Helan Carlos e Lenine Mafra- Farmácia- 2014.2
“Um novo jeito de se aprender química”
ATENÇÃO: Não sou o detentor dos direitos e também
não tenho a intenção de violá-los de nenhuma imagem,
exemplo prático ou material de terceiros que porventura
venham a ser utilizados neste ou em qualquer outro
material.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E EXATAS
CURSO DE FARMÁCIA
VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
DETERMINAÇÃO DO TEOR DO HIDRÓXIDO DE MAGNÉSIA
Relatório do Curso de farmácia,
cobrado na disciplina prática de
química analítica sob orientação da
professora
Regina
Terumi
Yamasaki.
JEQUIÉ – BAHIA
OUTUBRO 2012
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“Um novo jeito de se aprender química”
Helan Carlos e Lenine Mafra- Farmácia- 2014.2
INTRODUÇÃO
Leite de magnésia, com uma especificação média estabelecida de 7%
m/m, é a suspensão (sendo que uma solução consiste em uma mistura
homogênea e a suspensão consiste em uma mistura heterogênea.) de
hidróxido de magnésio, Mg(OH)2, em água. Sua ação laxante deve-se à reação
dela com o Ácido clorídrico do suco gástrico, formando cloreto de magnésio,
MgCl2, que é deliquescente, ou seja, absorve muita umidade, chegando até
mesmo a se dissolver na água absorvida do meio. Desse modo, lubrifica-se os
intestinos, neutralizando a prisão de ventre. A titulação do Mg(OH)2 deve ser
feita de maneira indireta, por ser pouco solúvel, faz com que a determinação do
ponto de equivalência seja difícil.
O hidróxido de magnésio é uma base fraca, cuja fórmula química é
Mg(OH)
2, sólido em condições ambientes, de cor branca, pouco solúvel em água.
Pode ser obtido por meio da reação de sulfato de magnésio com solução
aquosa de hidróxido de sódio,ou, ainda, pela reação de sais de magnésio com
hidróxido de potássio ou de amônio. Entre as principais aplicações do hidróxido
de magnésio, podemos citar o refino do açúcar, a produção industrial de papel
e celulose e o processamento de urânio. Na indústria do plástico e da espuma,
o hidróxido de magnésio atua como agente retardante de chama, tendo a
função de minimizar a possibilidade de combustão e o alastramento da chama
em materiais plásticos. O hidróxido de magnésio pode, ainda, ser utilizado
como agente precipitante no tratamento de efluentes removendo íons de
metais pesados.
Muitas vezes, a substância com a qual se pretende preparar uma
solução padrão não é um padrão primário. Nestes casos deve-se preparar uma
solução desta substância com uma concentração próxima da desejada e, em
seguida, padronizá-la frente a uma solução-padrão. Para o uso dos
procedimentos de titulação. Entretanto, algumas vezes, a espécie química em
solução ou a reação utilizada tem características que não recomendam a sua
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titulação (volumetria) direta. É o que ocorre com o hidróxido de magnésio, que,
por ser pouco solúvel, faz com que a determinação do ponto de equivalência
seja difícil. Para evitar esse problema, o procedimento adotado é fazer com que
a reação de neutralização do hidróxido de magnésio ocorra totalmente através
da adição de uma quantidade excessiva da solução de ácido padrão
secundário. Em seguida, o excesso de ácido é titulado com uma soluçãopadrão básica secundária. Esse procedimento de determinação da quantidade
em excesso adicionada é conhecido como retrotitulação ou titulação de retorno.
A
detecção
do
ponto
final,
ponto
de
equivalência
ou
ponto
estequiométrico pode ser detectado comumente pelos indicadores ácido-base.
Esses indicadores apresentam um intervalo de mudança de cor (viragem)
característico. É, assim, muito importante, posto que cada indicador possua
uma zona de transição própria, conhecer o ponto da escala do pH em que se
situa o ponto de equivalência da titulação, e mais do que isso, a maneira como
varia o pH no curso da titulação, particularmente em torno do ponto de
equivalência.
OBJETIVO
Determinar o teor de hidróxido de magnésio presente no leite de
magnésia, através da retrotitulação.
MATERIAIS E REAGENTES
 Balança analítica;
 Béquer;
 Bureta de 25,00 mL;
 Erlenmeyers de 250,00 mL;
 Garra metálica com mufa;
 Indicador vermelho de metila;
 Pipeta volumétrica de 10,00 mL;
 Suporte universal;
 Solução de Ácido Clorídrico (HCl) 0,477 mol/L -1
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 Solução de Hidróxido de sódio (NaOH) 0,242 mol/L -1
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
 Agitou-se o leite de magnésia para homogeneizá-lo;
 Pesou-se em um erlenmeyer aproximadamente 2,0 g do leite de
magnésia e anotou-se a massa;
 Aferiu-se em uma bureta 22,00 ml de solução de HCl 0,477 mol/L
padronizado e acrescentou-se ao erlenmeyer que continha o leite de
magnésia.
 Adicionou-se 4 gotas do indicador vermelho de metila à solução.
 Titulou-se o excesso do ácido, que reagiu com o Mg(OH)2, a partir de
uma solução padronizada de NaOH 0,242mol/L até o aparecimento de
uma coloração levemente amarela permanente.
 Repetiram-se todas as etapas cinco vezes e tirou-se a média e o desvio
padrão da porcentagem de Mg(OH)2 das amostras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para se determinar a porcentagem de hidróxido de magnésio (Mg(OH) 2)
no leite de magnésia, utilizou-se NaOH para titular cinco alíquotas do mesmo,
misturado à uma solução-padrão de HCl em excesso, (ver Tabela 01).
Tabela 01. Relação entre massa e volume da titulação do leite de magnésia.
Amostras
1
2
3
4
5
Massa do Mg(OH)2(g)
1,778
1,918
1,977
1,968
1,925
Volume do NaOH(mL)
23,40
19,30
19,60
19,70
20,20
Fonte: Valores encontrados em aula prática da disciplina de química analítica.
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Quando o HCl é adicionado ao leite de magnésia ele reage com o
Mg(OH)2 de acordo com a equação:
2HCl + Mg(OH)2  MgCl2 + 2H2O
A relação de mols entre os reagentes é de 2:1, dessa forma a
quantidade de matéria de HCl é duas vezes maior que a do Mg(OH) 2. Porém a
quantidade de matéria do HCl é a soma da quantidade de matéria do Mg(OH) 2
com a quantidade de matéria do HCl em excesso que reage com NaOH e
portanto, possuem quantidades de matéria iguais. Em resumo, a quantidade de
matéria do Mg(OH)2 é (ver Tabela 02):
n=
A seguir são apresentados os cálculos necessários para obtenção do
teor de magnésio presente no leite de magnésia, tomando como base dados da
amostra 4.
1º PASSO: Quantidade de matéria do HCl
C=
n = 0,477 mol/L  22,00 x 10-3 L
n = 0,0105 mol
2º PASSO: Quantidade de matéria do NaOH
C=
n = 0,242 mol/L . 0,01970 L
n = 0,00477 mol
3º PASSO: Quantidade de matéria do Mg(OH)2
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4º PASSO: Massa do Mg(OH)2
n=
m = 0,00286 . 58,34
m = 0,167 g
5º PASSO: Determinação do teor de Mg(OH)2
1,968
0,167
100%
x
x = 8,48 %
Foram feitos os mesmos cálculos para as outras quatro amostras.
Tabela 02. Relação entre quantidade de matéria do NaOH e Mg(OH)2, para estabelecer
o percentual deste último no leite de magnésia.
Amostras
Quantidade de matéria
Quantidade de matéria
Percentual
do NaOH (mol)
de Mg(OH)2 (mol)
Mg(OH)2 no leite
de magnésia (%)
1
0,00566
0,00242
7,93
2
0,00467
0,00291
8,86
3
0,00474
0,00288
8,50
4
0,00477
0,00286
8,48
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5
0,00489
0,00280
8,47
Média
8,45
Fonte: Valores encontrados em aula prática da disciplina de química analítica.
Calculou-se a porcentagem média do hidróxido de magnésio na amostra:
N
X 
X
i 1
i
N
X = 8,45 %
O desvio padrão calculado é:
S
( X i  X )2

