Ival Rabêlo A história das teorias é descontínua A história do pensamento pedagógico é descontínua. Não existe propriamente um aperfeiçoamento crescente que faz com as idéias filosófico-educacionais mais antigas deixem de ser válidas e sejam superadas pelas modernas. Ival Rabêlo Ival Rabêlo SÓCRATES (469-399 a.C.) : A VIRTUDE PODE SER ENSINADA, SE AS IDÉIAS SÃO INATAS? Sócrates acreditava que o autoconhecimento é o início do caminho para o verdadeiro saber. Ival Rabêlo Sócrates procura o conceito: ironia e maiêutica. Exemplo, querendo apreender o conceito de coragem, dirigia-se ao um general, e perguntava-lhe: - você que é general, poderia me dizer o que é a coragem? O general respondia-lhe: coragem é atacar o inimigo, nunca recuar. Mas Sócrates contradizia: - às vezes temos que recuar para melhor contra atacar. Ival Rabêlo “Conhece-te a ti mesmo” Significa precisamente consciência racional de si mesmo, para organizar racionalmente a própria vida. Ival Rabêlo PLATÃO (427-347 a.C.) : A EDUCAÇÃO CONTRA A ALIENAÇÃO NA ALEGORIA DA CAVERNA Objetivo da educação: Passar gradativamente da percepção ilusória dos sentidos para a contemplação da realidade pura e sem falsidade. Para ele, só com o cumprimento dessa tarefa existe educação, a única coisa que o homem pode levar a eternidade. Ival Rabêlo PLATÃO: A EDUCAÇÃO CONTRA A ALIENAÇÃO NA ALEGORIA DA CAVERNA Para que se alcance esse objetivo é necessário “converter” a alma, encarar a educação como “arte de conversão”. Ival Rabêlo ARISTÓTELES (384-322 a.C.) : A VIRTUDE ESTÁ NO MEIO-TERMO Três fatores principais que determinam o desenvolvimento espiritual do homem: “disposição inata, hábito e ensino”. Com isso, mostra-se favorável a medidas educacionais “condicionantes” e acredita que o homem pode tornar-se a criatura nobre, como pode tornar-se a pior de todas. Ival Rabêlo O Potencial humano se desenvolve na escola Um dos fundamentos do pensamento aristotélico é que todas as coisas têm uma finalidade. É isso que, segundo o filósofo, leva todos os seres vivos a se desenvolver de um estado de imperfeição (semente ou embrião) a outro de perfeição (correspondente ao estágio de maturidade e reprodução). Ival Rabêlo O método Aristotélico Ele consiste de três proposições - duas premissas e uma conclusão que decorre das duas anteriores necessariamente, sem que haja outra opção. Exemplo clássico de silogismo: Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Sócrates é mortal. Ival Rabêlo Ival Rabêlo SANTO AGOSTINHO (354-430) A TEORIA DA ILUMINAÇÃO Desenvolveu e defendeu a idéia de que, como toda necessidade humana, também a aprendizagem, em última instância, só pode ser satisfeita por Deus. Em sua pedagogia, recomendou aos educadores jovialidade, alegria, paz no coração e às vezes também alguma brincadeira. Ival Rabêlo SÃO TOMÁS DE AQUINO: O MÉTODO ESCOLÁSTICO Seguia e pregava os seguintes princípios: evitar a aversão pelo tédio e despertar a capacidade de admirar e perguntar, como início do autêntico ensino. Ival Rabêlo A Escolástica A Escolástica pode ser definida como o conjunto de elaborações filosóficas dos doutores da Igreja , ao longo da história , notadamente na Idade Média ( do séc. IX ao séc. XVII ) , que busca conciliar as verdades de fé ( as verdades reveladas ) com a razão humana. Ival Rabêlo Ival Rabêlo OS JESUÍTAS (1549-1759): A RATIO STUDIORUM A educação dos jesuítas destinava-se à formulação das elites burguesas, para prepará-las a exercer a hegemonia cultural e política. Eficientes na formação das classes dirigentes, os jesuítas descuidaram completamente da educação popular. Ival Rabêlo Ival Rabêlo COMÊNIO (1592-1670), : NOVE PRINCÍPIOS PARA UMA EDUCAÇÃO REALISTA Defendeu a generalização do ensino, subordinado a um órgão de controle universal, como meio de pôr fim às guerras. Na prática do ensino, Comênio foi o pioneiro na aplicação de métodos que despertassem o crescente interesse do aluno. Ival Rabêlo Ival Rabêlo ROUSSEAU (1712-1778) : O HOMEM NASCE BOM E A SOCIEDADE O PERVERTE A pedagogia de Rosseau representou a primeira tentativa radical e apaixonada de oposição fundamental à pedagogia da essência e de criação de perspectivas para uma pedagogia de existência. Ival Rabêlo ROUSSEAU: O