Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil
Ano V - nº 20 |setembro/dezembro| 2012
Ele venceu o alcoolismo
Conheça o bancário aposentado que há cinco anos não ingere qualquer bebida alcoólica
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EDITORIAL
Ano de conquistas e desafios
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou, em dezembro,
a mais recente avaliação das operadoras de saúde, obtida por meio do
Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS). A CASSI passou a
integrar a primeira faixa de classificação, ocupada pelas melhores do País,
segundo os parâmetros da ANS. Com
IDSS 0,8092, em escala que vai de 0 a 1, a CASSI está à frente de
gigantes do setor, como Amil, Bradesco Saúde e grande parte das
cooperativas médicas (Unimed).
ANS - nº 34665-9
O número reflete os esforços de dirigentes indicados e eleitos, colaboradores, entidades e corpo social – desde a criação da CASSI
em 1944 – para a construção de um plano forte e capaz de garantir
assistência em saúde a todos os associados e seus familiares. Essa
é a missão que recebi juntamente com o desafio de assegurar a
perenidade e a qualidade dos serviços diante do atual cenário da
saúde no Brasil. O País, que enfrenta problemas típicos de primeiro
mundo como envelhecimento da população e avalanche de novas
tecnologias em saúde, ainda convive com dificuldades como má
distribuição dos prestadores de serviços de saúde pelo território,
baixa cultura de prevenção (principalmente entre os homens) e endemias de doenças tropicais.
Conselho Deliberativo
Fernanda Duclos Carisio (Presidente)
Antonio Cladir Tremarin (Vice-presidente)
Carlos Alberto Araújo Netto (Titular)
Vagner Lacerda Ribeiro (Titular)
José Adriano Soares de Oliveira (Titular)
Marco Antonio Ascoli Mastroeni (Titular)
Sandro Kohler Marcondes (Titular)
Loreni Senger Correa (Titular)
Ubaldo Evangelista Neto (Suplente)
Milton dos Santos Rezende (Suplente)
Marcelo Gonçalves Farinha (Suplente)
José Caetano de A. Minchillo (Suplente)
Mário Fernando Engelke (Suplente)
Maria Ines Oliveira Bodanese (Suplente)
Gilberto Lourenço da Aparecida (Suplente)
Íris Carvalho Silva (Suplente)
Conselho Fiscal
Eduardo César Pasa (Presidente)
Frederico de Queiroz Filho (Vice-presidente)
Esse conjunto de desafios pressiona todos os planos de mercado,
mas atinge de forma mais contundente a CASSI, em função da ampla
cobertura e da necessidade de prover assistência onde o participante
estiver no Brasil. Para enfrentar o que é particularmente mais difícil
para a CASSI, valho-me do que nela é peculiar: a força do corpo social, a vontade de defender aquilo que é patrimônio dos associados e
a coragem de tomar as decisões que precisam ser implantadas.
Por isso, convido você a ler a reportagem “Práticas que ajudam você
e a CASSI”, páginas 8 e 9, que revela o esforço para contenção
do crescimento das despesas básicas da Instituição – em 2011, os
custos médico-hospitalares cresceram 21,9% em relação ao ano anterior, contra inflação (IPCA) de 6,5% no período.
Ao usar seu Plano de forma mais racional, você ajudará a CASSI, em
2013, a continuar aprimorando a qualidade dos serviços prestados.
Há muito trabalho a ser feito e seu apoio motiva ainda mais todos
os colaboradores da Caixa de Assistência a superar obstáculos presentes no caminho desta importante Instituição.
Conto com você!
Boa leitura.
