CEO EM DESTAQUE PRÉMIO 2010
Ana Maria Fernandes,
uma mulher num
mundo de homens
está em 6 o lugar ex-acquo\
pelo Diário Económico e a Heidrick & Struggles.
A CEO da EDP Renováveis
atribuído
António
J
Freitas de Sousa
[email protected]
O nome de Ana Maria Fernandes - nascida a 1 de Novembro
de 1962 em Moçambique
e actual CEO da EDP Renováveis - é
um dos poucos que consta do
restrito índice do livro 'O homem certo para gerir uma empresa é uma mulher', editado
pela Prime Books. Deixa assim
de surpreender (tanto) que Ana
Maria Fernandes seja a única
mulher CEO de uma empresa do
PSI 2O, mesmo que a economista - licenciada na Faculdade de
Economia do Porto (1986), cidade onde a família se recolheu
quando tinha 11 anos - desconsidere questões de género. "Não
tenho notado que o facto de ser
mulher me descrimine", disse
numa entrevista ao Diário Económico, fazendo supor que isso
funcione tanto para o lado positivo como para o negativo.
Pós-graduada em Finanças
pela mesma faculdade - onde
foi assistente entre 1986 e 1991 e MBA pela Escola de Gestão do
Porto (1989), a vida profissional
de Ana Maria Fernandes esteve
a um passo de ser completamente diferente: só escolheu
Economia quando o pai a colocou entre a espada e a parede e a
obrigou a decidir-se entre essa
disciplina
e
Direito.
Aparentemente
bem:
a
docência
escolheu
abriu-lhe
as
portas do mercado de trabalho e
o Banco Português do Atlântico
(BPA), entretanto extinto, foi o
primeiro grupo em que trabalhou, mais precisamente na
Conselho, Gestão e Investimentos, na altura liderada por um
padre anglicano. Seria apenas o
primeiro de várias instituições
financeiras por onde passou: em
1989 assumiu funções na área de
'corporate finance' da sociedade de investimentos
EFISA,
directora
sendo posteriormente
do Banco EFISA; em 1992 integrou o Banco de Fomento e Exterior como administradora na
área da banca de investimento e
foi directora de 'corporate' no
BPI - onde o Fomento seria integrado - entre 1996 e 1998.
Por razões de futuro, a passagem na EFISA acabaria por ser
incontornável: foi aí que conheceu Joaquim Mexia, o homem
que haveria de a apresentar ao
filho, António Mexia - respon-
sável pelo fim abrupto da sua
carreira na banca, numa altura
em que Ana Maria Fernandes
ponderava a hipótese de aceitar
eso desafio de uma instituição
trangeira.
Conta Ana Maria Fernandes
na referida entrevista que António Mexia - actual CEO da EDP e
'chairman' da EDP Renováveis
- lhe atirou um inesperado "não
vais nada" quando esta lhe contou que ia mudar de rumo pro-
fissional,
banco.
optando
por outro
E não foi: em 1998, integrou a
- de que Mexia
Gás de Portugal
era CEO - como directora de
planeamento estratégico e M&A
e em 2000 assumiu as funções
de directora de estratégia e gestão do 'portfolio' de negócios da
Galp; mais tarde seria simultaneamente presidente da Galp
da
Power e administradora
Transgás. Em 2004 foi nomeada
administradora
da Galp Energia, onde permaneceu até ao
início de 2006; e é membro do
conselho de administração executivo desde 30 de Junho de
2006, tendo sido reeleita em 15
de Abril de 2009.
Entretanto, em Julho de 2008
foi eleita CEO da EDP Renováveis, num acto duplamente insólito: não só era a primeira mulher a figurar numa empresa do
PSI 20, como arranjou um desaguisado com a CMVM - já então
liderada por Carlos Tavares - a
propósito da designação do cargo que passou a ocupar. Passada
a confusão, Ana Maria Fernandes - que gosta de viajar com a
família (duas filhas ainda crianças e o marido, um advogado
brasileiro) e não coloca de parte
um período sabático na política
- sente-se com grande à- vontade na EDP Renováveis.
Foi sentada nesse cadeirão
que já ganhou vários prémios - e é nesalguns internacionais
se cadeirão que o Prémio CEO
em Destaque, referente a 2010,
atribuído pelo Diário Económico e a Heidrick & Struggles, a foi
encontrar. Ana Maria Fernandes está em 6 a lugar 'ex-acquo',
depois de ter sido avaliada, escrutinada e finalmente mensurada sob a óptica muito fina de
uma série de itens.
Genericamente, são seis os
itens que foram escrutinados
pelo Prémio CEO em Destaque,
sendo que os apertados critérios
incidiram sobre as seguintes
matérias: liderança, visão estrasocial,
tégica, responsabilidade
energia-dinâmicomunicação,
ca e resultados. Ana Maria Fernandes atingiu os melhores resultados nas áreas da responsabilidade social e energia-dinâmica; no outro lado, foi no segmento comunicação
que a sua
avaliação foi menos positiva.
¦
PONTOS-CHAVE
Os líderes que
se destacaram
0 Diário Económico inicia hoje
a divulgação dos resultados
do prémio CEO em Destaque,
referente
a 2010, que organiza
com a Heidrick &
em conjunto
Struggles. Até ao fim do mês de
Julho vai conhecer diariamente
os líderes das empresas cotadas
em Portugal que tiveram mais
votos dos visitantes do site
do Diário Económico
Perante as
(www.economico.pt).
votações renhidas, o júri decidiu
atribuir o 6 o lugar 'ex-acquo'
aos CEO que ficaram a partir
lugar e até ao vigésimo
(ver texto do júri na página
ao lado). Assim, na última semana
do mês, conhecerá os cinco
do quinto
que mais se destacaram.
Durante três
O visitantes
O
Económico, economico.pt, votaram
nos 47 líderes das empresas
A votação dos cibernautas
contou para 80% do
resultado final e os restantes
20% ficaram nas mãos do júri,
cotadas na Eurolist em 2010. Mais
de 19 mil pessoas votaram.
composto
e liderado
semanas, os
do site do Diário
por cinco pessoas
por Vítor Bento.
0
0 Júri entendeu classificar
em 6 o lugar 'ex-acquo'
os 15 candidatos que, após o 5°
obtiveram o maior
classificado,
número de votos entre todos
os restantes CEO do Eurolist.
CEO em destaque
2010: decisãodo júri
O Júri tomou conhecimento
e apreciou os resultados da votação espontânea dos participantes
no
painel de escolha do site on-line do Diário Econó-
mico. A referida votação revelou-se expressivamente concentrada em cinco candidatos e, muito
num único que, em consequênparticularmente,
cia, se distanciou muito claramente dos restantes. A
votação nos demais candidatos foi pouco expressiva e, na maior parte dos casos, com diferenças
muito pouco significativas para poder fundamentar
uma razoável hierarquia de escolhas.
Deste modo, em face daquele resultado da votação espontânea e tendo em conta a natureza do
processo em que se fundou esta selecção, o Júri
entendeu que não seria oportuno nem razoável
contrapor qualquer juízo próprio à hierarquização
dos cinco primeiros classificados,
originada naquela votação e, muito em especial, à escolha daí
resultante para atribuição do prémio "CEO em
Destaque".
Todavia e pelas razões já referidas sobre a pouca
expressão das demais votações, o Júri entendeu classificar em 6 S lugar ex-acquo, os 15 candidatos que,
após o 5 e classificado, obtiveram o maior número de
votos espontâneos, entre todos os restantes.
¦
Lisboa,
28
de Junho de 2011
0 Júri
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