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FIM ÚLTIMO, 1
Deus criou o homem para a felicidade,
mas pelo pecado original tal fim ficou
obscurecido. => “Se o homem pode esquecer
Deus, Deus não cessa de chamar todo o
Homem a que o procure, para que encontre a
vida e a felicidade” (CCE 30).
Fim último sobrenatural do homem =
orientar a vida toda para Deus, participando
da vida trinitária, no qual encontra a sua
verdadeira e máxima felicidade.
“O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, porque o
homem foi criado por Deus e para Deus” (CCE 27).
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FIM ÚLTIMO, 2
Veritatis splendor 73: “A vida moral
possui um carácter ‘teleológico’ essencial, porque consiste na ordenação deliberada dos actos humanos a Deus,
sumo bem e fim último do homem.
Mas esta ordenação ao fim último
não é uma dimensão subjectivista que
depende só da intenção. Aquela pressupõe que tais actos sejam em si
mesmos ordenáveis a este fin, enquanto conformes ao autêntico bem moral
do homem, tutelado pelos mandamentos”.
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FIM ÚLTIMO, 3
CCE 1723: “A bem-aventurança prometida coloca-nos perante
opções morais decisivas. Convida-nos a purificar o nosso coração dos seus malvados instintos e a buscar o amor de Deus acima
de tudo. Ensina-nos que a verdadeira dita não reside nem na
riqueza ou bem-estar, nem na glória humana ou no poder, nem
em nenhuma obra humana, por útil que seja, como as ciências, as
técnicas e as artes, nem em nenhuma criatura, mas só em Deus,
fonte de todo o bem e de todo o amor”.
Não exclui que o homem se proponha fins como o
bem-estar, as ciências, as artes, as técnicas, etc.,
mas que estes fins não possam ser nem últimos
nem absolutos.
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FIM ÚLTIMO, 4
Fim último de toda criatura: a glória de Deus.
O centro do universo não é o homem, Mas
Deus. A pessoa humana deve buscar em tudo
a glória de Deus: deste modo aceita e respeita
a grandeza divina. A glória de Deus repercute
também na glória humana.
Mt 5, 16: “as vossas boas obras glorifiquem o vosso Pai que
está nos céus”.
Jn 15, 8: “meu Pai é glorificado se dais muito fruto e sois meus
discípulos”.
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FIM ÚLTIMO, 5
Deveres morais do homem com o seu Criador:
1. De modo positivo: render culto a Deus (virtude da
religião: actos fundamentais = adoração, acção de
graças, desagravo e oração de petição); culto máximo
pela acção litúrgica (Cume = Eucaristía).
2. De modo negativo: a Moral contempla os pecados.
Entre os mais graves: ateísmo, agnosticismo, indiferença
religiosa, blasfémia, sacrilégio ou profanação das coisas
sagradas, uso indevido do nome de Deus (superstições),
uso irregular do juramento, incumprimento dos votos
livremente assumidos.
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FIM ÚLTIMO, 6
O fim último sobrenatural:
A. Só o baptizado pode aspirar
a ele e consegue alcançá-lo (também
com baptismo de desejo): a graça
divina eleva sobrenaturalmente o
homem.
B. Supera as forças humanas:
utilizar os meios sobrenaturais
(sacramentos e oração).
C. Permite que o baptizado possa
comunicar com Deus; mais ainda,
que participe da vida Trinitária.
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FIM ÚLTIMO, 7
O fim último deve exercer um influxo real no actuar humano:
1
Serve de critério para medir a moralidade de cada acto:
serão acções moralmente boas aquelas que garantam
a consecução do fim último.
2
Ajuda a rejeitar todo o pecado, e o amor a Deus
com que se levam a cabo as obras em si boas
engrandece-as
3
Dá lugar a uma moral de altos valores éticos porque se
põe Deus como fim da existência.
4
Além de projectar para a vida um ideal mais elevado,
conta-se com a graça de Deus para o alcançar.
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FIM ÚLTIMO, 8
Alguns erros actuais sobre o fim último:
- os que professam uma moral sem Deus (existencialistas ateus);
- os que reduzem o homem a pura biologia (a origem da conduta
moral situar-se-ia nos genes);
- os que fazem derivar a moralidade dos costumes sociais de cada
época;
- os que afirmam que o homem não tem em si mesmo uma entidade
que lhe permita realizar actos verdadeiramente responsáveis;
- os que reduzem o homem a pura matéria (materialismo dialéctico,
defensores do acaso, etc.);
- os que negam uma diferença essencial entre o homem e o animal.
O fim último reduz-se então ao bem-estar pessoal, ou no limite,
a conseguir uma convivência pacífica no âmbito social.
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O fim último do homem