Currículo: Escola Especial e Escola
Comum
Reorientação
Curricular
Profª Maria Aparecida Barros Pinto, Coordenadora Pedagógica
da Escola Raio de Sol- Associação Pestalozzi de Campo
Grande-MS
PARA CONCEITUAR
CURRÍCULO
“as questões curriculares estão intimamente conectadas
aos problemas sociais e, em dias mais recentes, aos
aspectos culturais. Uma pedagogia crítica para formar
cidadãos capazes de exercer poder sobre suas vidas e
especialmente sobre as condições de produção e
aquisição de conhecimento. Que buscam refletir sobre
os conteúdos manifestos e ocultos na realidade social e
escolar deve estar articulado à prática escolar, para que
nesta se possam problematizar as relações do poder
que ocorrem nas diferentes trocas, linguagens, tempo e
espaços sociais”.
(La Torre,2008)
Currículo

Todas as experiências e conhecimentos
proporcionados aos estudantes no cotidiano
escolar, por meio tanto do currículo explícito quanto
do currículo oculto.

É visto como artefato cultural, à medida que traduz
valores pensamentos e perspectivas de uma
determinada época ou sociedade.
Fidalgo e Machado (Eds.), 2000
Organização Curricular

Em bases contínuas: organizados em séries
anuais, em períodos semestrais, em ciclos e
em módulos.

Em bases modulares: pautado na
flexibilidade; prevê a possibilidade de
percursos educacionais diferenciados.
Fidalgo e Machado (Eds.), 2000
TEORIA DO CURRÍCULO
Pós-Estruturalismo: corrente de análise social e cultural;
 Teorias não se limitam a descobrir, descrever e explicar;
 As teorias produzem “objetos”. Ao descrever um “objeto”, a
teoria, de certo modo, inventa-o (é uma construção social).
 Visão da Teoria como Discurso ou Texto;
 Então: Um discurso s/ currículo produz ou constrói uma visão
particular de currículo.
 Procura-se: uma compreensão da noção de teoria que nos
mantenha atentos ao seu papel ativo na constituição daquilo que
ela supostamente descreve.
 Portanto: Não há uma definição pronta e acabada de currículo;
um verdadeiro significado.

Tentativa de expressar idéias, sem
o currículo da forma como ele é,
definido por diferentes autores e
teorias



A questão da definição de currículo é:
Menos ontológica: O que é currículo?
Mais histórica: como, em diferentes momentos,
em diferentes teorias, o currículo tem sido
definido?
Quais as questões que uma teoria
do currículo buscaria responder?
O que
ensinar?
•Natureza da
Aprendizagem
• Natureza
Humana
Cultura
&
Sociedade
•Natureza do
conhecimento
O que as pessoas devem
saber??
Qual conhecimento ou saber é considerado
importante/válido/essencial para merecer ser
considerado parte do currículo?
Critérios de seleção de “conteúdos”:
 De um universo mais amplo de conhecimentos e saberes
seleciona-se aquela parte que interessa ao currículo.
 Portanto, a pergunta “o que ensinar?” nunca pode ser
deslocada de outra pergunta fundamental:
 O que as pessoas devem ser?
 O que elas vão se tornar?
 Devemos pensar o que ensinar a partir das pessoas que
vamos formar e para quê formar.

Etimologia: Currículo  curriculum (?)






No curso da “corrida” que é o currículo, o que nos
tornamos?
Afinal, um currículo busca precisamente modificar as
pessoas que vão “seguir” aquele currículo;
Qual é o tipo de ser humano desejável para um
determinado tipo de sociedade?
Racional e Ilustrada: Modelos Humanistas;
Otimizadora e competitiva: Modelos Tecnicista e
Neoliberais;
Desconfiada e crítica dos arranjos sociais existentes:
Modelos Críticos.
Currículo & Identidades
Toda essa questão passa por uma discussão
sobre identidades.
 Por isso o currículo é também uma questão de
identidade:



indivíduo
sociedade
TEORIAS DE CURRÍCULO
TRADICIONAIS
CRÍTICAS
PÓS-CRÍTICAS
Ensino; Aprendizagem; Metodologia;
Avaliação; Didática; Organização;
Planejamento; Objetivos
Ideologia; Reprodução Cultural e Social;
Poder; Classe Social; Capitalismo;
Relações Sociais de Produção;
Conscientização; Emancipação e Libertação;
Currículo Oculto e Resistência
Identidade, Alteridade, Diferença,
Subjetividade, Significação e Discurso;
Saber-Poder; Representação; Cultura;
Gênero, Raça, Etnia, Sexualidade,
Multiculturalismo
Para atender e responder efetivamente às necessidades
educacionais especiais dos alunos no seu processo de
aprender e construir conhecimentos, faz-se necessário
modificar os procedimentos de ensino, tanto introduzindo
atividades alternativas às previstas, como introduzindo
atividades complementares, através da:
 TRANSFORMAÇÃO CURRICULAR
 ENRIQUECIMENTO CURRICULAR
 AVALIAÇÃO
DIFERENCIADA
continuidade será abordado)
(na
As TRANSFORMAÇÕES Curriculares podem
ser implementadas em várias áreas e momentos
da atuação do professor:
 Na promoção do acesso ao currículo,
 Nos objetivos de ensino,
 No conteúdo ensinado,
 No método de ensino,
 No processo de avaliação,
 Na temporalidade.
Transformação do Método de Ensino
e da Organização Didática
A Transformação do método de ensino às
necessidades de cada aluno é, na realidade, um
procedimento fundamental na atuação profissional de
todo educador, já que o ensino não ocorrerá, de fato,
se o professor não atender ao jeito que cada um tem
para aprender. Faz parte da tarefa de ensinar procurar
as
estratégias
que
melhor
respondam
às
características e às necessidades peculiares a cada
aluno.
Uma outra transformação no método de ensino é a
modificação do nível de complexidade das atividades.
Nem todos os alunos conseguem apreender um
determinado conteúdo se ele não lhe for apresentado
passo a passo, mesmo que o “tamanho” dos passos
precise ser diferente de um aluno para outro.
Assim, o professor tanto pode precisar eliminar
componentes da cadeia que constitui a atividade, como
dar nova seqüência à tarefa, dividindo a cadeia em
passos menores, com menor dificuldade entre um e
outro, etc.
Outra transformação no método de ensino encontrase representada pela adaptação de materiais utilizados.
São vários os recursos e materiais que podem ser úteis
para atender às necessidades especiais de vários tipos de
deficiência, seja ela permanente, ou temporária.
O professor poderá também ter de fazer modificações
na seleção de materiais que havia inicialmente previsto
em função dos resultados que esteja observando no
processo de aprendizagem do aluno. O ajuste de suas
ações pedagógicas tem sempre de estar atrelado ao
processo de aprendizagem do aluno.
Transformação do Processo de
Avaliação
Outra categoria de ajuste que pode se mostrar
necessária
para atender
a
necessidades
educacionais especiais de alunos é a transformação
do processo de avaliação, seja por meio da
modificação de técnicas, como dos instrumentos
utilizados. Alguns exemplos desses ajustes: utilizar
diferentes procedimentos de avaliação, adaptandoos aos diferentes estilos e possibilidades de
expressão dos alunos.
Alteração na Temporalidade
O último tipo de alteração que se sugere é a alteração na
temporalidade do processo de ensino e aprendizagem, tanto
aumentando, como diminuindo o tempo previsto para o trato
de determinados objetivos e os conseqüentes conteúdos. O
professor pode organizar o tempo das atividades propostas,