( N  1)
i 1
N
S = 0,332
CONCLUSÃO
Na prática foi utilizado o leite de magnésia Phillips que possui um teor de
Mg(OH)2 de aproximadamente 7%. Para minimizar possíveis erros, e permirtir
uma titulação correta, adicionou-se uma solução de ácido clorídrico em
excesso, este reage com o Mg(OH)2 em suspensão, neutralizando-o, segundo
a equação já apresentada neste relatório, o que torna a solução transparente e
permite a titulação do excesso de HCl através de uma solução de NaOH.
Após realizar a titulação de cinco alíquotas de aproximadamente 2,0 g
de leite de magnésia, encontrou-se as porcentagens de Mg(OH)2 em cada uma
delas e tirou-se a média aritmética e o desvio padrão, encontrando-se (8,4 ±
0,3)% de Mg(OH)2 no leite de magnésia (ver Tabela 02).
Por fim, o resultado obtido encontra-se um pouco fora da margem para o
valor especificado de Mg(OH)2 que deve conter no leite de magnésia, fato este
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que pode ser explicado devido ao tempo em que o mesmo permaneceu em
repouso, tornando-se um pouco mais concentrado.
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REFERÊNCIA

SKOOG, D.A .; West, D. M.; Holler, F. J., CROUCH S. R. – Fundamentos de
Química Analítica, Ed. Thomson, Trad. 8a ed. Norte-americana, São Paulo, SP,
Brasil, 2006.

MATOS, M. A. C.; Aula de Volumetria de Neutralização – UFJF, 2011;
Disponível em < http://www.ufjf.br/nupis/files/2011/04/aula-4-Volumetria-deNeutralização-alunos-2011.12.pdf > Acesso em 09 de nov. de 2012.
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