PLATAFORMA DE APOIO A
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AGRICULTURA ORGANICA
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NA CIDADE DE SAO PAULO
Boletim Informativo
PLATAFORMA DE APOIO A AGRICULTURA ORGÂNICA
BOLETIM INFORMATIVO
3
A ZONA RURAL DE SÃO PAULO E SUAS CARACTERÍSTICAS,
PECULIARIDADES E PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO
4
COMUNICAÇÃO, A PONTE POSSÍVEL ENTRE O URBANO E O RURAL
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CRESCIMENTO DO APOIO À PLATAFORMA E À PRODUÇÃO
CULTURAL ORGÂNICA
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DIÁLOGO PERMANENTE SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS:
A CONTRIBUIÇÃO DA PLATAFORMA
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A CIDADE E O CAMPO DANDO AS MÃOS
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INTEGRANTES DA PLATAFORMA PARTICIPAM DA REVISÃO
DO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DE SÃO PAULO
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Agricultor de Parelheiros mostra sua produção na zona Sul de São Paulo.
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Também há uma extensão significativa de terras na Zona Sul com potencial produtivo e com
baixo custo de manutenção. A região possui história tradição na produção agrícola
convencional, sobretudo entre os imigrantes japoneses e germânicos, e uma história recente
de produção orgânica e agroecológica. A área abriga as cabeceiras dos principais
formadores das represas Guarapiranga e Billings, sendo responsável pelo abastecimento
hídrico de 30% da cidade de São Paulo. A conversão para a produção orgânica tem papel
fundamental para a conservação dos serviços ambientais, sobretudo a produção de água
limpa, além de promover justiça social e geração de renda para agricultores. Contudo, a
agricultura, que antigamente foi o motor da economia dessas regiões, teve sua área
progressivamente diminuída, e as áreas agrícolas abandonadas são alvo fácil de invasões e
loteamentos irregulares.
Como estímulo à conversão agroecológica para a produção orgânica além das motivações já
citadas, na outra ponta da cadeia de produção e comercialização, o município de São Paulo
tem como ponto forte a curta distância com o mercado consumidor (sobretudo por meio do
estimulo às feiras orgânicas, além de possuir enorme potencial para contribuir com a
Segurança Alimentar e Nutricional da população, em especial da alimentação escolar do
município). Tal proximidade entre produção e consumo final pode reduzir os custos de
produção e as emissões dos gases do efeito estufa.
Contudo, sabe-se que a criação e manutenção efetiva de uma política pública de apoio à
agricultura orgânica depende de vontade política dos gestores executivos e legislativos.
Nesse contexto, e tendo o objetivo de garantir as reivindicações dos agricultores que se
dedicam a produzir orgânicos nas áreas rurais do município, diferentes instituições da
sociedade civil somaram esforços para elaborar a Plataforma de Apoio à Agricultura
Orgânica no município de São Paulo , em agosto de 2012, visando comprometer na época os
candidatos à Prefeitura e à Câmara Municipal de São Paulo. Após a eleição e até os dias de
hoje, a Plataforma vem assumindo um importante papel na articulação política para
viabilizar a agricultura orgânica em São Paulo, exigindo a participação contínua de seus
apoiadores e dos vereadores do município.
COMUNICAÇÃO, A PONTE POSSÍVEL ENTRE O URBANO E O RURAL
por Tânia Rabello, jornalista especializada em agricultura e titular do blog Alimentos Orgânicos
– Sabor sem Veneno
Existe, ainda, um abismo entre o meio rural e o urbano. Uma minoria tem consciência, nas
grandes metrópoles, sobre como são os processos de cultivo, produção e processamento de
alimentos. O agricultor, por seu lado, preocupado com as lidas diárias e com a venda da
produção, também deixa de lado a divulgação do que e como produz. Não explica, por si só,
seus processos produtivos, cujo conhecimento geral tão útil seria, principalmente no caso da
agricultura orgânica, para reforçar a opção do consumidor por um produto ambiental e
socialmente correto, além de mais saudável. Exemplo mais recente deste abismo é a
descontinuidade do programa diário Globo Rural, em Outubro, sob o argumento de que este
tema “não seduz o público das metrópoles”...
