reais. Serão avaliados o desempenho e a robustez do método submetido à diferentes aplicações. 48 3 Seleção de estrutura através da análise de resposta em frequência Capítulo 4 Estudo de casos simulados 4.1 Introdução Neste capítulo a metodologia proposta neste trabalho é aplicada em dois sistemas simulados. O primeiro é um sistema visto em (HABER; UNBEHAUEN, 1990). Este sistema foi escolhido principalmente por ser frequentemente utilizado na literatura para realização de identif cação. Isso permite que sejam comparados desempenhos de modelos obtidos anteriormente com representações apontadas pelo método. Uma outra vantagem é poder obter sistemas com não linearidades pré-estabelecidas variando um parâmetro do modelo. O segundo sistema trata-se da simulação de uma planta de neutralização de pH. Seu uso neste trabalho deve-se principalmente à sua característica não linear severa. Isso garante que o método utilizado possa ser submetidos à casos extremos onde a identif cação nem sempre funciona utilizando ferramentas existentes na literatura. Casos recentes na literatura como em (CORRÊA, 2001; CAMPOS, 2007) apresentam estruturas de grande complexidade para uma representação satisfatória desse sistema. A metodologia aplicada fará uma busca por uma estrutura mais compacta e que mesmo assim represente bem a dinâmica da planta de pH simulada. 4.2 Sistema simulado 1 - CTV O sistema simulado 1 é um sistema de primeira ordem apresentado em (HABER; UNBEHAUEN, 1990): 50 4 Estudo de casos simulados [1 + αu(t)] dy + y(t) − u(t) = 0 dt (4.1) ou seja, trata-se de um sistema cujo ganho é constante e a constante de tempo varia com o ponto de operação na seguinte forma τ (u) = 1 + αu(t). A equação (4.1) foi simulada com α = 5, gerando conjuntos de dados distintos para identif cação e para validação assim como feito em (CORRÊA; AGUIRRE, 2004). Não foi adicionado ruído para este caso. Para a identif cação realizada no procedimento, foi usado um sinal com a entrada de amplitude aleatória, excursionando o sistema em toda a sua faixa de operação com duração de cada patamar também aleatório. O tempo de amostragem usado foi de Ts = 0,1 s e a massa de dados total possui 15000 observações. Esse sistema foi simulado utilizando o Simulinkr em formato de diagrama de blocos utilizando a equação (4.1). A simulação é baseada no algoritmo de Dormand-Prince chamado no programa de ode45.m. A Figura 4.1 apresenta o diagrama de blocos da representação. Figura 4.1: Sistema simulado 1 em representação por blocos. Os dados gerados pela simulação podem ser visualizados nas Figuras 4.2 e 4.3, respectivamente. Procurou-se excitar o sistema em toda a faixa de frequência onde o sistema tem potência espectral com o objetivo de excitar toda sua dinâmica. 4.2 Sistema simulado 1 - CTV 51 Dados de identificação: entrada vs. tempo p.u. 4 3 2 1 0 0 100 0 100 200 300 400 500 600 tempo(s) Dados de identificação: saída vs. tempo 200 300 700 3 p.u. 2.5 2 1.5 1 0.5 400 tempo(s) 500 600 700 Figura 4.2: Dados gerados pela simulação do sistema 1 para identif cação. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. Dados de validação: entrada vs. tempo p.u. 4 3 2 1 800 900 800 900 1000 1100 1200 1300 tempo(s) Dados de identificação: saída vs. tempo 1400 3 p.u. 2.5 2 1.5 1 0.5 1000 1100 1200 tempo(s) 1300 1400 Figura 4.3: Dados gerados pela simulação do sistema 1 para validação. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. É interessante notar que os vetores de dados de identif cação e de validação possuem tamanhos iguais. Neste primeiro caso o sistema foi simulado, portanto, poderiam ser gerados quantos 52 4 Estudo de casos simulados dados fossem necessários, não havendo a obrigatoriedade de critérios de divisão entre dados identif cação e de validação. No entanto todos os critérios apreciados na seção 2.2.1.1 foram observados. A frequência de amostragem utilizada na coleta foi de 62,83 rad/s. Na Figura 4.4 a resposta em frequência do sistema, obtido de forma experimental, sendo o módulo da razão entre a DTFT dos sinais de saída e entrada é apresentado. Espectro de frequência do sistema simulado 1: CTV 10 0 Ganho (dB) −10 −20 −30 −40 −50 −60 −2 10 −1 10 0 10 1 10 Frequencia (rad/s) Figura 4.4: Ganho das frequências do sistema simulado 1 em dB. A linha reforça o comportamento do ganho no domínio da frequências dos dados. Pela Figura 4.4 pode-se observar que o comportamento do sistema simulado 1 é semelhante a de um f ltro passa baixas e que, a frequência de corte desse f ltro considerando um ganho de corte de -3dB, localiza-se entre 0,1 e 0,2 rad/s. Os pontos após esta faixa de frequência que possuem ganhos que diferem do comportamento do sistema são causados pelo janelamento dos dados. Foi utilizado a janela de Hammimg para diminuição desse efeito. A linha escura enfatiza a relação entre os ganhos de entrada e saída do sistema simulado 1. Diante das informações apresentadas nesta seção, pode-se partir para a obtenção da estrutura seguindo a metodologia proposta. 4.2 Sistema simulado 1 - CTV 53 4.2.1 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o sistema simulado 1 utilizando o método clássico e a sugestão de grau de não linearidade proposta Como já comentado, a frequência de corte do sistema simulado 1 encontra-se entre 0,1 e 0,2 rad/s. Logo foi escolhida a frequência 0,02 rad/s para excitar o sistema e verif car quantas e quais são as frequências ressonantes. A Figura 4.5 (a) apresenta parte do sinal gerado com frequência única de 0,02 rad/s com média 2,5 p.u. e amplitude máxima de 4,8 aplicado ao sistema simulado 1. A Figura 4.5 (b) apresenta parte da resposta do sistema ao sinal aplicado. (a) Parte dos dados de entrada para o sistema 1: CTV vs. tempo na frequência de 0,02 rad/s p.u. 4 3 2 1 0 100 200 300 400 500 600 tempo(s) (b) Parte dos dados do sistema 1: CTV saída vs. tempo submetido a uma frequência de 0,02 rad/s 0 100 200 p.u. 4 3 2 1 300 400 tempo(s) 500 600 Figura 4.5: Parte dos dados para o sistema 1 excitado a uma frequência de 0,02 rad/s. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. A detecção visual de não linearidades a partir da análise dos sinais de entrada e saída é difícil devido à semelhança deste conjunto de dados verif cado nas Figuras 4.5 (a) e (b) para entrada e saída, respectivamente. Porém, o sinal parece ter sofrido uma pequena alteração na saída. Como pode ser observado, houve uma mudança nos tempos de pico superior do sinal próximo a 100 e a 400 segundos da saída em relação à entrada. Para uma análise mais criteriosa são realizadas as DTFT’s tanto para o sinal de entrada quanto para o sinal de saída. As Figuras 4.6 (a) e (b) apresentam a análise no domínio da frequência do sistema simulado 1 submetido a uma entrada de 0,02 rad/s. A análise no domínio da frequência foi obtida através 54 4 Estudo de casos simulados da aplicação da DTFT tanto nos dados de entrada quanto nos dados de saída. (a) (b) Espectro de frequência da entrada do sistema 1 submetido a uma frequência de 0,02 rad/s Espectro de frequência da saída do sistema 1 submetido a uma frequência de 0,02 rad/s 2 2 1.5 |Y(jω)| |U(jω)| 1.5 1 1 0.5 0.5 0 0 0.05 0.1 0.15 Frequencia (rad/s) 0.2 0.25 0 0 0.05 0.1 0.15 Frequencia (rad/s) 0.2 0.25 Figura 4.6: DTFT dos dados do sistema simulado 1 excitado a uma frequência de 0,02 rad/s. A DTFT do sinal de entrada está representados em (a). A DTFT dos dados de saída estão representados em (b). O eixo horizontal foi cortado na frequência 0,25 rad/s para uma melhor visualização. Nas Figuras 4.6 pode-se verif car a existência de apenas uma frequência no sinal de entrada e o surgimento de uma frequência ressonante no sinal de saída. A Tabela 4.1 apresenta as frequências surgidas na saída e os seus ganhos em módulo. Tabela 4.1: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do sistema simulado 1. Frequência (rad/s) 0,02 0,04 Ganho (módulo) 2,3911 0,1845 Analisando a Figura 4.6 (b) e confrontando com os dados da Tabela 4.1 observa-se o surgimento de uma outra frequência aparente além da frequência de excitação. A primeira é a frequência fundamental, resposta direta à entrada e principal componente da saída. Sugere-se então que esta é a frequência que deve ser melhor representada pelo modelo. A única frequência ressonante do modelo é a de valor 0,04 rad/s. Esta frequência tem papel fundamental na dinâmica do sistema 1 porque surge dentro de sua faixa de operação e dentro do limite de 30% da frequência de amostragem. Diante disso e da discussão feita na seção 3.3.1 sugere-se que o uso de um modelo polinomial de grau de não-linearidade dois seria suf ciente para representação do sistema simulado 1. Graus de 4.2 Sistema simulado 1 - CTV 55 não linearidade maiores que este poderiam inserir frequências espúrias do sistema no modelo. Os agrupamentos de termos que podem ser sugeridos para a estrutura do modelo, analisando pela resposta em frequência, são: os termos lineares, capazes de reproduzir a frequência fundamental dos dados da saída e em conjunto representar o comportamento de f ltro passa-baixas do sistema; o agrupamento de termos cruzados de grau de não linearidade par. Estes últimos agrupamentos colaboram para a representação da frequência ressonante múltipla par da frequência fundamental; e um agrupamento de termo puro de entrada de grau de não linearidade 2. Este colabora para a reprodução da segunda frequência ressonante exibida pelo sistema. Os máximos atrasos na entrada e saída foram determinados utilizando o FCC. O modelo obtido pelo método clássico da literatura é apresentado na equação (4.2). y(k) = 1,6680y(k − 1) − 0,6795y(k − 2) + 0,0119u(k − 1) − 0,0008u(k − 1)2 +0,3294u(k − 1)y(k − 2) − 0,3287u(k − 1)y(k − 1) − 0,0005u(k − 2) +6,42 × 10−5 u(k − 2)2 − 2,08 × 10−5 u(k − 2)u(k − 1) − 1,3343y(k − 1)2 −1,3154y(k − 2)2 + 2,6499y(k − 2)y(k − 1) − 0,0005 (4.2) O modelo da equação (4.2) apresentou 13 termos em sua estrutura ordenados do mais relevante para o menos relevante na explicação da dinâmica do sistema. O RMSE foi de 0,1290. A predição livre e a análise no domínio da frequência do modelo são apresentadas nas Figuras 4.7 (a) e (b) respectivamente. 