O Brasil na virada do século
XIX/XX
Panorama histórico, político e
econômico
Contexto histórico do Brasil na virada do
século:

“República Velha”: denomina o período que vai desde a proclamação
da República, em 1889, até a ascensão de Getúlio Vargas ao poder,
em 1930;
 Neste período, a política esteve inteiramente dominada pela oligarquia
cafeeira e o Brasil teve, ao todo, 13 presidentes;
 Primeiro criou-se um governo provisório até 1891;
 As antigas províncias tornaram-se “estados” da federação, e o nome
oficial do país passou a ser “Estados Unidos do Brasil”;
 Os estrangeiros residentes passaram a ter cidadania brasileira;
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Contexto histórico do Brasil na virada do século
(continuação):
 Durante a escravidão, o dinheiro era usado quase que exclusivamente
pela elite, pois os fazendeiros eram encarregados de fazer compras para
si e seus empregados e/ou agregados;
 Com a abolição e o crescente processo de imigração e com o trabalho
livre e assalariado, ampliou-se o mercado de consumo e o dinheiro
passou a ser usado por todos;
 Com esta demanda o governo expandiu o crédito com o intuito de
estimular a criação de novas empresas; esta política emissionista gerou
uma crise devido à inflação;
 Em 1891 foi promulgada uma Constituição na qual foram adotados os
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
 Na tentativa de permanecer no poder, houve várias revoltas e
revoluções entre os militares.
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A hegemonia cafeeira e a “política do café com
leite”
 A República foi proclamada após a aliança entre militares e
fazendeiros de café. Entretanto, estes dois grupos tinham ideias
distintas quanto à organização do novo regime;
 Os militares eram centralistas e os cafeicultores eram federalistas;
 Os cafeicultores tinham muitos aliados e economicamente
representavam o setor mais poderoso da sociedade;
 A partir de 1894, os fazendeiros passaram a deter o poder através
da chamada “política dos governadores”; assim, cada estado tinha
uma minoria dominante que, aliada ao governo federal, perpetuava-se
no poder;
 Existia ainda uma oligarquia dominante no governo federal: políticos
paulistas e mineiros, representando os estados mais poderosos. Esta
aliança e alternância no poder ficou conhecida como “política do café
com leite” (1898-1930).
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O coronelismo
 O título de “Coronel” era dado aos fazendeiros ou comerciantes mais
ricos da cidade;
 Os coronéis eram figuras dominantes no cenário político dos municípios,
exercendo poder sobre os eleitores através de troca de favores;
 Quando a vontade dos coronéis não era atendida, eles a impunham
através da força, com a ajuda de seus jagunços;
 Com o controle dos votos, os coronéis alimentavam as oligarquias locais
e regionais, recebendo favores dos governantes estaduais ou federais,
que lhes davam condições de perpetuar seu domínio.
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A monocultura
 A cafeicultura, principal setor da economia, continuava a crescer
seguindo padrões coloniais;
 Este setor abastecia o mercado externo e ao mesmo tempo adquiria
produtos manufaturados dos quais necessitava;
 Esta tendência desestimulava o desenvolvimento da produção de
produtos manufaturados e de uma agricultura de subsistência;
 O crescimento do mercado de consumo com o fim da abolição e a
crescente imigração levou ao aumento das importações;
 Entretanto, as exportações não cresciam na mesma proporção, e com
isto o governo passou a se endividar continuamente, para financiar as
importações. A Inglaterra passou a ser a maior credora do Brasil.
 Este processo desencadeou uma crise econômica.
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O estímulo à industrialização
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Para amenizar a crise, o governo percebeu a necessidade de
desestimular as importações;
Com a implantação da República, fora determinado que os estados
ficariam com os impostos sobre as exportações, enquanto que o
governo federal ficaria com os impostos sobre as importações;
Assim, esta nova política levaria à diminuição de suas receitas,
através da arrecadação de impostos;
Portanto, o governo federal decidiu recorrer à arrecadação de
imposto de consumo;
Houve um estímulo à produção interna como tentativa de diminuir as
importações;
Com o estímulo à industrialização, o abastecimento nacional passou
a ser suprido pela produção própria.
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A crise cafeeira
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A maioria das fazendas de café estavam espalhadas pelo
interior, distante dos grandes centros urbanos, onde a
produção era comercializada;
Com as precárias condições de transportes e com o fato de
que os próprios cafeicultores administravam suas fazendas,
os cafeicultores passaram a delegar a terceiros a colocação
de sua produção no mercado;
No entanto, enquanto a produção de café crescia em ritmo
acelerado, o mercado consumidor europeu e norte-americano
não crescia na mesma proporção;
Com a oferta maior do que a procura, o preço do café
começou a despencar no mercado internacional, gerando a
crise cafeeira.
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São Paulo na virada do século
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As mais importantes realizações urbanísticas do final do século
foram a abertura da Avenida Paulista (1891) e a construção do
Viaduto do Chá (1892), que promoveu a ligação do “centro velho”
com a “cidade nova”;
No final do século, a cidade passou por profundas transformações
econômicas e sociais decorrentes da expansão da lavoura cafeeira
em várias regiões paulistas, da construção da estrada de ferro
Santos-Jundiaí (1867) e do afluxo de imigrantes europeus. Para se
ter uma idéia do crescimento vertiginoso da cidade, basta observar
que em 1895 a população de São Paulo era de 130 mil habitantes
(dos quais 71 mil eram estrangeiros), chegando a quase 240 mil em
1900. Nesse período, a área urbana expandiu-se, surgiram as
primeiras linhas de bondes, os reservatórios de água e a iluminação
a gás;
Assim surgem os trens, bondes, eletricidade, telefone, automóvel,
velocidade: a cidade cresce, agiganta-se e recebe muitos
melhoramentos urbanos como calçamento, praças, viadutos,
parques e os primeiros arranha-céus. Em 1911, é inaugurado o
Teatro Municipal.
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Sociedade brasileira no início do século XX