levando-se em conta o tipo de
deficiência.
Mudança de Objetivos
Referem a ajustes que o professor pode fazer nos
objetivos pedagógicos constantes de seu plano de ensino de
forma a adequá-los às características e condições do aluno com
necessidades educacionais especiais.
O professor pode priorizar determinados objetivos para um
aluno, caso essa seja a forma de atender às suas necessidades
educacionais. Assim, o professor pode investir mais tempo, ou
utilizar maior variedade de estratégias pedagógicas na busca de
alcançar determinados objetivos, em detrimento de outros,
menos necessários, numa escala de prioridade estabelecida a
partir da análise do conhecimento já apreendido pelo aluno, e do
grau de importância do referido objetivo para o seu
desenvolvimento e a aprendizagem significativa do aluno.
Currículo
e
Funcionalidade
A organização curricular do Ensino Fundamental de 9
anos está fundamentada em dois grandes pilares:
desenvolvimento pessoal e social;
ampliação do universo cultural.
Os eixos servem de referência ao trabalho docente
(conhecimentos científicos) e contemplam os "componentes
curriculares" da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada:
Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Artes, Educação Física,
Matemática, Educação para o Pensar( Mattew Lipman),
História, Geografia, Ciências e Ensino Religioso e Informática:
1) conhecimento lingüístico;
2) conhecimento lógico-matemático;
3) atuação no meio social;
4) relações e convívio solidário;
5) criatividade e movimento.
A abordagem metodológica está fundamentada nas ações:
1) jogar;
2) experienciar;
3) expressar a espiritualidade;
4) brincar;
5) pensar.
PRÁTICA DOCENTE
•O Educador fundamenta a sua prática nos princípios e valores
através da pedagogia do conhecimento cientifico, de valores
sociais e do amor ao trabalho e da educação integral.
•Assim, sua ação concorre para:
•favorecer o desenvolvimento da auto-estima e da auto-confiança
do educando;
•mediar o trabalho educativo a partir da compreensão das várias
dimensões e amplitude da inteligência e da construção
significativa do conhecimento;
•ser um estudioso, flexível, aberto ao novo, ao imprevisto,
estabelecendo uma forma prazerosa de aprender a aprender.
AVALIAÇÃO
•Para avaliar a aquisição do conhecimento, são observados alguns
princípios:
•não fazer comparações entre os alunos;
•comparar a tarefa a realizar, o que o aluno fez e aquilo que teria
condições de fazer se contasse com momentos metodológicos
elaborados pensando na individualidade de cada aluno ;
•elaborar critérios e indicadores das competências com o auxílio dos
próprios alunos;
•lançar mão da observação do desempenho do aluno em situação de
aprendizagem, completada através de: portfólios, relatórios, dossiês,
fichas com registros de aspectos importantes observados;
•priorizar os aspectos qualitativos da aprendizagem no que se refere ao
domínio do conhecimento de conteúdos relevantes e das operações
mentais utilizadas na sua construção; à formação de competências
básicas, bem como às relações interpessoais e à afetividade.
INDICADORES
Os indicadores de avaliação são expressos no Regimento Escolar:
•O nível de compreensão do aluno em relação a uma determinada
área do conhecimento;
•Operações mentais utilizadas;
•Formação de hábitos e atitudes;
•Desenvolvimento de habilidades e destrezas;
•Relações interpessoais;
Matriz de
habilidades e
aquisição de
conhecimento
Organização Curricular
por área de conhecimento