56 4 Estudo de casos simulados (a) (b) Dados de validação: saída Espectro de frequência da saída (y) 3.5 2 1.8 3 1.6 2.5 1.4 1.2 p.u. |Y(jω)| 2 1 1.5 0.8 0.6 1 0.4 0.5 0 700 Dados Modelo (4.2) 800 900 0.2 1000 1100 1200 tempo(s) 1300 1400 1500 0 0 0.02 0.04 0.06 Frequencia (rad/s) 0.08 0.1 Figura 4.7: Predição livre e análise no domínio da frequência do modelo obtido pelo método clássico para o sistema simulado 1. A predição livre está ilustrada em (a). A análise no domínio da frequência em (b). Na Figura 4.7 pode-se observar que a análise no domínio da frequência obtida pelo modelo apresentam as frequências fundamental e outras duas ressonantes. Os valores das frequências ressonantes para este caso são apresentados na Tabela 4.2. Tabela 4.2: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo método clássico para o sistema simulado 1. Frequência (rad/s) 0,02 0,04 0,06 Ganho (módulo) 2,076 0,2248 0,0045 Pela Tabela 4.2 é possível observar que as frequências apresentadas pela predição livre do sistema submetido ao sinal de frequência única de 0,02 rad/s são as mesmas apresentadas pelo modelo exceto a segunda frequência ressonante. A frequência 0,06 rad/s apresentada pelo modelo não corresponde ao conjunto de frequências ressonantes apresentadas pelo sistema. Portanto, o surgimento desta frequência pode representar uma dinâmica espúria afetando o desempenho do modelo. O ErroW calculado foi de 0,1233. Diante disso, procurou-se aplicar o método proposto para verif car a possibilidade de melhorar o desempenho do modelo e ainda avaliar a necessidade de cada termo e agrupamento de termos apresentado na estrutura fornecida pelo método clássico. 4.2 Sistema simulado 1 - CTV 57 4.2.2 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o sistema simulado 1 utilizando a resposta em frequência Nesta seção será implementada a metodologia proposta no capítulo 3 com o objetivo de melhorar a representação apresentada pelo método clássico. Analisando os termos apresentados pelo modelo da equação (4.2) em relação à resposta em frequência, é possível detectar agrupamentos que contribuem de forma semelhante para a resposta em frequência do modelo. Um exemplo disso, seria a contribuição para o surgimento da primeira ressonante apresentada pelo sistema. De acordo com a Tabela 3.1 os agrupamentos de termos puros de entrada com grau de não linearidade par, os agrupamentos de termos puros de saída de grau de não linearidade par e os agrupamentos de termos cruzados contribuem para o surgimento desta segunda frequência ressonante no modelo. Portanto, alguns desses termos poderiam ser descartados do modelo fornecido pelo método clássico por representarem a mesma contribuição na resposta em frequência do sistema. Considerando a ordem de importância apresentada pelo critério ERR os termos e agrupamentos que devem ser considerados são: y(k − 1), y(k − 2), u(k − 1) para representação da dinâmica principal do modelo como um f ltro passa-baixas e representação da frequência fundamental. E também, o termo u(k − 1)2 , responsável pela representação da frequência ressonante apresentada pelo sistema. Com esta estrutura, estima-se novamente os parâmetros e obtém-se o seguinte modelo: y(k) = 1,8075y(k − 1) − 0,8099y(k − 2) + 0,0027u(k − 1) − 0,0003u(k − 1)2 (4.3) A Figura 4.8 apresenta em (a) a predição livre do modelo obtido e em (b) a análise no domínio da frequência. O RMSE foi de 0,9904. 58 4 Estudo de casos simulados (a) (b) Dados de validação: saída Espectro de frequência da saída (y) 3.5 1 3 2.5 0.8 p.u. |Y(jω)| 2 0.6 1.5 0.4 1 0.2 0.5 0 700 Dados Modelo (4.3) 800 900 1000 1100 1200 tempo(s) 1300 1400 1500 0 0 0.02 0.04 0.06 Frequencia (rad/s) 0.08 0.1 Figura 4.8: Predição livre e análise no domínio da frequência do primeiro modelo obtido para o sistema simulado 1. A predição livre está representados em (a). A análise no domínio da frequência em (b). A Tabela 4.3 apresenta os valores dos ganhos das frequências fornecidas pelo modelo apresentado pelo método no passo 1. Tabela 4.3: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo primeiro passo do método proposto para o sistema simulado 1. Frequência (rad/s) 0,02 0,04 Ganho (módulo) 1,1552 0,3322 Pode-se observar através da Figura 4.8 e pelo índice RMSE que o desempenho do modelo foi inferior ao do modelo obtido pelo método clássico. Na Tabela 4.3 nota-se que os ganhos de cada frequência fornecida pelo modelo têm valores bem diferentes daqueles obtidos pelo sistema apresentados na Tabela 4.1. O ErroW calculado foi de 0,4833 bem maior que o ErroW apresentado pelo modelo apresentado na equação (4.2). Diante do pior desempenho do modelo da equação (4.3) comparado ao modelo obtido pelo método clássico, sugere-se acrescentar mais um termo que possa colaborar nos ganhos das frequências fundamental e ressonante exibidas na saída do modelo. Seguindo a ordenação realizada pelo critério ERR, adiciona-se o termo u(k − 1)y(k − 2) porque este termo também possui contribuição para a frequência ressonante apresentada pelo sistema. Depois estima-se novamente os parâmetros e realiza-se uma nova predição livre. O modelo obtido é apresentado 4.2 Sistema simulado 1 - CTV 59 na equação (4.4). y(k) = 1,6923y(k − 1) − 0,6995y(k − 2) + 0,0064u(k − 1) − 0,0012u(k − 1)2 (4.4) +0,0014u(k − 1)y(k − 2) A Figura 4.9 apresenta em (a) a predição livre do modelo obtido e em (b) a análise no domínio da frequência . O RMSE foi de 0,3690. (a) (b) Dados de validação: saída Espectro de frequência da saída (y) 3.5 2 3 2.5 1.5 p.u. |Y(jω)| 2 1.5 1 1 0.5 0.5 0 700 Dados Modelo (4.4) 800 900 1000 1100 1200 tempo(s) 1300 1400 1500 0 0 0.02 0.04 0.06 Frequencia (rad/s) 0.08 0.1 Figura 4.9: Predição livre e e análise no domínio da frequência do segundo modelo obtido para o sistema simulado 1. A predição livre está representados em (a). A análise no domínio da frequência em (b). A Tabela 4.4 apresenta os valores dos ganhos das frequências fornecidas pelo modelo apresentado pelo método no passo 2. Tabela 4.4: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo segundo passo do método proposto para o sistema simulado 1. Frequência (rad/s) 0,02 0,04 0,06 0,08 Ganho (módulo) 2,205 0,2856 0,119 0,04821 60 4 Estudo de casos simulados Pode-se notar pelas informações da Figura 4.1 (b) e da Tabela 4.4 que pelo efeito da adição de um termo cruzado ao modelo surgem outras frequências na saída fornecida pelo modelo. Embora isso tenha ocorrido, o modelo teve seu desempenho signif cativamente melhorado se comparado ao modelo (4.2). Isso pode ter sido causado pela aproximação dos ganhos das frequências de interesse (0,02 e 0,04 rad/s) do modelo aos ganhos das frequências reais do sitema. O ErroW obtido foi de 0,4833. No próximo passo, utilizando o critério de ordenação ERR, o agrupamento que será acrescentado é u(k − 1)y(k − 1). Com este agrupamento o modelo obtido e estimado é apresentado na equação (4.5). y(k) = 1,7851y(k − 1) − 0,7951y(k − 2) + 0,0099u(k − 1) − 0,0004u(k − 1)2 (4.5) +0,3795u(k − 1)y(k − 2) − 0,3791u(k − 1)y(k − 1) A Figura 4.10 apresenta em (a) a pedição livre do modelo obtido e em (b) a análise no domínio da frequência . O RMSE foi de 0,1293. (a) (b) Dados de validação: saída Espectro de frequência da saída (y) 3.5 2 1.8 3 1.6 2.5 1.4 1.2 p.u. |Y(jω)| 2 1.5 1 0.8 0.6 1 0.4 0.5 0 700 Dados Modelo (4.5) 800 900 1000 0.2 1100 1200 tempo(s) 1300 1400 1500 0 0 0.02 0.04 0.06 Frequencia (rad/s) 0.08 0.1 Figura 4.10: Predição livre e análise no domínio da frequência do terceiro modelo obtido para o sistema simulado 1. A predição livre está representados em (a). A análise no domínio da frequência em (b). A Tabela 4.5 apresenta os valores dos ganhos das frequências fornecidas pelo modelo apresentado pelo método no passo 3. 4.2 Sistema simulado 1 - CTV 61 Tabela 4.5: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo terceiro passo do método proposto para o sistema simulado 1. Frequência (rad/s) 0,02 0,04 0,06 0,08 Ganho (módulo) 2,019 0,2123 0,038 0,009 Comparando os valores dos ganhos das frequências 0,02 e 0,04 rad/s das Tabelas 4.1 e 4.5 é possível notar que estes continuam próximos. Isso signif ca que as frequências que devem ser representadas pelo modelo tem o seu ganho próximos aos ganhos reais do sistema. No entanto, em relação às frequências espúrias ao sistema 1, 0,06 e 0,08 rad/s, a adição do termo u(k − 1)y(k − 1) causou uma forte atenuação em seus ganhos fazendo com que a resposta em frequência do modelo fosse melhor aproximada da resposta em frequência do sistema. O ErroW calculado foi de 0,1449 ainda maior que o modelo (4.5). No próximo passo, utilizando o critério de ordenação ERR, o termo que será acrescentado é u(k − 2). Este é um termo linear e contribui apenas para o ganho da frequência fundamental. Tanto pode ser descartado como pode ser utilizado para um novo cálculo de ErroW . Isso porque a sua contribuição pode ser irrelevante já que o ganho da frequência fundamental encontra-se muito próximo ao ganho da frequência do sistema. Também pode ter efeito danoso na representação da dinâmica principal do sistema. Com o propósito de análise, será apresentada a predição livre também para o modelo com este termo. Com este termo o modelo obtido e estimado é apresentado na equação (4.6). y(k) = 1,7846y(k − 1) − 0,7946y(k − 2) + 0,0101u(k − 1) − 0,0004u(k − 1)2 +0,3793u(k − 1)y(k − 2) − 0,3789u(k − 1)y(k − 1) − 0,0003u(k − 2) (4.6) A Figura 4.11 apresenta em (a) a predição livre do modelo obtido e em (b) a análise no domínio da frequência. O RMSE foi de 0,1301. 