David Salviano (presidente)
Carmelina P. dos Santos Nova (Titular)
João Antônio Maia Filho (Titular)
Rodrigo Nunes Gurgel (Titular)
Rodrigo Santos Nogueira (Titular)
Benilton Couto da Cunha (Suplente)
César Augusto Jacinto Teixeira (Suplente)
Claudio Gerstner (Suplente)
José Eduardo Rodrigues Marinho (Suplente)
Josimar de Gusmão Lopes (Suplente)
Viviane Cristina N. Assôfra (Suplente)
Diretoria Executiva
David Salviano de Albuquerque Neto
(Presidente)
Geraldo A. B. Correia Júnior
(Diretor de Administração e Finanças)
Maria das Graças C. Machado Costa
(Diretora de Saúde e Rede de Atendimento)
Mirian Cleusa Fochi
(Diretora de Planos de Saúde e Relac. com Clientes)
Expediente
Edição e Redação
Jornalista responsável: Luiz Paulo Azevedo Bittencourt (MTb-DF 4.860)
Jornalistas: Liziane Bitencourt Rodrigues (MTb-RS 8.058),
Marcelo Delalibera (MTb-SP 43.896), Pollyana Gadêlha (MTb-DF 4.089) e
Tatiane Cortiano (MTb-PR 6.834)
Estagiária: Ana Carolina Alves
Edição de arte
Projeto gráfico: Luís Carlos Pereira Aragão
Diagramação: Luís Carlos Pereira Aragão e Caroline Teixeira de Morais
Produção
Impressão: Fórmula Gráfica
Tiragem: 221.224 exemplares
Edição: setembro/dezembro 2012
Imagens: Divisão de Marketing e Dreamstime
Valor unitário impresso: R$ 0,18
Publicação da CASSI (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil). “É permitida a reprodução dos textos, desde que citada a fonte”.
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Responsável Técnico
Luiz Renato Navega Cruz
Cargo: Gerente Técnico de Saúde
CRM-DF 4213
Jornal CASSI Família
Jornal CASSI Família
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DEPOIMENTOS
“Há mais de ano recebi carta avisando que
tinha à disposição uma médica de família na
CliniCASSI, mas não via necessidade de ir. Me
sentia bem, não sou displicente. Em setembro, a CASSI ligou convidando para consulta
e aceitei. Os exames solicitados detectaram
um tumor em estágio inicial. Fui operada em
outubro e já retomei a rotina normal de trabalho. Costumava comer verduras cruas, trigo,
azeite. Com refeição fora de casa nos últimos
15 anos, a alimentação não era mais tão boa.
Voltei a comer em casa, sem refrigerante e
com menos chocolate. Frutas suprem a necessidade do doce, é só criar o hábito.”
Eliza Elias Badin, Curitiba (PR)
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“Cheguei ao sexto mês da primeira gestação,
há seis anos, muito inchada. Tinha peso normal e engordei 14 quilos nos nove meses. Na
segunda, a diferença foi enorme: iniciei com
obesidade grau um e com dois meses de
gravidez comecei dieta com a nutricionista
da CliniCASSI Brasília Sul. Ficava tempo demais sem comer. Sentia azia. Passei a comer
de três em três horas, a inserir frutas entre
as refeições e a fazer as refeições em casa,
reduzindo a ingestão do sódio presente nos
industrializados. Com quase nove meses,
tinha aumentando somente quatro quilos e
meio e nada de inchaço nem azia desta vez.”
Daiane Souza G. Bittencourt, Brasília (DF)
“Minha mãe fumou por 60 anos e teve
problema vascular. Acompanhando-a no
hospital, me assustei. Também percebi que
carregava o cheiro de cigarro e que as pessoas não gostam. Com 62 anos, fumando
desde os 15, tinha passado da hora de parar.
Tentei tratamento individual. Não deu certo.
No atendimento coletivo do Tabas me senti
acolhida. Dia 24 de junho, acendi o último
cigarro. Guardei a carteira achando que não
conseguiria ficar sem, mas nunca a procurei.
Uma colega segue me oferecendo cigarro.
Para lidar com questões como essa, procuro
a CliniCASSI, que me ajuda.”
