Projeto Urbano II
Professora Rosana Maciel
Agnelo Brisotti
Alexandre Silveira
Anne D’Elboux
Cyro Viegas
Daniela Roza
Mobilidade Viária Versus Contexto Urbano
Elementos centrais da análise urbana:
 Mobilidade: conjunto de deslocamentos da população no território
 Acessibilidade: possibilidade física de realização desses deslocamentos
 Funções urbanas que colocam em correspondência mais direta as duas
principais dimensões da vida urbana TEMPO e ESPAÇO
 Base material: o sistema viário e os percursos que se cria no interior da
malha urbana que ganham cada vez mais destaque nos projetos urbanos;
Ao longo do Sec. XX, ao dividir a cidade em setores e funções e
considerá-la isoladamente, vemos que estes projetos pouco têm
contribuído;
Todas as soluções exclusivamente viárias, mostraram-se
insatisfatórias e inócuas e hoje, depois de muitos desacertos há um
consenso sobre a necessidade de articular, na hora de projetar o
sistema viário, outros elementos e camadas da cidade;
Setorizar serve para o entendimento, mas não para a ação;
As proposições ganham consistência quando enfrentam a
complexidade funcional, espacial e técnica que essas conjugações
impõe ao projeto urbano
E hoje esta abordagem mais complexa e completa tornou-se
indispensável para avaliar as contribuições que o urbanismo pode
oferecer.
Relações entre as funções da cidade
Mobilidade - contexto urbano, intra-urbano ou metropolitano
São Paulo: descrita como princípio e não como resultado do
processo de metropolização desde sua origem sobretudo a partir
da terceira década do século XX.
As análises técnicas da mobilidade, priorizam o fluxo sobre o
entorno. Isso gera uma séries de processos destrutivos de
corrosão dos tecidos urbanos consolidados quando os atravessam
sem considerar sua presença e as suas peculiaridades.
O principal desafio é perceber que não se trata apenas de
promover deslocamentos e alcançar pontos distantes, mas
também de alcançar lugares específicos centrais e periféricos
disseminados no território.
O Elevado Presidente Costa e Silva (Elevado ou
minhocão) foi construído com o intuito de
desafogar o trânsito da Avenida General
Olímpio da Silveira e da Rua Amaral Gurgel
mas como as duas são localizadas nas regiões
centrais da cidade de São Paulo elas não
podiam ser ampliadas. Assim, a solução foi a
construção de uma via paralela sobre os
logradouros para que a capacidade de tráfego
fosse duplicada.
PROJETO URBANO:
Uma nova abordagem sobre a cidade existente, projetos
unitários de arquitetura de apreciável dimensão e
complexidade que pretendiam configurar uma alternativa da
cultura arquitetura à urbanística de infra-estrutura e Zoning
dominante naquele momento;
Raízes nos países desenvolvidos que logo se tornou referencia
teórica no mundo inteiro mais só a partir dos anos 80 é que
passou a ser discutido de forma mais objetiva como alternativa
para o projeto urbano;
Problemas de sua implementação nos países periféricos
sofrendo vários tipos de limitações. Todas as questões urbanas
eram pensadas mas sempre de maneira setorial, e todo o
aparato técnico e construtivo a ela associado passou a ser
avaliado apenas por meio do cálculo quantitativo do benefício
que a nova obra traria para o sistema viário saturado.
Estas análises traduzem pelo menos duas posturas:
A primeira diz respeito ao próprio Conceito de cidade que estavam
conduzindo há décadas esses projetos;
A segunda, que é mais concreta, relaciona-se ao potencial de
negócios imobiliários associados a qualquer iniciativa de melhorias
viárias conduzidas pelo poder público.
Especulação imobiliária, interesses políticos
O s cálculos de lucro eram feitos em duas escalas: a local, nos
espaços urbanos consolidados que a nova via cortava, e a dos
espaços localizados nas extremidades da mancha urbana, lugares
que a via conectava
Urbanismo contemporâneo é o principio de que o bom projeto
urbano é aquele que atende a sua finalidade funcional criando a
menor quantidade possível de espaços residuais. Criar soluções
urbanísticas e projetos de desenho urbano menos corrosivos para a
cidade existente.


