Influências e Tendências da
Educação Física
Prof. Ms Fernanda Nasciutti
Objetivo da aula:
 Possibilitar ao aluno conhecer as tendências e
abordagens da Educação Física no Brasil ocorridas ao
longo da história, refletindo sobre suas implicações e
aplicações no contexto da prática pedagógica do
professor de Educação Física.
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 Os objetivos e as propostas educacionais da
Educação Física foram se modificando ao longo dos
últimos anos, e todas as tendências, de algum modo,
ainda hoje influenciam a formação do profissional e
suas práticas pedagógicas.
 Não existe uma única forma de se
pensar e implementar a disciplina na
escola.
 Dificilmente seguimos uma única
abordagem.
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 A prática de todo professor, mesmo de forma pouco
consciente, apóia-se em determinada concepção de
aluno, ensino e aprendizagem.
 Papel do professor, do aluno, metodologia, função social
da escola e conteúdos trabalhados.
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UM POUCO DE HISTÓRIA ...
 A introdução da Educação Física oficialmente na escola
ocorreu, no Brasil, em 1851, com a reforma Couto Ferraz.
 Em 1882, Rui Barbosa, recomenda para que a ginástica
fosse obrigatória, para ambos os sexos, e que fosse
oferecida para as Escolas Normais.
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 A implantação, de fato, dessas leis, ocorreu
apenas em parte, no Rio de Janeiro e nas escolas
militares.
 Apenas a partir da década de 1920 que vários
estados da federação começam a realizar suas
reformas educacionais e incluem a Educação Física,
como o nome mais freqüente de ginástica.
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Educação Física Higienista
Preocupação central => hábitos de higiene e saúde,
valorizando o desenvolvimento do físico e da moral, a
partir do exercício.

A Educação Física Higienista age visando a “assepsia
social”. A ginástica, o desporto, os jogos recreativos,
devem antes de qualquer coisa, disciplinar os hábitos
das pessoas no sentido de levá-las a se afastarem de
práticas capazes de provocar a deteriorização da saúde
e da moral.

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Educação Física Militarista
O objetivo fundamental da Educação Física Militarista
é a obtenção de uma juventude capaz de suportar o
combate, a luta, a guerra; seleciona os indivíduos
“perfeitos” fisicamente, aptos e exclui os incapacitados.

 Funciona como selecionadora de elites condutoras do
povo. É uma Educação Física que procura eliminar os
fracos e premiar os fortes, no sentido da depuração da
raça. Procura dar valor a coragem, a vitalidade, ao
heroísmo, a disciplina.
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Ambas as concepções, higienista e militarista,
consideravam-na como disciplina essencialmente
prática, não necessitando de fundamentação teórica.
Para ensinar Educação Física não era preciso dominar
conhecimentos, e sim ter sido ex-praticante.