Neste período, a população brasileira era composta por uma
elite que detinha o poder político, uma classe média urbana e
pelos sertanejos. Havia ainda os imigrantes europeus e
japoneses, que chegavam em grande número ao Brasil.

A classe média era um grupo urbano composto por
funcionários públicos, pequenos comerciantes e profissionais
liberais.
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Mudanças sociais

A presença dos imigrantes, sobretudo italianos, introduziu
mudanças importantes, como o sindicalismo, o socialismo e o
anarquismo. Fora dos centros urbanos, a população do sertão
trabalhava nos campos ou na pecuária e vivia com grandes
dificuldades, ora devido às condições adversas do meio, ora
devido à exploração gananciosa dos latifundiários.

Para fugir da miséria, muitas vezes migravam para outras
regiões à procura de trabalho. Foi o que aconteceu durante o
Primeiro Ciclo da Borracha (1879-1912) que levou à selva
amazônica muitos aventureiros oriundos do sertão nordestino.

Italianos no porto de Santos, em 1907:
11
A revolta da vacina (1904)

A Revolta da Vacina, movimento popular contra a vacinação
compulsória, teve como antecedentes a remodelação da
cidade do Rio de Janeiro, onde o Prefeito Pereira Passos
expulsou os pobres que viviam no centro colonial, substituído
pela moderna Avenida Central, inspirada no modelo aplicado
em Paris pelo Barão de Hausmann.
12
Reação operária (1917-1922)

A industrialização se acelera após 1914 durante a Primeira
Grande Guerra, mas o aumento da população e das riquezas
é acompanhado pela degradação das condições de vida dos
operários, que sofrem com salários baixos, jornadas de
trabalho longas e doenças;

Há uma crise e esgotamento da "República Velha", governada
por uma elite agrária, quando a indústria sinalizava o novo
dinamismo da economia e da sociedade.

Neste período, foram deflagradas as primeiras greves
operárias, de ideário anarquista, duramente reprimidas pelo
governo federal, que tratava a questão social como "caso de
polícia".
13
Sampa

Avenida Paulista, 1902 – Acervo Instituo Moreira Salles:
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