São Paulo | 29 de outubro de 2015 | ISSN 2358-2138 A INFLUÊNCIA DO GREENWASHING NAS ATITUDES DO CONSUMIDOR EM RELAÇÃO ÀS MARCAS QUE O ADOTAM Gabriela Goulart Moura 1 ESPM-SP Karin Ligia Brondino Pompeo 2 ESPM-SP Resumo Na ânsia por atender à tendência do consumo consciente, algumas empresas têm se engajado em ações consideradas greenwashing: os produtos vendidos, embora alardeados como sustentáveis, não o são na sua essência. Esta pesquisa tem como objetivos investigar como os consumidores percebem a comunicação realizada pelas marcas que optam pelo greenwashing e se o nível de ceticismo do consumidor afeta a credulidade nas mensagens e a atitude em relação à marca. Para testar as hipóteses, um experimento foi conduzido. Como resultado, surpreendentemente, a crença na mensagem greenwashed foi superior à da mensagem focada no produto, podendo-se afirmar que os consumidores ainda não conseguem perceber as sutilezas desse tipo de mensagem. Palavras-chave: greenwashing; sustentabilidade; crença na mensagem; ceticismo Introdução Nos últimos anos, houve um aumento da demanda dos consumidores por produtos que se apresentavam como ecologicamente corretos, especialmente devido ao aumento da preocupação do consumidor global em relação às questões e problemas ambientais (BLACK; LYBECKER, 2008; MARKET ANALYSIS, 2010). Conforme o mundo passou a se interessar mais pela proposta dos produtos “verdes”, houve também um aumento de litígios a respeito de argumentos mercadológicos ambientais enganosos (KEWALRAMANI; SOBELSOHN, 2012). O greenwashing, também conhecido como “maquiagem verde” ou “lavagem verde”, é um termo usado para descrever o uso enganoso do marketing verde para promover a percepção ilusória de que as políticas, práticas e produtos 1 Estudante do curso de graduação em Administração da ESPM-SP. E-mail: [email protected]. 2 Professora do curso de graduação em Administração da ESPM-SP. E-mail: [email protected]. 2 ou serviços de uma empresa são adequadas ao meio ambiente (KEWALRAMANI; SOBELSOHN, 2012). Enquanto nas atividades de marketing ambientalmente responsável as empresas empregam atividades como mudança nos produtos e no processo produtivo com foco em reduzir o impacto no meio ambiente, no greenwashing algumas empresas lançam mão de mudanças superficiais e fornecem informações incorretas ou confusas sobre suas práticas ambientais e/ou os benefícios ambientais presentes em um produto ou serviço (TERRACHOICE, 2014). Esta pesquisa tem como objetivo principal investigar as reações dos consumidores face às práticas de greenwashing por parte das empresas. Com um tema pouco abordado, principalmente no Brasil, este estudo ajuda a entender a relação entre a consciência ambiental e a atitude em relação a marca, bem como a crença na mensagem. Revisão da Literatura Greenwashing: dando aparência verde às ações das marcas O consumismo e o hiperconsumismo se caracterizam pelos gastos excessivos em produtos supérfluos. A necessidade de consumo torna-se uma compulsão, uma patologia comportamental. Pessoas compram compulsivamente coisas de que realmente não precisam em razão do seu significado simbólico prazer, sucesso, felicidade (VEBLEN, 2010). Considerando a preocupação com os impactos do hiperconsumismo, o desenvolvimento sustentável e, consequentemente, a noção de “green marketing”, nasceram a partir da conclusão de que não há mais como dissociar natureza e sociedade (LOVATO, 2013). Percebendo-se dentro desse cenário, muitas empresas mudaram suas atitudes perante o ambiente e seus consumidores. Assim, surgiu o “marketing verde”: a prática, pelas empresas, de ações que levam em consideração as preocupações dos consumidores com relação à preservação e conservação do meio ambiente (CODDINGTON, 1993; TAVARES FERREIRA, 2012; MATTHES WONNEBERGER, 2013), pensando no alinhamento entre estratégias de crescimento, crise ambiental e sustentabilidade (PINTO; ROCCO, 2012). Porém, como uma real mudança de atitude em relação ao meio ambiente pode ser caro e trabalhoso, essas empresas escolhem seguir um caminho mais fácil e se aproveitarem desse novo cenário (CHEN; CHANG, 2012). Na ânsia de Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 3 atender a demanda do consumidor por produtos ambientalmente responsáveis, empresas têm se engajado em práticas de greenwashing (CARTY, 2014; KEWALRAMANI; SOBELSOHN, 2012). A lavagem verde está positivamente relacionada à confusão do consumidor a respeito dos argumentos usados pelas marcas. O greenwashing pode parecer bom para as empresas que o adotam, mas a literatura indica que esta prática, além de visivelmente lesiva ao consumidor, também pode não ser boa para a empresa, uma vez que ela está negativamente relacionada à confiança (CHEN; CHANG, 2012). Crença e descrença na comunicação e papel do ceticismo O ceticismo do consumidor em relação à propaganda, segundo Friestad e Wright (1994), é a “tendência à descrença em mensagens publicitárias” (tradução nossa, p. 160). Ele pode influenciar a eficácia da persuasão, bem como a avaliação das marcas e propagandas e a intenção de compra dos produtos (FRIESTAD; WRIGHT, 1994; OBERMILLER; SPANGENBERG, 2005). Os consumidores, à medida que se desenvolvem inúmeras preocupações como a degradação ambiental, percebem que o seu comportamento de compra pode causar um elevado impacto para o meio ambiente e para a sociedade (FERRAZ et al., 2013). Consumidores que são mais céticos em relação à propaganda são dificilmente convencidos por argumentos racionais ou informações, uma vez que geralmente tendem a duvidar dos apelos explícitos por parte das empresas; contudo, eles podem ser persuadidos por argumentos não informativos (GALHANONE et al., 2014) Ao se deparar com mensagens publicitárias das marcas, os consumidores podem ter dificuldades para concretizar os benefícios ofertados, uma vez que isso demanda esforço e muitos consumidores não estão motivados para processar informação proveniente de propaganda (MACINNIS; MOORMAN; JAWORSKI, 1991). Comportamento Ecologicamente Correto do Consumidor O comportamento do consumidor é caracterizado pelas atividades diretamente envolvidas em obter, consumir e dispor de produtos e serviços, incluindo os processos decisórios que antecedem e sucedem estas ações (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). As atitudes configuram-se como crenças e Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 4 sentimentos quanto a um objeto que predispõe o sujeito a comportar-se de maneira consistente em relação a ele. Diferentemente de outrora, os consumidores têm se preocupado cada vez mais com o meio ambiente na hora de fazerem suas escolhas. Para Lavorato (s.d.), a consciência ambiental é algo recente na mente da população. O consumidor consciente é aquele que leva em conta, ao escolher os produtos que compra, o meio ambiente, a saúde humana e animal, as relações justas de trabalho, além de questões como preço e marca. Por meio de cada ato de consumo, o consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade, maximizando as consequências positivas e minimizando as negativas de suas escolhas de consumo, não só para si mesmo, mas também para as relações sociais, a economia e a natureza (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014). De acordo com Schlegelmilch, Bohlen e Diamantopoulos (1996), para avaliar o real nível de consciência ambiental de uma pessoa, precisa-se levar em conta e ponderar seu interesse pelo tema, bem como seus comportamentos passados, atuais e futuros. Além disso, deve-se também avaliar o quanto ele entende e vê o impacto de suas ações no meio ambiente. Diversos autores - Hartmann e Apaolaza-Ibáñez (2012), Akehurst, Afonso e Gonçalves (2012), Ishaswini e Datta (2011) – buscam relacionar consciência ambiental e comportamento do consumidor, baseando-se nas teorias de comportamento planejado e de atitude. Dentro desse universo compreende-se que, quanto mais elevado é o nível de consciência ambiental da pessoa, mais alta é a probabilidade de consumir produtos ambientalmente sustentáveis (FREIRE; OLIVEIRA E SILVA; FREDERICO, 2013). Atitude em Relação à Marca O conceito de atitude está entre os considerados mais importantes na pesquisa do