CEB’s – Igreja Povo de Deus a luz do Concílio Vaticano II Itapetinga, 29 de setembro de 2012 Os concílios Ecumênicos na História da Igreja Breves pontos • Ao todo foram 21 Concílios ao longo da História; • O Concílio de Jerusalém – era apostólica (At 15, 19-29) - para abordar se os gentios (nãojudeus) deveriam seguir costumes da religião israelita – circuncisão. 3 1. Concílio de Nicéia • Papa durante o concílio: São Silvestre I; • Duração do Concílio: 20 de maio a 25 de julho de 325; • Temas principais: Primeiro a reunir a Cristandade. Condena o Arianismo como heresia e exila Ário. Proclama a igualdade de natureza entre o Pai e o Filho. Redação do Símbolo ou Credo que se recita na missa. 4 2. Constantinopla I • Papa durante o concílio: São Dâmaso I • Duração do Concílio: Maio a Julho de 381 • Temas principais: Afirma a natureza divina do Espírito Santo. Estabelece que o bispo de Constantinopla receberá as honras logo após o de Roma. 5 3.Éfeso • Papa durante o concílio: São Clestino I • Duração do Concílio: 22 de junho a 17 de julho de 431 • Temas principais: Condena o Nestorianismo como heresia. Afirma a unidade pessoal de Cristo e a maternidade divina de Maria. A Igreja Assíria do Oriente não reconhece este concílio e nenhum dos posteriores. 6 4. Calcedônia • Papa durante o concílio: São Leão Magno • Duração do Concílio: 08 de outubro a 1 de novembro de 451. • Temas principais: Condenação do monofisismo. Afirma a unidade das duas naturezas, completas e perfeitas em Jesus Cristo, humana e divina. É escrita a carta dogmática “Tomo a Flaviano”pelo Papa Leão I. As Igrejas não Calcedonianas não reconhecem este concílio e nenhum dos posteriores. 7 5. Constantinopla II • Papa durante o concílio: Vigílio • Duração do Concílio: 5 de maio a 2 de junho de 553. • Temas principais: Condena os ensinamentos de Orígenes e outros. Condena os documentos nestorianos designados Os três Capítulos 8 6. Constantinopla III • Papa durante o concílio: Agatão • Duração do Concílio: 7 de novembro de 68016 de setembro de 681. • Temas principais: Dogmatiza as duas naturezas do Cristo. Condena o monotelismo. 9 7. Niceia II • Papa durante o concílio: Adriano I • Duração do Concílio: 24 de setembro a 23 de outubro de 787. • Temas principais: Regula a questão da veneração de imagnes (ícones). Condena os iconoclastas. 10 8. Constantinopla IV • Papa durante o concílio: Papa Adriano II • Duração do Concílio: 5 de outubro de 869 a 28 de fevereiro de 870. • Temas principais: Condenação e deposição de Fócio, patriarca de Constantinopla. Encerra temporariamente o primeiro Cisma Ocidental. 11 9. Latrão I • Papa durante o concílio: Calisto II • Duração do Concílio: 18 de março a 6 de abril de 1123. • Temas principais: Encerra a Questão das investiduras. Independência da Igreja perante o poder temporal. 12 10. Latrão II • Papa durante o concílio: Inocêncio II • Duração do Concílio: Abril de 1139 • Temas principais: Torna obrigatório o celibato para o clero na Igreja Ocidental. Fim do Cisma do Antipapa Anacleto II. 13 11. Latrão III • Papa durante o concílio: Alexandre III • Duração do Concílio: Março de 1179 • Temas principais: Normas para a eleição do Papa (maioria de 2/3) e da nomeação de bispos (idade mínima de 30 anos). Excomungam-se os barões que, na França, apoiavam os Cátaros. 14 12. Latrão IV • Papa durante o concílio: Inocêncio III • Duração do Concílio: 11 de novembro a 30 de novembro de 1215. • Temas principais: Determina que todo o cristão, chegado ao uso da razão, é obrigado a receber a Confissão e a Eucaristia na Páscoa. Condenação dos Albigenses, Maniqueístas e Valdenses. Definição de transubstanciação. 15 13. Lião I • Papa durante o concílio: Inocêncio IV • Duração do Concílio: 28 de junho a 17 de julho de 1245. • Temas principais: Deposição do Frederico II. 16 14. Lião II • Papa durante o concílio: Beato Gregório X • Duração do Concílio: 7 de maio a 17 de julho de 1274. • Temas principais: Tentativa de reconciliação com a Igreja Ortodoxa. Regulamentação do conclave para a eleição papal. Cruzada para libertar Jerusalém. Institui o conceito de Purgatório. 