PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO: QUALIDADE DOS SERVIÇOS E DAS AÇÕES DE ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE MATERNO INFANTIL, VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – PE. Andressa Laís Ferreira Silva; Kennia Kiss Borges Santos; Deysiane Biserra de Souza; Lucélia Sandy da Silva Oliveira; Rosélia Odete Justino da Silva; Elisiandre Martins de Lima; Anna Raquel da Silva; Ana Cristina Oliveira de Almeida; Sandra Cristina da Silva Santana; Fernanda Ferreira de Araújo; Michelle Figueiredo Carvalho (Orientadora) O Nordeste apresenta desigualdade que permite taxas de mortalidade infantil (MI) de 27,2 óbitos por mil nascidos vivos, valor superior ao nacional. A MI está associada, entre outros fatores, à atenção à saúde da mulher durante o pré-natal, parto e nos primeiros anos de vida da criança. Neste contexto, o Ministério da Saúde (MS) criou a Estratégia Rede Cegonha com ações que visam a redução da mortalidade materna e neonatal. O município de Vitória está entre os prioritários de Pernambuco para redução da MI e implementação da Rede Cegonha. O planejamento é o instrumento que permite melhorar a racionalização das ações a serem desenvolvidas. A articulação das ações pelo planejamento estratégico participativo (PEP) objetiva que a equipe de saúde e os atores sociais locais elejam problemas prioritários e propostas para enfrentamento dos mesmos, melhorando a qualidade nos serviços prestados e integrando ações de atenção primária à saúde materno infantil no município. Inicialmente foi desenvolvido um diagnóstico sobre a saúde materno infantil com corte transversal e abordagem quantitativa desenvolvido nas Unidades de Saúde da Família (USF), sendo 10 de área rural e 16 de área urbana. Foi aplicado um instrumento padronizado contendo questões baseadas no Programa Rede Cegonha para gestantes, lactantes e mães de crianças menores de 2 anos atendidas em demanda espontânea às consultas de pré-natal e puericultura. As puérperas foram entrevistadas nas suas residências nos primeiros 42 dias de puerpério. Os dados foram digitados e analisados no programa EPI INFO versão 6.04. O Projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos, na Plataforma Brasil com nº CAAE 15371413.8.0000.5208. Na segunda etapa do Projeto foi desenvolvida uma sensibilização com as chefias das USFs sobre a importância do planejamento local para organização das ações de saúde e inserção da Proposta Rede Cegonha almejando a redução da MI. A dinâmica do PEP foi realizada utilizando o Método Altadir de Planificação Popular (MAPP) de Carlos Matos. Após a dinâmica e os PEP com as ações a serem desenvolvidas foi construída uma proposta de plano de ação a ser entregue à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para execução nas USFs. A avaliação do impacto está em andamento através da análise dos indicadores selecionados e do preenchimento das ações e acompanhamento da Rede Cegonha. Foi diagnosticado que das 59 gestantes acima de 18 anos 5,08% apresentaram baixo peso, 62,71% peso adequado e 32,2% sobrepeso/obesidade. 43,75% apresentaram anemia, índice considerado preocupante pela OMS pois está acima de 40%. Em relação às 140 crianças de menores de 2 anos apenas 47,5% e 18% tomaram vitamina A e sulfato ferroso, respectivamente e 30,9% já haviam sido desmamadas. A mediana de tempo de aleitamento materno foi de 105 dias, inferior ao mínimo recomendado pelo MS (180 dias). Em relação às 60 crianças de 6 a 24 meses desmamadas houve baixo consumo de alimentos saudáveis com apenas 24% delas consumindo carne, 60% consumindo frutas e 18% consumindo hortaliças. Por outro lado, 48% já consumiam doces, 12% refrigerantes e 8% salgadinhos. O leite de vaca integral foi o mais consumido em “substituição” ao leite XV ENEXT/I ENExC - 2015 materno (88,3%). Em relação às 34 puérperas entrevistadas 47% já haviam oferecido outros leites nos primeiros 42 dias pós parto, 24% apresentavam alguma dificuldade para amamentar tais como fissura mamilar e ingurgitamento mamário, 35% não foram orientadas quanto a pega correta do bebê, 53% não sabiam fazer a ordenha manual e ainda mais grave, 47% não tinham recebido nenhuma visita de profissional de saúde nos primeiros 15 dias de puerpério. O PEP foi desenvolvido em 5 USFs ( Redenção, Jardim Ipiranga, Bela Vista I e II, Cajueiro e Oiteiro). Dentre os problemas mais prevalentes citados pela equipe foi relatada: desmame precoce, gestação na adolescência, acompanhamento ineficaz de pacientes. Para esses problemas as ações corretivas pensadas foram: incluir em grupos de gestantes a família das mesmas e outros profissionais da equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) realizando encontros utilizando seios artificiais para orientações. Quanto à gestação na adolescência o fortalecimento dos grupos de adolescentes foi a estratégia pensada, com dinâmicas sobre uso de métodos contraceptivos. Em relação ao acompanhamento de pacientes, especificamente das puérperas, a ação inclui a solicitação de transporte que conduza os profissionais de saúde às visitas distantes da USF. Foi interessante observar que problemas identificados na pesquisa de diagnóstico também foram apontados pelas equipes de saúde, mostrando uma concordância e, portanto, uma sensibilização dos profissionais quanto aos problemas dos comunitários. No entanto, por falta de planejamento, as equipes não estabeleciam ações direcionadas para estes problemas, que foram elaboradas através do PEP e estabelecido os profissionais responsáveis por cada ação e também prazos de início e indicadores de avaliação. Esse PEP foi entregue às equipes para início das ações e será pactuado com a SMS. Palavras–chave: planejamento estratégico; saúde materno infantil XV ENEXT/I ENExC - 2015