consumidor e na psicologia social (CACIOPPO et al., 1999). Dentre os motivos para essa ocorrência estão as atitudes, que ocupam um espaço considerável em nossas vidas – tanto mentais quanto sociais; elas influenciam inúmeras decisões e comportamentos (NOWLINS; KAHN; DHAR, 2002). Engel, normalmente, Blackwell desempenham e Miniard um (2000), papel afirmam importante na que as atitudes, determinação do comportamento do consumidor e que, na decisão sobre qual marca e loja comprar, Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 5 os consumidores escolhem a que tem uma avaliação mais favorável, assim as atitudes são uteis para compreender os motivos pelos quais os consumidores escolhem uma marca ou loja para comprar. Além disso, as atitudes são usadas para julgar a eficácia das atividades de marketing, podendo ajudar a avaliar as ações de marketing antes que elas sejam implementadas no mercado. Em âmbito geral, as atitudes configuram-se como crenças e sentimentos quanto a um objeto que predispõe o sujeito a comportar-se de maneira consistente em relação a ele (FISHBEIN; AJZEN, 1975). Hipóteses Dada a relação apresentada nas seções anteriores, espera-se que a prática do greenwashing tenha influência negativa na crença na mensagem e nas atitudes em relação à marca. Portanto: H1: A prática do greenwashing leva a uma menor crença na mensagem publicitária da marca que a adota. H2: A prática do greenwashing leva a uma pior atitude em relação à marca que a adota. Considerando que a crença na mensagem tem influência do ceticismo, espera-se que: H3: O indivíduo com alto nível de ceticismo demonstra menor crença na mensagem greenwashed. Uma vez que o nível de consciência com o meio ambiente pode ser visto como uma característica de envolvimento, presume-se que: H4: O indivíduo com alto nível de consciência ambiental demonstra menor crença na mensagem greenwashed. H5: O indivíduo com alto nível de consciência ambiental demonstra pior atitude em relação à marca que adota o greenwashing. Percurso Metodológico Para que os objetivos deste estudo sejam alcançados, usou-se um experimento, entre sujeitos, no qual se avaliou a influência do greenwashing – a variável dependente - na crença na mensagem e nas atitudes em relação a ela – as variáveis independentes - e o efeito moderador do ceticismo e da consciência ambiental. Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 6 Utilizou-se o processo de amostragem por conveniência. O questionário foi desenvolvido sobre uma base na web e foi divulgado dentro da rede de relacionamento de uma das autoras durante três semanas do mês de fevereiro de 2015. Para medir a crença na mensagem, escolheu-se a escala Gürhan-Canli e Maheswaran (2000). Já a escala para medir a atitude em relação à marca foi empregada por Peracchio e Meyers-Lins (1997). Ambas as escalas estão no original em inglês e são de diferencial semântico, sendo que crença na mensagem é composta por quatro itens e atitude em relação à marca por nove itens. Os itens dessas duas escalas foram traduzidos usando o processo de tradução reversa (MALHOTRA, 2001). Discordâncias entre os dois colaboradores, fluentes em inglês, foram dirimidas em conjunto para se chegar à versão final. A escala crença na mensagem sofreu também a redução de dois itens: dois deles por possuirem tradução igual em português – mesmo depois de terem sido submetidos a um terceiro avaliador – e um deles por não ter se encontrado tradução satisfatória. A escala ficou então com sete itens, possuindo número de itens suficiente para avaliar um construto (COSTA, 2011), mesmo com as alterações realizadas. Para a escala de ceticismo em relação à propaganda, optou-se pela desenvolvida por Obermiller e Spangenberg (1998), por apresentar itens que são condizentes ao objeto deste estudo. Há escalas de ceticismo mais abrangentes (HURTT, 2010), entretanto a composição de itens é longa. Em função da parcimônia e do foco, optou-se pela escala mencionada. Ademais, há uma versão em português, realizada por Castro e Botelho (2015), composta por nove itens. A escolha da escala para medir a consciência