17 15. Vienne • Papa durante o concílio: Clemente V • Duração do Concílio: 16 de outubro se 1311 a 6 de maio de 1312. • Temas principais: Supressão dos Templários. Discute-se a questão dos bordéis de Roma e a nomeação de um arcebispo em Pequim, na China. 18 16. Constança • Papa durante o concílio: Gregório XII e Martinho V. • Duração do Concílio: 5 de outubro de 1414 a 22 de abril de 1418. • Temas principais: Extingue o Grande Cisma do Ocidente. Condenação de John Wvcliffe e de Jan Hus. Decreta a supremacia do Concílio sobre o Papa (posteriormente ab-rogado pelo Concílio Vaticano I). Eleição do Papa Martinho V. 19 17. Basileia – Ferrara - Florença • Papa durante o concílio: Eugênio IV • Duração do Concílio: 1431-1432. • Temas principais: Sanciona o cânon católico (relação oficial dos livros da Bíblia), tenta nova união com as Igrejas orientais ortodoxas. Reconhecimento no romano pontífice de poderes sobre a Igreja Universal. Ratifica a figura do Purgatório. 20 18. Latrão V • Papa durante o concílio: Júlio II e Leão X • Duração do Concílio: 10 de maio de 1512 a 16 de março de 1517. • Temas principais: Condenação do Concílio cismático de Pisa (1409-1411) e do Conciliarismo. 21 19. Trento • Papa durante o concílio: Paulo III, Julio III, Marcelo II, Paulo IV e Pio IV. • Duração do Concílio: 13 de dezembro de 1545 a dezembro de 1563. • Temas principais: Reforma Geral da Igreja, sobretudo por causa do protestantismo. Confirmação da doutrina acerca dos sete sacramentos e dos dogmas eucarísticos. Decreta a versão da Vulgata como autêntica. O Concílio da Contra-reforma. 22 20. Vaticano I • Papa durante o concílio: Beato Pio IX • Duração do Concílio: 8 de dezembro de 1869 a 18 de julho de 1870 • Temas principais: Reforça a ortodoxia estabelecida no Concílio de Trento. Condena o Racionalismo, o Naturalismo e o Modernismo. Dogmas sobre o Primado do Papa e da infalibilidade papal na definição expressa de doutrinas de fé e de costumes. 23 Concílio Ecumênico Vaticano II Dom Aloísio Lorscheider: • “O concílio Ecumênico Vaticano II foi um Concílio Pastoraleclesiológico. Duas são as palavras-chave para entendê-lo bem: aggiornamento (atualização, renovação, diaconia, serviço) e diálogo (comunhão, responsabilidade, participação). Não veio para definir ou condenar, mas para servir e salvar” 25 Beato João Paulo II • “Sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para orientar no caminho do século que começa” ( Novo Millennio Ineunte, n.57) 26 Papa Bento XVI • “Desejo afirmar com vigor a vontade decidida de prosseguir no compromisso de atuação do Concílio Vaticano II” (1ª Mensagem ao Cardeais após sua eleição. 20 de abril de 2005). 27 Anuncio e significado • 25 de Janeiro de 1959 – Aos cardeais e para o mundo (radio vaticano) – como rastilho pólvora a idéia conquistou logo o mundo e todos começaram a depositar grandes esperanças no Concílio; • “Lançamos então uma primeira e pequena semente que depusemos com mãos tremulas e coração apertado” (Const. Após. Humanae Salutis – Convocação do Concílio) • Três meses depois de sua eleição; 29 30 • O Vat. II foi para a Igreja o “novo pentecostes”, tal evento proporcionou uma reviravolta na vida da igreja. Abriu-se as portas para que o cheio de mofo pudesse sair e novos ventos circulassem. • Animado pela graça de Deus o Papa começou um complexo e delicado trabalho de preparação – mobilizou toda a Igreja Católica, como também outras igrejas e a sociedade civil. 