A FORMAÇÃO DO CAPITALISMO
INDUSTRIAL E FINANCEIRO E AS ORIGENS
DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA.
Café, ferrovias e formação do mercado
nacional: Origens da indústria no Brasil.
Docente: Dr. Fábio Carlos da Silva.
Discentes:
Angela Cristina dos Santos Carvalho.
Raimundo Diniz.
O CAPITALISMO TARDIO
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João Manuel Cardoso de Mello.
Economista brasileiro, um dos fundadores da
UNICAMP e da FACAMP.
 Dirigiu o instituto de economia da UNICAMP.
 Foi assessor especial do ministério da fazenda
entre 1985 a 1987.
 E dentre outros livros publicados no Brasil e no
exterior, é autor do livro Capitalismo tardio.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE CAPITALISMO
TARDIO
Crítica à visão cepalina: relação centro-periferia.
 O autor faz uma abordagem histórica econômica
da economia brasileira.
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Principais argumentos:
O autor atribui fatores internos e externos para a
transição da economia colonial à economia
capitalista.
 Os fatores internos são estruturais da dinâmica
da economia brasileira; a relação e o modo de
produção mercantil, escravagista e
latinfundiário.
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DA ECONOMIA COLONIAL À ECONOMIA
EXPORTADORA CAPITALISTA.
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FATORES INTERNOS:
Queda do “exclusivo metropolitano”.
Formação do estado nacional: vinda da família
real e unificação da moeda nacional.
O investimento oriundo dos capitais do setor
mercantil(comércio de mulas,tráfico negreiro).
Vantagens comparativas e divisão internacional
do trabalho.
DA ECONOMIA COLONIAL À ECONOMIA
EXPORTADORA CAPITALISTA.
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FATORES EXTERNOS:
Conjuntura do liberalismo econômico, onde as
relações de mercado estavam reguladas pela lei
da oferta e demanda.
 Aumento da demanda externa do café, ↑ do
consumo internacional pelos operários das
fábricas na revolução industrial.
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A TRANSIÇÃO DA ECONOMIA COLONIAL À
ECONOMIA MERCANTIL CAFEEIRA.
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Economia mercantil cafeeira surge com a crise da
economia colonial.
Principais Fatores:
Formação do estado nacional com a vinda da
família real;
Unificação da moeda nacional;
A queda do “exclusivo metropolitano”.
A TRANSIÇÃO DA ECONOMIA COLONIAL À
ECONOMIA MERCANTIL CAFEEIRA.
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Características da economia mercantil escravagista
cafeeira:
Latifúndio;
Mão de obra escrava;
Investimentos internos;
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Latifúndio: sob o viés econômico a produção em larga
escala tornava o mercado lucrativo, visto os baixos preços
do café no mercado externo.
Mão de obra escrava: baixos custos quando comparada a
mão de obra assalariada.
Os investimentos foram fruto do comércio interno. ex:
tráfico negreiro.
A DINÂMICA DA ECONOMIA
ESCRAVISTA CAFEEIRA NACIONAL
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Condições fundamentais para o desenvolvimento
da economia escravista cafeeira nacional:
Disponibilidade de trabalho escravo a preços
lucrativos;
Existência de terras em que a produção pudesse
ser rentável;
Demanda pela mercadoria – café.
A DINÂMICA DA ECONOMIA
ESCRAVISTA CAFEEIRA NACIONAL
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Aumento dos custos com a mão de obra escrava:
↑ do custo da mão de obra escrava pela redução de sua
oferta.
1826: assinado o tratado com a Inglaterra para extinção
do tráfico em 3 anos;
1831: lei declara livres os africanos que chegarem a
partir desse ano.
Hipótese de ↑ da população escrava inviável diante dos
custos, que gerariam a redução da tx. de lucro da
atividade e elevação do preço do café.
A DINÂMICA DA ECONOMIA
ESCRAVISTA CAFEEIRA NACIONAL
Latifúndio:
 característica da economia cafeeira;
 em função dos preços, para obter maiores lucros;
 Não se trata de limite geográfico, mas de novas
demandas de terras próprias ao café, orientando a
ocupação para o interior do país;
 Os custos de transportes reduziam as taxas de lucro;ou
seja a expansão da atividade cafeeira para o interior do
país incorporava ↑custos de transportes;
 As hipóteses de ↑ de preço do café, por ↑ de custos de
reprodução da mão de obra escrava e de transporte se
tornam inviáveis. Visto que o preço é regulado pelo
mercado(liberalismo econômico).
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EMERGÊNCIA DO TRABALHO ASSALARIADO
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Crítica a Celso Furtado:
O autor faz uma crítica à Celso Furtado, discordando da
falta de protecionismo ao Brasil como fator de entrave à
industrialização.
 Foram observados na época incentivos na importação de
máquinas, isenção de impostos sobre transportes internos e
externos;

