O currículo de Ciências da Natureza nos anos iniciais do Ensino Fundamental: o que dizem as professoras José S. Ungaro. CUML Natalina A. L. Sicca. CUML Apoio: PROSUP/CAPES Eixo temático 2: Pesquisa e práticas educacionais Categoria: pôster Introdução Este trabalho, em andamento, abrange questões curriculares relativas ao ensino de Ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental, em cidade do interior de São Paulo. Nesta cidade coexistem, na rede pública, as escolas municipais e estaduais. As escolas estaduais possuem uma Matriz Curricular implementada a partir de 2011 (Res. 81/2011), que reduziu drasticamente a carga horária voltada para o ensino de Ciências nos cinco anos iniciais do Ensino Fundamental. Não há carga horária destinada ao ensino de Ciências nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, pois entende-se que o currículo deverá priorizar as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Segundo esta mesma Matriz Curricular, o ensino de Ciências nos quarto e quintos anos deverá ocupar 10% da carga horária. A Matriz Curricular estadual não concebe que as crianças dos três primeiros anos do Ensino Fundamental devamos compreender os princípios básicos do estudo da natureza. Por outro lado, as escolas municipais vivenciam a implementação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Tal documento se refere ao acordo entre União, estados e municípios para a alfabetização das crianças de, no máximo, até os oito anos de idade. Consta do mesmo que as ciências da natureza são elementos básicos para os conteúdos da alfabetização. “Afinal ler e escrever a realidade social, pela alfabetização, supõem necessariamente a compreensão, a análise e a apropriação do mundo das tecnologias e das ciências” (BRASIL, 2012, p.98). Neste contexto, como pensam os professores do Ensino Fundamental? Eles incluem o ensino de Ciências em seu currículo? Consideram o ensino de Ciências como parte do processo de alfabetização? Qual a visão dos professores destas séries acerca da aparente exclusão das aulas de Ciências nos primeiros, segundos e terceiros anos das séries iniciais? Este trabalho visa a investigar como os professores polivalentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental desenvolvem o ensino de Ciências da Natureza. Embora não haja um grande número de pesquisas voltadas para o ensino de Ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental (MEGID, 1999; FERNANDES, 2009), alguns autores revelam conclusões importantes para este trabalho. Paiva (2008), concluiu em sua análise que a professora, sujeito da pesquisa, utilizou o livro didático como principal eixo norteador em sala de aula, por influência de sua formação, porém as perguntas dos alunos tornaram-se importantes como processo interativo entre professor e alunos. Apesar de utilizar de meios que se aproximavam do ensino de Ciências, seus esquemas práticos estruturou as tarefas numa concepção mais tradicional do ensino. Barradas (2008), concluiu que a maioria dos professores discute com seus alunos assuntos relacionados aos conteúdos de Ciências a partir de textos extraídos de jornais ou revistas e identificam ideias dos alunos sobre determinados temas, porém, nem sempre mencionam se há ou não explicação de conceitos ou fenômenos naturais que estejam relacionados àquele assunto. Os resultados de Capeloto (2010), revelam que os professores conhecem os PCNs e acreditam que este referencial influencia suas práticas no ensino das Ciências Naturais. Pelas análises, a autora conclui que esta influência se dá, muitas vezes, de forma indireta, a partir do uso do livro didático, o material mais utilizado pelos professores que fizeram parte do estudo. Neste trabalho investigaremos o currículo em ação através do trabalho de professoras dos três anos iniciais do Ensino Fundamental. Apoiamo-nos em Gimeno Sacristán (2007, p.138), que concebe que o currículo é um processo que se dá em diferentes contextos. Particularmente, neste recorte que apresentamos, analisaremos o currículo em ação. Para o autor, este é “o conjunto de tarefas de aprendizagem que os alunos/as realizam, das quais extraem a experiência educativa real”. Estas tarefas são reguladas pelos planos dos professores, mas fazem parte de um processo mais amplo. Neste processo, o autor destaca o papel do professor, e assim se expressa: Se a relação entre currículo e prática escolar não é mecânica, mas mediatizada por práticas diversas, essas práticas são elementos da reprodução ou, pelo contrário, elementos potenciais de resistência [...]