H.2.1 - Letras. Alemão sem fronteiras: promoção de uma segunda língua para estudantes do CAMPUS VII da Universidade Federal do Maranhão – UFMA. Ednilson Barros Barroso¹, 1. Estudante Licenciatura em Ciências Naturais, UFMA, Codó/MA; *[email protected] Alemão sem fronteiras, línguas estrangeiras, ciência sem fronteiras Introdução Ao se refletir sobre a prática de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras no Brasil, percebe-se que há ainda uma enorme carência, pois os professores não conseguem transmitir aos alunos uma formação completa, onde o principal objetivo da inserção de línguas estrangeiras seria que os alunos pudessem comunicar-se em dois ou mais idiomas. Sabe-se que o ensino de línguas estrangeiras é uma das ferramentas principais para levar o aluno a buscar novos conhecimentos para sua vida acadêmica, social, política e cultural em outros países e que no Brasil, em geral, esse ensino não é ainda tão relevante quanto ao ensino de línguas estrangeira da Europa e como diz Ruth Bohunovsky (2009), “essas diferenças precisam ser levadas em consideração na hora de se pensar sobre esse tipo de ensino em nosso país”. Praxedes (2008) afirma ainda, “não queremos primar por uma prática implantacionista da verdade Europeia à nossa realidade”. As barreiras que os estudantes encontram para aprender um idioma estão, principalmente, na precariedade do ensino Público, pois muitos professores não dispõem de metodologias e instrumentos didáticos que possam tornar o ensino de língua estrangeira mais fácil e compreensível. Os Estudantes do Campus VII da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) sofrem grande carência na inclusão de línguas estrangeiras em sua grade curricular. E percebe-se que esses estudantes não têm oportunidades de participarem dos Programas Federais de fomentos de Bolsas de estudos no exterior, devido não terem o domínio de outros idiomas, senão o inglês e o espanhol básicos. Dentre os vários programas de Bolsas de Estudo no Exterior está o Ciência sem Fronteiras, que foi implantado em 2010 e que já levou mais de 1800 Estudantes para o exterior. A Alemanha e a Suécia são dois dos países que aprovaram o projeto e fizeram o contrato com o Brasil e para se candidatar a uma vaga a um desses países, necessita de um nível de conhecimento do idioma alemão de no mínimo A2 (Nível determinado pelo teste OnDaf). Diante do exposto, surgiu a ideia de oferecer um curso de alemão de forma lúdica, de nível básico (A1), aos alunos do CAMPUS VII da Universidade Federal do Maranhão, com o objetivo de inserir o idioma alemão como uma segunda língua e facilitar sua inserção em programas de Bolsas de estudos a nível internacional. Resultados e Discussão Após ter estruturado as ideias no projeto, foi solicitado à Diretoria do CAMPUS a análise do mesmo e em seguida obteve-se a aprovação do curso de alemão. O segundo processo foi a escolha dos participantes, que naturalmente, deu-se de forma democrática. Foi aberto um edital, onde todos os estudantes matriculados no presente semestre (2014.2) puderam se inscrever nas vagas. Foram oferecidas 30 vagas e os estudantes poderiam escolher um dos horários determinados no edital. O curso teve duração de um semestre, sendo 04 horas semanais. Os estudantes foram divididos em dois grupos com 15 pessoas cada, as aulas aconteceram sempre às terças e quintas-feiras das 14 às 18 horas. As aulas foram trabalhadas de forma bem simples e clara. Cada estudante recebeu o conteúdo impresso em cada encontro, pois o material era sempre adaptado, de acordo com a evolução e as necessidades de cada turma. Utilizou-se como material didático o livro da coleção SCHUBERT-Verlag: (BEGEGNUNGEN: Deutsch als Fremdsprache), de Anne Buscha e Szilvia Szita, Cds e vídeos, dentre outras ferramentas como objetos pessoais adaptados para as dinâmicas, construção de jogo de memórias, cruzadas e materiais disponíveis na Internet. Houve desistência no decorrer das aulas, algumas por motivos pessoais, outros pela dificuldade de conciliar o curso com as atividades acadêmicas. O curso terminou com 18 estudantes, todos conseguem se apresentar e pedir informações sobre a sua pessoa, dominam algumas estruturas gramaticais simples, conseguem falar frases simples e limitadas que estejam relacionados a pessoas e situações concretas pessoais e individuais básicas e são capazes de se comunicarem de uma forma simples. De acordo com o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, os alunos alcançaram o nível A1, que refere-se à primeira fase de um prazo de seis níveis de competência, podendo dar início ao segundo nível de competência, o nível A2, o qual já está sendo ofertado no semestre de 2015.1 Conclusões O princípio fundamental para se aprender um idioma, consiste nas metodologias e estratégias que o professor deve inserir em suas aulas. Os alunos devem ser motivados a aprender para que não haja desistência. É importante também que o aluno saiba dos grandes valores socioculturais e históricos que se pode ter quando se sabe um outro idioma. O presente trabalho teve um grande impacto na vida acadêmica dos alunos, pois além de eles terem adquirido habilidades de falarem uma outra língua, eles poderão futuramente candidatar-se a uma vaga nos programas de Bolsas de estudo, como as do Programa Ciência sem fronteiras. Agradecimentos Agradeço, primeiramente, a Deus por ter me dado a vida, ao Programa Ciência Sem Fronteiras, que me permitiu ter 18 meses de experiência como estudante na Alemanha e à todos os envolvidos nesse trabalho. BUHUNOVSKY. O ensino de línguas estrangeiras no Brasil e a “compreensão dos Horizontes de Linguística Aplicada, v. 8, n.2, p. 170184, 2009 PRAXEDES, Carmem. Quadro Comum Europeu de ensino-aprendizagem e avaliação de línguas – o que falta ao Cone Sul para seguir este exemplar modelo de integração multicultural? 2008. Disponível em:<http://www.filologia.org.br/revista/40suple/quadro_comum_europeu.p df>. Acesso em: 01 Abril 2015 67ª Reunião Anual da SBPC