Teoria da Aldeia Global Marshall McLuhan e os meios de comunicação como extensões do homem O Contexto e o autor Marshall McLuhan (1913-1980) – estudou engenharia, mas fez mestrado em Cambridge (Inglaterra), na área de Filosofia. Professor de Literatura. Teoria da Comunicação – Aldeia Global, desenvolvida durante a década de 60, quando trabalhava na Universidade de Toronto (Canadá). Década de 1960 – Crescimento do uso dos meios de comunicação de massa. Eles se tornam cada vez mais comuns nas casas das pessoas (TV, por exemplo). Extremamente respeitado nos anos 60, principalmente nos meios publicitário. Redescoberto mais recentemente, em virtude dos 40 anos de sua obra clássica “Os meios de comunicação como extensões do homem” (1969). Outras obras essenciais: “A Galáxia de Gutenberg” (1962) e “O Meio é a Mensagem” (1967) Diferente dos outros autores, que focalizam o “meio”, ele focaliza a “mensagem”. As etapas de evolução cultural Tribalização (oralidade) Destribalização (escrita / imprensa) Retribalização – Aldeia Global (meios eletrônicos TV ) A Aldeia Global “Depois de três mil anos de explosão, graças às tecnologias fragmentárias e mecânicas, o mundo ocidental está implodindo. Durante as idades mecânicas, projetamos nossos corpos no espaço. Hoje, depois de mais de um século de tecnologia elétrica, projetamos nosso próprio sistema nervoso central num abraço global, abolindo tempo e espaço (...). Estamos nos aproximando rapidamente da fase final das extensões do homem: a simulação tecnológica da consciência, pela qual o processo criativo do conhecimento se estenderá coletiva e corporativamente a toda a sociedade humana”. (McLuhan, Os Meios de Comunicação com Extensões do Homem, p. 19) Eletricamente contraído, o globo já não é mais do que uma vila. A velocidade elétrica, aglutinando todas as funções sociais e políticas numa súbita implosão, elevou a consciência humana de responsabilidade a um grau dos mais intensos (...). Esta é a idade da angústia, por força da implosão elétrica, que obriga ao compromisso e à participação, independentemente de qualquer ponto de vista”. (Ibidem) Princípios da teoria de McLuhan: Os meios de comunicação são extensões dos sentidos humanos – a capacidade de um meio atingir seu público depende do número de canais sensórios em que ele atue; A Galáxia de Gutenberg – homem concentra a recepção na “visão”. O conhecimento é adquirido sem intermediação humana, causando o desaparecimento do sentimento de comunidade espiritual; Aldeia Global – o surgimento dos meios eletrônicos tornou a comunicação um ato capaz de reproduzir a simultaneidade plural do pensamento. Cria-se uma “aldeia tribal” de escala planetária. O meio é a mensagem - “toda tecnologia cria um ambiente humano totalmente novo” (Ibidem, p. 10) Meios quentes e meios frios: Meios quentes são aqueles que prolongam um único sentido humano (rádio e fotografia, por exemplo). Meios frios permitem uma participação dos receptores, pois envolvem mais sentidos (TV, por exemplo). O surgimento de um meio transforma o outro em arte. “O telefone é um meio frio, ou de baixa definição, porque ao ouvido é fornecida uma magra quantidade de informação. A fala é um meio frio de baixa definição porque muito pouco é fornecido e muita coisa deve ser preenchida pelo ouvinte. De outro lado, os meios quentes não deixam muita coisa a ser preenchida ou completada pela audiência” (Ibidem, p. 38). Críticas à McLuhan Obra que responde ao anseio tecnológico dos EUA; Aldeia Global pode ser uma forma preconceituosa de interpretar a atualidade, apagando as características locais e as comunidades distantes da tecnologia; Acaba com a concepção de “massa”. Os meios são inocentes, pois são parte (extensão do homem). Umberto Eco critica a frase “o meio é a mensagem”, pois ela desconsidera a capacidade de interpretação do receptor.