. Portanto, para o autor, o professor tem um papel preponderante como “Aquele que interpreta o currículo e o ensina ou contribui para que os outros aprendam” SACRISTAN (1998, p.140). Apoiamo-nos em Lopes (2004, p.46), que afirma que as políticas de currículo são processos complexos de negociação “nos quais os momentos como a produção dos dispositivos legais a produção dos documentos curriculares e o processo de implementação (trabalho dos professores) devem ser entendidos como associados”. Porém, destacaremos o espaço das micropolíticas, “o lugar das escolas, dos professores e dos alunos na configuração prática do currículo, lugares que nem sempre são controlados totalmente pela administração” PACHECO (2003, p.16). Consideramos também que os professores, inclusive, têm sido tomados como empecilho para as reformas curriculares, como destacamos em Hypolito (2010), e Evangelista e Shiroma (2007). Para Goodson (2008, p.109): Só em pouquíssimos casos as reformas escolares ou as teorias de mudança foram promulgadas, tendo como “módulos” centrais do processo o desenvolvimento e a mudança pessoal. Ao contrário, as mudanças foram realizadas de uma maneira que parece insistir que a mudança ocorrerá apesar das crenças pessoais e missões do professorado. Baseando-nos nos referidos autores, estabelecemos nossos fundamentos para análise dos dados. 1.1 Procedimentos metodológicos Esta pesquisa é pesquisa qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994). Foi realizada numa cidade do interior de São Paulo tendo como participantes seis professoras dos três primeiros anos do Ensino Fundamental, das redes estadual e municipal. Duas são professoras do primeiro ano, duas do segundo ano e duas do terceiro ano. Temos em vista analisar como se dá o ensino das Ciências da Natureza no período de alfabetização, considerado no Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (BRASIL, 2012). A amostra foi feita por conveniência. Procedemos a um levantamento bibliográfico, análise documental e entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram marcadas com as professoras em horário prédeterminado e local adequado, tendo sido transcritas pelo pesquisador. As entrevistas envolveram questões voltadas para se compreender como os professores concebem o ensino de Ciências da Natureza, a relação do mesmo com a alfabetização, a metodologia do ensino de Ciências da Natureza e o planejamento do mesmo. A análise dos dados foi estabelecida por meio da análise de conteúdo, tendo como unidade de registro o tema (GOMES, 2002). Os temas foram: o que ensinam; como ensinam; como planejam o ensino. Neste momento delimitamos apenas: o que as professoras dizem ensinar sobre as Ciências da Natureza. 1.2 Resultados: o que as professoras dizem que ensinam sobre as Ciências da Natureza As professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental indicam alguns temas desenvolvidos em suas aulas que se voltam para os conceitos das Ciências da Natureza. Por exemplo, em função do projeto “Viver Saudável”, a professora Dora relata que aborda assuntos relativos à saúde das crianças: Não só alimentação, higiene, a questão da água, que aí você vai trabalhar a água, importante a higienização com água, mais importante economizar água, é importante não jogar lixo na rua, se jogar o lixo na rua vai pros rios, e aí vai retornar pra gente como? Então, fica fácil devido aos projetos, muito fácil trabalhar, não sei se em outro lugar seria tanto (sic). (DORA, 2013). No desenrolar das aulas, de acordo com o interesse das crianças a professora diz que enriquece com novos assuntos, ou mesmo indica que introduziu o estudo dos animais, por exemplo, como