62 4 Estudo de casos simulados (a) (b) Dados de validação: saída Espectro de frequência da saída (y) 3.5 2 1.8 3 1.6 2.5 1.4 1.2 p.u. |Y(jω)| 2 1.5 1 0.8 0.6 1 0.4 0.5 0 700 Dados Modelo (4.6) 800 900 1000 0.2 1100 1200 tempo(s) 1300 1400 1500 0 0 0.02 0.04 0.06 Frequencia (rad/s) 0.08 0.1 Figura 4.11: Predição livre e análise no domínio da frequência da saída do quarto modelo obtido para o sistema simulado 1. A predição livre está representados em (a). A análise no domínio da frequência em (b). A Tabela 4.6 apresenta os valores dos ganhos das frequências fornecidas pelo modelo apresentado pelo método no passo 4. Tabela 4.6: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo quarto passo do método proposto para o sistema simulado 1. Frequência (rad/s) 0,02 0,04 0,06 0,08 Ganho (módulo) 2,02 0,2125 0,038 0,009 Confrontando os dados das Tabelas 4.5 e 4.6 pode-se notar que a adição do termo u(k − 2) não teve inf uência signif cativa na resposta em frequência do modelo. Por isso, poderia ser dispensado da análise no método proposto. o ErroW obtido para este caso foi de 0,1445. Descartando o termo u(k − 2) e adicionando o termo u(k − 2)2 é realizado o próximo passo. O modelo obtido agora é apresentado na equação (4.7). 4.2 Sistema simulado 1 - CTV 63 y(k) = 1,7849y(k − 1) − 0,7949y(k − 2) + 0,0098u(k − 1) − 0,0004u(k − 1)2 +0,3794u(k − 1)y(k − 2) − 0,3790u(k − 1)y(k − 1) (4.7) −4,24 × 10−5 u(k − 2)2 A Figura 4.12 apresenta em (a) a predição livre do modelo obtido e em (b) a sua análise no domínio da frequência. O RMSE foi de 0,1301. (a) (b) Dados de validação: saída Espectro de frequência da saída (y) 3.5 2 1.8 3 1.6 2.5 1.4 1.2 p.u. |Y(jω)| 2 1.5 1 0.8 0.6 1 0.4 0.5 0 700 Dados Modelo (4.7) 800 900 1000 0.2 1100 1200 tempo(s) 1300 1400 1500 0 0 0.02 0.04 0.06 Frequencia (rad/s) 0.08 0.1 Figura 4.12: Predição livre e análise no domínio da frequência do quinto modelo obtido para o sistema simulado 1. A predição livre está representados em (a). A DTFT em (b). A Tabela 4.7 apresenta os valores dos ganhos das frequências fornecidas pelo modelo apresentado pelo método no passo 5. Tabela 4.7: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída modelo obtido pelo quinto passo do método proposto para o sistema simulado 1. Frequência (rad/s) 0,02 0,04 0,06 0,08 Ganho (módulo) 2,019 0,2124 0,038 0,009 Novamente para este quinto modelo a alteração da resposta em frequência ocasionada pela adição do termo u(k − 2)2 foi pequena. O ErroW calculado para a DTFT deste quinto modelo 64 4 Estudo de casos simulados foi de 0,1448. Pode-se notar que a adição dos dois últimos termos não alterou signif cativamente a resposta em frequência da saída do modelo. O cálculo de ErroW praticamente não se alterou. A Figura 4.13 apresenta a evolução de ErroW ao longo dos passos. Evolução de ErroW 0.5 0.45 0.4 ErroW 0.35 0.3 0.25 0.2 0.15 0.1 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 Passo (Número de agrupamentos de termos adicionados) 5 Figura 4.13: Evolução do cálculo de ErroW para cada passo para o sistema simulado 1. Nota-se que nos passos quatro e cinco não há diminuição signif cativa do ErroW calculado. Isso sugere que tanto o termo u(k − 2) e u(k − 2)2 são irrelevantes na explicação da dinâmica do sistema no domínio da frequência. Portanto pode-se haver o corte da estrutura no passo três. O modelo sugerido pelo método será o modelo apresentado na equação (4.5). É importante salientar que essa avaliação não é feita para os primeiros termos lineares. Isso porque esses termos não colaboram sozinhos na reprodução da frequência ressonante da saída e não alcançam desempenho satisfatório na representação de sistemas que apresentam não linearidades. Agrupamento de termos que geram as mesmas frequências podem ser sugeridos ao modelo. A contribuição de cada agrupamento para cada frequência dependerá também do coef ciente que acompanha o agrupamento. Para o termo u(k − 1)2 é fácil predizer o efeito do termo sobre o modelo. Porém para os termos cruzados, u(k − 1)y(k − 2) e u(k − 1)y(k − 1) esta conclusão não é tão trivial, pois, estes termos podem fornecer inf nitas frequências ressonantes quando adicionados ao modelo. No entanto, diferentemente de u(k − 1)2 , os agrupamentos cruzados contribuem de forma signif cativa para a frequência fundamental do sistema representado. 4.3 Sistema simulado 2 - A planta de neutralização de pH simulada 65 Porém, o grande problema em adicionar estes agrupamentos, é o fornecimento de frequências espúrias à resposta em frequência do sistema. Quando o termo u(k − 1)y(k − 2) é adicionado ao modelo há um melhora razoável em seu desempenho, porém pela análise da resposta em frequência, surgem frequências não pertencentes à dinâmica do sistema. A adição do agrupamento u(k − 1)y(k − 1) parece ter efeito contrário nas frequências ressonantes funcionando como um f ltro que diminui os seus ganhos. Uma outra análise que pode ser feita é quanto à importância do agrupamento u(k − 1)2 sugerida pelo ERR. Entre os termos não lineares, o ERR o classif ca como o mais signif cativo na representação da dinâmica do sistema. Isso corrobora a sugestão desse agrupamento para compor o modelo pela análise da resposta em frequência da saída do sistema, pois, é o termo que contribuirá diretamente para o ganho da primeira frequência ressonante do sistema em discussão. Comparando o modelo obtido através do método clássico e o modelo obtido pelo método proposto neste trabalho pode-se notar que o RMSE calculado é bastante semelhante. Para o modelo clássico o erro RMSE foi de 0,1290 e para o modelo proposto foi de 0,1293. Como esses erros são praticamente iguais pode-se af rmar que o desempenho dos modelos são equivalentes. Só que há uma vantagem do modelo obtido pelo método proposto em relação ao modelo obtido pelo método clássico. A relevante redução da complexidade do modelo. Vários agrupamentos de termos foram descartados diminuindo também a possibilidade de o modelo representar dinâmicas espúrias ao sistema. 4.3 Sistema simulado 2 - A planta de neutralização de pH simulada O segundo sistema simulado trata-se de uma planta de neutralização de pH implementado por (CAMPOS, 2007). A simulação foi feita com base em um modelo fenomenológico baseado na aproximação físico-química de invariantes de reação. A escolha desse sistema se dá pelo fato de apresentar uma complexa e difícil não linearidade que pode variar sensivelmente sob pequenas mudanças nas condições do processo. Simplif cadamente a planta de neutralização de pH simulada têm três entradas e uma saída: • Fluxo de entrada de um ácido forte; • Fluxo de entrada de uma base forte; • Fluxo de entrada de uma solução tampão; 66 4 Estudo de casos simulados • Medição de pH. Neste trabalho a entrada única trata-se da vazão de reagente básico e a saída, também única, trata-se da medição de pH. As demais entradas são mantidas constantes. Melhores informações sobre a planta de neutralização de pH simulada podem ser obtidas em (CAMPOS, 2007). Para a identif cação realizada no procedimento, foi usado um sinal com a entrada de amplitude aleatória, excursionando o sistema em toda a sua faixa de operação com duração de cada patamar também aleatório. O tempo de amostragem usado foi de Ts = 15 s e a massa de dados total possui 48000 observações. Parte dos dados de identif cação e validação podem ser visualizados nas Figuras 4.14 e 4.15 respectivamente. Dados de identificação: entrada vs. tempo 4 p.u. 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 tempo(s) Dados de identificação: saída vs. tempo 7 4 x 10 10 p.u. 8 6 4 0 1 2 3 4 tempo(s) 5 6 7 4 x 10 Figura 4.14: Parte dos dados gerados pela simulação do sistema 2 para identif cação. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. 4.3 Sistema simulado 2 - A planta de neutralização de pH simulada 67 Dados de validação: entrada vs. tempo 4 p.u. 3 2 1 3.6 3.7 3.8 3.9 4 4.1 4.2 tempo(s) Dados de identificação: saída vs. tempo 4.3 5 x 10 10 p.u. 8 6 4 3.6 3.7 3.8 3.9 4 tempo(s) 4.1 4.2 4.3 5 x 10 Figura 4.15: Parte dos dados gerados pela simulação do sistema 2 para validação. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. Espectro de frequência do sistema simulado 2: pH 30 20 Ganho (dB) 10 0 −10 −20 −30 −40 −4 10 −3 10 Frequencia (rad/s) −2 10 Figura 4.16: Ganho das frequências do sistema simulado 2 em dB. A linha escura reforça o comportamento do ganho no domínio da frequência dos dados. Para a simulação com uma frequência def nida foram aplicados sinais senoidais pré-def nidos com amplitude f xa também excursionando toda a faixa de interesse do sistema com o objetivo 68 4 Estudo de casos simulados de varrer toda sua dinâmica e consequentemente excitar todas as suas não linearidades. Na Figura 4.16 a resposta em frequência obtida com base nos dados de identif cação são apresentados. Assim como no sistema simulado 1, o comportamento do sistema simulado 2 aproxima-se ao comportamento de um f ltro passa-baixas. O corte de frequências, considerando um ganho de -3dB localiza-se entre 4,0 × 10−3 e 6,0 × 10−3 rad/s. A linha escura reforça a indicação do comportamento no domínio da frequência do sistema simulado 2. Obtidas as informações descritas até aqui, parte-se para a seleção da estrutura do modelo para o sistema simulado 2. 