Ma de Lourdes da Silva, Porto Alegre (RS)
Jornal CASSI Família
DEPOIMENTOS
Em vez de orientação médica, psicológica, nutricional etc, a coluna “Eu
mudei” apresenta para você, leitor, os relatos de quem conseguiu colocar em prática as dicas dos profissionais de saúde para viver com mais
qualidade. É uma forma de ajudar quem, diante do excesso de peso,
do tabagismo, da hipertensão ou de outro problema de saúde, talvez
encontre a mesma dificuldade para enfrentá-los. Os depoimentos desta
coluna são de participantes do Plano que receberam e seguiram orientações dos profissionais da Caixa de Assistência, por meio das CliniCASSI.
Para participar da coluna “Eu mudei”, contando sua experiência, entre
em contato com a Unidade CASSI mais próxima.
“Participar do Multifamílias (grupo de apoio)
fez toda diferença no resultado das metas de
2012. A CASSI fez com que todos se sentissem
à vontade e respeitou o tempo de cada um.
Fiz amizades no grupo e escutando pontos de
vista diferentes do meu resolvi coisas que me
atrapalhavam. Coloquei em prática sonhos e
objetivos que tinha em mente, como promoção
profissional e viagem internacional. Conheço-me muito mais agora e observo mais minhas
habilidades e pontos a melhorar graças a
esta abertura que me permiti participando do
grupo. A paz alcançada com o Multifamílias
foi o melhor tratamento que já fiz.”
Raquel B. Lanzarin, Florianópolis (SC)
“Perto de completar 45 decidi emagrecer e
melhorar a qualidade de vida. Marquei médico para antes do meu aniversário, que é em
21 de janeiro. Os exames apontaram alteração
glicêmica, explicando a visão embaçada. Fui
orientado a mudar imediatamente a alimentação. Comecei dieta com nutricionista. Em 30
dias o açúcar no sangue estava controlado e
já havia perdido 16 quilos. Como de três em
três horas, preferindo alimentos fibrosos. Cortei açúcar, gordura e bebida alcoólica e retirei
de casa tudo que não podia comer. Agora até
como doce ou bebo cerveja no fim de semana. A autoestima e a disposição aumentaram.”
Valdemar da Silva Neves, Palmas (TO)
“Nas vezes em que me senti mal durante o
trabalho, recebi remédio para estresse. Só
após um problema familiar, em 2008, é que
foi diagnosticada depressão. Eu só chorava.
Passei a ser acompanhando pela psicóloga
da ESF e fui encaminhado para psiquiatra.
Falei para o médico que poderia apostar em
mim. Tenho muita fé. Tomei consciência de
que precisava de ajuda. Não fico mais deitado, chorando. Saio para caminhar, converso
com as pessoas. Quando estou em casa vejo
TV, mexo no computador, leio. Faço pilates,
RPG, acupuntura. Quem tem depressão precisa procurar ajuda.”
Hélio C. R. da Fonseca, Rio de Janeiro (RJ)
Colaboraram nesta edição as CliniCASSI Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Palmas (TO), Brasília Sul (DF) e Tijuca (RJ)
Jornal CASSI Família
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SUPERAÇÃO
De cuidado a cuidador
Livre do alcoolismo há cinco anos, aposentado da Bahia conta sua
batalha enfrentada que o permite, agora, ajudar quem o ajudou
Anália Pereira da Costa, 75, conta hoje com ajuda que não imaginaria
receber até cinco anos atrás. Quem a acompanha na rotina de cuidados para enfrentar o mal de Parkinson é o irmão Amiraldo Antônio
Pereira, 61 anos, que ela levou para ser internado em 2007. Mesmo
14 anos mais jovem que a irmã, as condições em que Amiraldo vivia
até então não permitiam que ele fosse capaz de tomar conta de outra
pessoa. Mas hoje é. Deixou de ser cuidado e virou cuidador, após uma
batalha contra o alcoolismo.
Atender a irmã e administrar a casa onde moram, em Itabuna (BA), é só
uma das muitas conquistas do aposentado do Banco do Brasil. Ele se
mantém sóbrio há cinco anos e recuperou os vínculos sociais que a bebida tinha conseguido tirar. O médico de família da CliniCASSI Itabuna,
Julio Cesar Polo Diaz, que acompanha Amiraldo por todo esse tempo,
considera o paciente um vitorioso. “Fez toda a trilha que o dependente
de álcool percorre: rompeu os laços com as pessoas que o rodeavam,
inclusive com ele próprio. A doença transforma-se num problema crôni-
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co, muitas vezes leva ao óbito e deixa sequelas sociais nunca recuperadas. Ele mostrou que é possível reverter isso”, elogia o médico.