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Fatores de atratividade para a indústria capitalista:
O ponto central é observado pelos custos da indústria
escravista serem maiores que os custos com a indústria
capitalista;
 Diferencial de custos e de produtividade entre a mão de
obra escrava e assalariada;
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EMERGÊNCIA DO TRABALHO ASSALARIADO
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Entraves para a mudança ao capitalismo:
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Pressuposto para a industrialização no Brasil:

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BORJA CASTRO, “Falta de uma população superabundante que
procure se submeter ao regime monótono das grandes fábricas”.
Transformação da força de trabalho em mercadoria.
Contradição:
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A estrada de ferro e a maquinização do beneficiamento não somente
reforça a economia escravista mercantil cafeeira, como também cria
condições para o trabalho assalariado.-visão questionada pela autora
Lamonier-(2000).
EMERGÊNCIA DO TRABALHO ASSALARIADO
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Saída da crise da mão de obra escrava:
Trabalho assalariado;
 Imigrantes da Europa e principalmente italianos,
 No primeiro momento a imigração é custeada
pelo sistema de parceria e no segundo momento
com subsídios do governo.
 O estado custeia 50% das passagens dos europeus
às lavouras cafeeiras.
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EXPANSÃO CAFEEIRA E ORIGENS DA
INDÚSTRIA NO BRASIL
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Sérgio silva,
Economista formado pela Universidade de
Paris (1969).
 Atual professor da universidade de
Campinas, instituto de filosofia e ciências
humanas.
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EXPANSÃO CAFEEIRA E ORIGENS DA
INDÚSTRIA NO BRASIL
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Período analisado entre o último quartel do
século XIX até a crise de 1929.
Análise do cenário a partir das mudanças
econômicas e sociais:
Transformações econômicas:
1. Abolição do trabalho escravo a partir da Lei Euzébio
de Queiroz (1851).
2. Formação do mercado de trabalho (1880).
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PILARES DA INDUSTRIALIZAÇÃO DO
BRASIL
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O trabalho assalariado;
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Estradas de ferro;
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Mecanização das operações de beneficiamento;
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Formação dos bancos;
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Intensificação do comércio de exportação e
importação;
Formação do mercado interno.
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Entre 1880 – 1890 ocorre a ruptura da economia
cafeeira e a passagem para novas formas de
acumulação, baseada no trabalho assalariado;
O autor diferencia a manufatura, a fábrica e a
empresa artesanal.
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A manufatura e a fábrica se diferencia pelo num. De
trabalhadores empregados, onde o proprietário não é
incluído no processo produtivo;
E por fim a fábrica pela mecanização e separação do
trabalhador e meios de produção.
O autor em sua pesquisa percebe no perfil da indústria
brasileira a predominância das fábricas, constituídas
por 100 ou mais operários; e capital superior a 1.000
contos;
CRESCIMENTO DA GRANDE INDÚSTRIA
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Em 1907 em relação as grandes empresas = fábricas.

Segundo o capital:
85% do capital se concentra em
São Paulo e
70% no R.J(antigo D.F).
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Segundo o num de operários
80% do num de operários S.P .
57%no R.J(antigo D.F).
A indústria brasileira é caracterizada por 100 ou mais
operários e pelo capital investido de 1.000 ou mais contos de
réis.
 O crescimento verificado entre os anos de 1907 a 1920;
 Quanto ao num de operários:
No R.J quase de 100%
em S.P superior a 200%.

ORIGENS DA BURGUESIA INDUSTRIAL
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Emigração européia: caracteriza a burguesia
brasileira,e em particular a industrial paulista.

Segundo Bresser Pereira: 84% dos empresários de
S.P eram estrangeiros, filhos ou netos de
estrangeiros;

A burguesia industrial nascente tem como base de
apoio para o início da acumulação o comércio, em
particular as importadoras, que encontravam no
mercado externo estreita ligações para a oferta de
produtos no mercado nacional.
ASPECTOS CONTRADITÓRIOS DAS
RELAÇÕES CAFÉ-INDÚSTRIA
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O autor identifica unidades e contradições:
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Unidade: o desenvolvimento capitalista + a expansão
do café = nascimento e desenvolvimento industrial.
Contradição: posição dominante do café (capital) =
limitação do desenvolvimento da indústria.
Segundo autor, a economia cafeeira foi o centro
impulsionador da industrialização; por três
motivos centrais:
Dentro do contexto da 1 guerra mundial, entre 19141918;
 O êxodo rural que traz às cidades os imigrantes da
produção do café;
 A política econômica, cambial e alfandegária da
época;
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ASPECTOS CONTRADITÓRIOS DAS
RELAÇÕES CAFÉ-INDÚSTRIA
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O cenário da 1 guerra mundial torna
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escassos os investimentos no Brasil;
e reduz as demandas por produtos importados;
O êxodo rural dos imigrantes da produção cafeeira,
faz surgir o crescimento das cidades e o
fortalecimento do mercado interno;
Diante da falta de investimentos no país, o funding loan é uma alternativa de rolagem da dívida externa
com a Inglaterra, e por consequência:
↑da dívida externa, com obrigações de cumprir com
uma política econômica ortodoxa, para equilíbrio das
contas nacionais e da balança de pagamentos;
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Angela