4
Devemos insistir, porém. Não há ponte entre o meio rural e o urbano que não passe pela
comunicação. Por meio dela é dada à população a possibilidade de conhecer, comparar e
fazer escolhas. Escolher, por exemplo, entre um modelo produtivo absolutamente
degradador do meio ambiente, da diversidade biológica, que exclui os pequenos
agricultores e não é pautado pela produção de alimentos, mas pela produção de
commodities de exportação, e outro modelo mais sustentável, que privilegia a produção de
alimentos de forma limpa, por meio da agricultura familiar.
Feira Orgânica do Modelódromo do Ibirapuera
Várias iniciativas, por isso, têm sido tomadas dentro do movimento orgânico para
sedimentar esta ponte entre o rural e o urbano para, em última instância, modificar a matriz
produtiva brasileira, atualmente baseada no uso intensivo de insumos industrias (leiam-se
adubos químicos e agrotóxicos), mecanização intensiva e sementes geneticamente
modificadas.
Entre importantes atividades no campo da comunicação em 2014 estão uma campanha que
incentiva o consumo de orgânicos, idealizado pela agência de publicidade Emigê, em
parceria com a Plataforma de Apoio à Agricultura Orgânica na Cidade de São Paulo, além do
filme “Produzido em São Paulo”, produzido pelo Instituto 5 Elementos – Educação para a
Sustentabilidade e uma das entidades integrantes desta Plataforma. O curta-metragem, com
15 minutos de duração, mostra a São Paulo rural, onde estão os produtores orgânicos e como
eles produzem respeitando a terra e os alimentos na metrópole paulistana.
Além disso, em junho de 2014, durante a Biofach América Latina e a BioBrazil Fair – eventos
5
concomitantes e dedicados aos alimentos e produtos orgânicos e sustentáveis – outra
importantíssima iniciativa, também da Plataforma, foi a coletiva de imprensa para esclarecer
os jornalistas sobre a temática orgânica e sustentável. No ano anterior, 2013, também foi
realizada, com sucesso, esta mesma coletiva. Em 2013 o tema central foi agricultura orgânica;
em 2014, em razão da longa estiagem que afetou principalmente a Região Sudeste, a
temática foi como a agricultura orgânica pode garantir não só a produção de alimentos
saudáveis e ambientalmente corretos, mas também contribuir para a conservação da água.
E assim, de grão em grão (não transgênicos), as iniciativas de comunicação começam a
contribuir para o esclarecimento da população em relação à importância de optar por
produtos orgânicos – que movimentam uma cadeia do bem, beneficiando agricultores
familiares, protegendo áreas de mananciais, conservando o solo e evitando poluir o meio
ambiente, a herança das novas gerações.
CRESCIMENTO DO APOIO À PLATAFORMA E À PRODUÇÃO CULTURAL ORGÂNICA
por Mônica Pilz Borba, gestora institucional do Instituto 5 Elementos
Criada pelo Instituto 5 Elementos, Instituto Kairós e AAO – Associação de Agricultura
Orgânica em setembro de 2012, a Plataforma de Apoio à Agricultura Orgânica na cidade de
São Paulo, nasceu com o apoio de 13 instituições do 3º Setor ligadas ao fortalecimento da
agricultura orgânica em nosso município, sendo elas: ABD-Associação Biodinâmica,
APOSM-Associação de Produtores Orgânicos de São Mateus, AHPCE - Associação Holística
de Participação Comunitária, Casa do Rosário, Centro Paulus, Cooperapas, Fundação Mokiti
Okada, Instituto Pedro Matajs, Instituto Pólis e Instituto Refloresta.
No início de 2013, foi retomado o contato com os candidatos que se comprometeram com a
Plataforma, e que foram eleitos, sendo eles os vereadores Gilberto Natalini (PV), Nabil
Bonduki (PT), Alfredinho (PT) e Goulart (PSD), além do prefeito Fernando Haddad (PT). Neste
momento, o vereador eleito Ricardo Young (PPS) também abraçou a Plataforma. Foi com
apoio das assessorias do Gilberto, Nabil e Ricardo, junto com a sociedade civil conseguiram
realizar a 1ª Semana da Agroecologia da cidade de São Paulo que ocorreu de 21 a 24 de maio
de 2013. Conheça tudo que aconteceu lendo o boletim informativo no link:
http://tinyurl.com/oe7ywue
Para ampliar a participação da sociedade civil e dos movimentos sociais, antes que ocorresse
o evento, as lideranças da Plataforma, Mônica Borba, do Instituto 5 Elementos, Ana Flavia
Badue, do Instituto Kairós, e Marcio Stanziani, da Associação de Agricultura Orgânica,
articularam mais 12 novos parceiros sendo eles: o Instituto Alana, ANC – Associação de
Agricultura Natural de Campinas e Região, Campanha Contra Uso de Agrotóxicos, Conbrafito
– Confederação Brasileira de Fitoterapia, Food Revolucion SP, Greenpeace, IDEC – Instituto
em Defesa do Consumidor, MOA Internacional, Movimento Boa Praça, Vitae Civilis, Slow
Food SP e a SOS Mata Atlântica. Então, desde maio de 2013, a Plataforma já soma 25
instituições parceiras.