4.3.1 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o sistema simulado 2 utilizando o método clássico e a sugestão de grau de não linearidade proposta Uma vez conhecida a região de frequência de corte do sistema simulado 2 pode-se estabelecer a frequência que será usada para excitá-lo. A frequência escolhida foi de 2,0 × 10−4 rad/s. Tal frequência encontra-se dentro da região de potência espectral do sistema 2 e é cerca de dez vezes inferior a mais alta frequência da região de potência espectral do sistema. A Figura 4.17 (a) apresenta o sinal de entrada utilizado na excitação do sistema 1. Este sinal possui apenas uma componente de frequência. A média estabelecida é de 2,5 e amplitude máxima de 5. Já a Figura 4.17 (b) apresenta um sinal de saída diferente da senoidal aplicada. Isso conf rma a presença de frequências diferentes no sinal de saída em relação ao sinal de entrada. 4.3 Sistema simulado 2 - A planta de neutralização de pH simulada 69 (a) Parte dos dados de entrada para o sistema 2 vs. tempo na frequência de 2,0× 10−3 rad/s 5 p.u. 4 3 2 1 0 2 3 4 5 6 7 4 tempo(s) x 10 (b) Parte dos dados do sistema 2 saída vs. tempo submetido a uma frequência de 2,0× 10−3 rad/s 2 3 4 10 p.u. 8 6 4 5 6 7 tempo(s) 4 x 10 Figura 4.17: Parte dos dados para o sistema 2 excitado a uma frequência de 2,0 × 10−4 rad/s. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. A Figura 4.18 (a) e (b) apresenta a análise no domínio da frequência do sistema simulado 2 submetido a uma entrada de 2,0 × 10−4 rad/s. A a análise no domínio da frequência foi obtida através da aplicação da DTFT tanto nos dados de entrada quanto nos dados de saída. (a) (b) Espectro de frequência da saída (y) para o sistema 2: pH −3 submetido a uma frequência de 2,0× 10 rad/s Espectro de frequência da entrada (u) para o sistema 2: pH −3 submetido a uma frequência de 2,0× 10 rad/s 1.2 2 1 0.8 |Y(jω)| |U(jω)| 1.5 0.6 1 0.4 0.5 0.2 0 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Frequencia (rad/s) 3.5 4 4.5 5 −3 x 10 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Frequencia (rad/s) 3.5 4 4.5 5 −3 x 10 Figura 4.18: Análise no domínio da frequência dos dados do sistema simulado 2 excitado a uma frequência 2,0 × 10−4 rad/s. A análise no domínio da frequência do sinal de entrada está representados em (a). Para os dados de saída, em (b). 70 4 Estudo de casos simulados Nas Figuras 4.18 pode-se comprovar a existência de apenas uma frequência da entrada e o surgimento de outras frequências na saída. Diferentemente do sistema simulado 1, o espectro de frequência do sinal de saída do sistema simulado 2 apresenta diversas frequências na saída. Isso ocorre, provavelmente, em decorrência da severa não-linearidade da planta de neutralização de pH simulada. O desaf o neste ponto é determinar quais frequências são relevantes na formação do sinal de saída quando o sistema é submetido a um sinal de frequência única igual a 2,0 × 10−4 rad/s e quais frequências que o modelo será capaz de reproduzir em sua saída. Sugere-se pelo desenvolvimento realizado que um grau de não-linearidade extremamente elevado possa representar bem o sistema no domínio da frequência. Porém, isto é pouco interessante na prática pois torna o modelo muito complexo fazendo com que sua simulação e implementação f que trabalhosa. Mesmo que não se tenha um grau de não linearidade próximo do número de frequências ressonantes do sistema, pela Tabela 3.1 pode-se observar que agrupamentos de termos puros de saída e agrupamentos de termos cruzados fornecem ao sistema inf nitas frequências ressonantes. Logo, existe a possibilidade de se adotar graus de não linearidade menores, diminuindo a complexidade do modelo e, ao mesmo tempo, possibilitando o surgimento de inf nitas frequências ressonantes no modelo acrescentando os agrupamentos mencionados. Percebe-se também que modelos com apenas agrupamentos puros de entrada não serão capazes de reproduzir bem a dinâmica do sistema. Através dessa discussão e da discussão realizada no capítulo 3, foi escolhido um grau de não linearidade três para obter o modelo pelo método clássico.1 Sabe-se que o grau de não linearidade não atende à reprodução de todas as frequências na saída, portanto, é certo que serão necessários agrupamento de termos cruzados e talvez agrupamentos de termos puros de saída. Foram determinados máximos atrasos de entrada e saída um e três respectivamente através do FCC. Uma outra questão é em relação a quantidade de frequências que deverão ser consideradas no cálculo do índice ErroW . Para tanto, obteve-se o modelo pelo método clássico e observou-se a sua capacidade de representação da resposta em frequência. Através dessa análise determinouse quais frequências seriam utilizadas para determinar o cálculo de ErroW . Contudo, para este caso, o método procurará uma estrutura que apresente um melhor desempenho sendo menos complexa e partirá do modelo obtido pelo método clássico. O modelo obtido pelo método clássico é apresentado na equação (4.8). 1 Testes suprimidos neste trabalho mostraram que o aumento do grau de não linearidade para quatro ou cinco não melhoram satisfatoriamente o desempenho do modelo para os dados do sistema simulado 2. 4.3 Sistema simulado 2 - A planta de neutralização de pH simulada 71 y(k) = 1,0424y(k − 1) − 0,6490y(k − 2) + 0,0772u(k − 1) + 0,4129y(k − 3) −0,0497u(k − 1)2 y(k − 1) + 0,3492u(k − 1)y(k − 1) −0,0279u(k − 1)y(k − 3)2 + 0,2965 + 0,0342u(k − 1)3 +0,0312u(k − 1)2 y(k − 3) − 0,2261u(k − 1)y(k − 3) − 0,1404u(k − 1)2 +0,0530u(k − 1)y(k − 3)y(k − 1) − 0,0271u(k − 1)y(k − 1)2 (4.8) +0,003y(k − 3)2 A ordem dos termos apresentada na equação (4.8) é a ordem hierárquica fornecida pelo ERR. O critério de informação de Akaike forneceu um valor de 32 termos para o modelo, porém o mesmo não convergiu. O ponto de corte foi def nido em uma busca exaustiva retirando-se os termos até encontrar uma estrutura para que o modelo convergisse. Chegou-se ao número de termos igual a 15. O RMSE do modelo apresentado na equação (4.8) foi de 0,2099. A predição livre e a resposta em frequência do modelo obtido pelo ERR para o sistema simulado 2 são apresentadas nas Figuras 4.19 (a) e (b), respectivamente. (a) (b) Parte dos dados de validação: saída Espectro de frequência da saída (y) 4.5 10 4 9 3.5 8 3 7 pH |Y(jω)| 6 5 4 2.5 2 1.5 3 1 2 Dados Modelo (4.8) 1 0 3.64 3.66 3.68 3.7 3.72 3.74 tempo(s) 0.5 3.76 3.78 3.8 3.82 5 x 10 0 0 0.5 1 1.5 Frequencia (rad/s) 2 2.5 −3 x 10 Figura 4.19: Predição livre e análise no domínio da frequência do modelo obtido pelo método clássico para o sistema simulado 2. A predição livre está representada em (a). A análise no domínio da frequência em (b). A Figura 4.19 (b) apresenta todas as frequências que o modelo foi capaz de criar na saída submetido ao mesmo sinal de entrada de frequência única aplicado ao sistema. A Tabela 4.8 72 4 Estudo de casos simulados apresenta as frequências surgidas na saída fornecida pelo modelo apresentado na equação (4.8) submetido ao sinal de entrada de frequência única igual a 2,0 × 10−4 rad/s. Tabela 4.8: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do modelo obtido pelo método clássico para o sistema simulado 2. Frequência (rad/s) 2,0 × 10−4 4,0 × 10−4 6,0 × 10−4 8,0 × 10−4 1,0 × 10−3 1,2 × 10−3 1,4 × 10−3 Ganho (módulo) 4,511 0,5131 0,4681 0,2601 0,2045 0,1276 0,0796 A Tabela 4.8 mostra que o modelo obtido pelo ERR foi capaz de representar a frequência fundamental e mais seis frequências ressonantes com ganhos consideráveis. Portanto, para o cálculo de ErroW , serão consideradas as primeiras sete frequências surgidas na saída do sistema para realização do corte de termos. A Tabela 4.9 apresenta as sete primeiras frequências e seus respectivos ganhos para o sistema simulado 2 observadas na Figura 4.18 (b). Tabela 4.9: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do sistema simulado 2. Frequência (rad/s) 2,0 × 10−4 4,0 × 10−4 6,0 × 10−4 8,0 × 10−4 1,0 × 10−3 1,2 × 10−3 1,4 × 10−3 Ganho (módulo) 2,475 0,206 0,497 0,1145 0,1469 0,0423 0,0319 Com base nas Tabelas 4.8 e 4.9 pode-se calcular o ErroW para a o modelo obtido pelo ERR. Para este, o valor calculado de ErroW é 0,5884. 4.3 Sistema simulado 2 - A planta de neutralização de pH simulada 73 4.3.2 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o sistema simulado 2 utilizando a resposta em frequência Diferentemente da forma apresentada para o sistema 1, a obtenção do modelo pelo método proposto neste capítulo será simplif cada para o sistema simulado 2. Os modelos não serão simulados a cada retirada de termos ou de agrupamentos. Apenas será apresentada na Tabela 4.10 os valores de ErroW para cada um dos passos apresentados. Os valores de ErroW para os termos lineares localizados nas primeiras posições classif cados pelo ERR são considerados como número de agrupamentos igual a zero na Tabela. O objetivo do método neste segundo caso será o de melhorar a estrutura do modelo obtido pelo ERR com 15 termos de forma que alcance um melhor desempenho ou diminua sua complexidade mantendo o desempenho. Com isso, o método proposto funcionará como um critério de informação, ou de corte, retirando agrupamentos e termos que não explicam a dinâmica do sistema, ou ainda, incorporam dinâmicas espúrias ao modelo. Tabela 4.10: Valores de ErroW para cada adição de termo no modelo para o sistema simulado 2. N.o Ω adicionado ErroW 0 1,0225 1 0,8943 2 0,8126 3 0,7852 4 0,7912 5 0,6655 6 0,5044 7 0,4972 8 0,4955 0,6050 9 Na Figura 4.20 é apresentado o ErroW a cada agrupamento acrescentado ao modelo. Nota-se que a partir do passo 7 no qual é acrescentado o termo u(k − 1)y(k − 3) não há grande variação do índice ErroW . Portanto, pode-se dizer que o acréscimo de termos a partir de então não tem efeito na resposta em frequência do sistema. Portanto, limita-se a estrutura do modelo no sétimo agrupamento após os termos lineares. 