ambiental foi baseada em Freire, Quevedo-Silva e Frederico (2013), em que são testadas duas escalas diferentes e concluiu-se que a escala de comportamento ecologicamente correto do consumidor (será chamada de ECCB a partir deste ponto) demonstrou ter maior poder explicativo. A escala, já traduzida pelos autores para o português e passada pelo processo de depuração, resultou em 16 itens. Os estímulos selecionados para este estudo foram duas peças publicitárias da marca de detergente em pó para roupas Omo, retiradas do website da marca. Uma foi considerada greenwashed após análise e a outra não. Ambas podem ser vistas no Apêndice A. Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 7 Estas foram escolhidas por serem ações publicitárias de uma marca amplamente conhecida e de grande semelhança entre elas, além de serem anúncios reais. A categoria escolhida foi produtos de limpeza – uma vez que, de acordo com Market Analysis (2010), é uma das categorias com mais produtos com apelos ambientais identificados. Além disso, o greenwashing no anúncio é sutil, como é característica dessa prática. O anúncio considerado greenwashed traz um texto sobre a criação de hábitos sustentáveis e como essa é a melhor maneira de se poupar recursos do planeta, mais espeficicamente a água e métodos de economizá-la. O problema deste anúncio é que a marca não tomou nenhuma medida real para ajudar a economia de água. Não houve mudanças no produto ou nos processos. A empresa aproveitou-se de uma oportunidade, o momento de crise hídrica no Brasil no ano de 2015, para vender uma imagem eco-friendly. Dessa forma, tendo como base a classificação do que é greenwashing pela revisão teórica desenvolvida, ele foi assim considerado. Já o anúncio com foco no produto traz uma descrição da linha de detergentes para roupas da marca Omo, no qual suas utilidades são apresentadas. O anúncio não foi considerado greenwashed, uma vez que apenas descreve as características do produto, seus benefícios funcionais e sua finalidade. Para determinar se a manipulação foi bem sucedida, na sequência da apresentação do estímulos foi feita uma pergunta que checou o entendimento que o participante teve. As alternativas faziam referência a aspectos mais relacionados ao desempenho do produto ou à questão ecológica ou ambiental. Análise de Resultados Antes de submeter o questionário à amostra, foi realizado um pré-teste com o intuito de verificar o entendimento das questões e a dinâmica das respostas. Uma das escalas apresentou problemas de compreensão em algumas frases e foi modificada para a versão final. Com os dados coletados, primeiramente se analisou o perfil da amostra e a normalidade dos dados. Depois se verificou a estrutura das escalas e a confiabilidade. Após essa análise, foram criados escores para cada um dos construtos calculando-se a média dos seus respectivos itens (COSTA, 2011) e, finalmente, testou-se as hipóteses apresentadas avaliando-se o comportamento da Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 8 variável independente, das dependentes e moderadoras. As análises foram realizadas com o ajuda do software IBM SPSS 21. 1. Análises Preliminares A amostra por conveniência foi composta por 341 pessoas. Desse número total foram excluídos os questionários abandonados logo nas duas primeiras perguntas, com tempo de resposta incompatível com a extensão e complexidade das perguntas e onze respondentes que assinalaram respostas inconsistentes na checagem de manipulação. A amostra final foi então composta por 236 respondentes. 