Deve compreender os conhecimentos teóricos,
profissionais, tecnológicas, gerais e específicas,
incluindo os fundamentos científicos e
humanísticos necessários ao desempenho
profissional do graduado em tecnologia.
–Competência profissional é entendida como a
capacidade de mobilizar, articular e colocar em
ação conhecimentos, habilidades, atitudes e
valores necessários para o desempenho eficiente e
eficaz de atividades requeridas pela natureza do
trabalho e do desenvolvimento tecnológico.
Objetivos de aprendizagem:



Orientam os professores quanto à seleção das
bases instrumentais, científicas e tecnológicas
(conteúdos, conhecimentos), escolha de processos
metodológicos de ensino (estratégSão geralmente
expressos em termos de comportamento esperado
dos alunos.
Metodologias de ensino, critérios e procedimentos
de avaliação (elaboração dos instrumentos para
avaliação de desempenho do aluno e do seu
próprio).
Também servem para orientar o aluno acerca do
que dele se espera, de sua utilidade, e ainda, em
relação ao que será objeto de avaliação.
Adaptação de Gil, 1997
Objetivos de aprendizagem:

No caso dos currículos que priorizam a
aquisição de conhecimento, os objetivos de
aprendizagem são as áreas de conhecimento
(nas suas várias dimensões) a serem
trabalhadas.
Objetivos de aprendizagem:
Classificação:

Domínio cognitivo: objetivos ligados a conhecimentos,
informações ou capacidades intelectuais;

Domínio afetivo: abrange os objetivos relacionados com
sentimentos, emoções, gostos ou atitudes;

Domínio psicomotor: envolve os objetivos que enfatizam o
uso e a coordenação dos músculos.
Gil, 1997
Domínio Cognitivo:
Memorização
 Compreensão
 Aplicação
 Análise
 Síntese
 Avaliação

Bloom e colaboradores (1972)
Domínio Afetivo:





Receptividade
Resposta
Valorização
Organização
Caracterização
Bloom e colaboradores (1972)
Domínio Psicomotor:






Movimentos de reflexos
Movimentos básicos fundamentais
Habilidades perceptivas
Habilidades físicas
Movimentos de habilidade
Comunicação não discursiva
Harrow (1972)
ALCANCE ESCOLAR
O alcance ou sucesso escolar é um fato imaginário,
que depende das características e idade do aluno, da
estrutura e dinâmica familiar, da escola, do meio
social, da época e do local onde tudo isso acontece.
Em especial, depende das expectativas do aluno.
ALCANCE ESCOLAR
Para todos os alunos o êxito escolar
é
importantíssimo, já que seu desempenho como
pessoa está vinculado em grande parte à sua atuação
como aluno.
Para a família, o sucesso escolar dos filhos é quase
que um atestado social de êxito dos pais como
educadores.
Para a escola, alunos com bom desempenho
acadêmico, em geral significam profissionais bem
sucedidos no futuro.
Individualmente, o aluno, a escola ou a família não
são linearmente responsáveis pelos problemas de
aprendizagem das crianças ou em última análise, do
SUCESSO OU FRACASSO escolar,
MAS
a combinação entre fatores congênitos e as
experiências vivenciadas nesses ambientes, levam a
emersão das predisposições pré existentes, que
podem ser desencadeadoras potenciais dos
transtornos de aprendizagem.
A FAMÍLIA
Ao nos propormos a olhar, analisar e
compreender o aluno no contexto familiar,
conseguimos chegar mais próximo da
função denunciadora do sintoma que se
revela como: não querer, não conseguir,
não poder aprender.
É IMPRESCINDÍVEL QUE A FAMÍLIA POSSA:
Oferecer segurança através de boa vinculação, para
desenvolver na criança / adolescente alto nível de empatia e
comportamento pró-social adequado.
Ensinar a criança / adolescente a se cuidar.
Respeitar e acatar afetivamente as limitações e orientações
de comportamento da criança / adolescente.
Procurar manter uma atitude de serenidade durante os
momentos mais difíceis de relacionamento para ajudar a
criança / adolescente a desenvolver inclusive a percepção
de modelo de conduta (auto-regulação).

DESAFIOS/ SUPERAÇÃO
PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO
DE OUTRAS FUNÇÕES
PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO
NA MOTRICIDADE FINA
PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO
DA LINGUAGEM
PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO
NA MEMÓRIA
TRANSDICIPLINARIDADE
 É a busca da transversalidade entre as diferentes disciplinas
para atingir a intercomunicação de conhecimentos. Não se trata
de criar uma nova disciplina mas de criar projetos que as
integrem .
 Objetiva a abertura entre as disciplinas na medida em que
ultrapassa o campo das ciências exatas devido ao seu diálogo
com as ciências humanas.
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CURSO adaptações curriculares e inclusão Caldas Novas