HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) ASSOCIADA A COARCTAÇÃO DE AORTA (CoAo)
PÓS-DUCTAL DE ALTO GRAU EM PACIENTE ADULTO: UM RELATO DE CASO.
LUCAS Z. SCOPEL; ANDREIA N. F. MELO; VINÍCIUS O. POPP; ARTHUR H. DA SILVA; PRISCILA S.
ZAPPELINI.
INSTITUTO DO CORAÇÃO DE LAGES, LAGES- SC – BRASIL.
INTRODUÇÃO: A CoAo é malformação rara e pode
MÉTODOS: Relato de caso de paciente em questão
ser diagnosticada na infância, sobretudo quando se
a partir de dados o prontuário e exames prévios.
apresenta com falência cardíaca congestiva. Não
obstante, por vezes é assintomática até idade
adulta, manifestando-se com HAS secundária de
variável severidade. É mais frequente no sexo
masculino, obedecendo a proporção de 2:1, apesar
de essa incidência não corresponder à CoAo
abdominal1.
RELATO DE CASO: D.V.S., 23 anos, masculino, não
portador de enfermidades cardiovasculares até
então conhecidas, veio à consulta cardiológica com
queixa de elevações mantidas e intensas da PA
quando exposto a situações estressantes, físicas
ou emocionais. Possuía apenas histórico familiar de
HAS e irmão com válvula aórtica bicúspide (VAB).
Não tabagista e etilista social, praticava atividades
OBJETIVO: Apresentar o relato de caso de paciente
físicas aeróbicas três vezes por semana. Ao exame
adulto, masculino, 23 anos, sem enfermidades
clínico, apresentava-se hipertenso (158x84 mmHg),
conhecidas, manifestando elevações episódicas e
com frequência cardíaca de 68 bpm e pulsos radiais
mantidas da pressão arterial (PA) quando em
cheios e simétricos; não obstante, com pulsos
situações estressantes, diagnosticado com CoAo
diminuídos em membros inferiores.
após investigação. Descrever, por conseguinte, tal
quadro de HAS secundária, com enfoque nos seus
aspectos clínicos.
Andreia N. F. Melo – [email protected]
Lucas Scopel – [email protected]
À ausculta cardíaca, fazia-se audível sopro diastólico em foco
aórtico e sopro sistólico em região dorsal, com bulhas
normofonéticas e ritmo regular. Ausculta pulmonar continha
murmúrio vesicular em toda extensão torácica, sem aparentes
ruídos adventícios, e exame abdominal encontrava-se sem
particularidades.
Frente
aos
achados
de
exame
clínico,
ecocardiograma transtorácico fora realizado, que evidenciou
CoAo, com dilatação de sua porção ascendente, válvula aórtica
bicúspide com insuficiência moderada e ventrículo esquerdo
(VE) hipertrofiado, com disfunção diastólica moderada - vide
imagens abaixo e adiante. Prosseguiu-se com requisição de
angiotomografia computadorizada de aorta torácica (ATAT) e
exames laboratoriais. ATAT revelou CoAo pós-ductal de alto
grau, com significativa rede de vasos colaterais, associada a
Localizações da CoAo – (A) Pós-ductal, referente ao caso
descrito; (B) Pós-ductal com extensões colaterais; (C) Préductal; (D) Pré-ductal extensa;
dilatação à montante e à jusante da estenose e a sinais de
sobrecarga de VE com aumento do volume cardíaco.
Onda de fluxo
coarctação;
em sítio
da
Válvula aórtica bicúspide
DISCUSSÃO: A HAS secundária é uma entidade de elevada
Nesse caso, o primeiro sinal consiste mais frequentemente
prevalência nos pacientes portadores de CoAo. Entretanto, não
na HAS secundária, como no caso descrito3,4.
se reconhece, até o presente momento, exato mecanismo
fisiopatológico para sua gênese; postula-se o envolvimento do
sistema renina-angiotensina-aldosterona, por baixa perfusão
CONCLUSÕES: Se não diagnosticada e tratada, a CoAo traz sérias
renal, ou o simples fato de um maior gradiente pressórico ser
repercussões, podendo culminar com dissecção aórtica ou
necessário para o fluxo sanguíneo transpassar o estreitamento
localizado2.
Caso a CoAo não seja detectável na infância, a
exemplo do que ocorre em quadros com sintomatologia
branda ou ausente, uma vasta rede de vasos colaterais
desenvolve-se contornando a constrição aórtica2. Permite,
acidentes vasculares encefálicos, sobretudo quando ligada à HAS.
Sua detecção e manejo adequado é, portanto, essencial. O SA fazse a terapia de escolha nos pacientes adultos, sobretudo em
vantagem à simples dilatação com balão intra-aórtico, devido às
assim, o atingir da idade adulta sem quaisquer manifestações
altas taxas de reestenose e possíveis danos à parede vascular em
clínicas.
sua insuflação.
Ecocardiograma com Doppler
evidenciando insuficiência aórtica;
Ecocardiograma com
evidenciando CoAo;
Doppler
Ecocardiograma
hipertrofia de VE;
evidenciando
BIBLIOGRAFIAS
(1). PRISANT, L. Michael et al. Coarctation of the Aorta: A Secondary Cause of Hypertension. The Journal Of Clinical Hypertension, [s.l.], v. 6, n. 6, p.347-352, jun. 2004.
(2). CAY, S. A common cause of secondary hypertension: coarctation of the aorta. Heart, [s.l.], v. 92, n. 6, p.734-734, 26 out. 2005.
(3). EBAID, M.; AFIUNE, J. Y. Coarctação de aorta. Do diagnóstico simples às complicações imprevisíveis. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo , v. 71, n. 5, p. 647-648, Nov. 1998.
(4). DOSHI, A. R. Coarctation of Aorta-Management Options and Decision Making. Pediatrics & Therapeutics, [s.l.], v. 01, n. 5, p.1-10, 2012.
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