3. MOTIVAÇÃO E PRESENCIALIDADE: UMA
EXPERIÊNCIA BEM SUCEDIDA NA EAD
MOTIVATION AND PRESENTIALITY: A
SUCCESSFUL EXPERIENCE IN EAD.
RESUMO
Este trabalho trata-se da experiência vivenciada
no Instituto Superior de Teologia Aplicada –
INTA, com os acadêmicos de graduação da
Maria Adalgisa Alves Rodrigues disciplina de Introdução a Filosofia ofertada na
INTA
[email protected]
modalidade à distância. Analisa-se a motivação
como fator primordial para que os acadêmicos se
tornem presentes nas atividades e não ocorra a
Antonio Diego Dantas Cavalcante
evasão. Estas intervenções eram realizadas não
somente no ambiente virtual, eram inclusos
outros meios de comunicação (whatsapp, bate
papos no programa Livezilla Mobile, Sistema
Acadêmico ferramenta recados e telões
dispostos no interior da instituição). A pesquisa
quali-quantitativa foi utilizada, em conformidade com os dados fornecidos pelo
sistema Moodle. Evidenciava que a participação e interação dos acadêmicos
expandiam conforme as motivações foram imersas, logo, destaca-se o quão
importante é a função da motivação.
Palavras-chave: Motivação, Tutor, Presencialidade.
ABSTRACT
This work comes from the experience they had at the Higher Institute for Applied
Theology - INTA, with academic degree in the discipline of Introduction to Philosophy
offered in distance mode. Analyzes the motivation as a key factor for the academics to
become present in the activities and evasion does not occur. These interventions were
carried out not only in the virtual environment, were included other media (whatsapp,
chats in Livezilla Mobile program, Academic System ferramenta recados and screens
arranged within the institution). The qualitative and quantitative research was used, in
accordance with data provided by the Moodle system. Showed that participation and
interaction among scholars expanded as the motivations were immersed, so we
highlight how important is the role of motivation.
Keywords: Motivation, Tutor, presentiality.
Sobral, ano 3, v.1, n. 4, p.35-44, Jan -jun. 2014.
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INTRODUÇÃO
A Educação a Distância, nos dias atuais vem cada vez mais ganhando espaço e
adeptos nessa modalidade de ensino. A maioria são pessoas que aderem a esse tipo de
educação, devido, principalmente, ao fato de não terem a chance de estudarem nos
níveis de ensino que exigem a idade certa ou pela falta de tempo que o ensino regular
exige dos estudantes.
Nessa perspectiva, a EaD é uma alternativa para aqueles que precisam ter um
avanço em seus estudos, pois por motivos diversos estão incapacitados de
frequentarem o ensino presencial.
Vidal e Silva (2010, p.02), caracterizam o Ensino a Distância como:
[...] aprendizado que ocorre num lugar diferente do local de
ensino, utilizando técnicas e tecnologias, além de uma
estrutura organizadora que apóie esta modalidade. Os acessos
aos mais variáveis meios tecnológicos possibilitam que a
separação entre o aluno e o professor nem sempre seja total e
tão dispersas como nos modelos anteriores. Nessa modelo, a
flexibilidade de espaço e tempo é redimensionada com os
contatos on-line, tornamos a comunicação mais rápida e, com
isso, poderá ter o acompanhamento contínuo do seu próprio
processo de aprendizagem e sentir-se mais motivado a
continuar os estudos.
Portanto, a EaD mesmo sendo distante da existência física do professor e aluno,
possibilita várias ferramentas de interação que facilita ao aluno variadas formas de
comunicação que não são possíveis muita das vezes no ensino presencial.
Mesmo com essa variedade de interação, na EaD existe o desafio de manter
esses alunos motivados para preservar a presencialidade, interesse, bem como a
participação nas atividades dentro do AVA para obterem sucesso na aprendizagem.
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Essa motivação é primordial para a freqüência e permanência dos estudantes
durante todo o processo de educação, função destinada aos professores e, em
especial, dos tutores proporcionarem todo o processo de presencialidade.