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É importante destacar que foi com apoio financeiro de todas estas instituições que foi feito o
vídeo Produzido em São Paulo, que teve mais de 3.715 visualizações no Youtube até
setembro de 2014, e foi selecionado no Programa Tela Verde do Ministério do Meio
Ambiente em 2014, sendo exibido no FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental na
cidade de Goiás Velho/GO, dando visibilidade as ações pelo Brasil e demais países
interessados no tema.
Aldo Demarchi (DEM) durante a Semana de Agroecologia, realizada na Câmara Municipal em 2013.
Após a realização da 1ª Semana da Agroecologia da cidade de São Paulo, a Plataforma
recebeu mais algumas adesões dos vereadores Andrea Matarazzo (PSDB), Aurélio Nomura
(PSDB), Mario Covas Neto (PSDB), Toninho Vespoli (PSOL) e Vitor Kobayashi (PSDB),
comprometendo assim 10 vereadores com a temática da agricultura orgânica na cidade.
Além destas adesões, as ações da Plataforma são apoiadas pela Frente Parlamentar pela
Sustentabilidade da Câmara Municipal de São Paulo e pela Frente Parlamentar do Estado de
São Paulo em defesa da produção orgânica e pelo desenvolvimento da agroecologia.
No início de 2014, quando foi feito o planejamento estratégico da Plataforma, tivemos uma
nova adesão da ONG Ação e Cidadania, e atualmente são 26 instituições e movimentos
sociais que somam esforços para promover a Cultura dos Orgânicos na cidade de São Paulo
e que lutam para que esta cultura faça parte das políticas públicas municipais.
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DIÁLOGO PERMANENTE SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS:
A CONTRIBUIÇÃO DA PLATAFORMA
por André Biazoti, coordenador de projetos do Instituto 5 Elementos
O principal objetivo da Plataforma de Apoio à Agricultura Orgânica na cidade de São Paulo é
articular e promover políticas públicas voltadas aos agricultores da região metropolitana, de
forma a impulsionar a transição agroecológica das propriedades com cultivo convencional e
fortalecer os produtores que já aderiram à nova forma de cultivo. Essa transformação no
modelo de produção agrícola requer políticas públicas consistentes que valorizem o modelo
orgânico de produção e que fortaleça todo o ciclo do alimento, considerando também seu
transporte, comercialização e consumo final.
Mobilização da sociedade civil pela permanência da Feira Orgânica do Modelódromo do Ibirapuera.
Nessa perspectiva, foram realizadas, durante a 1ª Semana de Agroecologia da cidade de São
Paulo realizada na Câmara Municipal em maio de 2013, duas oficinas com temas específicos
para o desenvolvimento das políticas públicas para a agricultura na cidade. Em uma delas,
discutiu-se a relação entre o rural e o urbano, que amadureceu em uma proposta de alteração do Plano Diretor Estratégico da cidade para retomar a Zona Rural do município. Na
outra oficina, formou-se um grupo de trabalho que abordaria os desafios e entraves para a
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comercialização de produtos orgânicos na merenda escolar.
Alguns integrantes da segunda oficina citada compuseram um grupo de trabalho que,
desde então, se debruçaram sobre a questão das compras públicas para a merenda escolar.