31 • O Vat. II foi de fato e direito o concílio ecumênico da Igreja, desde sua preparação; • Antes de definir e determinar as questões, os temas, a serem estudados durante o Concílio o Papa quis ter o parecer do Colégio cardinalício, dos bispos, da cúria romana, dos superiores das ordem, das universidades católicas e etc... 32 • “Durante três anos trabalhou-se na preparação para estabelecer com precisão e de maneira ampla, o que, em nossa época, é mais conveniente à fé, à prática religiosa e ao revigoramento das comunidades cristãs, especialmente a católica.” (Mensagem radiofonia a um mês do inicio do Concílio) • “O principal objetivo do trabalho conciliar, não é o de discutir princípios doutrinais, retomando o que padres e teólogos, antigos e novos, ensinaram, que todos sabemos e está profundamente gravado em nossas mentes” (idem) 33 • O Concílio significava para toda a Igreja uma pausa sobre si mesma e por meio de uma profunda e afetuosa investigação, dá continuidade a sua missão nos tempos atuais. • É bom recordar que o Concílio de Trento (1545-1563) se realizou no século XVI e o Vaticano I (1869-1870) no final do século XIX; • E, também imaginemos o que significa uma reunião de mais de 2.000 bispos; 34 Abertura 11 de outubro de 1962 Cortejo solene dos Padres Conciliares... 36 Participaram do Concílio: • • • • 07 Patriarcas; 80 Cardeais; 2594 Arcebispos e Bispos; 97 Superiores Gerais de Ordens e Congregações (com mais de 1.000 membros); • Observadores leigos e de algumas confissões cristãs; 37 Primeiro período: principais temas tratados 11 de outubro – 08 de dezembro de 1962 • Foi eleita as comissões capitulares... • O primeiro esquema apresentado foi o da liturgia; • Era forte o Movimento litúrgico: “os fiéis não devem assistir passivamente às funções sagradas, mas deve participar ativamente, deveria ser introduzida a língua “vernácula” na liturgia da Palavra, na missa e na administração dos sacramentos, deveria fazer reforma nos livros litúrgicos, dentre outros... 39 • Foram ainda discutidos 4 esquemas: • As fontes da revelação – debates interessantes e inflamados – Intervenção do Papa; • Os meios de comunicação; • As igrejas orientais; • Sobre a igreja – esse foi bem aceito, porém com maior atenção à natureza da igreja como Povo de Deus e à sua missão em relação à humanidade 40 Intervalo e morte de João XXIII • No primeiro período do Concílio houve muitas discussões e nada tinha sido aprovado, ficou então muito trabalho a ser avaliado, estudado e refletido. • Um trabalho silencioso, mas não menos importante. • Neste período, João XXIII estava acometido de um mal incurável e que dificilmente poderia assistir a retomada do Concílio. 42 • Pairavam dúvidas sobre a continuidade do Concílio, mas nem por isso os trabalhos das comissões pararam, buscando avaliar, aprofundar os temas tratados e os que estariam por vir; • Já adquiria-se uma consciência grande sobre a importância do que representaria o Concílio para a Igreja (ir ao encontro das necessidades sem perder a validade da doutrina); • 43 • Neste período trabalhou-se o esquema sobre a Igreja, reduzindo de 12 para 4 capítulos; • O esquema litúrgico; • O esquema da Revelação; • E o da relação Igreja - mundo • No dia 3 de junho de 1963, festa de Pentecostes, morre João XXIII, voltando a grande dúvida sobre a continuidade do Concílio. 44 Eleição do Paulo VI 21 de junho de 1963 • Breve conclave (19-21 de junho), eleito o Card. João Batista Mondini – Arcebispo de Milão; • Era membro da Comissão Preparatória; • Seis dias após sua eleição pediu a Secretário de Estado do Vaticano que determinasse o dia 29 de setembro de 1963 o reinicio dos trabalhos; • “Poderíamos nós abandonar um caminho tão magistralmente desenhado por João XXIII, visado inclusive o futuro?” 46 • Em sua primeira mensagem: “a parte mais importante do pontificado será dedicada ao prosseguimento do Concílio Ecumênico Vaticano II, para o qual dirige-se os olhares de todos os homens de boa vontade”. • Paulo VI determinou 3 modificações no regulamento: 1) Avocou para si o direito sobre a Cúria Romana – atenuando as resistências em relação aos Concílio. 2) Criou o colégio de moderadores que fazia as mediações das sessões. 3) favoreceu a participação dos leigos (15 – nenhum do Brasil). 