É importante ressaltar que para a motivação dos discentes é necessário a
aplicação de seus conhecimentos, os quais podem ser empregados contextualizando
os conteúdos a serem seguidos.
A motivação é fator considerável para o processo de ensino-aprendizagem dos
estudantes. Sendo classificado como uma aparência dinâmica da ação, contudo, é visto
como algo que impulsiona o aluno a buscar seus objetivos durante o decorrer de sua
trajetória educacional. Conseqüentemente, torna-se fundamental o interesse do
aluno, que atua como uma forte ação sobre o seu desempenho.
Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo analisar a motivação como
fator primordial para a presencialidade dos alunos na EaD, bem como classificar os
aspectos que contribuem para eles manterem-se constantes durante o processo de
ensino-aprendizagem na Disciplina de Introdução a Filosofia das Faculdades INTA.
A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA EAD
A interação no ensino a distância basea-se entre os componentes envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, os ambientes virtuais de
aprendizagem fundamentam-se, em grande parte, numa prática construtivista. Através
dessas práticas são consolidadas os princípio de uma produção coletiva a ser
alcançada.
É importante que tutores saibam manusear as ferramentas disponíveis nesses
ambientes de modo a estimularem e motivarem os alunos a participarem das
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atividades propostas. Assim, não se deve repetir os moldes aplicados no ensino
presencial de modo tradicional para os ambientes virtuais de aprendizagem.
Nesse caso, os acadêmicos tinham a visão que o ensino a distância se caracteriza
igual ao presencial, ou seja, esperavam pela figura física do professor. Com isso surgiu
o interesse em participar e manter a constância no Ambiente Virtual de Aprendizagem,
pois não tinham consciência, que eles mesmos eram sujeitos de sua própria
aprendizagem e ainda não haviam despertado a autonomia dentro de cada um. Para
que a evasão não ocorresse os mesmos percebessem que o processo de ensinoaprendizagem dependia totalmente do interesse deles. Logo surgiu o reforço
motivacional.
O estudante motivado, de acordo com Cordioli (2008), busca espontaneamente
pelo que deseja, não necessitando ser pressionado pela família ou por amigos. Essa
apuração traz importantes resultados para a experiência vivenciada de maneira que
foram motivados mantendo os estudos na prática de ensino, que também consistiu em
uma aprendizagem significativa.
A motivação é apontada com um anseio consciente de conhecer e de saborear, no
sentido em que o estudante é quem resolvi o que faz e como faz. A partir disso,
compreendemos que a motivação é de grande importância no processo de ensinoaprendizagem, deste modo, a mesma seja vista com o desejo de mudança do
estudante, expressando uma vontade declarada de cursar a Disciplina de Introdução a
Filosofia.
Na Instituição quatro cursos, dentre eles, Educação Física, Jornalismo e Serviço
Social totalizando 159 alunos na disciplina, demonstrou um avanço significativo após a
experiência motivacional, no intuito de favorecer a presença dos acadêmicos no AVA.
Antes de proceder com a motivação, no primeiro trimestre havia cerca de 40% de
presença permanente. Depois do reforço motivacional que foi o ponto crucial para
alavancar o número de presentes o segundo trimestre esse percentual elevou para
80%, logo os alunos mostraram interesse em participar ativamente das aulas com a
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percepção de que são capazes de aprender. Rosa (2003, p.170), destaca a motivação
como aspecto transformador:
Falar em motivos, por conseguinte, implica referirmo-nos a
forças ou energias que impulsionam o comportamento na
obtenção de determinados objetivos. Os motivos dinamizam a
personalidade, enquanto que a motivação é o processo através
do qual os motivos surgem se desenvolvem e mobilizam
comportamentos.