Dec. 90 – Investimentos públicos em infra-estrutura em
São Paulo estiveram concentrados na Região Sudoeste,
tradicional localização dos negócios e residência de
alto padrão;
Intervenção relacionada aos meio viários, pontes,
túneis e aberturas de avenidas;







1986 – Janio Quadros
1996 - Paulo Maluf
Vias expressas, rebaixamento de avenidas, túneis
quase todas com imensas dificuldade de
atravessar e pouquíssimos semáforos no trajetos;
Total de investimentos: 494 milhões;
Sem linhas de ônibus que percorram todo o
trajeto;
Áreas da superfície não foram objeto de nenhum
desenho urbano mais amplo
Houve apenas resoluções de conexões viárias e
paisagismo de áreas residuais;
 Água
Espraiada:
(Inaugurada no mesmo período)
Grandes áreas desapropriadas, somando 1.735 imóveis,
e cerca de 12 mil famílias (50 mil pessoas) foram
retiradas de favelas, o que repercutiu fortemente no
valor da terra na região;
Avenida Águas Espraiadas:
Diversidade de tecidos por que
passa a nova via, impondo-se na
paisagem.
 Viaduto
República da Armênia:
Facilitar conexão com a Berrini, que liga a avenida dos
bandeirantes diretamente à pista expressa da marginal
Pinheiros.
Viaduto República da Armênia
(2009)
O projeto ofertou um potencial adicional de
construção de 3,75 milhões de m² entorno da via,
do Brooklin ao Jabaquara;
Além da preocupação com a retirada das favelas, e
da viabilização imobiliária em curso, a questão da
drenagem local foi também de grande importância
na justificativa para a abertura da via;
Construção de um reservatório de amortecimento
das vazões do córrego Água Espraiada. Piscinão
junto à via, entre as avenidas Washington Luís e
Lino de Moraes Leme;
Ausência de um Projeto Urbano que extrapole as
motivações setoriais que levaram à sua execução;
1.
Relatório de Impacto Ambiental prevê a criação de
conjuntos habitacionais nos lotes vagos das quadras
existentes. Na verdade o que ocorreu foi um deslocamento
das populações para as zonas Oeste e Leste, sem contar
aqueles que foram para áreas de proteção aos mananciais do
município;
2.
Exclusão da população corrobora a tese de que o
empreendimento objetivou atender, sobretudo, as questões
viárias, à valorização da área e à especulação.
3.
O entorno não existem equipamentos públicos de qualidade,
há somente o “piscinão” de 60mil metros quadrados.
O mesmo processo ocorreu com a Avenida Faria Lima
que recebeu investimentos públicos de grande porte
em sua ampliação. Foram gastos nas obras viárias 150
milhões. Tal mudança já era prevista desde o plano de
Prestes Maia em 1930, e segundo o relatório de
Impacto Ambiental da Operação Urbana Faria Lima, a
intenção do projeto é aliviar vias saturadas, além de
compatibilizar diversos empreendimentos que vem
sendo realizados na região”
Novamente percebe-se que a resolução de questões
setoriais de transporte suplantou cuidados de desenho
urbano negando a cidade existente;
Inúmeros foram os projetos que ocorreram o
mesmo processo dentro da cidade de São Paulo;




O projeto as margens do Rio Pinheiros com
demandas de transferências intermodais entre o
sistema coletivo municipal e os ônibus da EMTU,
além da linha 4 amarela de metrô;
Na Zona Leste cuja meta é conectar a região de
Guarulhos com o ABC;
Na Zona Sul organizar a conexão com a rodovia
dos Imigrantes e via Anchieta através do
Complexo Viário Maria Maluf;
Rodoanel:
Avenida Nações Unidas
(Marginal do Rio Pinheiros) ;
nova centralidade na capital paulista
Avenida Juscelino Kubitschek
Rodoanel Mário Covas – Trecho Oeste
Traçado da perimetral metropolitana não
incorporou em seu escopo projetual as
áreas de grande precariedade residencial
no entorno do empreendimento.


O minhocão passa cinco metros dos prédios e possui uma
extensão de 3,4 quilômetros que liga a região central à zona
oeste da cidade. Recebeu diversas críticas, sendo chamado
de “cenário com arquitetura cruel” e “uma aberração
arquitetônica”. E ainda hoje não é muito bem visto pela
população da região, devido à desvalorização de seus
imóveis e à deterioração do local.
No ano de 1976 o Minhocão passou a ser interditado à noite,
medida adotada para evitar os acidentes noturnos e para a
diminuição do barulho na região. Nos fins de semana o
minhocão é interditado e sobre ele ocorre várias opções de
lazer, como, feiras, caminhada, ciclismo, pessoas tomando
sol entre outras. Mas, embaixo do minhocão um local muito
escuro, há muitos moradores de ruas, tráfico de drogas,
prostituição, violência e etc…
Download

PU II\Apresentação PU Final