Quarta-feira, 21 de março, 2012 Brasil Econômico 17 Divulgação Fórmula 1 acelera rumo ao IPO O fundo de investimento em capital de risco CVC Capital Partners planeja fazer uma oferta inicial de ações da Fórmula 1, empresa que gerencia o mundial de automobilismo. Para isso, o banco Goldman Sachs foi contratado. As bolsas de Singapura e Hong Kong são as mais cotadas para disputar a operação. O campeonato de Fórmula 1 tem um valor aproximado de US$ 10 bilhões. Segundo o presidente da Fórmula 1, não haverá demissões da cúpula executiva da empresa. Rafael Hupsel/Folhapress Apetite da Tarpon aponta para alimentícias e varejo Detentora de 8% da BRF, gestora de recursos vê grande potencial para as duas áreas Françoise Terzian [email protected] Com escritório na Park Avenue com a rua 54, um dos endereços mais procurados pelas empresas que se instalam em Nova York, a gestora de recursos brasileira Tarpon paga 40% a menos o metro quadrado lá que na sede instalada na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. “Isso mostra que imóvel está caro no Brasil e parte da culpa é do câmbio. Bolha é uma palavra exagerada para se usar. O que é bom e eu gosto é esta enxugada de capital promovida pelas incorporadoras. Menos capital é positivo”, afirma José Carlos Magalhães, mais conhecido por Zeca, o menino prodígio que, em 2002, fundou a Tarpon, gestora de recursos que hoje administra R$ 6,9 bilhões, aportados em 14 empresas — 12 delas listadas na Bolsa. A maior aposta da Tarpon é na BRF Brasil Foods, que já recebeu R$ 2,4 bilhões da gestora de recursos, hoje responsável por 8% da gigante de aves, suínos e pratos congelados. Para a Tarpon, a BRF é a chamada “gol- José Carlos Magalhães, o Zeca, é o membro mais jovem do conselho de administração da BRF Brasil Foods Novos negócios den egg” nacional, uma espécie de galinha dos ovos de ouro. “A BRF não é só o nosso maior investimento, mas também um negócio estratégico com potencial para crescer em terreno fértil. Se a China quebrar ou se a economia dos Estados Unidos não melhorar, a demanda mundial por alimentos continuará alta”, diz Zeca. Ele acredita que a BRF tem uma participação de mercado QUEM É A TARPON R$ 6,9 bilhões Fundação 2002 Ano de IPO 2008 Alvo Companhias com ações negociadas em bolsa de valores e empresas de capital fechado Embora tenha 12 negócios de setores bem diversificados, Zeca diz que a tendência da Tarpon é ser cada vez mais especialista e menos generalista. Isso significa que, daqui para a frente, a gestora de recursos vai apostar em quatro frentes: alimentos, imobiliário, saúde e varejo. O fundador revela ainda que o próximo passo da Tarpon seria investir em empresas estrangeiras desses setores. Zeca diz ter uma predileção por empresas de donos, caso da Gerdau Metalurgia e da Arezzo, da qual a Tarpon acaba de sair após cinco anos de presença. “Nunca vamos entender mais de sapatos do que eles. Não faz sentido a Tarpon se preocupar com coleções de moda. Nosso negócio é focar na eficiência e na redução de custos”, diz. ■ Principais investimentos Gestora brasileira de recursos VALOR ADMINISTRADO bastante relevante tanto no campo quanto na logística refrigerada, que chega a 150 mil pontos de vendas. “Este é, sem dúvida, o principal ativo da BRF.” Aos 34 anos, Zeca é hoje o membro mais jovem do conselho de administração da BRF Brasil Foods, posição compartilhada com colegas mais experientes como Luiz Fernando Furlan, neto do fundador da Sadia. PARTICIPAÇÃO EM EMPRESAS LISTADAS NA BOLSA 12 empresas Sócios-executivos 6 PRÓXIMOS ALVOS Empresas dos setores de alimentação, saúde, imobiliária e varejo Fonte: empresa Alimentos BRF BRASIL FOODS Construção CYRELA E DIRECIONAL