A mais recente conquista foi deixar o cigarro. Amiraldo parou de fumar em
setembro de 2012, como presente de aniversário para a filha de 10 anos,
Sarah, do segundo casamento do bancário. Agora também sem fumar, o
aposentado reduziu mais o risco cardiovascular que chegou a ser alto até
2007. “Se livrou de outro vício que tinha. Foi um degrau a mais que ele
subiu”, avalia o médico. Ouvir Amiraldo enumerar suas conquistas diante
do alcoolismo pode sugerir relativa facilidade no enfrentamento da doença.
No caso dele, não foi.
A relação com o álcool começou de forma aparentemente inofensiva, nas
farras de juventude, para acompanhar os amigos. “Eu tinha 19 anos, saí
com colegas do Tiro de Guerra (Serviço Militar obrigatório, com carga horária reduzida) e tive meu primeiro porre. Até então, tinha bebido no máximo um licorzinho num São João. A ressaca foi moral. Fiquei em depressão
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SUPERAÇÃO
pelo que tinha ocorrido, com vergonha da minha mãe. Tirei 30 dias de
férias e fui para a casa de um irmão, em Minas Gerais, para me recuperar,
tamanho foi o impacto. Só muito tempo depois descobri que essa reação
de depressão pós-bebedeira sinalizava a predisposição ao alcoolismo.”
Ao voltar para o mesmo grupo de amigos, porém, Amiraldo retomou a
rotina de festas que incluía bebida alcoólica. “Eu era tímido e o álcool me
dava coragem para falar com as meninas. Passei a ser muito namorador,
mas sempre bebia para vencer a timidez. Era goleiro do time de futsal e
costumeiramente depois do jogo, íamos tomar uma cerveja. O álcool está
no meio de tudo.” Não demorou para que a bebida extrapolasse finais
de semana e comemorações. Aos 20 anos, trabalhando em banco, ele já
encerrava o expediente na agência com uma cerveja com amigos.
Quando ingressou no Banco do Brasil, em 1976, já experiente pelo trabalho
em outros dois bancos, não via dificuldade em realizar as tarefas mesmo
tendo bebido na noite anterior. “Eu adorava números, me saía bem com
o trabalho, e a bebida não parecia afetar nada disso.” Com o passar do
tempo, a cerveja também ganhou espaço no horário de almoço. Depois
dela, voltava a trabalhar normalmente. “Um colega sugeriu que o caixa fecharia com mais facilidade, com o ‘auxílio’ de uma bebidinha. Experimentei
e o caixa fechou mesmo de primeira. Isso só reforçou que a bebida estava
sendo positiva”, conta Amiraldo.
Em 1977, casado, passou a ir almoçar em casa, e a bebida ganhou a
desculpa de “aperitivo”. Nada mudou com a chegada da primeira filha,
um ano depois. Veio o segundo filho e o alcoolismo ainda não parecia
ser um problema para a família. Nos períodos em que viajava a trabalho, fazia da bebida sua companhia. “Tudo era desculpa para beber:
a distância da família, o calor, o frio. Me sentia um herói quando, em
viagens, amanhecia bebendo, ia trabalhar direto, sem dormir, e tudo
dava certo”, conta Amiraldo. A separação aconteceu em 1988, quando
nem o limite do cheque especial sobrevivia aos gastos com bebida,
nessa época já claramente presente no hálito, que ele tentava disfarçar
com balas e chicletes. Ainda assim, seguia sendo o primeiro a chegar à
agência e não comprometia em nada o resultado do trabalho. Em 1995,
quando começou o segundo casamento, as idas ao bar foram abrandadas,
por um tempo. Mas passou a não dormir direito, provável reação à falta do
álcool. Para resolver o problema, procurou a bebida.