47 Segundo período: principais temas tratados 29 de setembro – 04 de dezembro de 1963 • Foi marcado por uma maior confiança: as modificações feitas no regulamento e maior conhecimento na dinâmica possibilitou uma melhor participação e agilidade nos trabalhos; • O principal tema desse período será a IGREJA. Paulo VI define quatro finalidades a serem alcançadas: 1) o conhecimento ou a consciência que a igreja tem de si. 2) A reforma da Igreja. 3) a recondução dos cristão a unidade. 4) o diálogo da Igreja com o mundo moderno; 49 • Este período levou-se em consideração os esquemas sobre a Igreja, ecumenismo e múnus pastoral dos bispos: IGREJA: o tema do Povo de Deus: necessidade de valorizar o sacerdócio comum; a vocação universal a santidade; a vitalidade e restauração do diaconato permanente; MÚNUS DOS BISPOS: circunscrição e reformas nas diocese, a colegialidade, as conferências episcopais; ECUMENISMO: foram muitas as discussões – as definições não agradava a todos. 50 Primeiros documentos aprovados • Aprovados e promulgados no dia 04 de dezembro de 1963: Constituição Sacrosanctum Concilium (liturgia) – rompe com o rubricismo operante e possibilitou uma vitalidade nas ações litúrgicas. APROVAÇÃO com quase unanimidade; Decreto Inter Minifica (comunicação social) – a posição da Igreja diante da impressa, teatro, cinema, rádio e da televisão... 51 • No seu discurso de encerramento deste segundo período, Paulo VI anuncia uma peregrinação a Jerusalém, grande evento em direção do Ecumenismo. 52 Terceiro período: principais temas tratados 14 de setembro de 1964 – 21 de novembro de 1964 • O início desse período se deu com a missa concelebrada, fato histórico, exprimindo assim de modo emblemático a renovação litúrgica promovida pela Constituição aprovada alguns meses antes; • Grandes discussões dos seguintes temas: Igreja, múnus dos bispos, ecumenismo, revelação, vida dos leigos e a igreja e o mundo contemporâneo; 54 Com tanta discussão, mas só 3 esquemas foram aprovados: Decreto Unitatis redintegratio (ecumenismo) – princípios católicos, como e com quem deve ser feito; Decreto Otientalium Ecclesiarum (igrejas orientais católicas) – estudar e conhecer a diversidade de ritos existentes, o valor das igrejas ocidentais e dentre outros pontos importantes. 55 Constituição Dogmática Lumem Gentium (Igreja) – considerada a mais importante de todo Concílio. Ela é dividida em 8 capítulos: I. O mistério da Igreja – Igreja sacramento de Cristo, sua missão e as imagens que a representam. II. O povo de Deus – Sacerdócio comum dos fiéis, unidade e universalidade do Povo de Deus; 56 3. A constituição hierárquica da Igreja: o episcopado - apresenta a vocação e missão dos bispos, seu ministério e as funções que lhes são cabíveis (ensinar, santificar e governar). Apresenta também de forma simples o lugar dos presbíteros e diáconos; 4. Os Leigos – o papel, a dignidade, o apostolado e vocação profética dos leigos na construção do Reino, como também a relação com a hierarquia e o mundo; 57 5. Vocação universal à santidade na Igreja – Comum a todos os fiéis, as várias formas da mesma e única santidade, os caminhos e meios para chegarmos a sermos santos e santas; 6. Os religiosos – a natureza e importância dessa vocação para a vida da Igreja e por fim uma exortação à perseverança; 7. A natureza escatológica da Igreja peregrina e sua união com a Igreja celeste – a comunhão dos santos; 58 • 8. Maria – o papel de Maria na economia da salvação e a interação entre Maria e a Igreja 59 Quarto período: principais temas tratados 14 de setembro de 1965 – 08 de dezembro 1965 • O Concílio estava chegando à reta final e muitas coisas ainda a serem feitas; • No discurso de abertura desse 4º período, pronunciado no dia 14 de setembro de 1965, o Papa, afirmava que a Igreja está a serviço de todos e por missão deve fazer chegar a todas as pessoas a mensagem de Cristo. 61 No dia 28 de outubro de 1965 foram aprovados 4 esquemas: • Decreto Cristus Dominus – Múnus pastoral dos Bispos; • Decreto Perfectae Caritatis – renovação da Vida Religiosa, as diversidades de formas existentes.. • Decreto Optatam Totius – Formação sacerdotal. Durante a discusão deste esquema, o Bispo Pedro Paulo Koop, (Lins- Sp) propunha, devido a escassez de sacerdotes a ordenação de homens casados. E a pedido dos Bispos Latino-americano, a discussão sobre a lei do celibato. 