RESUMO A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica degenerativa, de natureza multifatorial, caracterizada pelo aumento sustentado dos níveis pressóricos nos vasos sanguíneos. Acomete ambos os sexos, porém a partir da menopausa, as mulheres começam a apresentar maior prevalência em relação aos homens, tornando-se mais vulneráveis às complicações cardiovasculares decorrente da HAS. Objetivos: avaliar a prevalência de hipertensão arterial em mulheres no climatério atendidas em serviços públicos de ginecologia em Recife e a associação com fatores de risco cardiovasculares. Secundariamente, objetivou-se avaliar o conhecimento sobre HAS, percentuais de tratamento e controle dos níveis pressóricos. Métodos: Foi realizado um estudo transversal, em que se avaliou mulheres no climatério, entre 45 e 65 anos, atendidas em dois ambulatórios públicos de referência em ginecologia na cidade de Recife. As pacientes responderam a um questionário estruturado, realizaram medidas de peso, altura e cintura abdominal e tiveram aferida a pressão arterial. O critério para HAS foi a média de PAS ≥ 140mmHg e/ou PAD ≥ 90mmHg ou tratamento de HAS, de acordo com a VI Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Foram realizadas também dosagens bioquímicas e hormonais para avaliar o perfil clinico das pacientes. Os dados obtidos permitiram estimar a prevalência de HAS com Intervalo de Confiança (IC) a 95% e verificar a associação da HAS com fatores de risco cardiovasculares e função ovariana. Elaborou-se um modelo de regressão multivariado para avaliação das variáveis independentemente associadas à HAS. Resultados: A prevalência encontrada de HAS na amostra constituída por 699 pacientes com média de idade de 54,5 ± 5,23 anos foi de 59,2%, verificando-se que 46,4% tinham conhecimento prévio da condição de HAS, 43,8% estavam sob tratamento, das quais 55,9% apresentavam níveis pressóricos controlados. Na análise bivariada, estiveram correlacionadas à HAS (p<0,15), a idade, escolaridade, tabagismo (não fumantes), IMC, obesidade central, dislipidemia, diabetes mellitus e níveis de hormônios folículo estimulante (FSH). A análise multivariada demonstrou que apenas idade, obesidade e diabetes estiveram independentemente associadas à HAS. Conclusão: a prevalência de hipertensão arterial é elevada em mulheres no climatério em serviços públicos de ginecologia de Recife e está associada à idade, obesidade e diabetes. O nível de conhecimento e percentual de mulheres medicadas são baixos. Somados a isso, apenas pouco mais da metade das hipertensas tratadas apresenta controle pressórico adequado. Palavras-chave: cardiovascular. Hipertensão/climatério/menopausa/prevalência/doença ABSTRACT Hypertension (HBP) is a chronic degenerative disease of multifactorial nature, characterized by a sustained increase in blood pressure levels in the blood vessels. It affects both sexes, but after the menopause, women begin to have a higher prevalence than men, making them more vulnerable to cardiovascular complications resulting from hypertension. Objectives: To assess the prevalence of hypertension in climacteric women attended in public gynecology clinics in Recife and the association with cardiovascular risk factors. Secondarily, we aimed to assess knowledge about hypertension, rates of treatment and control of blood pressure levels. Methods: We developed a cross-sectional study, which evaluated climacteric women, between 45 and 65 years, attending two public outpatient reference gynecology clinics in the city of Recife. The patients answered a structured questionnaire, underwent measurements of weight, height and waist circumference and blood pressure were measured. The criterion for hypertension was the average SBP ≥ 140 mmHg and / or DBP ≥ 90 mmHg or treatment of hypertension, according to VI Guidelines of the Brazilian Society of Cardiology. Were also carried out biochemical and hormonal factors to evaluate the clinical profile of patients. The data obtained allowed to estimate the prevalence of hypertension with confidence interval (CI) of 95% and the association of hypertension with cardiovascular risk factors and ovarian function. We elaborated a multivariate regression model to assess the variables independently associated with hypertension. Results: The prevalence of hypertension in the sample of 699 patients with a mean age of 54.5 ± 5.23 years was 59.2%, verifying that 46.4% had prior knowledge of the condition of hypertension, 43,8% were under treatment, of which 55.9% had controlled blood pressure levels. In bivariate analysis, were correlated with SH (p <0.15), age, education, smoking (nonsmokers), BMI, central obesity, dyslipidemia, diabetes mellitus and levels of follicle stimulating hormone (FSH). Multivariate analysis showed that only age, obesity and diabetes were independently associated with hypertension. Conclusion: The prevalence of hypertension is higher in climacteric women in public gynecology Recife and is associated with age, obesity and diabetes. The knowledge level and percentage of women are low on medication. Added to this, just over half of hypertensive treated has adequate blood pressure control. Keywords: Hypertension / climacteric / menopause / prevalence / cardiovascular disease.