122 participantes foram estimulados com a comunicação de Omo focada nos benefícios do produto e 114 participantes foram estimulados com a comunicação de Omo cujo foco era a sustentabilidade. Os participantes, em sua maioria, são moradores do estado de São Paulo, com idade média de 29,6 anos, sendo 186 mulheres e 25 homens – o restante dos respondentes optou por não identificar o gênero. No que concerne à lavagem de roupas, 47,5% declarou ser o responsável ou co-responsável pela tarefa, 52,2% declarou não ser o responsável e 0,3% não respondeu. Omo é a principal marca usada para lavar roupas para 74% da amostra. Entre os grupos separados pelos dois estímulos usados na pesquisa, a distribuição entre responsáveis ou não por lavar as roupas e o percentual de Omo como marca principal é similar. Os dados foram analisados para a verificação da normalidade. Analisando assimetria e curtose, juntamente aos histogramas e à curva normal, notou-se que não foram encontrados desvios importantes de normalidade. Os índices de assimetria variaram de -0,538 à 0,389 e curtose de -0,812 à 0,206, estando os dados, portanto, dentro das premissas de normalidade. 2. Análise de Confiabilidade e das Estrututuras das Escalas Para avaliar a consistência interna das escalas foi utilizado o alfa de Cronbach. As escalas apresentaram índices aceitáveis de consistência interna, variando de 0,846 para a escala de atitude em relação à marca a 0,940 para a escala de consciência ambiental. Não houve sugestão de exclusão de nenhum item. a. Análise Fatorial Exploratória A análise fatorial exploratória por componentes principais foi usada para Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 9 se checar a estrutura das escalas. Para se verificar a adequação da amostra obtida à análise fatorial, foram realizados o teste de esfericidade de Bartlett e a medida de adequação de amostra de KMO. Todas as escalas tiveram resultados significativos a p<0,001 para Bartlett e KMO variando entre 0,849 e 0,940. As escalas de crença na mensagem, atitude em relação à marca e ceticismo apresentaram, cada uma delas, correlações fortes entre a maior parte de seus itens e significativas a p>0,001. As comunalidades também são elevadas. Todas tiveram apenas um componente com autovalor superior a 1 e que explicaram mais de 60% da variância. Dentro desses componentes, todos os itens apresentaram cargas fatoriais elevadas, sendo o mais baixo deles de 0,630. Esses resultados confirmam, de acordo com o esperado, que a estrutura dessas três escalas é unidimensional. Já a respeito da estrutura da escala ECCB, a literatura aponta divergências. Roberts (1996) na versão original concluiu, após o processo de análise, que o construto é unidimensional. Entretanto, Grohman et al. (2012) e Freire, Quevedo-Silva e Frederico (2013) encontraram três fatores, mas com agrupamentos distintos entre os itens. Dois componentes possuem autovalor maior que 1, sendo o componente 1 responsável por 54% e o 2 por 8,8% da variância. Com a presença de dois componentes, verificou-se o comportamento dos itens após rotação, optando-se para isso pelo método ortogonal Varimax, uma vez que este não permite a correlação entre os dois componentes (FIELD, 2009). Ao contrário de Grohman et al. (2012) e Freire, Quevedo-Silva e Frederico (2013), a análise mostrou a presença de apenas dois fatores, sendo que o segundo possui a mesma composição encontrada em Freire, Quevedo-Silva e Frederico (2013) – apenas três itens relacionados à energia. Não faz parte dos objetivos deste trabalho uma discussão mais ampla sobre o construto de comportamento ecologicamente do consumidor e se a energia deveria se agrupar como um fator separado. Mas, por ser a terceira vez que a escala é submetida – com a mesma tradução – para amostras no Brasil e obtém-se resultados diferentes de estrutura, é importante que os testes dessa escala continuem sendo feitos. Por se concluir que uma versão reduzida não afeta os objetivos principais propostos, optou-se por empregar apenas um dos componentes Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 10 da ECCB aqui apurados – justamente o que congrega a maior parte dos itens: treze no total, exceto os três itens que se referem à economia de energia. b. Análise Descritiva e de Correlação das Escalas Todas as escalas tiveram seus escores compostos pelas médias dos itens validados após a análise de estrutura apresentada. A tabela 1 mostra a média e o desvio padrão dos escores das escalas. É importante mencionar que a escala de ceticismo, devido à forma como os autores originais a construíram, é uma escala de “não-ceticismo”, ou seja, quanto mais elevado o