74 4 Estudo de casos simulados Evolução de ErroW 1.1 1 ErroW 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Passo (Número de agrupamentos de termos adicionados) 10 Figura 4.20: Evolução do cálculo de ErroW para cada passo para o sistema simulado 2. O modelo sugerido pelo método é apresentado na equação (4.9). y(k) = 1,1824y(k − 1) − 0,6404y(k − 2) − 0,2164u(k − 1) + 0,3180y(k − 3) −0,0630u(k − 1)2 y(k − 1) + 0,2989u(k − 1)y(k − 1) −0,0014u(k − 1)y(k − 3)2 + 0,3703 + 0,0180u(k − 1)3 +0,0449u(k − 1)2 y(k − 3) − 0,1921u(k − 1)y(k − 3) (4.9) O modelo 4.9 apresenta 11 termos enquanto o modelo obtido pela busca exaustiva foi estimado com 15 termos. É importante salientar que o número de termos fornecido pelo critério de corte de Akaike forneceu um número de termos de um modelo que não convergiu (31 termos). A predição livre do modelo 4.9 é apresentada na Figura 4.21 (a) e em (b) a sua análise no domínio da frequência submetido ao sinal de frequência única de 2,0 × 10−4 rad/s. 4.3 Sistema simulado 2 - A planta de neutralização de pH simulada (a) 75 (b) Parte dos dados de validação: saída Espectro de frequência da saída (y) 4 10 3.5 9 8 3 7 2.5 |Y(jω)| pH 6 5 4 2 1.5 3 1 2 Dados Modelo (4.9) 1 0 3.64 3.66 3.68 3.7 3.72 3.74 tempo(s) 0.5 3.76 3.78 3.8 3.82 5 x 10 0 0 0.5 1 1.5 Frequencia (rad/s) 2 2.5 −3 x 10 Figura 4.21: Predição livre e análise no domínio da frequência do modelo obtido pelo método de análise da resposta em frequência para o sistema simulado 2. A predição livre está representados em (a). A análise no domínio da frequência em (b). O método proposto apresentou um modelo que obteve um desempenho satisfatório. O índice RMSE calculado foi de 0,2099, o mesmo índice calculado para o modelo com 15 termos. Isso sugere que os quatro termos a mais presentes no modelo apresentado na equação (4.8) não interferiam na representação da dinâmica dos dados apresentados. O cálculo de ErroW não é necessário para os termos lineares hierarquizados pelo ERR. Isso porque esses termos só colaboram para a reprodução da frequência fundamental não registrando interferência nas dinâmicas não lineares do sistema. E neste trabalho, procurou-se trabalhar com os agrupamentos de termos que explicam as dinâmicas não lineares dos sistemas representados. Embora, os índices de ErroW para modelos lineares, provavelmente, teriam grandes módulos por apresentarem ganho zero nas frequências ressonantes. 4.3.3 Validação estática dos modelos Como discutido na seção 2.2.1.7 uma das formas de validar modelos estimados é através da curva estática. Muito embora a curva estática não explicite a dinâmica do sistema, seu comportamento deve aproximar bem da curva estática do sistema modelado para que todos os seus pontos f xos possam ser aproximados pelo modelo. Na Figura 4.22 são apresentados os comportamentos estáticos exibidos pelo sistema e pelos modelos obtidos neste trabalho para a planta simulada de neutralização de pH. 76 4 Estudo de casos simulados Curva Estática − planta (pH) 11 10 9 pH 8 7 6 Dados 5 Modelo (4.9) − Mét. proposto Modelo (4.8) − Mét. clássico 4 3 2 0.5 1 1.5 2 2.5 Vazão de base (ml/s) 3 3.5 4 Figura 4.22: Curva estática do sistema simulado 2 e dos modelos obtidos pelo critério de ERR e pelo método proposto. A linha contínua apresenta a curva estática do sistema simulado 2. A linha descontínua mais clara apresenta a característica estática do modelo obtido pelo ERR com 15 termos. A linha descontínua mais escura apresenta a característica estática do modelo obtido pelo método proposto baseado na resposta em frequência. Na Figura 4.22 pode-se observar que a curva estática do sistema simulado 2 é melhor aproximada quando se segue a sugestão do método proposto. Isso pode explicar que os termos que foram retirados do modelo não têm importância signif cativa na representação do sistema. Além disso, sugere-se que o modelo com os termos a mais, embora tenha tido desempenho semelhante quando é comparado o índice RMSE, fornece um comportamento estático bem diferente do comportamento estático real do sistema. Enquanto o modelo apresentado pelo método proposto é capaz de apresentar nesta mesma região um comportamento muito mais próximo do sistema. Isso pode ser observado nas regiões de vazão de base entre 0 e 0,5 ml/s. No entanto, como pode ser visto na f gura 4.14 poucos dados de identif cação estão presentes nas regiões de melhora de desempenho do comportamento estático do modelo (4.9). Portanto, não se pode af rmar que a melhora nesse desempenho é referente à aplicação do método. 4.4 Comentários Finais 77 4.4 Comentários Finais Neste capítulo foram expostos e discutidos os resultados da aplicação do método em dois casos simulados. O primeiro caso, trata-se de um sistema com uma não linearidade mais suave enquanto no segundo caso a não linearidade é mais severa. Embora o sistema simulado 2 ter caráter não-linear mais severo, observou-se que o método obteve um considerável desempenho na seleção de estrutura do modelo NARX. A utilização do método proposto como critério de corte sugeriu modelos menos complexos para os dois casos e ainda assim, manteve-se um desempenho satisfatório. No próximo capítulo o método proposto será usado na seleção de estrutura de modelos para sistemas reais. 78 4 Estudo de casos simulados Capítulo 5 Estudo de casos reais 5.1 Introdução No Capítulo 4 foi apresentada a aplicação do método proposto no Capítulo 3 em dois sistemas simulados. Neste capítulo a metodologia é aplicada em sistemas reais e por isso apresentam algumas peculiaridades. Entre essas características peculiares dos sistemas reais, pode-se citar o aparecimento de ruído nos sinais coletados e a dif culdade em obter dados em grandes quantidades, seja pelo tempo requerido para simulação ou pelas condições não ideais de operação, que podem não permitir a obtenção de dados que varram toda a faixa de operação do sistema, prejudicando assim a identif cação. Neste capítulo, o método proposto no Capítulo 3 foi implementado em dois sistemas reais. O primeiro sistema trata-se de um sistema térmico de bancada em que sua fonte de calor é uma lâmpada incandescente. O segundo sistema trata-se de um modelo de um helicóptero de dois graus de liberdade. A validação dos modelos foi feita pelo método tradicional utilizando dados separados para a validação diferente do conjunto de dados de identif cação e foi escolhido o sistema térmico para se realizar a validação do modelo obtido pelo comportamento estático. 5.2 Sistema Térmico A principal característica de um sistema térmico é a conservação de calor em seu interior. Isso faz com que o aumento de temperatura medida no interior do sistema térmico seja mais rápido 80 5 Estudo de casos reais enquanto a diminuição de temperatura, ao cessar a fonte de calor, seja mais lenta. Devido à esta variação de constante de tempo, o sistema térmico apresenta um caráter não linear. Resumidamente, o sistema térmico usado neste trabalho trata-se de uma montagem de bancada composta por um tubo de PVC de 200mm de diâmetro e 300mm de altura apoiado em uma superfície de madeira e uma lâmpada incandescente em seu interior. O forno é fracamente isolado termicamente de forma que variações da temperatura ambiente afetam o seu comportamento dinâmico. Os dados consistem em uma entrada de controle variando de 5 a 0 Volts que são eletronicamente convertidos em tensão aplicada à uma lâmpada incandescente. Esta lâmpada é de 60 W de potência e é alimentada por uma tensão variável de 0 a 127 Volts. Quanto maior a tensão aplicada à lâmpada, maior é a energia térmica fornecida ao sistema. A saída do sistema é exibida em uma escala de 0 a 10 Volts e é fornecida por um circuito eletrônico que contém como sensor um transistor LM35. Cada variação unitária de tensão de saída representa a variação de cerca de 10o C na temperatura do sistema. Os dados são trocados entre o sistema e o computador através de uma placa USB-6008 da National Instrumentsr Nas seções subsequentes serão apresentadas as formas de aquisição de dados e a aplicação do método no auxílio à obtenção de uma estrutura adequada de modelos polinomiais. 5.2.1 Aquisição de dados Os dados de identif cação devem ser capazes de ref etir os diversos regimes dinâmicos apresentados pelo sistema. Para tanto, o sinal de excitação da planta deve apresentar espectro suf cientemente amplo em frequência e amplitude de tal forma que excursione o sistema pelos regimes dinâmicos de interesse. Infelizmente, isso nem sempre é possível em sistemas reais, devido às restrições operacionais. Os dados foram coletados a uma taxa de amostragem de 62,83 rad/s. A f m de evitar mal condicionamento numérico na estimação de parâmetros devido a medições repetitivas, os dados foram dizimados para uma taxa de amostragem de 6,2832 rad/s para realização do procedimento de identif cação. Embora para a identif cação, dados repetitivos possam implicar em mal condicionamento numérico, na etapa de estimação de parâmetros, para a obtenção da análise no domínio da frequência, optou-se por manter a taxa de amostragem inicial dos dados a f m de melhorar a visualização das frequências de interesse. As Figuras 5.1 e 5.2 apresentam os dados coletados e separados em dados para a identif cação e dados para validação. 5.2 Sistema Térmico 81 Tensão (Volts) (a) Dados de identificação: entrada vs. tempo 4 3 2 1 1 1.5 2 2.5 3 3.5 tempo(s) (b) Dados de identificação: saída vs. tempo 4 4 x 10 Temperatura (Cº) 70 60 50 40 1 1.5 2 2.5 tempo(s) 3 3.5 4 4 x 10 Figura 5.1: Dados gerados pelo sistema térmico para identif cação. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. Tensão (Volts) (a) Dados de validação: entrada vs. tempo 4 3 2 Temperatura (Cº) 1 0 1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 tempo(s) (b) Dados de identificação: saída vs. tempo 60 55 50 45 40 2000 3000 4000 tempo(s) 5000 6000 Figura 5.2: Dados gerados pelo sistema térmico para validação. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. Na Figura 5.3 a resposta em frequência do sistema é apresentado. 82 5 Estudo de casos reais Espectro de frequência do sistema real 1: Forno 40 30 20 Ganho (dB) 10 0 −10 −20 −30 −40 −3 10 −2 −1 10 10 0 10 Frequencia (rad/s) Figura 5.3: Ganho das frequências do sistema real térmico em dB. A linha escura reforça o comportamento do ganho no domínio da frequências dos dados. A resposta em frequência apresentada pela Figura 5.3 demonstra que o sistema térmico comportase como um f ltro passa-baixas atenuando fortemente frequências acima da faixa aproximada de 2,0 × 10−2 e 6,0 × 10−2 rad/s. Fisicamente, um sistema térmico excitado a um sinal de alta frequência não é capaz de responder ao sinal de entrada. Isso porque o processo tem característica dinâmica lenta. Portanto, sinais de alta frequência inseridos na entrada são fortemente atenuados na saída. A linha escura reforça a visualização do resposta em frequência do sistema térmico mais aproximada. 5.2.2 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o sistema térmico utilizando o método clássico e a sugestão de grau de não linearidade proposta A frequência de corte de operação do sistema térmico encontra-se próxima a faixa de 2,0×10−2 e 6,0 × 10−2 rad/s como pode ser visto na Figura 5.3. Conhecida a região de espectro de frequência onde o sistema térmico funciona, determinou-se a frequência de excitação do sistema para verif cação do surgimento de frequências ressonantes em 5,3 × 10−3 rad/s. A Figura 5.4 (a) apresenta o sinal de entrada aplicado ao sistema térmico e a resposta do sistema ao sinal aplicado na Figura 5.4 (b) à frequência determinada. 5.2 Sistema Térmico 83 Temperatura (Cº) (a) Parte dos dados de entrada para o forno vs. tempo na frequência de 0,0053 rad/s 4 3 2 1 1 1.05 1.1 1.15 1.2 tempo(s) 1.25 1.2 tempo(s) 1.25 1.3 1.35 4 x 10 (b) Parte dos dados do forno saída vs. tempo submetido a uma frequência de 0,0053 rad/s Temperatura (Cº) 65 60 55 50 45 1 1.05 1.1 1.15 1.3 1.35 4 x 10 Figura 5.4: Parte dos dados para o sistema térmico excitado a uma frequência de 5,3 × 10−3 rad/s. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. (a) (b) Espectro de frequência da entrada (u) para o forno submetido a uma frequência de 0,0053 rad/s Espectro de frequência da saída (y) para o forno submetido a uma frequência de 0,0053 rad/s 9 1.6 8 1.4 7 1.2 6 |Y(jω)| |U(jω)| 1 0.8 0.6 5 4 3 0.4 2 0.2 1 0 0 0.05 0.1 0.15 Frequencia (rad/s) 0.2 0.25 0 0 0.05 0.1 0.15 Frequencia (rad/s) 0.2 0.25 Figura 5.5: Análise no domínio da frequência do sistema térmico excitado a uma frequência de 5,3×10−3 rad/s. A análise no domínio da frequência do sinal de entrada está representados em (a) e dos dados de saída estão representados em (b). As Figuras 5.5 (a) e (b) apresentam a análise no domínio da frequência do sistema térmico submetido a uma entrada de 5,3 × 10−3 rad/s da entrada e da saída respectivamente. A análise 84 5 Estudo de casos reais no domínio da frequência foi obtida através da aplicação da DTFT tanto nos dados de entrada quanto nos dados de saída. Nas Figuras 5.5 (a) e (b) pode-se comprovar a existência de apenas uma frequência da entrada e o surgimento de duas frequências ressonantes existentes na saída, muito embora haja o aparecimento de frequências devido à amostragem e ao janelamento do sinal. A Tabela 5.1 apresenta as frequências ressonantes da frequência fundamental surgidas na saída e os seus ganhos em módulo. Tabela 5.1: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do sistema térmico. Frequência (rad/s) 5,3 × 10−3 1,06 × 10−2 1,59 × 10−2 Ganho 8,577 0,4084 0,5522 Os dados exibidos na Tabela 5.1 indicam uma não linearidade moderada nos dados do sistema térmico devido ao ganho das ressonâncias serem baixos em relação a frequência aplicada na entrada. No entanto, para representar de forma adequada o sistema como sugere o método, pode-se utilizar grau de não-linearidade dois ou três. Optou-se pelo menor grau de não linearidade a f m de obter um modelo menos complexo. Logo, agrupamentos de termos cruzados ou puros de entrada deverão estar presentes para representar a terceira frequência ressonante já que agrupamentos puros de entrada de grau de não linearidade par não as reproduzem. Quanto aos atrasos máximos de entrada e saída foram determinados, pelo FCC, dois para os dois casos. Por ser um sistema real e estar sujeito a ruídos, obteve-se modelos NARMAX com 20 termos de ruído lineares. O modelo obtido pelo método clássico é apresentado na equação (5.1) y(k) = 3,5972y(k − 1) − 2,5138y(k − 2) − 0,2710u(k − 1)y(k − 1) − 0,3879y(k − 1)2 −0,3541y(k − 2)2 + 0,0048u(k − 2)y(k − 2) + 0,2561u(k − 1)y(k − 2) +0,7412y(k − 2)y(k − 1) − 0,0290u(k − 2)y(k − 2) + 0,4167u(k − 1) 20 X −1,5933 + θ̂i ξ(k − 1) + ξ(k) (5.1) i=1 O modelo da equação (5.1) apresentou 11 termos em sua estrutura ordenados do mais relevante 5.2 Sistema Térmico 85 para o menos relevante na explicação da dinâmica do sistema e os termos de ruído. O rmse foi de 0,3401. A predição livre e a resposta em frequência do modelo são apresentadas nas Figuras 5.6 (a) e (b), respectivamente. (a) (b) Dados de validação: saída Espectro de frequência da saída (y) 14 62 60 12 58 10 54 |Y(jω)| Temperatura (Cº) 56 52 50 8 6 48 46 4 Dados Modelo (5.1) 44 2 42 1 1.1 1.2 1.3 1.4 tempo(s) 1.5 0 1.6 0 0.01 4 x 10 0.02 0.03 Frequencia (rad/s) 0.04 0.05 Figura 5.6: Predição livre e análise no domínio da frequência do modelo obtido pelo método clássico para o sistema térmico. A predição livre está representados em (a). A análise no domínio da frequência em (b). Pela Figura 5.6 pode-se observar o surgimento de frequências devido ao janelamento do sinal e da amostragem. No caso de sistemas reais esse efeito é intensif cado pois os conjuntos de dados têm tamanhos limitados. Um outro problema que surge é a presença de ruído nos dados. Esses ruídos aparecem nas respostas em frequência do sistema e assim como o ajanelamento do sinal, podem camuf ar as frequências ressonantes que surgem na saída com menores ganhos causando erros no cálculo do índice ErroW para implementação do método. A Tabela 5.2 apresenta as frequências e seus respectivos ganhos para o sistema térmico observados na Figura 5.6 (b). Tabela 5.2: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do modelo obtido pelo método clássico para o sistema térmico. Frequência (rad/s) 5,3 × 10−3 1,06 × 10−2 1,59 × 10−2 Neste caso, o valor de ErroW foi 0,6123. Ganho (módulo) 14,39 0,5117 0 86 5 Estudo de casos reais 5.2.3 Obtenção de estrutura de modelo NARMAX polinomial para o sistema térmico utilizando a resposta em frequência Tendo ordenado os termos do modelo hierarquicamente utilizando o ERR, aplica-se o método proposto para a realização do corte da estrutura. Os valores de ErroW são apresentados na Tabela 5.6. Tabela 5.3: Valores de ErroW para cada adição e termo no modelo para o sistema térmico. N.o Ω adicionado ErroW 1 0,8856 2 0,6165 3 0,6325 0,5305 4 5 0,5634 6 0,6269 7 0,7276 Na Figura 5.7 é apresentado o ErroW a cada agrupamento acrescentado ao modelo. Note que a partir do passo 4 no qual é acrescentado o termo u(k − 2)y(k − 2) o índice ErroW volta a crescer. Portanto, pode-se dizer que o acréscimo de termos a partir de então tem efeito negativo na resposta em frequência do sistema, ou seja, a inclusão de termos está incluindo dinâmicas espúrias ao modelo. Portanto, limita-se a estrutura do modelo no quarto agrupamento após os termos lineares. Evolução de ErroW 0.9 0.85 0.8 ErroW 0.75 0.7 0.65 0.6 0.55 0.5 1 2 3 4 5 6 Passo (Número de agrupamentos de termos adicionados) 7 Figura 5.7: Evolução do cálculo de ErroW para cada passo para o sistema térmico. 5.2 Sistema Térmico 87 O modelo sugerido pelo método é apresentado na equação (5.2). y(k) = 2,0014y(k − 1) − 0,9726y(k − 2) − 0,0088u(k − 1)y(k − 1) − 0,0060y(k − 1)2 20 X 2 +0,0056y(k − 2) + 0,0056u(k − 2)y(k − 2) + θ̂i ξ(k − 1) + ξ(k) (5.2) i=1 Observe que o modelo (5.2) tem apenas seis termos, cinco a menos que o modelo (5.1), apresentado pelo método clássico. A predição livre do modelo obtido é apresentada na Figura 5.8. Dados de validação: saída 62 60 58 Temperatura (Cº) 56 54 52 50 48 46 Dados Modelo (5.2) 44 42 1 1.1 1.2 1.3 1.4 tempo(s) 1.5 1.6 4 x 10 Figura 5.8: Predição livre do modelo obtido pelo método proposto para o sistema térmico. O método proposto apresentou o modelo 5.2 que obteve um desempenho satisfatório. O índice RMSE calculado foi de 0,3560 próximo ao RMSE obtido pelo modelo (5.1). 5.2.4 Validação estática dos modelos O sistema térmico foi escolhido para a realização da validação estática. Na Figura 5.9 são apresentados os comportamentos estáticos exibidos pelo sistema e pelos modelos obtidos neste trabalho para o sistema térmico. 