HOMEM NASCE BOM E A SOCIEDADE O PERVERTE “é bom tudo o que sai das mãos do criador da Natureza e tudo degenera nas mãos do homem”. Portanto, pregou que seria conveniente dar à criança a possibilidade de um desenvolvimento livre e espontâneo. Ival Rabêlo ROUSSEAU: O HOMEM NASCE BOM E A SOCIEDADE O PERVERTE A educação, segundo ele, não devia ter por objetivo a preparação da criança com vista ao futuro nem a modelação dela para determinados fins: devia ser a própria vida da criança. Ival Rabêlo PESTALOZZI (1746-1827) : NATUREZA E FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR O currículo adotado dava ênfase à atividade dos alunos: apresentava-se no início objetos simples para chegar aos mais complexos; partia-se do conhecido para o desconhecido, do concreto ao abstrato, do particular para o geral. Ival Rabêlo PESTALOZZI (1746-1827) : NATUREZA E FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR Por isso, as atividades mais estimuladas em Yverdon eram desenho, escrita, canto, educação física, modelagem, cartografia e excursões ao ar livre. Ival Rabêlo HERBART (1976-1841) A PRÁTICA DA RELEXÃO METÓDICA Herbart sugeriu que cada lição obedecesse a fases estabelecidas ou a passos formais. Seriam eles: o de clareza da apresentação dos elementos sensíveis de cada assunto; o de associação; o de sistematização; e, por fim, o de aplicação. Ival Rabêlo Ival Rabêlo DURKHEIM (1858-1917) A SOCIOLOGIA E OS FINS DA EDUCAÇÃO Ele via a educação como um esforço contínuo para preparar as crianças para a vida em comum. Por isso, era necessário impor a elas maneiras adequadas de ver, sentir e agir, às quais elas não chegariam espontaneamente. Ival Rabêlo DURKHEIM (1858-1917) A SOCIOLOGIA E OS FINS DA EDUCAÇÃO O objetivo da educação seria apenas suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais, exigidos pela sociedade política no conjunto e pelo meio espacial a que ela particularmente se destina. Ival Rabêlo Ival Rabêlo GRAMSCI (1891-1937) : A ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA E DA CULTURA Para Gramsci, o desenvolvimento do Estado comunista de ligava intimamente ao da escola comunista se ligava intimamente ao da escola comunista: a jovem geração se educaria na prática da disciplina social, para que a realidade comunista se tornasse um fato. Ival Rabêlo Ival Rabêlo DEWEY (1859-1952) : APRENDER FAZENDO Dewey priorizou o aspecto psicológico da educação, em prejuízo da análise da organização capitalista da sociedade, como fator essencial para a determinação da estrutura educacional. Foi um expoente da pedagogia da ação. Ival Rabêlo DEWEY (1859-1952) : APRENDER FAZENDO Apesar de suas posições políticoideológicas, Dewey construiu idéias de caráter progressista, com o autogoverno dos estudantes e a defesa da escola pública e ativa. Ival Rabêlo MONTESSORI (1870-1952): MÉTODOS ATIVOS E INDIVIDUALIZAÇÃO DE ENSINO Propunha despertar a atividade infantil através do estímulo e promover a autoeducação da criança, colocando meios adequados de trabalho à sua disposição. Ival Rabêlo MONTESSORI (1870-1952): MÉTODOS ATIVOS E INDIVIDUALIZAÇÃO DE ENSINO Maria Montessori sustentava que só a criança é educadora de sua personalidade. Seu método empregava um abundante material didático. Ival Rabêlo PIAGET (1896-1980) : PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO PARA A AÇÃO De acordo com Piaget, o papel da ação é fundamental pois a característica essencial do pensamento lógico é ser operatório, ou seja, prolongar a ação interiorizando-a. Ival Rabêlo PIAGET (1896-1980) : PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO PARA A AÇÃO A crítica de Piaget à escola tradicional é ácida. Segundo ele, os sistemas educacionais objetivam mais acomodar a criança aos conhecimentos tradicionais que formar inteligências inventivas e críticas. Ival Rabêlo Ival Rabêlo FREINET (1896-1966) : EDUCAÇÃO PELO TRABALHO E PEDAGOGIA DO BOM SENSO. Ele afirmava a existência de uma dependência entre a escola e o meio social, de forma a concluir que não existe uma educação ideal, só uma educação de classes. Ival Rabêlo FREINET (1896-1966) : EDUCAÇÃO PELO TRABALHO E PEDAGOGIA DO BOM SENSO Daí sua opção pela classe trabalhadora e a necessidade de tentar uma