decorrência de uma tarefa da sua participação no PNAIC, como descreve: [...] eles adoram a parte de animais, então, pessoalmente eu fiz um projeto até pelo PNAIC, que seria preciso fazer, que contemplou os animais selvagens, então qual a diferença dos animais selvagens dos animais domésticos? (sic) Embora esta professora indique dois tópicos desenvolvidos para crianças com seis anos, ela manifesta que vive o conflito entre os interesses dos alunos, o que consta do planejamento e a Matriz Curricular oficial. Pudemos compreender que o estudo sobre alimentação faz parte de um projeto da escola. No estudo dos animais, chama a atenção que a professora reconheça o interesse das crianças mas que só tenha introduzido tal tópico para cumprir uma tarefa do programa de formação continuada que frequenta. O destaque da professora é para um raciocínio de classificação comum em livros didáticos de Ciências. A professora Vanda, do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola estadual, indica que não desenvolve o ensino de Ciências da Natureza como parte do seu trabalho como professora polivalente visto que, na Matriz Curricular da Rede Estadual, tal componente não está incluído. Assim justifica tal ausência: Só que não se consegue ter este olhar no Português e Matemática por conta da carga e cobrança que eles têm. Não é uma apatia que o professor tem, mas sim a cobrança que se tem. A gente acaba ficando sem espaço na planilha semanal para isso. Se você pegar nossa planilha você tem que pegar as atividades do EMAE [...], então nós temos todos os dias a parte de melhorar a linguagem e depois partir para a escrita. Então não cabe na nossa organização atual as Ciências (sic). (VANDA, 2013). Para a professora Vanda, da rede estadual de ensino, os conteúdos de Ciências Naturais que deverão ser desenvolvidos no primeiro ano são introduzidos a partir de projetos externos, como a temática sobre a higiene e a dengue. A finalidade do currículo é a alfabetização e não uma compreensão manifesta de que o ensino de Ciências faz parte da mesma. Esta professora expressou que vivencia conflitos, ou seja, de um lado manifesta que há um sentimento de controle por parte dos gestores da escola acerca do currículo e, de outro, há a curiosidade das crianças expressas por meio de dúvidas. Assim, a professora indica que precisa contornar o assunto para não se desviar do conteúdo proposto pelo material do “Ler e Escrever”. Assim nos relata: [...] às vezes, por pressão, a gente fala “ah, vai chover e daí? ”. Tem duas corujinhas que moram ali, nós poderíamos fazer um estudo mais aprofundado: “Dos animais, por que elas ficam ali de dia? ” “Porque são noturnas elas saem só a noite”. “Que elas estão fazendo? ” “Estão descansando pois elas vão trabalhar depois”. Então acho assim [...] Isso eles prestam atenção na natureza e nos fenômenos. Não sei, mas a gente não consegue trabalhar de uma maneira mais sistematizada, como se deveria (sic). (VANDA, 2013). As duas professoras indicam que, se introduzem tópicos de Ciências no primeiro ano, o fazem a partir de projetos de âmbito da escola, ou de órgãos externos à mesma, entretanto, não o fazem regularmente. Devemos destacar o conflito, manifestado pela professora da rede estadual, entre atender ao interesse dos alunos ou à Matriz Curricular estabelecida. Pudemos identificar o estabelecimento de táticas para ensinar Ciências no sentido de quebrar as algemas curriculares. Este é o espaço das micropolíticas, um espaço em rede, complexo como nos indica Pacheco (2003). Ao investigarmos o que as professoras do segundo ano dizem ensinar de Ciências, temos como exemplo a professora Elena. A professora afirmou que, até junho do ano em que foi entrevistada, ainda não havia desenvolvido conteúdos de Ciências Naturais, porém, gosta de ensinar Ciências por meio do uso da revista “Ciências Hoje para Crianças” (CHC), por exemplo, fazendo a leitura de texto sobre animais. E assim nos relatou: Dos artigos que eu já li, então, eu coloquei do peixe, que o peixe dorme com o olho aberto né, que eles acharam o máximo, eu faço toda a intervenção, que o peixe, ele