A motivação do estudante, conforme Boruchovitch e Bzuneck (2009, p.11), está
relacionado com o trabalho mental situado no contexto específico das salas de aula, de
modo que a motivação afirmativa implica na qualidade do comprometimento, na
aplicação pessoal para o ensino. Conseguimos então, contemplar que trata-se além da
simples estimulação ou interesse do aluno. Nessa perspectiva, a cognição e o afeto
estão interligados, efetuando, concomitantemente, domínio na vida e no crescimento
do indivíduo.
A motivação afeta a perseverança e o interesse do aluno a participar das aulas.
Sendo assim, temos a soberania de acreditar que a motivação é um fator essencial
para o estabelecimento da aprendizagem no contexto do ensino. Portanto, devemos
enfatizar que não existe aprendizagem sem motivação, pois a aprendizagem não se
torna significativa quando não desperta no aluno o desejo em aprender.
Rego (1995) atesta que mesmo esses aspectos sendo diferentes, o indivíduo é
formado de maneira dinâmica através do desenvolvimento psíquico, que compreende
os lados intelectuais e afetivos. Entretanto, pensamos que alguns elementos ajudam
na motivação dos alunos: relações sociais; expectativas externas; bem-estar-social;
avanço pessoal; interesse cognitivo.
Por isso, nossa motivação com os alunos vai além do ambiente virtual, injetamos
doses de motivação em ferramentas muito utilizada por eles: whatsapp, facebook e
dentro da própria instituição nos telões espalhado pelos corredores, pois acreditamos
que a aprendizagem pode ser considerada quando os alunos conseguem atingir em
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sua própria velocidade, formar seus objetivos de aprendizagem, traçar e alcançar suas
metas e conseguir aplicar tudo o que foi aprendido.
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E O PAPEL DO TUTOR
Na EaD, os estudantes, não estão na presença física e contínua do professor
controlando a sala de aula, entretanto, é auxiliado por uma estrutura muito bem
planejada para dar-lhe suporte e orientações tutoriais. A atividade do docente nessa
modalidade se desenvolve através dos materiais acessíveis no ambiente virtual, de
textos e de outros meios de comunicação, proporcionando sua presença midiatizada
através dos materiais impressos.
O tutor exerce o papel de mediador de comunicação e informação no processo de
ensino-aprendizagem, mediante diferentes meios e recursos, buscando vencer a
distância física entre professores e alunos e alunos ente si. A EaD precisa de
comunicação duradoura e, desta forma, imediação pelo diálogo, e nada é igual a
riqueza do diálogo pedagógico que existe nessa modalidade.
A convivência é algo favorável dentro do sistema educacional presencial, sendo
assim, ela concede a aquisição do saber, pois permite a troca de experiência e
conhecimento. Na EaD, é responsabilidade e papel do tutor complementar e não
deixar existir essa carência, dar significado ao estudante e que o mesmo perceba que
sua aprendizagem também será alcançada.
As intermediações feitas pelo tutor devem ser flexíveis, concedendo atuações
reflexivas e fundamentadas em conceitos teóricos consolidados. Também é papel do
tutor orientar e motivar os acadêmicos, bem como elaborar planos de ensino,
direcionando, acompanhando e avaliando a aprendizagem. Lévy (1999) fala que: a
principal função do tutor não pode ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é
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feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua aptidão deve ser voltada no sentido
de motivar a presencialidade, a aprendizagem e o pensamento.
Ainda assim, Leal (1998,p.1) assimila o papel do tutor dessa forma:
Categoria acadêmica, baseada no compromisso com a
formação dos alunos que pensem e sejam capazes de discutir e
elaborar conhecimento. Um tutor educador, que tenha
percorrido um caminho que o leve ao pensar livre, descarnado
de preceitos tecnológicos que obtusam as mentes criativas. Um
tutor que compreenda o papel da universidade, num contexto
a distância, como lócus do debate, da criação, que permita
desconstruir e reconstruir significados na sua ação formativa e
construção do saber científico. Um tutor/educador capaz de se
indignar com a vulgaridade de propostas alienadas; capaz de
elaborar um contra discurso ideológico. Enfim, um profissional
com condições de aprender com competência para fazer da
educação a distância, um espaço de virtualidade criativa,
poética, formativa e comprometidos com a formação de alunos
e sujeitos pensantes.