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Educação Física Esportivista
 O sucesso da Seleção Brasileira de Futebol em duas
Copas do Mundo (1958 e 1962) levou à associação da
Educação Física escolar com o Esporte, especialmente
o futebol.
 O terceiro título na copa de 1970 foi o auge da política
de “pão de circo”, contribuindo para manter o predomínio
dos conteúdos esportivos nas aulas de Educação Física.
 O objetivo era desfocar a atenção dos problemas
sociais e desmobilizar os movimentos de resistência e
ao governo militarista.
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Educação Física Recreacionista
 A crítica excessiva ao esporte de rendimento
voltou-se a outro extremo, os alunos é que decidem o
que vão fazer na aula, escolhendo o jogo e a forma
como querem praticá-lo.
 O papel do professor se restringe a oferecer uma
bola e marcar o tempo, o professor não intervém.
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ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
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 Década de 1980 => resistência à concepção
biológica da Educação Física => crítica em relação ao
predomínio dos conteúdos esportivos.
 Influenciada por pesquisas no campo pedagógico
em função do término da censura (ditadura militar) e da
instauração da democracia.
 Inspirados no novo momento histórico social por que
passaram o País, a Educação e a Educação Física,
surgem novos movimentos na Educação Física escolar
em oposição às vertentes tecnicista, esportivista e
biologista.
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 Concepções mais atuais:
 Humanista
 Interacionistaconstrutivista
 Fenomelogógica
 Crítico-superadora
 Psicomotricidade
 Jogos cooperativos
 Cultural
 Desenvolvimentista
 Sistêmica
 Crítico-emancipatória
 Saúde Renovada
 PCN
 Pontos em comum: rompimento com o modelo
mecanicista, esportivista e tradicional.
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ABORDAGENS
Psicomotricidade
Desenvolvimentista
Construtivista
Crítico-superadora
Crítico-emancipatória
Saúde renovada
PCNs
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Psicomotricidade
 Educação psicomotora ou psicomotricidade - Jean Le
Bouch.
 Inicialmente para portadores de deficiência física e
mental.
 Visa o desenvolvimento da criança, o ato de aprender, os
processos cognitivos, afetivos e psicomotores, buscando a
formação integral do aluno.
 Valoriza o conhecimento de origem psicológica.
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Desenvolvimentista
 Dirigido inicialmente para crianças de 4 a 14 anos.
 Tentativa de caracterizar a progressão normal do
crescimento físico, do desenvolvimento fisiológico, motor,
cognitivo e afetivo-social na aprendizagem motora.
 Privilegia a aprendizagem do movimento, não se
preocupando com os outros aspectos.
 Oferece experiências de movimento adequadas às
faixas etárias (habilidade motoras reflexas, rudimentares,
fundamentais e especializadas).
 Valorização do processo de aquisição de habilidades
(locomotoras, manipulativas e de estabilização)
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Construtivista - interacionista
 Vygotsky
e
Zona de desenvolvimento
proximal
Nível de
desenvolvimento real
Nível de desenvolvimento
potencial
“o bom ensino se adianta ao
desenvolvimento
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Piaget
Construção do
conhecimento a partir
da interação do sujeito
com o mundo.
Assimilação e
acomodação
Construtivista - interacionista
 O movimento como instrumento para facilitar a
aprendizagem de conteúdos ligados ao aspecto
cognitivo (leitura, escrita, matemática, etc).
 Considera o conhecimento prévio => resgate cultural
de jogos e brincadeira.
 O aluno constrói seu conhecimento a partir da
interação com o meio, resolvendo problemas.
 Ênfase no processo de auto-avaliação.
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Crítico-superadora
 Utiliza o discurso da justiça social como ponto de
apoio, baseada no marxismo.
 José Carlos Libâneo, Dermeval Saviani e Coletivo de
autores (Carmem L. Soares, Celi Taffarel, Walter Bracht)
 Considera a relevância social dos conteúdos, sua
contemporaneidade e sua adequação às características
social e cognitivas dos alunos.
 Confronto entre conhecimento do senso comum com
o conhecimento científico => ampliação do acervo de
conhecimento.
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Crítico-superadora
 Proposta: os mesmos conteúdos devem ser
trabalhados de maneira mais aprofundada ao longo das
séries.
CULTURA CORPORAL
 Avaliação: momento de reflexão coletiva (projeto
histórico, as condutas humanas, as próprias práticas
avaliativas, as decisões em conjunto, o tempo necessário
para aprendizagem, a compreensão crítica da realidade,
a ludicidade e a criatividade,os interesses, necessidades
e intencionalidades objetivas e subjetivas.
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CULTURA CORPORAL
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Crítico-emancipatória
 Valoriza a compreensão crítica do mundo, da
sociedade e de suas relações.
 Busca promover a formação para criticidade e
autonomia do aluno.
 Questionamento e libertação de condições limitantes e
coercitivas impostas pelo sistema social => cultura
corporal.
 Etapas: encenação, problematização, ampliação e
reconstrução coletiva do conhecimento => emancipação.
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Saúde renovada
 Paradigma da aptidão física relacionada à saúde.
 Objetivos: informar, mudar atitudes e promover a
prática sistemática de exercícios.
 Semelhante ao modelo biológico higienista =>
promoção da saúde por meio de atividades nas aulas de
Educação Física.
 Diferença => atividades físicas não excludentes.
 Avaliação: testes de avaliação física e auto-avaliação.
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Parâmetros Curriculares Nacionais
 Seguem a LDB, lei nº 9394/96
 A Educação Física surge como componente
curricular da Educação Básica e deverá estar integrada
à proposta pedagógica da escola, ajustando-se às
faixas etárias e às condições da população escolar,
sendo facultativa nos cursos noturnos.
 Críticas: caráter utilitarista dos temas transversais
(ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural,
orientação sexual, trabalho e consumo).
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Parâmetros Curriculares Nacionais
 Princípio da inclusão, igualdade e pluralidade.
 Objetivo: inserção e integração dos alunos à cultura
corporal de movimento.
 Avaliação: dimensão conceitual, procedimental e
atitudinal => jogos, esportes, danças, ginástica, lutas e
conhecimento sobre o corpo => favorecer a autonomia e
criticidade.
 Desafio: legal X legítimo.
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Referências Bibliográficas
DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade.
Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
GUIRALDELLI JUNIOR, Paulo. Educação Física Progressista. São
Paulo: Loyola, 1989.
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“As nuvens mudam sempre de posição, mas
são sempre nuvens no céu. Assim, devemos ser todo
dia, mutantes, porém, leais com o que pensamos e
sonhamos”.
Paulo Bateki
[email protected]
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Aula 06 Tendência Pedagógicas (banca)