Física Geral 2010/2011 3 - Movimento a duas dimensões: Consideremos agora o movimento em duas dimensões de um ponto material, através do estudo das quantidades vectoriais posição, velocidade e aceleração. Vectores posição, velocidade e aceleração: No capítulo anterior estudámos o movimento a uma dimensão para o qual conhecemos a posição de uma partícula em cada instante se conhecermos a posição em função do tempo. Vamos agora estender o mesmo conceito para o movimento a duas dimensões. Designamos o vector posição, r com origem no sistema de coordenadas XY até á posição da partícula num dado instante. Representamos assim o vector deslocamento r de acordo com a figura 1. Figura 1 Intervalo de tempo: t t f ti Vector posição de um ponto: r rxiˆ ry ˆj xiˆ yˆj Vector deslocamento de um ponto material que se desloca de A para B: r rB rA rfinal rinicial A velocidade média define-se como: r v v f vi t E tem a mesma direcção do vector deslocamento. r dr A velocidade instantânea representa a velocidade em cada instante: v lim t 0 t dt E tem direcção tangente á trajectória. Escola Superior Náutica Infante D. Henrique Departamento de Engenharia Marítima 1 Física Geral 2010/2011 v A aceleração média define-se como: a t E tem a mesma direcção de v A aceleração instantânea representa a aceleração em cada instante: v dv a lim t 0 t dt Movimento a duas dimensões com aceleração constante: Considerando o vector posição de uma partícula em cada instante no plano XY: r xiˆ yˆj Podemos escrever o vector velocidade: E o vector aceleração: dr dx ˆ dy ˆ v i j vxiˆ v y ˆj dt dt dt dv dvx ˆ dv y ˆ a i j axiˆ a y ˆj dt dt dt Partindo agora das expressões que representam a posição e velocidade em cada instante para uma dimensão, podemos escrever as respectivas expressões vectoriais para duas dimensões e as suas componentes XY: Velocidade: Uma dimensão: v v0 at Duas dimensões: v v0 at Posição: Uma dimensão: vx v0 x a x t v y v0 y a y t 1 x x0 v0 xt axt 2 2 1 Duas dimensões: r r0 v0t at 2 2 Escola Superior Náutica Infante D. Henrique 1 2 x x0 v0 x t 2 a x t 1 y y0 v0 y t a y t 2 2 Departamento de Engenharia Marítima 2 Física Geral 2010/2011 Movimento de Projecteis a duas dimensões: Caso particular do movimento a duas dimensões tratado anteriormente, em que um corpo apenas está sujeito ao campo gravítico, logo não existe aceleração segundo a horizontal e em que a aceleração vertical é a aceleração gravítica g que aponta para baixo, portanto no sentido negativo do eixo Y: a axiˆ a y ˆj ax 0 a y g Velocidade: Posição: a 0iˆ gˆj ( g 9.8m.s 1 ) vx v0 x v y v0 y gt x x0 v0 xt y y v t 1 gt 2 0 0y 2 Componentes da velocidade inicial: Exemplo: v0 x v0 cos v0 y v0 sen Figura 2 Altura máxima H: quando v y 0 Alcance máximo R: quando y 0 Escola Superior Náutica Infante D. Henrique Departamento de Engenharia Marítima 3 Física Geral 2010/2011 Movimento circular uniforme Considerando o movimento circular com velocidade constante como representado na figura: Figura 3 Sabemos que aceleração média é: v a t v r Considerando a figura 3, pela semelhança de triângulos, podemos escrever: v r Logo, dividindo ambos os membros por t , a magnitude da aceleração média é: v v r a t r t Se as posições inicial e final se aproximarem, de modo a que: t 0 aceleração média aceleração instantânea No movimento circular uniforme o vector aceleração aponta para o centro da trajectória, sendo por isso designada, aceleração centrípeta: ac v2 r O tempo que uma partícula demora a completar uma volta completa designamos por período (T), sendo a velocidade constante, podemos escrever: v 2r T Escola Superior Náutica Infante D. Henrique T 2r v Departamento de Engenharia Marítima 4 Física Geral 2010/2011 Aceleração centrípeta e tangencial: Considerando a trajectória de um ponto material ao longo de uma curva Figura 4 Se a variação na velocidade do movimento tem componentes centrípeta (ou normal) e tangencial, e se considerarmos os vectores unitários n e t, respectivamente normal (apontando para o centro) e tangente á trajectória em cada ponto desta, então: a at tˆ an nˆ A componente tangencial é responsável pela variação na velocidade da partícula e tem a mesma direcção da velocidade instantânea: dv at dt A componente normal representa a variação na direcção no vector velocidade da partícula e tem a mesma direcção radial e aponta para o centro da trajectória: an ac Aceleração total: v2 r d v ˆ v2 a t nˆ dt r Escola Superior Náutica Infante D. Henrique Departamento de Engenharia Marítima 5