88 5 Estudo de casos reais Curva Estática − forno Modelo ERR+AKAIKE Modelo Resp. em frequência 80 Temperatura (Cº) 70 60 50 40 30 0.5 1 1.5 2 Tensão (Volts) 2.5 3 Figura 5.9: Curva estática do sistema térmico e dos modelos obtidos pelo critério de ERR+AKAIKE e pelo método proposto. A linha contínua apresenta a curva estática do sistema térmico. A linha descontínua mais clara apresenta a característica estática do modelo obtido pelo ERR+AKAIKE. A linha mais escura apresenta a característica estática do modelo obtido pelo método proposto baseado na resposta em frequência. Pela Figura pode-se observar que as curvas estáticas dos dois modelos aproximaram de forma insuf ciente à curva estática do sistema térmico. No entanto, quando é comparado o modelo 5.2 pelo método proposto e o modelo (5.1), obtido pelo método clássico, observa-se que os modelos têm desempenho estático próximos. Embora não tenha tido um desempenho superior signif cativo, o método proposto sugere um modelo mais compacto o que o torna vantajoso perante o outro modelo. 5.3 O helicóptero de 2 graus de liberdade O sistema real 2 usado neste trabalho trata-se de um protótipo simplif cado de um helicóptero fabricado pela empresa Quanserr . Este sistema é considerado uma aproximação de um helicóptero real porque possui apenas 2 GDL (Graus de Liberdade): a arfagem e a guinada. A Figura 5.10 apresenta os eixos de rotação do helicóptero para o movimento de arfagem e de guinada. A arfagem constitui o movimento de rotação em torno do eixo horizontal e a guinada é o movimento de rotação em torno do eixo vertical. 5.3 O helicóptero de 2 graus de liberdade 89 Figura 5.10: Os dois eixos de rotação do helicóptero. As duas entradas deste sistema são independentes e constituem-se em tensão de controle de 0 a 24 Volts convertidas em tensão de alimentação do motor de cada uma das hélices. Tanto a localizada acima do helicóptero quanto àquela localizada na cauda conforme a foto do protótipo apresentada na Figura 5.11. Figura 5.11: Foto do protótipo de helicóptero com dois GDL. As duas saídas do protótipo constituem-se nos ângulos de cada um dos movimentos de rotação. A primeira, o ângulo de rotação do movimento de arfagem e a segunda o ângulo de rotação para o movimento de guinada. Este trabalho limitou-se ao uso de sistemas SISO. Portanto a entrada do motor da cauda foi mantida constante e a leitura do ângulo de rotação do movimento de guinada foi desprezada. Mais detalhes sobre a coleta de dados serão apresentados na seção 5.3.1. A ação da gravidade contribui para uma condição especial ao movimento do sistema. Ao mesmo tempo que faz oposição ao movimento de subida, colabora para o movimento de descida inf uindo na velocidade de subida e descida do movimento de arfagem. Isso faz com que o sistema tenha ao menos duas constantes de tempo. A partir disso já pode-se considerar que o 90 5 Estudo de casos reais sistema apresenta caráter não-linear. 5.3.1 Aquisição de dados Como escrito anteriormente, a leitura do ângulo de rotação do movimento de guinada foi desprezada mantendo-se apenas a leitura do ângulo de rotação do movimento de arfagem. A entrada desse sistema trata-se da alimentação do motor da hélice superior. Os dados foram coletados a uma taxa de amostragem de 62,83 rad/s. A f m de evitar mal condicionamento numérico na estimação de parâmetros devido a medições repetitivas, os dados foram decimados para uma taxa de amostragem de 6,2832 rad/s para realização do procedimento de identif cação. As Figuras 5.12 e 5.13 apresentam os dados usados na identif cação e os separados para a validação, respectivamente. Muito embora os dados de entrada do sistema real 2 permitissem uma aplicação de tensão na faixa de 0 a 24 Volts, optou-se por usar a faixa de 13 a 15 Volts na entrada do sistema para que o helicóptero não atingisse os limites de movimento superior ou inferior do movimento de rotação de guinada. 5.3.2 Obtenção de estrutura de modelo NARMAX polinomial para o helicóptero utilizando o método clássico e a sugestão de grau de não linearidade proposta A frequência de 0,0628 rad/s foi escolhida para compor o sinal de frequência única aplicado ao sistema e aos modelos na implementação do método. A Figura 5.14 (a) apresenta o sinal de entrada aplicado ao protótipo e a resposta do sistema ao sinal aplicado na Figura 5.14 (b) à frequência determinada. 5.3 O helicóptero de 2 graus de liberdade 91 Tensão (Volts) (a) Dados de identificação: entrada vs. tempo 14.5 14 13.5 Ângulo − Arfagem (º) 13 0 200 400 600 800 tempo(s) (b) Dados de identificação: saída vs. tempo 0 200 400 1000 0 −10 −20 −30 −40 600 tempo(s) 800 1000 Figura 5.12: Dados gerados pelo helicóptero para identif cação. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. Tensão (Volts) (a) Dados de validação: entrada vs. tempo 14.5 14 13.5 Ângulo − Arfagem (º) 1100 1150 1200 1250 1300 1350 tempo(s) (b) Dados de identificação: saída vs. tempo −10 −15 −20 −25 −30 −35 1100 1150 1200 1250 tempo(s) 1300 1350 Figura 5.13: Dados gerados pelo helicóptero para validação. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. 92 5 Estudo de casos reais Tensão (Volts) (a) Dados de entrada para o helicóptero vs. tempo na frequência de 0.6283 rad/s 14.5 14 13.5 400 500 600 700 800 tempo(s) (b) Dados do helicóptero saída vs. tempo submetido a uma frequência de 0.6283 rad/s Ângulo − Guinada (º) 100 200 300 100 200 300 −10 −15 −20 −25 −30 400 500 tempo(s) 600 700 800 Figura 5.14: Parte dos dados para o helicóptero excitado a uma frequência de 0,0628 rad/s. Em (a), os dados de entrada são apresentados e em (b) os dados de saída. A Figura 5.5(a) e (b) apresenta a análise no domínio da frequência do sinal de arfagem do helicóptero submetido a uma entrada de 0,0628 rad/s. A resposta em frequência foi obtida através da aplicação da FFT tanto nos dados de entrada quanto nos dados de saída. (a) (b) Espectro de frequência do sinal de arfagem do helicóptero submetido a uma frequência de 0.6283 rad/s Espectro de frequência do sinal de arfagem do helicóptero submetido a uma frequência de 0.6283 rad/s 8 3 7 2.5 6 2 |Y(jω)| |U(jω)| 5 1.5 4 3 1 2 0.5 1 0 0 0.1 0.2 0.3 0.4 Frequencia (rad/s) 0.5 0.6 0.7 0 0 0.1 0.2 0.3 0.4 Frequencia (rad/s) 0.5 0.6 0.7 Figura 5.15: Análise no domínio da frequência dos dados do sinal de arfagem do helicóptero excitado a uma frequência de 0,0628 rad/s. A análise no domínio da frequência dos dados de entrada está representados em (a) e dos dados de saída estão representados em (b). 5.3 O helicóptero de 2 graus de liberdade 93 Nas Figuras 5.15 (a) e (b) a visualização das frequências está mais complexa que nos sistemas anteriores. Pode-se observar que a inf uência do janelamento, mesmo minimizado com os f ltros de janela de Hamming, dos dados de entrada insere diversas frequências na DTFT da entrada. Não obstante, essas frequências acabam por interferir na resposta em frequência do sistema obtida pela DTFT do sinal de saída. Porém, é possível visualizar em (a) que a frequência predominante é aquela aplicada na entrada de 0,0628 rad/s. Em (b), é possível ver a frequência ressonante 0,1257 rad/s com ganho menor em relação à frequência fundamental. As demais frequências surgidas podem ser em decorrência da discretização do sinal e do número limitado de dados coletados. A Tabela 5.4 apresenta as frequências surgidas na saída e os seus ganhos em módulo. Tabela 5.4: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do helicóptero. Frequência (rad/s) 0,0628 0,1257 Ganho 8,545 0,835 Os dados exibidos na Tabela 5.4 indicam uma não linearidade moderada nos dados do helicóptero devido ao ganho das frequências ressonantes serem baixos em relação a frequência aplicada na entrada. Para representar de forma adequada o sistema como sugere o método, pode-se utilizar grau de não-linearidade dois pois há apenas mais uma frequência ressonante visível. Quanto aos atrasos máximos de entrada e saída foram determinados em dois pelo FCC. Por ser um sistema real e estar sujeito a ruídos, foram obtidos modelos NARMAX com 20 termos de ruído lineares. O modelo obtido pelo método clássico é apresentado na equação (5.3). y(k) = 1,9980y(k − 1) − 1,0004y(k − 2) − 0,0001y(k − 1)2 − 0,0020u(k − 2)y(k − 1) −3,0961 + 0,0122u(k − 2)2 + 0,0008u(k − 1)2 + 0,0025y(k − 2)y(k − 1) 20 X 2 −0,0015y(k − 2) + 0,0021u(k − 2)y(k − 2) + θ̂i ξ(k − 1) + ξ(k) (5.3) i=1 O modelo da equação (5.3) apresentou 10 termos em sua estrutura ordenados do mais relevante para o menos relevante na explicação da dinâmica do sistema. O RMSE foi de 0,6843. A predição livre e a análise no domínio da frequência do modelo são apresentadas nas Figuras 5.16 (a) e (b) respectivamente. 94 5 Estudo de casos reais (a) (b) Dados de validação: saída Espectro de frequência da saída (y) 8 Dados Modelo (5.3) −12 −14 7 −16 5 −20 |Y(jω)| Ângulo − Arfagem (º) 6 −18 −22 4 −24 3 −26 −28 2 −30 1 −32 1145 1150 1155 1160 1165 tempo(s) 1170 1175 1180 0 0 0.02 0.04 0.06 Frequencia (Hz) 0.08 0.1 Figura 5.16: Predição livre e análise no domínio da frequência do modelo obtido pelo método clássico para o helicóptero. A predição livre está representados em (a). A análise no domínio da frequência em (b). Pela Figura 5.16 pode-se observar o surgimento de frequências devido ao janelamento do sinal e da amostragem. Esse efeito é intensif cado ainda mais pois os conjuntos de dados têm tamanhos limitados. Os ruídos presentes no conjunto de dados aparecem nas respostas em frequência do sistema e podem camuf ar as frequências ressonantes que surgem na saída com menores ganhos dif cultando o cálculo de ErroW para implementação do método. A Tabela 5.5 apresenta as frequências e seus respectivos ganhos para o helicóptero observadas na Figura 5.6 (b). Neste caso, o valor de ErroW foi 0,0635. Tabela 5.5: Frequências e respectivos ganhos surgidos na saída do modelo obtido pelo método clássico para o helicóptero. Frequência (rad/s) 0,0628 0,1257 Ganho 9,019 1,196 5.3.3 Obtenção de estrutura de modelo polinomial NARX para o helicóptero utilizando a resposta em frequência Na seção anterior, a análise no domínio da frequência do sinal de arfagem do protótipo do helicóptero e um modelo pelo método clássico com 10 termos em sua estrutura foram obtidos. Nesta seção, o método proposto será aplicado para efetuar o corte na estrutura do modelo. A 5.3 O helicóptero de 2 graus de liberdade 95 Tabela 5.6 mostra os valores de ErroW calculados a cada passo realizado pelo método. Tabela 5.6: Valores de ErroW para cada adição e termo no modelo para o sistema térmico. N.o Ω adicionado ErroW 1 0,9153 2 0,0900 3 0,0690 4 0,0816 5 0,0772 6 0,0750 7 0,0635 Na Figura 5.17 é apresentado o ErroW a cada agrupamento acrescentado ao modelo. Nota-se que a partir do passo 3 no qual é acrescentado o termo u(k − 2)2 , o índice ErroW volta a crescer. Portanto, pode-se dizer que o acréscimo de termos a partir de então tem efeito negativo na resposta em frequência do sistema, ou seja, a inclusão de termos está incluindo dinâmicas espúrias ao modelo. Portanto limita-se a estrutura do modelo no terceiro agrupamento após os termos lineares. Evolução de ErroW 1 0.9 0.8 0.7 ErroW 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0 1 2 3 4 5 6 Passo (Número de agrupamentos de termos adicionados) 7 Figura 5.17: Evolução do cálculo de ErroW para cada passo para o helicóptero. O modelo sugerido pelo método proposto é apresentado na equação (5.4). 