Um Projeto de Lei (PL) do vereador Gilberto Natalini (PV), que obrigava a Prefeitura a comprar certa porcentagem de produtos orgânicos para a merenda escolar, foi vetado pelo prefeito Fernando Haddad. Após o veto, o PL 451/2013 foi reescrito pelo grupo de trabalho,
envolvendo o esforço conjunto de apoiadores da Plataforma, do Departamento de Alimentação Escolar (DAE), vinculado à Secretaria Municipal de Educação (SME), e da Supervisão
Geral de Abastecimento (ABAST), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e
Empreendedorismo. A proposta é construir um projeto de lei que possibilite a priorização de
produtos orgânicos nas compras públicas para a merenda escolar, complementando o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que prevê que no mínimo 30% dos produtos
da merenda sejam oriundos de agricultores familiares. De acordo com a nova redação do PL,
a Prefeitura poderá investir recursos a mais para a compra de produtos que sejam orgânicos,
priorizando a aquisição de produtos locais e da agricultura familiar. O PL ainda está em construção e deverá ser apresentado à plenária da Câmara Municipal para sua segunda votação
ainda esse ano.
Além do PL da Merenda Orgânica, a Plataforma também contribuiu para a aprovação do PL
198/2014, que revogou a exigência de registro das cooperativas junto à Organização das
Cooperativas do Brasil (OCB), registro esse que impossibilitava a consolidação das chamadas
públicas para a compra de agricultores orgânicos. Por meio da articulação da Plataforma, o
PL tramitou de forma rápida pela Câmara e possibilitou a compra de 1.000 toneladas de arroz
orgânico e de cerca de 40 toneladas de banana orgânica, referentes às chamadas que
haviam sido publicadas pelo DAE/SME e que tinham possibilidade de ser revogadas devido
ao referido registro. Outro PL que será debatido em audiências públicas e que conta com o
apoio da Plataforma se refere à proibição da comercialização de agrotóxicos no município de
São Paulo (PL 891/2013). Se aprovado, o PL será um marco simbólico para a segurança
alimentar e nutricional, proibindo que venenos agrícolas sejam comercializados na metrópole.
A CIDADE E O CAMPO DANDO AS MÃOS
por Susana Prizendt, arquiteta-urbanista e ativista ambiental, é a coordenadora do comitê paulista
da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
Foi com o desejo de inserir no cotidiano dos habitantes de uma imensa metrópole, a cidade
de São Paulo, os elementos naturais pertencentes ao mundo rural, que um conjunto de pessoas idealizou uma ação inovadora. Nascia o MUDA_SP, sigla que abrevia Movimento Urbano
de Agroecologia de São Paulo. Seu desenvolvimento, iniciado em 2009, a partir de encontros
em um curso de permacultura, foi lento, sujeito aos ciclos dos acontecimentos, oscilando à
entrada de novos integrantes... um processo orgânico que apenas tomou forma para ser
lançado ao público há um ano atrás, em outubro de 2013.
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A data foi cuidadosamente escolhida por ser a semana em que é comemorado o Dia Mundial
da Alimentação, dia 16 de outubro. Naquela ocasião, foi realizado o primeiro grande evento
promovido pelo movimento. Um encontro de vários dias em um local que é símbolo da urbanidade paulistana, o Centro Cultural São Paulo, próximo à avenida mais famosa da cidade, a
Avenida Paulista.
Prefeito Fernando Haddad e secretários visitam a Feira Orgânica do Modelódromo do Ibirapuera.
Mas, quais são as propostas dessa iniciativa que, a partir desse momento, seguiu promovendo atividades para os habitantes da maior cidade do país? Resumidamente, o MUDA_SP
busca uma nova maneira de viver no espaço urbano para que ele se reintegre harmonicamente com o campo. A criação de uma cidade mais verde, a reconexão com os ciclos da
natureza, o estabelecimento de relações solidárias entre aqueles que produzem e aqueles
que se nutrem dos alimentos extraídos da terra e a conquista de uma vida com mais qualidade para todos os seres humanos são objetivos que norteiam todas as ações realizadas pelo
movimento.
Para que o alcance desses objetivos seja possível, o MUDA_SP dedica-se com toda a intensidade a promover a integração de todos aqueles que compartilham o desejo de uma sociedade saudável e fraterna, plena de vitalidade.
Agora, que está completando um ano de seu lançamento oficial, o MUDA_SP mais uma vez
revela sua vocação para unir pessoas e organizações e acaba de celebrar a data, unindo-se
com vários parceiros de caminhada, no Festival de Gastronomia Orgânica de São Paulo,
evento realizado desde 2010 no Parque da Água Branca. O 2o. Encontro Anual do MUDA_SP
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contou com rodas de conversa sobre combate aos agrotóxicos, consumo responsável,
nutrição funcional, valorização da apicultura, proteção de sementes, compostagem e
reaproveitamento de alimentos.