não pisca, nós piscamos por causa da pálpebra, que precisa lubrificar o olho, que tem também a do tubarão, então foi feito uma leitura, eu perguntei pra eles o que eles sabiam em relação a isso, e tem na parte da alfabetização a carta, né (sic). (ELENA, 2013). A professora conclui que, além da revista CHC, ela desenvolve os projetos estabelecidos no planejamento no início do ano e também os projetos externos vindos da Secretaria da Educação. Para a professora Marta, de uma escola municipal, a preocupação com a alfabetização e Matemática neste momento é grande, o que não inclui o ensino de Ciências. Este apenas pode ser incluído por meio de projetos da escola ou externos, como é o caso do projeto “Dengue”. Porém, a professora Marta indica que determinados assuntos do cotidiano são introduzidos em suas aulas, como por exemplo: [...] higiene e lavar as mãos antes de comer, se você for ver, higiene é um conteúdo de Ciências e a gente acaba trabalhando de maneira prática, durante o dia a dia com eles é o lavar a mãozinha antes de comer, não falar com a boca cheia [...] (sic). (MARTA, 2013). É possível inferir que ambas as professoras da rede municipal se prendem à leitura, escrita e cálculos, apesar de entenderem que, a partir de determinadas ações no cotidiano escolar, é possível estabelecer relação com as Ciências Naturais. Não há em nenhuma das duas professoras preocupação com a formação dos conceitos científicos, ou mesmo análise de fenômenos da natureza. Ao analisarmos o que as professoras do terceiro ano do Ensino Fundamental dizem que ensinam, podemos obter indícios do que as crianças de oito anos podem aprender na escola sobre os fenômenos da natureza e suas relações com a sociedade, na concepção das professoras. A professora Márcia, de uma escola da rede municipal, afirma que desenvolve o tema relacionado a animais selvagens, mas trabalha também com os projetos desenvolvidos na escola como o “Viver Saudável”: [...] esse da alimentação, do corpo em si, da higiene, é o “Viver Saudável”, então não e só da alimentação. Abrange o corpo, então, entra na área de Ciências, do corpo e eu né, você e outro, e alimentação, o que o corpo necessita de vitamina para produzir energia, [...] (sic). (MÁRCIA, 2013). A professora Maria, que leciona em uma escola estadual e em uma escola municipal, afirma que na escola municipal, introduz conhecimentos relacionados aos projetos da escola como “Viver Saudável”, “Dengue” e “Leishmaniose”, porém também introduz outros temas de acordo com o interesse dos alunos. É importante destacar que tal professora amplia o previsto nos projetos como pudemos perceber na aplicação do projeto “Viver Saudável”, pois tratou da temática dos alimentos e ampliou para a questão das sementes, das árvores. Verifica-se um ensino de Ciências que considera o processo, ou seja, o estudo é iniciado pelo desenvolvimento da planta, produção do alimento, alimentação e uso do alimento pelo homem. Assim, nos relata a professora: O próprio projeto sobre alimentação das plantas, dos próprios alimentos, que, assim, no livro que eu trouxe, mostrava lá como elas eram plantadas e as crianças sentiam curiosidade, assim muitos conhecem. Como pé de uva, pé de maracujá, mas e aí? Ela dá em árvore? Como que nasce isso? Uns tem contato, outros não (sic). (MARIA, 2013). Percebemos também que a professora desenvolve outros projetos de sua própria autoria como, por exemplo, o projeto de utilização do óleo de cozinha para fazer sabão. Aí eu passei para eles, na prática, a receita do sabão de óleo, que muita gente faz. Eles já sabiam, eles perguntaram para a mãe, eles mesmos trouxeram a receita. Que não vai ao fogo, que vai soda, que vai isso e aquilo, que o sabão fica branquinho (sic). (MARIA, 2013). A professora Maria demonstra que vai além dos conteúdos estabelecidos pelos projetos, enriquecendo suas aulas com atividades que interagem com o cotidiano dos alunos, estabelecem elos com as famílias de modo a valorizar o conhecimento popular. As crianças do terceiro ano, na amostra analisada, têm um ensino de Ciências um pouco mais formalizado; nota-se a preocupação