96 5 Estudo de casos reais y(k) = 2,1862y(k − 1) − 0,9475y(k − 2) + 0,0018y(k − 1)2 − 0,0145u(k − 2)y(k − 1) 20 X −0,0836 + θ̂i ξ(k − 1) + ξ(k) (5.4) i=1 Observe que o modelo (5.4) tem apenas cinco termos, cinco a menos que o modelo apresentado pelo método clássico no modelo (5.3). A predição livre do modelo obtido é apresentada na Figura 5.18. Dados de validação: saída Dados Modelo (5.4) −12 −14 Ângulo − Arfagem (º) −16 −18 −20 −22 −24 −26 −28 −30 −32 1145 1150 1155 1160 1165 tempo(s) 1170 1175 1180 Figura 5.18: Predição livre do modelo obtido pelo método proposto para o helicóptero. O método proposto apresentou o modelo (5.4) que obteve um desempenho fraco porém parecido com o desempenho do modelo (5.3), obtido pelo método clássico. O índice RMSE calculado foi de 0,7125 enquanto para o método clássico foi de 0,6843. Pode-se observar que o índice de erro de simulação foi maior para o modelo obtido pelo método mostrando um desempenho fraco em relação ao modelo obtido pelo método clássico. A dif culdade em encontrar um modelo com uma estrutura que apresentasse um melhor desempenho pode ter sido causada pela interferência de frequências espúrias ao sistema surgidas pelo ajanelamento do sinal no cálculo da FFT. 5.4 Comentários Finais 97 5.4 Comentários Finais Dois sistemas reais foram utilizados neste capítulo para validar a ef ciência do método proposto. Um sistema térmico foi escolhido pela sua facilidade de implementação e observação e pela característica não linear apresentada assim, como o helicóptero, aquisição recente do grupo de pesquisa MOCP. A principal dif culdade apresentada na implementação da metodologia proposta foi a limitação na quantidade de dados e a presença de ruídos. Essas ocorrências causaram interferências consideráveis na obtenção das DTFT’s de cada um dos sistemas, prejudicando assim, a análise correta das respostas em frequência. Resultados foram apresentados e comentados. Observou-se, contudo, que assim como em sistemas simulados, o método teve razoável desempenho fornecendo estruturas mais compactas e ainda fornecendo indícios de termos de importância considerável na representação de cada um dos sistemas. 98 5 Estudo de casos reais Capítulo 6 Considerações Finais A etapa de seleção de estrutura em identif cação de sistemas ainda não foi completamente solucionada. Diversos trabalhos têm sido realizados no intuito de facilitar o processo de busca de uma estrutura mais próxima do ideal de um modelo sem a necessidade da experiência do modelador e se possível realizá-lo em posse de apenas o conjunto de dados em alguns casos. É importante ressaltar que cada um tem a sua limitação. Um critério amplamente discutido na literatura é o ERR. Apesar de sua ampla aplicabilidade, tal critério pode escolher termos incorretos ou redundantes em condições não ideais de identif cação. Essas condições não ideais de identif cação referem-se a dados superamostrados ou ruidosos ou quando o sinal de entrada é relativamente lento. A f m de investigar o problema de seleção de estrutura de modelos NARX polinomiais, foi proposto neste trabalho um estudo de comparação entre a análise da resposta em frequência de um sistema e cada um dos agrupamentos de termos pertencentes a um modelo que o represente. Uma análise matemática foi feita para cada tipo de agrupamento e algumas simulações foram realizadas comprovando a aplicabilidade da metodologia. No Capítulo 3 foi apresentada, analisada e discutida as relações de cada um dos termos possíveis em um determinado modelo. Foi visto que apenas para agrupamentos de termos puros de entrada pode-se determinar quais as frequências geradas ao se aplicar um sinal de entrada de frequência única no modelo. Também foi visto que agrupamento de termos cruzados ou agrupamentos puros de saída fornecem inf nitas frequências ao modelo quando submetido ao mesmo sinal. Pode-se perceber que este comportamento permitia a diminuição dos graus de não linearidade de modelos pois para a representação de frequências ressonantes bastava adicionar um agrupamento de termos puro de saídas ou cruzados para gerar inf nitas ressonantes. 100 6 Considerações Finais Observou-se que isso poderia justif car ser desnecessário graus de não linearidades muito altos em alguns casos. A partir dessas análises foi possível sugerir a inclusão ou exclusão de alguns termos de um modelo mesmo já hierarquizado pelo ERR, pois tornou-se possível avaliar o efeito do agrupamento na resposta em frequência do modelo. Os testes realizados para os sistemas simulados mostraram que a metodologia proposta funcionou como critério de corte de estruturas com agrupamentos hierarquizados pelo ERR. Observou-se que, em comparação ao critério de informação de Akaike, o desempenho dos modelos sugeridos pelo método proposto foram semelhantes, porém, com a vantagem de fornecer estruturas mais compactas. Isso demonstrou que em alguns casos o critério de Akaike pode fornecer termos que não explicam a dinâmica dos dados, algumas vezes fornecendo estruturas extremamente complexas. O método proposto foi capaz de reconhecer estruturas bem compactas que tiveram desempenhos próximos a um modelo com uma estrutura muito mais complexa. A aplicação do método na planta simulada de pH mostrou que, embora no erro de simulação, não houvesse melhora no desempenho dinâmico do modelo, ainda assim com uma estrutura bem mais compacta, houve uma melhora signif cativa na aproximação do comportamento estático. Para os casos reais, o método proposto não apresentou robustez à presença de ruído e ao ajanelamento do sinal. Isso porque o cálculo da FFT realizado para uma quantidade limitada de dados causa o aparecimento de frequências não pertencentes ao sistema que camuf am as frequências verdadeiras. A presença de ruídos nos dados também faz surgir frequências que dependendo de sua amplitude esconde frequências que compõem o espectro real do sistema. Porém, modelos obtidos pelo método tiveram desempenhos semelhantes à modelos obtidos pelo método clássico. Isso comprova que o método clássico também está sujeito à falhas na obtenção de modelos devido à condições não ideais de identif cação. O método aqui implementado serve como um critério de informação, porém, não é fundamentalmente estatístico como o critério de Akaike, mas apresenta relação com a representação da dinâmica do sistema a ser modelado. Isso é muito vantajoso, pois, há uma menor possibilidade de incluir agrupamentos que insiram dinâmicas espúrias ao sistema. Também aumenta-se a possibilidade de indicar os agrupamentos corretos que expliquem as não linearidades do sistema e descartar agrupamentos que o explicam, diminuindo assim a quantidade de termos do modelo e consequentemente simplif cando sua estrutura. 6.1 Sugestões para trabalhos futuros 101 6.1 Sugestões para trabalhos futuros Algumas propostas para trabalhos futuros são citadas: 1. Utilizar a técnica apresentada neste trabalho como auxílio à outras técnicas de seleção de estrutura; 2. Aplicar um sinal de frequências múltiplas na entrada para avaliação do espectro de frequência da saída e assim determinar uma estrutura de um modelo mais adequada; 3. Melhorar o cálculo de ErroW procurando uma melhor aproximação das frequências fundamental e ressonantes apresentadas pelo modelo em relação as frequências apresentadas pelo sistema; 4. Inserir a análise de fase da resposta em frequência do sistema e dos agrupamentos candidatos relacionando-os com os atrasos máximos de entrada e saída. 102 Referências Bibliográf cas Referências Bibliográficas AGUIRRE, L. A. On the structure of nonlinear polynomial models: higher order correlation functions, spectra and term clusters. Circuits and Systems I - Fundamental Theory and Applications, 1997. 450-453p. v.44. AGUIRRE, L. A. Introdução à identificação de sistemas técnicas lineares e não-lineares aplicadas a sistemas reais. UFMG, 2004. AGUIRRE, L. A.; BILLINGS, S. A. Improved structure selection for nonlinear models based on term clustering. International Journal of Control, v.62, n.3, p.569–587, 1995. AGUIRRE, L. A.; BILLINGS, S. A. Dynamical effects of overparametrization in non-linear models. Physica D, v.80, n.1-2, p.26–40, January 1995. AGUIRRE, L. A.; BILLINGS, S. A. Improved structure selection for nonlinear models based on term clustering. 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