Bem sucedido no emprego e nas relações sociais, o bancário não conseguia perceber que o álcool estava acabando com sua vida pessoal. Até que
o trabalho passou a ser afetado. Quatro anos depois estava com limites
financeiros estourados, dívidas em bares, depressão e outros sintomas físicos. Aceitou ser internado em uma clínica credenciada à CASSI em Lauro de
Freitas (BA). Com a alta médica, um mês e meio após a internação, acreditava que era capaz de dominar a vontade de beber. Não conseguiu. Retomou
o vício e foi aposentado por invalidez. A situação não melhorava após o
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nascimento da filha mais nova, em 2002. E se agravou a ponto de a
esposa ter de deixá-lo trancado em casa, quando saía, numa tentativa
de impedi-lo de ir para o bar. “Achava que estava me ajudando, como
ocorre com muitas famílias que planejam inúmeras tentativas de evitar
o acesso ao álcool. Mas a vontade era tanta que eu ligava para um bar
ou mercado pedindo para alguém levar bebida para mim. Cheguei a
pensar em pular pela janela do segundo andar para ir comprar bebida”, conta. Em 2007, sem suportar mais a situação, a esposa decidiu
se separar e ele aceitou a ajuda da irmã mais velha, Anália, para tentar
novo tratamento. Desde então é acompanhado pela CliniCASSI Itabuna. “Se livrou do vício, recuperou a autoestima, o vínculo com a filha
e a saúde”, diz Julio. Mensalmente, Amiraldo segue com psicoterapia,
como ajuda, e vai à CliniCASSI para renovar as autorizações, que em
breve deixarão de ser necessárias porque também deve ter alta desse
tratamento, acredita o médico.
Nova vida para um homem livre
Idas à praia, acupuntura, passeios com a filha mais nova, preparativos
para a chegada do primeiro neto, encontro com os amigos e paquera.
A rotina do Amiraldo Antônio Pereira sem a dependência do álcool ganhou mais cor. E possibilidades das quais ficou privado por muito tempo
em função da bebida.
A bebida atrapalhou o acompanhamento do crescimento dos filhos mais
velhos e ele tenta recuperar o tempo perdido como pode. Não quer deixar
escapar esses momentos com o bebê que a filha mais velha espera e já
está colocando a lição em prática com a filha de 10 anos. Leva Sarah a
festinhas dos amigos dela, viajam juntos, vai às apresentações na escola
da menina, acompanha o desempenho dela nos estudos e “devora” livros.
“Agora vivo tudo mais intensamente. Cessar o vício me concedeu liberdade. Vivia como se fosse escravo: só em casa, desconfiado de
todos. Eu tentava transformar a bebida em alegria, mas isso só trouxe transtornos para mim e para os outros. O álcool deixa deprimido.
Quem bebe pensa que não gostam dele, que estão todos contra”,
descreve o bancário aposentado.
Seus amigos de agora não são mais os de bar. “Passei a procurar quem
rezava por mim e desejava que eu me livrasse do vício. Alguns companheiros de bar até me chamam para tomar uma. Respondo com gentileza que ‘outra hora a gente se vê’. Não posso criar oportunidade, não
existe ex-alcoolista, é uma doença crônica. Se tomar o primeiro gole,
vou voltar a beber e morrer disso. E não é o que quero. Recuperei a
facilidade com números, além da amorosidade, do caráter, dos laços
com minha família. Passei a gostar de mim. Achava que não tinha amor
para dar nem possibilidade de receber afeto das pessoas. Experimento
que tenho, sim”, diz Amiraldo.
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SEU PLANO
Práticas
que ajudam
você e a CASSI
Veja a forma mais adequada de usar os serviços que seu Plano oferece
A CASSI enfrenta o desafio de lidar com a tendência mundial vivenciada pelo setor de saúde suplementar nos últimos anos, que é a de
crescimento das despesas com assistência superior ao das receitas.
