2 Política Panorama político O Estado do Maranhão - São Luís, 6 de novembro de 2014 - quinta-feira Ilimar Franco Pedido de demissão coletiva T odos os ministros do governo estão sendo orientados a entregar uma carta de demissão em 18 de novembro. Estão sendo comunicados da orientação pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), que diz que fará o mesmo. O gesto teria como objetivo deixar a presidente Dilma à vontade para a reforma ministerial. O ministro diz aos colegas que essa cortesia evitaria constrangimentos quando começar a ser anunciada a nova equipe. Ajustando os ponteiros O vice Michel Temer e o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), conversaram por mais de uma hora, na noite de segunda-feira. Na conversa, Cunha sustentou que não será candidato de oposição à presidência da Câmara e que será correto e leal com o Planalto. Mas argumentou que tinha se colocado porque "a Casa não quer a hegemonia do PT". Temer ouviu, mas não assumiu nenhum compromisso. Sua avaliação, segundo assessores, é que ainda é muito cedo, e o governo não se posicionou de fato. Por isso, Temer recomendou cautela a Cunha. Seus interlocutores avaliam que o líder pode estar sendo usado pelos outros partidos aliados como instrumento de barganha. “Quem ganha tem que descer logo do palanque e governar. Quem perde reluta em descer. Mas vai ter de descer, acabou a eleição” Jorge Viana,Senador (PT-AC) PT promete rigor Michel Filho/27-10-2014 Os petistas não pretendem pagar a conta, junto à opinião pública, dos malfeitos na Petrobras. O presidente do PT, Rui Falcão, diz que, conhecidos os fatos e feitas as defesas, "os que estiverem implicados, pisado na bola, estão fora do PT". O teor das delações não é conhecido, mas a expectativa é que quadros de vários partidos estejam presos nas plataformas da Petrobras. Quem sabe faz a hora Numa conversa com petistas, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) comentou que encarava com naturalidade sua eventual saída do ministério. Argumentou que isso seria normal, pois ele já está há mais de dez anos no governo. A bola da vez O governador Luiz Fernando Pezão (RJ) e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, foram chamados a se integrar à cúpula do PMDB e participar de suas decisões políticas para 2018. O apelo lhes foi feito ontem, em café da manhã, pelo vice Michel Temer. O motivo real O PSDB quer fazer a auditoria na votação por causa de Minas. Nos dias anteriores ao pleito, o senador Aécio Neves foi informado, pelos seus, que ganharia lá. A diferença entre a previsão e o resultado foi de 15 pontos percentuais. Incrédulo, um aecista comentou que foi muito esquisita a derrota do tucano no Triângulo Mineiro. Prudência Como outros aliados, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, não pretende levar nomes nem reivindicar espaços à presidente Dilma. Ele afirma que "a presidente tem toda a liberdade para escolher a pasta e quem ela quiser no partido". Fora do tempo de jogo A presidente Dilma e o ex-presidente Lula conversaram anteontem, pela primeira vez, sobre o futuro governo. Mas, antes disso, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, já teria sido convidado para assumir a Fazenda e recusado. zzz DEPOIS DE SUCESSIVAS reuniões com os aliados, seus dirigentes comentam que, para eles, já é uma realidade a mão estendida da presidente Dilma. Com Simone Iglesias, sucursais e correspondentes [email protected] Relatório aponta para inviabilidade do orçamento 2015 Presidente da Comissão de Orçamento afirmou ser impossível a execução da proposta da forma como está Ag.Assembleia Ronaldo Rocha Da Editoria de Política O presidente da Comissão de Orçamento, Finanças, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa, deputado Roberto Costa (PMDB), afirmou ontem a O Estado que o relatório preliminar do colegiado, que deverá ser apresentado na Casa nas próximas semanas, aponta para a inviabilidade da proposta orçamentária apresentada pelo Poder Judiciário para o exercício financeiro de 2015. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) prevê receitas da ordem de R$ 1,6 bilhão para o Tribunal de Justiça (TJ), valor R$ 750 milhões maior do que o atual aplicado. Para o peemedebista, da forma como está concebido, é inexequível para o Estado. "Pelo levantamento que fizemos junto à própria Consultoria da Casa, este orçamento está inviável. Sabemos que existe uma necessidade de cada Poder e das dificuldades enfrentadas, mas temos de ter a responsabilidade de primar primeiramente pela governabilidade", disse. De acordo com Roberto, é necessário adequar o orçamento estadual para que as políticas públicas não acabem sendo inviabilizadas. "O orçamento do Estado tem de ser feito para ser executado, atendendo às prioridades da população. As políticas públicas têm de continuar apontando para um caminho de crescimento do estado. Precisamos, portanto, atender às necessidades da população", completou. Costa afirmou que buscará no primeiro momento a legalidade do orçamento, para que em seguida as necessidades de cada instituição sejam avaliadas de forma independente. "Precisamos é claro ver o grau de necessidade que existe nas instituições. O Poder Judiciário, por exemplo, enfrenta muitas dificuldades, mas precisamos alcançar, por meio do diálogo entre os dois Poderes, uma saída que seja exequível e que não prejudique ou inviabilize a gestão do próximo governador do Maranhão. Algumas instituições enfrentam grave crise financeira, e tudo isso tem de ser levado em consideração, mas no meu Para Costa, orçamento terá que buscar soluções para o Judiciário “ Precisamos buscar uma saída que atenda minimamente às dificuldades do Judiciário” Roberto Costa, deputado estadual Mais O deputado estadual Roberto Costa (PMDB) afirmou que buscará membros do Legislativo que passarão a integrar a futura equipe do governador eleito Flávio Dino (PCdoB), para que eles participem diretamente das decisões da Comissão de Orçamento em relação a Lei Orçamentária Anual 2015. "Além de reunirmos a comissão, vamos buscar entendimento com setores desta Casa que farão parte do futuro governo para que eles participem de uma forma direta, em relação às decisões que iremos tomar sobre o orçamento do próximo ano, até porque é o próximo governador quem irá executar, ou seja, conduzir esse orçamento", disse. ponto de vista, não podemos inviabilizar, por exemplo, as políticas públicas do Executivo", enfatizou. Divergência - Na última terçafeira, em solenidade comemorativa dos 201 anos de instalação da Corte Estadual, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB) e a presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Cleonice Freire, divergiram sobre a proposta or- çamentária do Judiciário. Arnaldo citou a limitação orçamentária e adiantou que os parlamentares não devem aprovar o aumento proposto pelo TJ caso a Comissão de Orçamento aponte que ele é inexequível. Já a desembargadora Cleonice Freire defendeu a manutenção integral da proposta encaminhada para o Legislativo. Ela afirmou que a previsão de receitas visa suprir as necessidades do Judiciário. CCJ emitirá hoje parecer da eleição indireta O deputado Alexandre Almeida (PTN) deve emitir hoje parecer sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria do deputado Carlos Alberto Milhomem (PSD) que altera o texto da Constituição do Estado no que se refere à eleição indireta para governador em caso de vacância dos cargos nos dois últimos anos de mandato. Almeida é o relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça (CCJ) da Casa e já tem em mãos um parecer prévio da Consultoria Legislativa. Mas não quis adiantar o voto. "Eu ainda vou analisar as informações que me foram passadas pela Consultoria Legislativa e só então emitirei parecer sobre o caso, o que deve ocorrer amanhã [hoje]", declarou. A PEC tramita na Assembleia desde o mês passado. O caso voltou a ser debatido com mais intensidade depois de a governadora Roseana Sarney (PMDB) admitir que há "conversas" em andamento sobre a possibilidade de ela sair do cargo antes do fim do mandato. O texto atual diz que, em caso de vacância dos cargos no Executivo, nos dois últimos anos de mandato, a eleição seria feita, pela Assembleia, "em trinta dias depois de aberta a última vaga". Se aprovada a PEC de Milhomem, o texto passará a vigorar com redação apontando que essa eleição indireta deve ocorrer "em até 10 dias". Repercussão - A oposição temse posicionado contra a aprovação da matéria, não pela mudança nas regras para a eleição indireta em si, mas pela repercussão que ela pode ter na disputa pela presidência na Assembleia, em fevereiro do ano que vem. Se aprovada a alteração no texto da Constituição Estadual, em caso de renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB) o presidente da Assembleia, deputado Arnaldo Melo (PMDB), assume o governo e convoca nova eleição em 10 dias. Ele mesmo pode ser candidato e deve se eleger, nesse caso. No Legislativo, assume como presidente o atual vice, deputado Max Barros (PMDB), que também deve convocar nova eleição para o cargo. Ele próprio e os demais 41 parlamentares até mesmo o suplente que assumir no lugar de Arnaldo Melo - podem ser candidatos. Os governistas pretendem eleger um aliado para o mandatotampão. Ele presidiria a Casa até o dia 1º de fevereiro do ano que vem e poderia ser candidato à reeleição, principal motivo da reação oposicionistas.