experiência renovadora do ensino. Ival Rabêlo ROGERS (1902-1987) : A EDUCAÇÃO CENTRADA NO ESTUDANTE O papel do conselheiro consistiria então na aceitação autêntica e na clarificação das vivências emocionais expressas pelo cliente. Ival Rabêlo ROGERS (1902-1987) : A EDUCAÇÃO CENTRADA NO ESTUDANTE Logo, ele deve criar no curso da entrevista uma atmosfera propícia para que o próprio cliente escolha os seus objetivos. Rogers também transporia para a educação a sua concepção terapêutica. Ival Rabêlo Ival Rabêlo BOURDIEU-PASSERON: A ESCOLA E A REPRODUÇÃO SOCIAL Finalmente, para Bourdieu e Passeron, a cultura das classes superiores estaria tão próxima da cultura da escola que a criança originária de um meio social inferior não poderia adquirir senão a formação cultural que é dada aos filhos da classe culta. Ival Rabêlo BOURDIEU-PASSERON: A ESCOLA E A REPRODUÇÃO SOCIAL Portanto, para uns, a aprendizagem da cultura escolar é uma conquista duramente obtida; pra outros, é uma herança “normal”, que inclui a reprodução das normas. O caminho a percorrer é diferente, conforme a classe de origem. Ival Rabêlo GIROUX: A TEORIA DA RESISTÊNCIA E DA PEDAGOGIA RADICAL A escola é analisada como um local de dominação e reprodução, mas que ao mesmo tempo permite às classes oprimidas um espaço de resistência. Giroux apresenta seu trabalho como uma visão de esperança e de possibilidades ao invés do desespero comumente apresentado pelos autores de esquerda. Ival Rabêlo Ival Rabêlo EMÍLIA FERREIRO: O CONSTRUTIVISMO A autora pesquisou a psicogênese da língua escrita, verificando que as atividades de interpretação e de produção da escrita começam antes da escolarização... Ival Rabêlo EMÍLIA FERREIRO: O CONSTRUTIVISMO ... e que a aprendizagem dessa escrita se insere em um sistema de concepções, elaborado pelo próprio educando, cujo aprendizado não pode ser reduzido a um conjunto de técnicas perceptivo-motoras. Ival Rabêlo Ival Rabêlo SNYDERS: ENFIM, UMA ESCOLA NÃO AUTORITÁRIA Dois pontos importantes na contribuição de Snyders para a educação: a visão do caráter contraditório da escola, que não é nem apenas reprodutora, nem revolucionária, mas local de confronto de interesses de classes antagônicas; Ival Rabêlo SNYDERS: ENFIM, UMA ESCOLA NÃO AUTORITÁRIA A caracterização das chamadas pedagogias não-diretivas – com sua pretensão de resolverem os problemas educativos e sociais através da “liberação do ser natural” que é a criança, deixando-a realizar sua “natureza humana” livremente – como sendo, na verdade, pedagogias legitimadoras da organização atual da sociedade. Ival Rabêlo SNYDERS: ENFIM, UMA ESCOLA NÃO AUTORITÁRIA Para ele, o espontaneísmo educacional é a legitimação da ordem vigente. A omissão do professor torna-se não uma atitude democrática, mas uma ação conservadora disfarçada sob a aparência do respeito humano. Ival Rabêlo Ival Rabêlo Educadores importantes Anísio Teixeira: uma nova filosofia na educação Paulo Freire: a pedagogia do oprimido Dermeval Saviani: a especificidade da prática pedagógica Ival Rabêlo RUBEM ALVES: O PRAZER NA ESCOLA Rubem Alves “é preciso reaprender a linguagem do amor, das coisas belas e das coisas boas, para que o corpo se levante e se disponha a lutar” . Para Ival Rabêlo RUBEM ALVES: O PRAZER NA ESCOLA "Ensinar" é descrito por Alves como um ato de alegria, um ofício que deve ser exercido com paixão e arte. É como a vida de um palhaço que entra no picadeiro todos os dias com a missão renovada de divertir. Ensinar é fazer aquele momento único e especial. Ival Rabêlo RUBEM ALVES: O PRAZER NA ESCOLA Ridendo dicere severum: Mostrando que esta, na verdade é a forma mais eficaz e verdadeira de transmitir conhecimento. Agindo como um mago e não como um mágico. Não como alguém que ilude e sim como quem acredita e faz crer, que deve fazer acontecer. Ival Rabêlo RUBEM ALVES: O PRAZER NA ESCOLA Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos fragmentos de futuro em que a alegria é servida como sacramento, para que as crianças aprendam que o mundo pode ser diferente. Que a escola, ela mesma, seja um fragmento do futuro..." Ival Rabêlo GADOTTI, Moacir. Histórias das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Editora Ática, 1995. Ival Rabêlo