Concílio Vat II e seus horizontes Foi um Concílio Ecumênico e pastoral-eclesiológico. Palavras chaves: 1. aggiornamento: atualização, renovação, rejuvenescimento, diaconia, serviço. 2. Diálogo: comunhão, corresponsabilidade, participação. Depois de 50 anos aquela geração dos bispos desapareceu e com eles aquela geração que acompanhou o Concílio de perto. 1. Duas guerras 2. Escolas filosóficas 3. Perda de sentido da vida – Existencialismo 4. Avanço – modernidade 5. Independência das colônias. Documentos Conciliares Existem 16 documentos conciliares. 4 são Constituições: Lumen Gentium, sobre a Igreja Dei Verbum , sobre a Palavra de Deus Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo de hoje Sacrosanctum Concílium, sobre a liturgia Por constituição entende-se na terminologia conciliar um documento que pretende expor verdades importantes de ordem doutrinal, mas também pastoral. Foi dada ao Gaudium et Spes a qualificação inédita de Constituição pastoral. Outras duas Constituições foram qualificada como dogmática LG – sobre a Igreja e Dei Verbum sobre a Palavra de Deus. Sacrosanctum não recebeu uma qualificação própria. Mas estes quarto são fundamentais do Concílio no ponto de vista doutrinal e pastoral. As Constituições Lumen Gentium, o documento sobre a Igreja, como povo de Deus colegialmente governado pelos bispos em comunhão com o Papa. Ao lado LG encontram-se três Constituições, documentos mais densos, e pastoral e doutrinalmente programáticos: Dei Verbum, sobre a palavra de Deus; a Gaudium et Spes, sobre a presença e as responsabilidades da Igreja e dos cristãos no mundo de hoje; Sacrosanctum concílium, sobre a liturgia que ajudou a renovar e inculturar nossas formas de celebrar em comunidade em torno da mesa da palavra e da mesa do pão. Os decretos do Concílio Por decreto entende-se um documento que expõe disposições disciplinares e pastorais. Portanto, os decretos são documentos de ordem mais prática. Neles em geral podemos encontrar a aplicação concreta dos princípios doutrinais expostos nas constituições. Também contém partes doutrinais que procuram fundamentar as orientações pastorais. 1. Unitatis Redintegratio, sobre o ecumenismo 2. Orientalium Ecclesiarum, sobre as Igrejas Orientais 3. Ad Gentes, sobre a atividade missionária da Igreja 4. Christus Dominus, sobre os bispos em relação a Igreja Universal 5. Prespyterorum Ordinis, sobre a vida e ministério dos presbíteros. 6. Perfectae Caritatis sobre a vida religiosa consagrada 7. Optatam Totius, sobre a formação sacerdotal 8. Apostolicam Actuositatem, sobre os leigos 9. Inter Mirifica sobre os meios de comunicação Unitatis Redintegratio, o ecumenismo que abriu caminho para estabelecer os laços fraternos de afeto, comunhão e cooperação com todas outras Igrejas. No Brasil abriu as portas para CONIC, traduções ecumênicas da Bíblia; Campanha da Fraternidade Ecumênica etc. Declarações do Concílio Nas declarações o Concílio quis manifestar o pensamento da Igreja sobre determinados problemas mais vastos de que não só ela se ocupa: problemas como: 1. Gravissimum Educationis, sobre a educação 2. Dignitatis Humanae, sobre a liberdade religiosa 3. Nostra Aetate, sobre as religiões não cristãs. Dentre as três declarações conciliares Dignitatis Humanae, sobre a liberdade religiosa chama atenção para que a Igreja possa dar bastante atenção ao diálogo inter-religioso proposto pela Nostra Aetate em um mundo cada vez mais plurar. Basílica de São Paulo Extramuros: O Concílio sob o signo do Apóstolo das Gentes O CONCÍLIO: “FIORE D´INATTESA PRIMAVERA” Flor de inesperada primavera João XXIII: 28-10-1958 a 03-06-1963 Caminhada da Igreja Começos missionários: exclusivismo – tempos antigos e coloniais Vaticano II e Karl Rahner: inclusivismo – outras religiões legítimas. O Cristo anônimo e o cristão anônimo. O mais recente o conceito do pluralismo. Outras tradições conseguem oferecer a felicidade e salvação sem ter o contato com Jesus. Decreto Ad Gentes Ad Gentes - sobre a atividade missionária da Igreja. Documento nos conduz a um canteiro de obras até hoje inacabado. Pelo Vaticano II, a Igreja não conseguiu livrar-se totalmente do peso que acumulou nos séculos de cristandade e colonização. O Concílio, porém, iniciou processos que livraram a missão de fixações a territórios geográficos e fizeram a Igreja descobrir a sua natureza missionária. A partir dessa natureza, procurou reconstruir a sua identidade como povo de Deus, povo messiânico e peregrino. Nos processos que levaram à redefinição da missão, observa-se um deslocamento de uma igreja que tem missões territoriais, pelas quais faz coletas e pede orações, para uma igreja na qual a missionariedade representa a orientação fundamental de todas as suas atividades. Caminhada da Igreja Começos missionários: exclusivismo – tempos antigos e coloniais Vaticano II e Karl Rahner: inclusivismo – outras religiões legítimas. O Cristo anônimo e o cristão anônimo. O mais recente o conceito do pluralismo. Outras tradições conseguem oferecer a felicidade e salvação sem ter o contato com Jesus. Da territorialidade da missão à essência missionária da Igreja: novo paradigma Do Vaticano II Na origem do Concílio Vaticano II (19621965) encontram as dúvidas sobre a missão da Igreja no mundo de hoje e perguntas