Uma das bases da concepção de tutor é a interatividade, pois isso faz com que
outros membros da equipe possam promover processos interativos de qualidade.
Segundo Gonzalez (2005), cabe ao professor-tutor mediar todo o desenvolvimento do
curso. É ele que responde a todas as dúvidas apresentadas pelos alunos, no que diz
respeito ao conteúdo da disciplina ofertada. A ele também cabe estimulá-los a cumprir
suas tarefas, e avaliar a participação de cada um.
O tutor é o profissional da educação que tem relação “direta” com os alunos,
ajudando-os no manuseio e na aproximação dos conteúdos propostos, sendo de sua
competência organizá-los com e para os estudantes. Entretanto, cabe também ao
tutor administra situações de conflito, situações de euforia, desânimos e rotina. A
tutoria se define por ter caráter solidário e interativo. O tutor é chamado a realizar
funções de caráter pedagógico, social, administrativo e de aspectos motivacionais
(COSTA, 2008,p. 9).
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É de suma importância que todos que fazem parte do processo de ensinar e
aprender se estimulem para a efetivação de projetos que possibilitem a aprendizagem
com a participação da interação das tecnologias digitais. É essencial o papel do tutor
para o desenvolvimento das novas funções cognitivas, sociais e afetivas, independente
do ambiente de aprendizagem.
Petri (1996) diz, tutor respeitando a autonomia da aprendizagem de cada cursista,
estará constantemente orientando, dirigindo e supervisionando o processo de ensinoaprendizagem [...]. É por intermédio dele, também, que se garantirá a efetivação do
curso em todos os níveis.
Segundo Ferreira e Rezende (2004) o tutor deve
acompanhar, motivar, orientar e estimular a aprendizagem
autônoma de aluno, utilizando-se de metodologias e meios
adequados para facilitar a aprendizagem. Através de
diálogos, de confrontos, da discussão entre diferentes
pontos de vista, das diversificações Culturais e/ou regionais
e do respeito entre formas próprias de se ver e de se postar
frente aos conhecimentos, o tutor assume função
estratégica.
A tutoria é muito importante para o desenvolvimento das aulas a distância e
fundamental na transmissão de conteúdos e das estratégias pedagógicas, que devem
sempre ser refletida pelas instituições que promovem EaD.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos pressupostos apresentados nesse artigo, podemos concluir que a
motivação é imprescindível pra o sucesso da presencialidade do aluno no ensino a
distância, para que venha acontecer uma aprendizagem eficaz e significativa. Leva-se
em consideração também a importância do papel do tutor em sua missão de motivar,
levando o incentivo exatamente ao encontro das necessidades do aluno.
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É importante enfatizarmos a influência de sua capacidade, na definição de que
deve está alicerçado e apoiado por uma teoria e por um único objetivo, que é doar ao
aluno o papel que ele tem de ser o instrumento mediador do conhecimento. Ao
concordar com o trabalho de orientador educacional o tutor se ver comprometido com
a responsabilidade e compromisso na formação dos alunos.
O tutor tem o papel considerável no processo de aprendizagem dos estudantes
em EAD, e no progressivo aumento dos cursos da modalidade a distância, pois ele é o
facilitador. Paulo Freire (2006) coloca que “é necessário estimular a curiosidade
epistemológica do educando sem deixar de reconhecer o valor das emoções, da
sensibilidade, da afetividade.”
Neste contexto a figura do tutor vem restabelecendo emoções, sentimentos,
compreensão, respeito em cada aluno, que espera ser ouvido em momentos de duvida
e desmotivação. Sendo assim, a motivação e o tutor devem estar juntos e presentes
em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem dos alunos,
desenvolvendo componentes fundamentais para que o estudante vá em frente na
construção de seus conhecimentos.
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Sobral, ano 3, v.1, n. 4, p.35-44, Jan -jun. 2014.
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motivação e presencialidade: uma experiência bem sucedida