Também foram realizadas oficinas de plantio de ervas medicinais e aromáticas e de criação
de ecoprodutos de limpeza e de brinquedos, que completaram a programação. Além de
uma exposição de fotos sobre hortas urbanas no mundo. O evento se encerrou com uma
linda Feira de Trocas, em parceria com CineClube Socioambiental Crisantempo.
Cada vez mais, o MUDA-SP está se ampliando e mobilizando as pessoas para promoverem
uma transformação no dia a dia da cidade e já começa a espalhar sua sementes para outros
municípios. A cidade e o campo podem dar as mãos e recriar uma forma mais harmônica de
relacionamento entre os habitantes urbanos e os habitantes rurais e também entre os seres
humanos e os demais seres da natureza. Se depender do MUDA-SP, esse novo modelo tem
tudo para brotar com força, crescer com vigor e dar frutos saudáveis para serem compartilhados com alegria.
INTEGRANTES DA PLATAFORMA PARTICIPAM DA REVISÃO
DO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DE SÃO PAULO
por André Biazoti, coordenador de projetos do Instituto 5 Elementos
Ao longo de 61 audiências públicas, ocorridas desde o final de 2013, integrantes da Plataforma de Apoio à Agricultura Orgânica participaram intensamente do processo de revisão
participativa do Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo, política pública que regerá o
desenvolvimento da cidade pelos próximos 16 anos. Além da articulação para o PDE, a Plataforma também marcou presença nas audiências públicas do Programa de Metas do prefeito
Fernando Haddad (PT) para a Prefeitura de São Paulo. A participação da população nas
audiências públicas relativas às políticas públicas da cidade é determinante para o efetivo
controle social da implantação dessas metas e diretrizes ao longo dos anos.
Em relação ao Plano de Metas, a Plataforma de Apoio à Agricultura Orgânica reivindicou a
inclusão dos pontos referentes ao desenvolvimento da agricultura orgânica e urbana no município, além de exigir a ampliação dos equipamentos voltados à segurança alimentar e
nutricional. A participação se deu em 5 audiências públicas das 35 realizadas. Essa articulação possibilitou a inclusão de duas metas importantes, como a implantação de 4 Centros
de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional e o desenvolvimento de ações para a
agricultura urbana e periurbana.
A participação intensa dos integrantes da Plataforma nas audiências públicas de revisão do
Plano Diretor Estratégico de São Paulo também foi crucial para a incorporação de itens
essenciais para o desenvolvimento da agricultura orgânica no município. Nas audiências,
diversas vezes foram destacadas a importância do retorno da Zona Rural do município de
São Paulo, que possibilitará o acesso a linhas de crédito aos mais de 300 agricultores registra11
dos na zona sul da cidade. Além do acesso ao crédito, o retorno da área rural também é
importante para proteger os mananciais que produzem água para boa parte da população
de São Paulo e para garantir que o desenvolvimento da região esteja alinhado à sua vocação
voltada ao turismo rural e à agricultura orgânica e não à ocupação ostensiva e desordenada
das margens das represas Billings e Guarapiranga.
Agricultor Ernesto Oyama participando de audiência pública para revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo.
Também foi reivindicada pela Plataforma a incorporação de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) como um instrumento auto aplicável para viabilizar a conservação de florestas e
de água, remunerando produtores que continuarem a conservar as áreas verdes e a proteger
os corpos hídricos. Esses dois pontos, mais caros ao desenvolvimento e ampliação da agricultura orgânica em São Paulo, foram inseridos no texto do Plano Diretor Estratégico graças à
intensa mobilização promovida pelos integrantes da Plataforma ao longo das audiências
públicas, tanto as realizadas pelo Poder Executivo nas 32 subprefeituras da cidade, quanto
aquelas realizadas pela Câmara Municipal.
A Plataforma de Apoio à Agricultura Orgânica na cidade de São Paulo acredita que todas as
ações de promoção e incentivo à agricultura orgânica devem ser pautadas pelas políticas
públicas municipais, de forma a garantir sustentabilidade para as ações no tempo. A participação nas audiências do Plano Diretor e do Programa de Metas foi crucial para fortalecer os
incentivos à agricultura orgânica na cidade.