62 • A declaração Nostra Aetate – relação da Igreja com as religiões não cristãs – promover a unidade e o amor entre os povos. 63 17 de novembro de 1965 • Constituição dogmática Dei Verbum – sobre a revelação divina, tradição, sagrada escritura... 64 18 de novembro de 1965 • Decreto Apostolicam Actuositatem Apostolado dos leigos e leigas. – 65 07 de dezembro de 1965 • Declaração Gravissimum educationis – Sobre a educação cristã; • Declaração Dignitatis humane – liberdade religiosa – o direito da pessoa e das comunidades à liberdade social e civil em matéria religiosa; • Decreto Ad Gentes – atividade missionária da Igreja; 66 • Decreto Presbyterorum ordinis – o ministério e a vida sacerdotal; • Constituição Pastoral Gaudium et spes – a Igreja no mundo de hoje; 67 Carta apostólica de encerramento do Concílio • O Concílio Vaticano II deve ser considerado entre os mais importantes eventos da Igreja, tanto pelo número de padres conciliares, como pelo fato de que vieram à cátedra de Pedro de todas as partes da terra, inclusive dos lugares em que só recentemente se implantou a hierarquia. 68 Os movimentos que precederam o Concílio • Movimento litúrgico – a 50 anos antes já era estudados as reformas; • Movimento bíblico – preparou os peritos para o Concílio nas questões bíblicas. Aproximou no estudo os católicos e protestantes, e também os judeus no que se refere ao AT. • Movimento teológico e filosófico; • Ação Católica – a Igreja na massa; 70 Nomenclatura dos documentos O nome é tirado das primeiras palavras com que o documento se inicia • Constituição – Documento que pretende expor verdades importantes de ordem doutrinal, mas também pastoral. Foi uma inovação do Concílio elevar ao patamar de Constituição a ordem pastoral; • São 4 Constituições. Constituição Pastoral Gaudium et Spes – qualificação inédita; Constituições Dogmáticas Lumen Gentium e Dei Verbum; Constituição Sacrosanctum Concilium 72 • Decreto – Documento que expõe disposições disciplinares e pastorais. São documentos de ordem prática. Pelos decretos, percebemos que o Concílio baixou diretrizes de renovação e atualização em quase todos os campos da Igreja. São 9. Unitatis Redintegratio (Ecumenismo); Orientalium Ecclesiarum (igrejas orientais católicas); Ad Gentes (missões); Christus Dominus (bispos); Optatam Totius (formação sacerdotal) Presbyterorum Ordinis (presbíteros); Perfectae Caritatis (vida religiosa) Apostolicam Actuositatem (leigos e leigas) Inter Mirifica (meios de comunicação social) 73 • Declaração – manifesta o pensamento da Igreja sobre determinado problema mais vasto, de que não só ela se ocupa. São 3 declarações: Gravissimum Educationis (educação cristã); Dignitatis Humanae (liberdade religiosa); Nostra Aetate (religiões não-cristãs); 74 Os assuntos quentes do Concílio A Igreja que se analisa e se define como Povo de Deus • Após 20 séculos de existência e de experiência vital, a igreja parou um pouco para refletir sobre si mesma; • Tomou consciência mais profunda de sua identidade; • Igreja Povo de Deus – resgatada por Cristo, convocado para unir toda a humanidade, enraizado na vocação e missão seladas pelo Batismo e pelo sacerdócio comum de todos os fiéis; 76 Surge então uma nova eclesiologia PAPA Cardeais Arcebispos Bispos Padres Religiosos Religiosos Leigos Leigas 77 Jesus Cristo 78 Colegialidade dos Bispos • Os bispos em conjuntos, colegialmente, possuem responsabilidade e autoridade sobre toda a Igreja; 79 A liberdade religiosa • Era muito confuso, queriam evitar a todo custo; • Foi o documento mais discutido e emendado; • O Concílio quis dizer as obrigações religiosas diante de Deus são tão importantes e pessoais que ninguém pode ser impedido de cumprir essas obrigações, como cada um acha que deve ser cumpri-las, segundo sua consciência; 80 Ecumenismo • Se entende a intenção e o esforço de se procurar a união de todos