sobre a maneira de anunciar a mensagem cristã e de vivê-la com relevância para a humanidade. O CAMINHO TORTUOSO DO DECRETO AD GENTES Ao texto definitivo do "Decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja" precederam sete documentos, que permitem acompanhar as lutas pelo significado do paradigma "missão" e o processo lento da construção de um consenso em torno de uma Igreja que não põe mais no centro seus territórios missionários, mas o ser missionário. Esquema de decreto em cinco capítulos A Propaganda Fide resistiu contra uma nova eclesiologia A subcomissão se reuniu de 12 a 27 de janeiro de 1965, com os peritos Congar, Seumois, Grasso, Neuner e Glazik. Nessa reunião, os membros da comissão estiveram todos presentes. Dos peritos só faltou Ratzinger, que mandou sua contribuição por escrito. Schütte, como presidente da subcomissão, apresentou os quatro projetos existentes. O grupo toma, basicamente, o texto de Congar, que distingue entre a salvação dos indivíduos, sem intervenção formal da Igreja, e a Igreja como meio necessário à salvação. Agagianian pronuncia-se novamente em favor do senso estrito da missão. O novo texto que o grupo elabora é dividido em cinco capítulos: 1) Princípios doutrinários; 2) Obra missionária; 3) Os missionários; 4) Organização da atividade missionária; 5) Cooperação com os missionários. Em junho, esse texto é enviado aos padres conciliares para ser discutido na quarta e última sessão do Concílio. Nascimento do Decreto Ad Gentes No dia 30 de novembro de 1965, a Comissão entregou aos padres conciliares o novo texto, pedindo 10 quesitos sobre as emendas feitas. Na votação final, antes da promulgação, no dia 7 de dezembro de 1965, o "Decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária" recebeu 2.314 votos "sim" e apenas 5 votos "não". No mesmo dia 7 de dezembro de 1965 foi promulgada a "Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo" (GS), a "Declaração sobre a liberdade religiosa" (DH), poucos dias depois da promulgação da "Declaração sobre as religiões não-cristãs" (NA, 28/10/65). O lugar do "mundo", da "missão", da "liberdade religiosa" na Igreja foi disputado e discutido até o último momento do Concílio. E essa discussão continua até hoje pelas diferentes leituras desses textos. Assuntos quentes 1. Igreja se define como Povo de Deus 2. Colegialidade dos bispos – responsabilidade e autoridade sobre Igreja 3. A liberdade religiosa. 4. Missão ad gentes- Igreja por natureza missionaria. 5. Questão dos judeus – reconhecimento do Estado Judeu. 6. Ecumenismo – relação da Igreja com as outras. 7. Igreja no mundo moderno: uso de linguagem e meios de comunicação. Três modelos da Igreja Concílio de Trento: Igreja institucional ou tradicional: Ponto de Partida histórico-social: Corrupção renascimental; reforma protestante; contra-reforma católica. Estrutura: Igreja = sociedades perfeitas; hierarquia clerical piramidal. Características: Autoritária; dogmática; estática (não muda); moralista; não participativa, prevalece a estrutura. Poder: verticalismo clerical; clero = dono do sagrado; leigo = executor e freguês do sagrado. Objetivos: conservação da fé; defesa da fé (apologética); conservação das estruturas. Meios pastorais: sacramentalização; ritos e práticas religiosas; confrarias; ação católica. Centro de unidade: O papa. Concílio Vaticano II: IGREJA MODERNA OU RENOVADA Ponto de partida histórico-social: fermentos de renovação na Europa; desejo de participação eclesial nos leigos. Estrutura: Igreja = mistério/sacramento - povo de Deus; hierarquia aberta à colaboração dos leigos (diálogo) Características: menos autoritária e mais democrática; participação e colaboração (não decisão) dos leigos; reformista e renovadora de estruturas; prevalece a pessoa. Poder: centralismo clerical-democrático; disposição ao diálogo e ao serviço; clero menos rígido e reformista; aberto à colaboração, mas ainda centralizador. Objetivos: Renovação das estruturas: congregação romana, cúria, pastoral e liturgia, paróquia, etc. Meios pastorais: evangelização (re-evangelização); espiritualidade; liturgia renovada; sacramentos vitalizados; movimentos. Centro de unidade: O povo de Deus. Medellin - Puebla - Santo Domingo: IGREJA DOS POBRES OU LIBERTADORA Ponto de partida histórico-social: situação de pobreza e marginalização na A.L.; falta de clero; religiosidade popular e catolicismo paralelo, Nova evangelização. Estrutura: Igreja = serva dos pobres e libertadora; popular na base. Características: mais transformadora que renovadora; mais comunhão e real participação do que democracia e colaboração; promoção humana, autoridade = serviço. Poder: participação na comunhão (Igreja toda ministerial); clero animador e sinal de unidade; clero e leigo = ambos discutem, ambos decidem. Objetivos: transformação, de-clericalização; liberdade integral; Povo assumido em conjunto e cultura cristã. “Jesus Cristo ontem, hoje e sempre”. Conclusões do Magistério Latino-americano Medellin: ler os sinais dos tempos Puebla: assunção, comunhão participação Santo Domingo: inculturação Aparecida: confirmar a caminhada Aparecida apresenta pela primeira vez a questão do discípulo missionário. Discípulo necessita de um mestre. Discípulo é aquele que segue. A dimensão da universalidade.