Acontece mais ou menos como numa composição musical, o compositor faz uma pré-seleção dos elementos, juntando melodias, letras e sensibilidade num casamento perfeito. O valor real de uma obra de arte está relacionado à disposição dos elementos na tela. É o elemento mais dinâmico. É obtido quando adicionamos elementos visuais aos elementos já existentes, ultrapassando, assim, o limite bidimensional. O espaço característico de volume é o da profundidade. Lembramos, para maios clareza, que na pintura a noção de profundidade é sempre visual, virtual. A profundidade é inferida pela ação de diagonais junto aos planos verticais e horizontais. É um método que permite a representação num plano bidimensional de seres e objetos vistos pelo observador dão a sensação real a partir de um determinado ponto de vista, permitindo uma ilusão de proximidade e distância. Assim visualizamos os objetos de uma forma semelhante à captada pela nossa visão. Rudolf Arnheim (1986) afirma que, para ocorrer a visão, antes necessitamos que a luz seja emitida ou mesmo refletida dos objetos existentes no ambiente. Não podemos obter a visão sem luz. Mas a luz também pode nos auxiliar na representação dos objetos que queremos apresentar em uma imagem. “Graças a ela que vemos o movimento súbito, a profundidade, a distância e outras referências do ambiente. O valor tonal é outra maneira de descrever a luz. As variações de tom nos permitem distinguir oticamente a complexidade do que estamos vendo, podemos perceber o que é escuro porque está junto ou porque superpõe ao claro, e vice-versa, existe sempre uma comparação na relação claro-escuro. Como elemento da linguagem visual, não podemos confundir luz com a luz natural. Em uma linguagem visual, a luz refere-se ao contraste entre o claro e o escuro, e não a um foco de luz. A arte barroco teve origem na Itália. Com o humanismo e com a Reforma, a Igreja Católica teve o seu poder enfraquecido e para reconquistar seu prestígio organizou a Contra-Reforma, ou seja, tomou iniciativas que visavam reafirmar sua doutrina. Nessa época, arquitetos, pintores e escultores foram contratados para transformar as igrejas em verdadeiras exibições artísticas com a intenção de converter todas as pessoas ao catolicismo. A arte barroca tinha predominância na emoção, abusando de efeitos que o contraste claroescuro podia proporcionar, rompendo com o equilíbrio entre o sentimento e a razão. O contraste claro-escuro é extremamente acentuado, bem como composições em diagonal e efeitos de perspectiva aparentemente irreais. Não havia preocupação em apresentar formas perfeitas, e sim, uma sensação de movimento teatral, pois a intenção era atingir a fé através da emoção.