O aumento dos custos médico-hospitalares da Caixa de Assistência,
comparando-se os anos de 2010 e 2011, foi de 21,9%, bem superior à
inflação geral (IPCA), que foi de 6,5% no período. Nos demais planos de
saúde, a variação foi de 12,9%. Os cálculos são do Instituto de Estudos
de Saúde Suplementar (IESS).
A elevação expressiva das despesas assistenciais é ocasionada, em grande parte, pela maior utilização dos Planos da CASSI e pelo aumento dos
custos em saúde, principalmente com consultas, internações e medicamentos. O envelhecimento da população ajuda a explicar esse cenário,
especialmente na CASSI, que apresenta aumento na quantidade de participantes com 59 anos de idade ou mais. De janeiro de 2010 a novembro
de 2012, o número de beneficiários nessa faixa etária, que usa mais os
serviços de saúde, cresceu 12,8%. A adoção de tecnologias também pres-
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siona os custos. Um exemplo é a quantidade de exames de ressonância
magnética, tomografia computadorizada e ultrassonografia realizados,
que cresceu em 18%, 11% e 8%, respectivamente, comparando janeiro a
outubro de 2012 com o mesmo período de 2011. O aumento das despesas
com apenas esses três procedimentos somou R$ 23 milhões no período.
Para controlar gastos com saúde, a CASSI adota várias medidas, como a
auditoria das contas hospitalares, que são responsáveis por 45% do total
dos custos da Caixa de Assistência. Nos hospitais auditados em São Paulo,
a CASSI teve elevação de 4,38% no custo médio de internação, contra o
crescimento de 14,5% no custo geral com internações.
A colaboração dos beneficiários no uso adequado dos serviços disponíveis também é fundamental. Conhecer e usar o Plano adequadamente são
as melhores maneiras de contribuir com a qualificação da assistência, a
eficiência dos serviços e a racionalização dos recursos. Veja dicas para
melhor uso do Plano na página ao lado.
Jornal CASSI Família
SEU PLANO
Como o participante pode contribuir
Acompanhe algumas orientações que contribuem com a qualificação da assistência e a racionalização dos recursos.
• Use as CliniCASSI: sempre que precisar de consultas com médico de família ou generalista, atendimento
ambulatorial, ações de prevenção ou promoção da saúde, aferição de pressão, retirada de pontos, curativos
em geral e outros procedimentos. O investimento nas 65 CliniCASSI do País só vale a pena se os serviços forem
usados pelos participantes. Verifique a CliniCASSI mais próxima pelo site www.cassi.com.br.
• Tenha um médico de família como profissional de confiança: ele acompanhará melhor sua saúde, com
atendimento diferenciado, e será sua referência sempre que precisar de algum cuidado. Os participantes cadastrados na Estratégia Saúde da Família (ESF) das CliniCASSI são acompanhados por equipe multidisciplinar
que inclui médico de família. Caso necessário, há encaminhamento para a rede credenciada. Já para quem não
mora próximo a alguma CliniCASSI, é possível buscar médicos credenciados, com preferência para aqueles do
Mais CASSI, quando disponíveis na região, pois também realizam atendimento baseado nos princípios da ESF.
• Consulte primeiro o site quando precisar de atendimento: o portal da Caixa de Assistência na internet oferece
agilidade e comodidade para resolver vários assuntos. Para acessar alguns serviços, é preciso possuir email e senha
cadastrados. Quem não tem cadastro no site deve clicar em Obter Senha de Acesso, no menu à esquerda, no alto da
página CASSI Família.
• Mantenha seu cadastro atualizado: acesse o site, faça login na página CASSI Família e clique em Atualização
Cadastral. Esta medida garante que todas as informações importantes cheguem até você.
• Saiba a diferença entre pronto-socorro e consulta: não procure pronto-socorro em hospitais para tratamentos ou ações preventivas, pois expõe desnecessariamente o participante aos tipos de doenças atendidas
no hospital, ocupa a vaga de alguém que realmente precisa desse tipo de atendimento e custa 64% a mais do
que as consultas com horário marcado. Pronto-socorro deve ser usado somente em situações de urgência e
emergência.