escore na escala, menor o nível de ceticismo do sujeito. Tabela 1 - Estatística descritiva dos indicadores Média Desvio padrão Assimetria Curtose Crença na mensagem 5,1409 1,21516 -0,538 0,206 Atitude em relação à marca 5,3720 0, 97198 -0,412 -0,431 Ceticismo 3,2708 1,24777 0,389 -0,217 ECCB 4,1703 1,50757 -0,086 -0,812 Fonte: Elaboração própria, 2015. Para medir a relação das variáveis umas com as outras, a análise de correlação de Pearson foi realizada. A tabela 2 mostra as correlações entre as variáveis. Tabela 2 - Matriz de Correlação Crença na mensagem Crença na mensagem Atitude em relação à Ceticismo ECCB marca 0,501** 1,000 Ceticismo 0,294** 0,343** 1,000 0,092 0,064 0,182** 1,000 0,314** 0,028 -0,021 -0,010 Manipulação - Greenwashing Greenwashing 1,000 Atitude em relação à marca ECCB Manipulação - 1,000 **Correlações significativas p< 0,01 Fonte: Elaboração própria, 2015. Uma avaliação inicial dos índices de correlação aponta que nenhum é extremamente alto. A manipulação e crença na mensagem correlacionam-se positivamente e de forma significativa. Já a atitude em relação à marca não parece afetada pela manipulação. Em relação às variáveis moderadoras, nota-se que o ceticismo se correlaciona positivamente com ambas as variáveis dependentes, Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 11 indicando que ele pode ter o efeito moderador previsto. Percebe-se também que as duas variáveis dependentes se correlacionam moderadamente, o que é um efeito condizente com o esperado em função da descrição dos construtos. c. Análise da Influência da Variável Independente nas Variáveis Dependentes e o Papel das Variáveis Moderadoras Para se verificar a influência da variável independente nas dependentes e também o papel das moderadoras foram realizadas duas análises de regressão múltipla. Um primeiro modelo foi montado sem as interações, conforme recomendado por Hair Jr. et al. (2009). O segundo modelo adiciona as interações entre o estímulo e as outras variáveis moderadoras para se atestar seus efeitos. Foram consideradas como variáveis independentes o tipo do mensagem (se greenwashed ou não); como variáveis moderadoras o nível de ceticismo do indivíduo e seu ECCB; e, como variáveis dependentes a crença na mensagem e a atitude em relação à marca. Para todas as variáveis dependentes, a multicolinearidade foi testada calculando-se o fator de inflação de variância, que ficou no intervalo entre 1,002 e 1,070, e a tolerância, com índices presentes no intervalo de 0,934 a 0,998. Ambos estão dentro dos parâmetros recomendados. Calculou-se também a distância Cook para a verificação do impacto de casos extremos no modelo e o valor máximo encontrado foi 0,053, sendo, portanto, adequado. As variáveis ceticismo e ECCB foram centradas antes de sua entrada no modelo subtraindo-se a sua média, sendo esta mais uma providência para reduzir a incidência de multicolinearidade (FIELD, 2009). Os gráficos de dispersão dos resíduos da análise de regressão múltipla foram analisados, assim como os gráficos P-P. Não se notaram agrupamentos distintos nem uma tendência predominante nos resíduos. Além disso, a hipótese de independência dos erros é satisfeita por meio do índice de Durbin-Watson, já que os valores encontrados (d crença na mensagem =1,951; d atitude marca =1,829; se encontra entre 1 e 3 (FIELD, 2009), e o erro demonstra ter distribuição normal. Satisfeitas as suposições do modelo, a tabela 3 mostra os efeitos, mediante do beta padronizado, da variável independente (tipo de mensagem – greenwashing ou não) na crença na mensagem e na atitude em relação à marca. O modelo 1 traz as variáveis independentes e o modelo 2 inclui as interações do estímulo com as variáveis independentes. Além das escalas já discutidas nas seções Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 12 anteriores, optou-se também por inserir o dado da marca principal de sabão para roupas usada na casa (sendo 1 para Omo e 0 para qualquer outra marca), para se notar a influência do uso da marca Omo no modelo. Tabela 3 - Efeitos das variáveis preditoras na crença na mensagem e na