com a construção de conceitos, com a explicitação de processos referentes a conhecimentos biológicos, químicos e físicos. Porém, ainda nesta faixa etária, não há inclusão de tal ensino nos currículos prescritos, apenas há projetos escolares que os incluem. É importante destacar que há professoras que introduzem projetos em suas aulas por iniciativa própria, embora não seja previsto no currículo prescrito em nível estadual. É possível inferir que as professoras não seguem um documento oficial que as orientem sobre os conteúdos a serem trabalhados na disciplina de Ciências Naturais. No entanto, o projeto proposto pela escola é desenvolvido. Ao analisar as falas das professoras fica evidente que o planejamento elaborado pelas professoras no início do ano sofre interferências externas, como projetos advindos da Secretaria Municipal ou Estadual de Educação e algumas tarefas dos cursos de capacitação. Se compararmos o que as professoras dizem que ensinam no ciclo de alfabetização na idade certa, podemos concluir que há aulas esporádicas de Ciências, na maioria das vezes introduzidas a partir de projetos temáticos de âmbito escolar ou por órgãos externos a escola. Para todas essas professoras, ensinar Ciências não faz parte do processo de alfabetização, o que revela que o discurso oficial em nível estadual, que privilegia o ensino da leitura e escrita e cálculos, de certa forma é incorporado pelas mesmas. As ideias presentes nos PCNS não as influenciaram, pois consta do mesmo que: [...] não se trata somente de ensinar a ler e a escrever para que os alunos possam aprender Ciências, mas também fazer uso das Ciências para que os alunos possam aprender a ler e a escrever (BRASIL, 1997, p.62). Tal fato confirma o estreitamento curricular que não inclui o direito de aprender Ciências para crianças de seis a oito anos, como consta do Pacto da Alfabetização na idade certa. É importante destacar que algumas professoras revelam o conflito em que vivem pois reconhecem que as crianças têm interesse pelos fenômenos da natureza, por exemplo, pelo estudo dos animais, o qual é introduzido por algumas das professoras. Os temas abordados pelas professoras no primeiro ano foram higiene e saúde e animais. Para as professoras do segundo ano, o tema tratado foi: animais. Para as professoras do terceiro ano, alguns temas foram abordados como o estudo dos animais, estudos das plantas, reutilização de materiais e outros assuntos relativos à curiosidade dos alunos. Se compararmos os temas de Ciências introduzidos no ciclo de alfabetização com os blocos temáticos propostos pelos PCNs observa-se que são desenvolvidos alguns tópicos, dos blocos “ambiente” e ‘ser humano e saúde”, por alguns professores, sem que seja mencionado o bloco temático “recursos tecnológicos”. Embora as professoras indiquem que ensinam alguns tópicos de Ciências no ciclo de alfabetização, percebemos que a escolha dos conteúdos deriva, na maioria das vezes, dos projetos institucionais das escolas. É importante destacar que algumas delas indicam o grande interesse dos alunos por temas das Ciências Naturais que têm sido introduzidos por elas. As professoras polivalentes, dos primeiros, segundos e terceiros anos do Ensino Fundamental, participantes da pesquisa, expressam que nem sempre ensinam Ciências no ciclo de alfabetização na idade certa, devido a diferentes fatores, como: a agenda semanal decorrente da aplicação do projeto “Ler e Escrever”, a Matriz Curricular das escolas da rede estadual e, principalmente, a prioridade dada ao processo da alfabetização. Referências BARRADAS, C. M. Ensino de Ciências e formação de professores que atuam nas séries iniciais do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Cascavel-PR. 2008. 106p. Dissertação (Mestrado). PPGECT. Universidade Federal de Santa Catarina. 2008. BOGDAN, C. R.; BIKLEN, S. K. Investigação Qualitativa em Educação. Tradutores: Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Porto – Portugal. Porto Editora, 1994. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais. Vol. 4. SEF. 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