• Retire os resultados dos exames e leve-os o quanto antes ao médico: quanto mais tempo transcorrer entre
a data do exame e o retorno à consulta, menos precisa será a avaliação médica. Leve os exames realizados em
pronto-socorro ou durante internação ao seu médico para dar continuidade ao tratamento.
Outras dicas para o bom uso do Plano
• Não assine guias de consultas e exames em branco
• Verifique se o pedido de exame contém o nome e o CRM do médico e a descrição do procedimento
• Dê preferência ao telefone fixo para ligar para a Central CASSI
• Comunique a CASSI sempre que observar alguma situação irregular no uso dos serviços do Plano
• Para sugestões, dúvidas e reclamações, use os canais de comunicação disponíveis: contato eletrônico (www.cassi.com.br), Central CASSI
(0800 729 0080) e Ouvidoria CASSI (site ou 0800 729 0081)
• Não falte à consulta ou ao procedimento sem desmarcar com antecedência
• Durante a consulta, fale com clareza todos os seus sintomas e apresente resultados de exames e receitas médicas anteriores
Jornal CASSI Família
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SAÚDE
Quando
dormir
vira um
pesadelo
Saiba como lidar com a insônia, doença que atinge 15% da população
brasileira, segundo dados do Instituto do Sono, de São Paulo
Quando tinha 39 anos, a associada Sueli
de Fátima Reckelberg passava a maioria
dos dias “sonolenta e cansada, sem vontade de fazer nada, com mal-estar e até
tristeza”. Os primeiros sinais da insônia
apareceram junto com um problema na tireoide, que foi tratado, mas a insônia continuou. “Dormia pouco e acordava. Rolava
na cama, levantava, tomava água, andava
pela casa, mas não voltava a dormir.”
Nessa época, iniciou o tratamento com medicamento, que continua
tomando até hoje, mas em doses menores. Quinze anos após os primeiros sintomas, Sueli, aos 54 anos, é acompanhada pelo médico de
família da CliniCASSI Camboriú (SC) e afirma ter superado o problema
há algum tempo. “Me sinto muito bem, principalmente quando faço atividade física, pois durmo melhor ainda”, diz.
Considerada um distúrbio do sono, a insônia é caracterizada pela dificuldade de iniciar o sono ou se manter dormindo, trazendo sensação de cansaço ao acordar e mudança de
humor, fadiga e alteração de produtividade durante o dia. A do-
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ença atinge 15% da população brasileira, segundo levantamento
realizado pelo Instituto do Sono, referência em pesquisa sobre
o assunto. “Os dados são da cidade de São Paulo, mas refletem
a realidade do País”, argumenta o neurologista Luciano Ribeiro Pinto Junior (CRM-SP 20350), especialista em neurofisiologia
e medicina do sono e integrante da equipe médica do Instituto.
O momento certo para pedir ajuda
A maioria dos insones sente mudança de humor, irritabilidade, ansiedade, ardência nos olhos, dificuldade de concentração, mal-estar
e diminuição da atenção e da memória. São sinais de alerta, que podem variar de pessoa para pessoa. De acordo com Luciano, quando
a dificuldade para dormir aparece em várias noites por semana, por
mais de dois meses, é hora de procurar ajuda de um profissional.
A médica do trabalho da CliniCASSI Goiânia (GO), Elizabeth Reginato Craveiro Franco (CRM-GO 4550), afirma que muitas pessoas acabam tomando medicamento por conta própria como forma de ajudar a adormecer.
“Sem orientação médica, alguns remédios podem causar dependência
e prejudicar a saúde. Quando existir dificuldades para dormir, nunca se
deve tomar o medicamento usado por um amigo ou familiar.”
Jornal CASSI Família
SAÚDE
O tratamento depende de cada caso e inclui terapia comportamental, que pode estar aliada ao uso de medicamentos. “O tratamento
farmacológico pode e deve, na maioria dos casos, estar associado
ao que chamamos de terapia comportamental cognitiva, que consiste
em seis sessões, uma por semana, em que se aborda, principalmente, comportamento e pensamento dos pacientes”, explica Luciano.