atitude em relação à marca Variáveis Crença na mensagem Ceticismo ECCB Greenwashing Marca principal - Omo Atitude em relação à marca Modelo 1 Modelo 2 Modelo 1 Modelo 2 0,278*** 0,297*** 0,322*** 0,328*** 0,041 0,038 0,001 0,002 0,344*** 0,346*** 0,068 0,069 0,142* 0,135* 0,236*** 0,235*** Greenwashing X ECCB Greenwashing X Ceticismo 0,079 -0,038 -0,141* -0,039 R 0,471 0,493 0,424 0, ,428 R quadrado 0,222 0,243 0,180 0,183 R quadrado ajustado 0,207 0,221 0,164 0,159 Alteração de R quadrado 0,022 F 14,739*** 10,990*** 0,003 11,331*** 7,657*** * (p<0,05); ** (p<0,01); *** (p<0,001) Fonte: Elaboração própria, 2015. É possível notar que há influência do tipo de mensagem manipulada (se greenwashing ou não) sobre a crença na mensagem, apresentando certo poder de explicação. Entretanto, o efeito encontrado é exatamente o contrário do esperado: a mensagem greenwashed leva a uma maior crença na mensagem do que a mensagem focada no desempenho do produto (M produto =4,77, DP=1,17; M greenwashing =5,54, DP=1,14). Esse resultado é preocupante, uma vez que suporta a ideia de que a ação de propagar uma mensagem verde, mesmo quando não há fundamentos para fazê-la, traz benefícios para o anunciante. Dessa forma, não é possível suportar H1. Há também a influência direta do ceticismo – ou melhor, da credulidade, conforme já explicado anteriormente – na crença na mensagem: quanto mais crédulo o respondente, maior a crença na mensagem. O ceticismo também apresentou a interação esperada: os mais céticos acreditaram menos na mensagem greenwashed, suportando H3. Embora não houvesse hipótese prévia a respeito do efeito de ser ou não usuário da marca usada no estímulo, optou-se por inserir essa variável no modelo Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 13 para controlar seu efeito. De fato, é possível notar que usuários de Omo tendem a acreditar mais na mensagem veiculada (p<0,05). O ECCB não afetou a crença na mensagem, nem pelo efeito direto e nem pela moderação. Assim, não há evidências para suportar H4. Observando-se o R quadrado, é possível notar que o poder de explicação do conjunto de variáveis na crença na mensagem não é muito elevado (R2 modelo1 = 0,222; R2 modelo2 = 0,243), portanto há espaço para investigações futuras a respeito de quais variáveis adicionais ajudariam na explicação do comportamento da variável. Ainda, cabe observar que o incremento de explicação do comportamento da variável no modelo 2 é muito pequeno (incremento de 0,022). Já em relação à atitude em relação à marca, ao contrário do previsto, não se nota influência do tipo de mensagem manipulada. As variáveis com maior poder de explicação no comportamento da atitude em relação à marca são o ceticismo e a marca principal usada. O ceticismo não fazia parte do modelo de hipóteses inicialmente planejado, mas optou-se por sua entrada no modelo ao se notar correlação positiva e significativa. Quanto menos cético é o indivíduo, maior a atitude em relação à marca. Os usuários de Omo também tendem a ter uma atitude em relação à marca mais positiva, também em linha com o que se espera. O poder de explicação desse modelo é baixo, uma vez que R2=0,183, mesmo com a inclusão das variáveis moderadoras, que não o melhoram. Dessa forma, não é possível suportar H2. O ECCB não afetou a atitude em relação à marca, nem pelo efeito direto e nem pela moderação. Assim, não há evidências para suportar H5. Os resultados foram diferentes do esperado. Sem dúvida, a marca teve influência no comportamento das variáveis dependentes. Como alternativa, poderia ter sido usada uma marca fictícia para se eliminar esse efeito, mas ao mesmo tempo foi importante perceber que a força da marca escolhida é capaz de neutralizar o efeito da variável de teste. Outro dado que ajuda muito a entender os resultados está relacionado ao poder de crítica do consumidor, a ponto de conseguir compreender o que é ou não uma mensagem greenwashed. Antecipando esse receio, incluiu-se como última pergunta do questionário, depois de toda a coleta das variáveis dependentes, uma descrição do que é greenwashing a partir do site