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A ZONA
POR ELEIÇÕES
RURAL DESEM
SÃOVENENO
PAULO E SUAS CARACTERÍSTICAS, PECULIARIDADES
E PROPOSTAS
DE DESENVOLVIMENTO
por Susana Prizendt, arquiteta-urbanista e ativista ambiental, é a coordenadora do comitê paulista
Campanha
Permanente
Contra do
os Agrotóxicos
e Pela Vida
pordaAna
Flávia Badue,
coordenadora
Instituto Kairós
Poucos habitantes sabem que o município de São Paulo tem uma área de 1.523 km2, dos
A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, iniciativa que foi criada há mais
quais 222 km2 são em zona rural, compreendendo 14,75% do território municipal. A maior
de 3 anos para promover a reflexão e o combate ao envenenamento praticado nos campos,
parte desta área encontra-se ao sul, no território das Subprefeituras de Parelheiros (que
é um dos movimentos apoiadores da Plataforma de Apoio à Agricultura Orgânica. Formada
contempla mais de 350 km²), Capela do Socorro e M’Boi Mirim, onde são desenvolvidas
por mais de 100 instituições do setor ambiental, nutricional, de saúde, de camponeses e de
atividades produtivas que vão desde a horticultura (cultivo de hortaliças, frutas, plantas
direitos humanos, entre outros, a Campanha realiza ações constantes junto ao poder público
ornamentais, plantas medicinais, entre outros) e extração mineral e vegetal, ao ecoturismo e
e nas comunidades.
turismo rural. Na região, há mais de 300 agricultores atuando na região com o apoio de uma
Casa de Agricultura Ecológica em Parelheiros, inaugurada em 2008. Na Zona Leste, também
existem áreas rurais incrustadas no cenário urbano, com valiosos esforços para o
desenvolvimento da agricultura orgânica em pequenas propriedades, e cerca de 80
agricultores cadastrados na Casa de Agricultura Ecológica da Zona Leste, inaugurada em
2011. Ali, a produção ocorre principalmente nos bairros de São Mateus, Itaquera, Guaianazes
e Cidade Tiradentes, focada basicamente na produção de hortaliças e na fruticultura. A Casa
de Agricultura da Zona Leste, também atende agricultores da Zona Norte, cuja produção
agrícola tem importante papel na proteção de maciços como a Serra da Cantareira.
Participantes da Semana de Agroecologia, realizada na Câmara Municipal em 2013.
O ano de 2014 foi estratégico por ser um ano de eleições a nível federal e estadual e trouxe
ao povo brasileiro a possibilidade de escolher representantes dignos da imensa responsabilidade de tomar as decisões que ditam as diretrizes da produção, da distribuição e do consumo de alimentos no país.
Para comprometer os candidatos aos cargos do legislativo e executivo com as medidas
necessárias para a Agricultor
conquista
de umamostra
sociedade
maisnasaudável,
justa
e solidária, a Campanha
de Parelheiros
sua produção
zona Sul de São
Paulo.
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Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida criou mais uma vez sua carta de compromissos, documento elaborado com a participação de muitos parceiros do ativismo nesse setor.
Trata-se de uma ação prioritária, pois foi com a carta assinada pelos eleitos nas eleições municipais que a Campanha em São Paulo conseguiu cobrar os compromissos e promover algumas boas mudanças no panorama paulistano. Independentemente de partidarismos, a carta
foi amplamente divulgada para que os candidatos realmente dispostos a agir pelas causas
defendidas pela Campanha assinassem.
Como resultado, a Campanha reuniu os signatários numa lista de nomes, divulgada para que
os eleitores pudessem refletir e votar com consciência. Após o primeiro turno, foi constatada
a eleição de alguns dos signatários e a missão poderá prosseguir com os integrantes da Campanha trabalhando com os eleitos a partir de suas posses em 2015.
Todos podem conhecer a carta, a lista dos candidatos que a assinaram e ver quais deles se
elegeram, ajudando-os a caminharem na promoção das ações que se comprometeram a
realizar.
Para mais informações, é só acessar o site www.muda.org.br ou escrever para [email protected] e seguir com vigor na construção de uma vida com alimentos livres de
contaminação química por agrotóxicos.
14
COO R D E N AÇ ÃO :
AP O I O O N GS E SO CIEDADE CIVIL:
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AGRICULTURA ORGANICA