os cristãos, ressaltando tudo aquilo que já nos une, em torno da mesma fé em Jesus Cristo; • Símbolo deste novo clima, foi a presença de observadores de outras igrejas cristãs que de sessão em sessão foi aumentando na basílica de São Pedro; 81 A Igreja e o mundo moderno • A Igreja quis se pronunciar sobre os mais graves problemas que afligem o homem de hoje; • Traduzir em linguagem acessível a doutrina cristã, aplicando-a aos problemas hoje existentes; 82 As ideias-forças do Concílio Renovação: O concílio foi convocado para renovar a Igreja. Vivendo num mundo que se transforma rapidamente, a Igreja precisa acompanhar os tempos, porque é lá que se encontra os homens e mulheres que ela deve reunir e salvar; Inculturação: A igreja precisava se encarnar em cada povo, em cada nação, em cada cultura. É preciso conservar a unidade, mas sem impor a uniformidade. 84 Descentralização: Não é mais possível que para cada mínima coisa se precise recorrer a Roma. O Papa existe para manter a unidade, e não para absorver todas as decisões. A centralização era abafar o crescimento da Igreja, impedir a renovação e a adaptação. Serviço: A igreja está a serviço do ser humano. Por isto, a Igreja precisa se apresentar pobre e despretensiosa, para que não a vejam como dominadora. 85 • Participação: A Igreja é de Todos e não só de alguns. O Concílio foi redescobrir a rica noção bíblica, de que a Igreja é um povo e não uma pequena elite. Quando o povo um povo desperta exige democracia. Quando os cristãos despertam, exigem participação na Igreja. 86 Palavras finais As principais mudanças operadas pelo Vaticano II • Recupera a noção de Igreja como povo de Deus; • Recoloca a proeminência da Palavra de Deus na vida da Igreja e de cada cristão; • Aponta os caminhos para o diálogo com o mundo em torno das grandes questões dos tempos atuais; • Coloca os fundamentos para a maior e mais profunda reforma litúrgica realizada na Igreja em toda a sua história; 89 • Os ditos tradicionalistas dizem que o Concílio Vaticano II rompe de modo herético com a tradição bimilenar da Igreja: a Missa Tridentina e o Canto Gregoriano perdem importância; além do modo como todos os sete sacramentos são celebrados sofreu também mudanças. 90 O Concílio Vaticano II já está ultrapassado?? • Parece urgente retomar o impulso renovador da Igreja, suscitado pelo Concílio. Para isto, é importante retornar ao Concílio, para perceber a grande consistência que ele teve. • Trata-se de revisitar o Concílio para perceber a importância que ele ainda tem para a Igreja em nosso tempo. 92 • “Hoje corremos o risco de dar atenção a episódios secundários, ignorando o peso do Vaticano II, quando, desavisados trocamos ouro por quinquilharias. Existem hoje muitas ofertas de renovação eclesial que não possuem a densidade e o peso daquelas propostas pelo Vaticano II” (Dom Demétrio Valentini. Revisitar o Concílio Vaticano II). 93 Precisamos avançar ... • Resta-nos um grande caminho a percorrer para que o Concílio se implante com toda a sua riqueza em cada recanto da Igreja e no coração de cada cristão, de modo especial no tocante: • A formação dos fiéis, para que possa ter participação plena, consciente e frutuosa; • Crescer mais na consciência de uma Igreja Povo de Deus, na responsabilidade missionária, no ecumenismo, na atuação dos cristãos no mundo de hoje e na vivência de nossa vocação à santidade; 94 Proposta: • Realizar estudo contínuo e aprofundado dos documentos, para que o Concílio não se torne letra morta e inútil; • Com vigor, determinação e fidelidade ao Espírito Santo somos chamados a fazer valer os grandes objetivos do Vaticano II. Quais compromissos devemos assumir? 95 FONTES • ALBERICO, Giuseppe (org). História dos Concílios Ecumênicos. Paulus: São Paulo. 1995. • Revista Espírito, edição 101, junho de 2005. Vocacionistas: Vitória da Conquista. • VALENTINI, Dom Demétrio. Revisitar o Concílio Vaticano II. Paulinas: São Paulo. 2011. • Vaticano II. Mensagens, Discursos, Documentos. Paulinas: São Paulo. 1998. 96