do Instituto Akatu (2011) e se os Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 14 respondentes classificariam a mensagem publicitária que viram como greenwashing, numa escala de sete pontos ancorada em “certamente não é greenwashing” e “certamente é greenwashing”. Para os dois grupos, comparou-se as médias usando o teste-t. Os resultados confirmaram as suspeitas iniciais, não havendo a percepção de que se tratava de uma mensagem maquiada (M produto =3,78, DP=1,564; M greenwashed =4,04, DP=1,723; t(148)=-0,982, p>0,5). Considerações finais Este estudo contribui para compreender melhor os aspectos que influenciam na crença da mensagem e o papel da sustentabilidade nesse processo. Além disso, foi possível investigar em qual proporção o discernimento sobre mensagens com maquiagem verde afeta as atitudes do consumidor. A pesquisa bibliográfica indicou que a prática do greenwashing pode influenciar determinados comportamentos dos consumidores e afetar os resultados das empresas, gerando inclusive efeitos contrários daqueles positivos desejados quando as empresas tomam como medida executar atividades de lavagem verde. Entretanto, os resultados da pesquisa de campo mostraram que os consumidores ainda não conseguem perceber as sutilezas da mensagem greenwashed. Dessa forma, não apenas as hipóteses principais não puderam ser confirmadas, como obteve-se um resultado surpreendente: a crença na mensagem greenwashed foi superior à da mensagem focada no produto. Observando a posteriori, isso faz sentido: como o consumidor não percebe a sutileza da maquiagem verde, e a comunicação escolhida transfere a responsabilidade para o consumidor (seria papel dele economizar água, e não da empresa), não há nada que a empresa precise comprovar para sua mensagem ser crível. Já a comunicação focada no desempenho do produto pode ser contestada pelo consumidor a partir de sua experiência com os produtos. Isso reforça a visão de Chen e Chang (2012), para quem a lavagem verde está positivamente relacionada à confusão do consumidor a respeito dos argumentos usados pelas marcas. Diante de tanta mensagem maquiada, o consumidor não está apto a identificar os argumentos e a criticá-los adequadamente. Vale também ressaltar que o momento em que a pesquisa de campo foi realizada – em plena crise hídrica – pode ter feito com que os Anais do 4º Seminário de Iniciação Científica da ESPM | ISSN: 2358-2138 São Paulo | 29 de outubro de 2015 15 consumidores, mais consciente dos problemas com a água, tenham ficado mais atentos e sensíveis à mensagem de sustentabilidade. Os resultados encontrados reforçam a importância de processos de conscientização do consumidor e de regulamentação por parte dos anunciantes. Cabe dizer que o fato de ter sido escolhida uma marca amplamente conhecida e líder na sua categoria e de peças publicitárias reais terem sido usadas como estímulo traz vantagens e desvantagens. Como vantagens, a proximidade com o mundo real. Como desvantagem, toda a carga de conhecimento e experiência com a marca influenciando as respostas. Do ponto de vista prático, este trabalho auxilia a conscientização por parte de gestores dos malefícios do greenwashing e que, por ser um tema cada vez mais estudado e abordado, é cada vez mais conhecido. Apesar dos consumidores não identificarem a sutileza do anúncio escolhido, o tema é cada vez mais abordado em estudos e também pela mídia. Referências AKEHURST, Gary; AFONSO, Carolina; GONÇALVES, Helena Martins. Re-examining green purchase behavior and the green consumer profile: new evidences. Management Decision, v. 50, n. 5, p. 972-988, 2012. BLACK, B.; LYBECKER, D. L. Great Debates in American Environmental History, vol. 2. Westport: Greenwood Publishing Group, 2008. 352 p. CACIOPPO, John T.; GARDNER, Wendi L.; BERNTSON, Gary G. The Affect System Has Parallel and Integrative Processing Components Form Follows Function. Journal of Personality and Social Psycholog, v. 76, n. 5, p. 839-855, mai. 1999. CARTY, S. S. Greenwashed Car Ads Make People Feel Good About Polluting. 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