O neurologista esclarece que há dois tipos de insônia. A primária
não possui causas bem definidas, embora seja possível identificar
os fatores que predispõem e desencadeiam a doença no contexto
da vida do paciente. Já a secundária aparece como um sintoma,
geralmente associada à outra enfermidade. “Hábitos inadequados
na hora de dormir, doenças mentais como depressão, doenças neurológicas e quadros dolorosos durante a noite são alguns exemplos
de causas da insônia secundária”, cita.
A importância de dormir bem
O sono é fator importante para descanso do corpo, reposição de
energias, liberação de hormônios e para regular as funções biológicas, explica a médica do trabalho da CliniCASSI Goiânia. Uma noite
bem dormida proporciona boa disposição, melhora do rendimento
e mais tolerância para lidar com o estresse e a rotina do dia a dia.
“O sono é importante na vida de todas as pessoas, como qualquer outra
atividade fisiológica, a exemplo da alimentação”, afirma o neurologista
Luciano Ribeiro. Ele esclarece que não há uma quantidade exata de horas de sono recomendada, pois varia de pessoa para pessoa. “Na po-
pulação em geral, sete ou oito horas de sono é uma quantidade normal,
mas há quem durma menos e se sinta bem e aqueles que necessitam
de mais do que oito horas de sono para estar bem durante o dia”, diz.
Na terceira idade, a duração do sono tende a diminuir, o que não representa, necessariamente, insônia. “Nessa fase, quando as pessoas têm costume
de fazer cochilos durante o dia, é importante investigar para identificar a
presença ou não do diagnóstico”, avalia a médica do trabalho.
A participante Magnólia Nazareno Renovato, 57 anos, de Goiânia (GO),
possui o sono “extremamente agitado, com pesadelos frequentes, gritos e ronco”. Embora ela não tenha insônia, ao acordar, sente-se cansada e indisposta. “Durmo fácil, mas não tenho sono de qualidade”, diz.
Em agosto, depois de participar de uma atividade coletiva sobre o
assunto na CliniCASSI Goiânia, Magnólia recebeu o incentivo necessário para colocar em prática as orientações para dormir melhor e
evitar tomar os calmantes recomendados pelo médico que a acompanha. “Estou tentando tomar chás relaxantes, dormir sempre no
mesmo horário e ter uma alimentação mais leve. Minha expectativa
é ter noites de sono mais tranquilas”, diz.
Para quem sofre de insônia ou alguma dificuldade para dormir, há
dicas que ajudam a melhorar a qualidade do sono (veja quadro
abaixo). As orientações incluem, basicamente, alteração de hábitos.
“Não há regras fechadas, mas recomendações. O mais importante é
a conscientização de cada um para essa mudança na rotina”, afirma
a médica do trabalho.
Dicas para uma boa noite de sono
Precisa de ajuda?
A Estratégia Saúde da Família das CliniCASSI
oferece atendimento diferenciado aos participantes. Nas cidades onde não há Serviço Próprio,
os beneficiários podem procurar os prestadores
da rede credenciada, priorizando os que fazem
parte do Mais CASSI, quando disponíveis na
região. A pesquisa aos credenciados pode
ser feita pela página principal do
www.cassi.com.br.
Mantenha o quarto escuro e sem barulhos
Evite tomar bebidas estimulantes à noite; opte por chás relaxantes
Tenha alimentação leve à noite; refeição “pesada” e estômago vazio prejudicam o sono
Procure deitar e levantar sempre no mesmo horário
Evite praticar exercício físico estimulante próximo ao momento de dormir
Vá para a cama somente quando estiver com sono
Use a cama para dormir; evite usá-la para leitura, ver televisão ou se alimentar
Evite olhar para o relógio durante a noite
Crie um ritual antes de dormir, como tomar banho ou beber leite morno
Evite cochilar durante o dia
Se não conseguir dormir, levante e faça uma atividade relaxante até ficar sonolento
Tenha pensamentos positivos e tente se desligar dos problemas na hora de dormir
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