Têxtil COTEMINAS, MARISA E MORENA ROSA Banco DAYCOVAL Energia CELESC Saúde QUALICORP Logística LOGÍSTICA AGV Higiene pessoal CREMER Gás COMGÁS Metalurgia GERDAU Moda feminina é o “eldorado” para a gestora Grupo paranaense Morena Rosa, com foco nas lojas multimarcas do interior, é a aposta da Tarpon Vender moda para mulheres e homens que moram no interior e em cidades com menos de 100 mil habitantes é um dos grandes alvos da Tarpon, que há uma semana anunciou a compra de 60% da paranaense GMR Participações, mais conhecida por Morena Rosa, por R$ 240 milhões. No que depender da estratégia de José Carlos Magalhães, fundador da gestora de recursos, as lojas multimarcas do interior do Brasil receberão ainda mais roupas do grupo, que detém as marcas Morena Rosa, Maria.Valentina, Joy e Zinco. O mesmo pensa o presidente do GMR, Marco Franzato. “Os próximos anos serão de expressivo crescimento dos negócios para a cidade de Cianorte (PR), a em- presa e principalmente para os colaboradores”, disse Franzato, no dia do anúncio do acordo. Magalhães conta que a forte presença da Morena Rosa em cidades do interior e do aumento do consumo de moda, o que inclui o acesso da baixa renda à Marisa, levaram a Tarpon a aumentar os aportes no varejo de moda. “Queremos entender a consumidora e chegar ao seu bolso.” ■ F.T. José Fay, presidente da BRF, que vai receber maior parte do pagamento em 72 vezes BRF levará R$ 150 mi a mais em acordo Conversas iniciais para venda de ativos para o Marfrig estipulava pagamento de R$ 200 milhões Françoise Terzian [email protected] Pouco mais de três meses após firmar um acordo para a venda de seus ativos para o Marfrig e de fontes do mercado começarem a questionar se a troca aconteceria mesmo, a BRF Brasil Foods anunciou ontem que as duas companhias firmaram um contrato de permuta de ativos. Isso significa que, a partir de agora, o setor só espera um aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para conhecer a grande rival da BRF. A novidade é que, ao contrário das conversas iniciais e além da troca de ativos, a BRF receberá R$ 350 milhões e não mais R$ 200 milhões conforme previsto em dezembro. Pelo acordo, R$ 100 milhões serão pagos entre junho e outubro e o restante será acertado em 72 vezes mensais e com juros. A mudança nos valores ocorreu após as duas companhias avaliarem os ativos umas das outras e de a BRF decidir que não Além dos ativos da Quickfood, na Argentina, BRF receberá R$ 350 milhões do Marfrig levaria para casa algumas plantas do Mato Grosso. Ficou acertado entre as duas que o Marfrig levará um punhado de marcas como Rezende, Wilson e Doriana, além de imóveis, instalações e equipamentos usados para a produção dessas marcas, oito centros de distribuição, a planta industrial de suínos localizada em Carambeí (PR) e todos os contratos com produtores, garantindo ao Marfrig a manutenção dos mesmos níveis de fornecimento antes oferecidos à BRF. Em troca, a BRF levará 90% da argentina Quickfood, que detém a Paty, marca líder de hambúrguer. Pelo acordo, a BRF fica com a marca e a indústria. Já os abatedouros continuarão nas mãos dos argentinos. ■ TROCA-TROCA DAS PROTEÍNAS DA BRF PARA O MARFRIG 12 marcas Imóveis, instalações, equipamentos e planta industrial de suínos em Carambeí DO MARFRIG PARA A BRF 90,05% do capital social da Quickfood S.A., sediada na Argentina 8 centros de distribuição Pagamento de R$ 350 milhões Totalidade da participação acionária detida pela Sadia, direta e indiretamente, equivalente a 64,57% do capital social da Excelsior Alimentos S.A. Opção de compra da planta industrial de suínos localizada na Cidade de Carambeí, após período de arrendamento Fonte: BRF Brasil Foods