MODERNISMO
História da Arte – Profº Geder – 1ª Série Ensino Médio (2012)
O século XX inicia-se no Brasil com muitos fatos que vão moldando a nova fisionomia do
país.
- progresso técnico - novas fábricas surgidas da aplicação do dinheiro obtido pelo café.
- imigrantes que em apenas 8 anos chega a quase 1 milhão de novos habitantes.
- Em São Paulo ocorre uma greve geral em que tomam parte 70 000 operários.
Organizada pelo movimento anarquista - principalmente imigrantes, os primeiros a
questionar o capitalismo paulista.
Esses novos tempos vivem, então, “a espera de uma ARTE NOVA que exprima a saga
desses tempos e do porvir”.
Nascimento de uma
ARTE NOVA
Surge inicialmente através da atividade crítica e literária de:
Oswald de Andrade
Menotti del Picchia
Mário de Andrade
E artistas que vão se conscientizando do tempo em que vivem.
Oswald de Andrade – 1912
- começa a falar do Manifesto Futurista de Marinetti:
• propõe “o compromisso da literatura com a nova civilização
técnica”;
• alerta para a valorização das raízes nacionais, que deve ser o
ponto de partida para os artistas brasileiros.
- Cria movimentos: Pau-Brasil;
- Escreve jornais expondo suas ideias renovadoras ;
- Participa dos grupos dos artistas que começam a se unir em torno de uma nova
proposta artística.
Antes dos anos 20, são feitas em São Paulo duas exposições de pintura:
- colocaram a arte moderna de um modo concreto para os brasileiros.
Lasar Segall, em 1913
Anita Malfatti, em 1917
Lasar Segall
Anita Malfatti
Polêmica: Exposição de Anita Malfatti
A exposição de Anita Malfatti provocou uma grande
polêmica com os adeptos da arte acadêmica.
Monteiro Lobato - “O Estado de São Paulo”,
escreve: “A propósito da exposição Malfatti”,
criticou a exposição de Anita e acabou se
transformando em um estopim do Movimento
Modernista.
Monteiro Lobato, preso a princípios estéticos
conservadores, afirma que “todas as artes são
regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais
que não dependem do tempo nem latitude”.
Em posição totalmente contrária à de Monteiro Lobato,
estaria, anos mais tarde, Mário de Andrade.
Suas ideias estéticas estão expostas basicamente no “Prefácio
Interessantíssimo” de sua obra “Pauliceia Desvairada”,
publicada em 1922.
“Belo da arte: arbitrário, convencional,
Transitório – questão de moda. Belo da
natureza: imutável, objetivo, natural – tem a
eternidade que a natureza tiver. Arte não
consegue reproduzir natureza, nem este é seu
fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes
(Rafael das Madona, Rodin da Balzac,
Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do
Braz Cubas) ora inconscientes ( a grande
Maioria) foram deformadores da natureza.
Donde infiro que o belo artístico será tanto mais
Artístico, tanto mais objetivo quanto mais
se afastar do belo natural. Outros infiram o que
quiserem. Pouco me importa”.
a arte deve ser uma cópia
fiel do real
almejar uma tal liberdade
criadora para o artista. Não se
sentir cercado pelos limites da
realidade
ACADÊMICOS
PAISAGEM ACADÊMICA
x
MODERNISTAS
PAISAGEM MODERNISTA
ACADÊMICOS
FIGURA HUMANA ACADÊMICA
x
MODERNISTAS
FIGURA HUMANA MODERNISTA
Essa divisão entre os defensores de uma estética conservadora e os de uma renovadora,
prevaleceu por muito tempo e atingiu seu clímax na Semana de Arte Moderna,
realizada nos dia 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.
Os modernistas se uniram e para defender Anita
e se apresentaram em grupo.
De acordo com a notícia, a Semana, organizada por intelectuais, o escritor Graça
Aranha, à frente, tinha por objetivo dar ao público de São Paulo “a perfeita
demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e
literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual”.
Na notícia do Correio Paulistano:
Graça Aranha - era apontado como o autor da iniciativa; é mais provável, porém, que
essa prioridade se deva a Di Cavalcanti.
Graça Aranha
Di Cavalcanti
Objetivo:
- renovar o estagnado ambiente artístico e cultural de São Paulo e do país e descobrir o
Brasil, repensando-o de modo a desvinculá-lo, esteticamente, das amarras que ainda o
prendiam à Europa.
- era uma provocação à arte acadêmica, era a busca do novo e de uma expressão
genuinamente nacional, embora inspirada nos impulsos libertadores europeus.
- as palestras clamavam os artistas e o público a apreciar a arte moderna, a abandonar o
academicismo e a promover a libertação da estética europeia.
- buscava também o abrasileiramento da língua portuguesa falada e escrita no Brasil.
No interior do teatro foram apresentados concertos e conferências, enquanto no
saguão foram montadas exposições de artistas plásticos.
Pintores:
Anita Malfatti
Di Cavalcanti
Oswaldo Goeldi
Vicente do Rego Monteiro
Di Cavalcanti
Vicente do Rego Monteiro
Anita Malfatti
Oswaldo Goeldi
escultores (Victor Brecheret), músicos (Villa-Lobos, Guiomar Novais)
Victor Brecheret
desenhistas, arquitetos, escritores
Ribeiro Couto
Menotti Del Picchia
Ronald de Carvalho
desenhistas, arquitetos, escritores
Graça Aranha
Mário de Andrade
Oswald de Andrade
• A Semana de Arte Moderna foi o marco mais caracterizador da presença de uma
nova concepção do fazer e compreender a obra de arte.
• Foi o acontecimento cultural da maior significação, e abriu para o país perspectivas
que, extrapolando do campo puramente cultural, teriam repercussões inclusive na
área política.
• A literatura também teve muita importância no processo de modernização das artes,
cujo marco inicial foi a Semana.
• Escritores e poetas novos de todo canto do país aderiram aos princípios libertários
do modernismo.
• Além dos temas sociais e brasileiros, a linguagem moderna incorporou, na literatura,
características da língua falada e a poesia aderiu ao humor e ao verso livre.
Muitos grupos diferentes foram surgindo, com propostas às vezes um pouco divergentes
mas sempre ligadas às ideias de modernidade.
Surgem inúmeros manifestos e textos que propunham programas estéticos, entre os quais
os mais importantes são: Manifesto Pau-Brasil e Manifesto Antropofágico.
A Antropofagia foi um movimento que propunha a incorporação transformada e
abrasileirada das influências estrangeiras.
O escritor Oswald de Andrade e sua mulher, a pintora Tarsila do Amaral, lideraram essa
ideia, que tinha também um cunho politico e social.
Tarsila, apesar de não ter exposto na Semana de 22, colaborou decisivamente para o
desenvolvimento da arte moderna brasileira, pois produziu uma obra indicadora de novos
rumos.
Download

Semana de Arte Moderna - Colégio Jardim São Paulo