Curso de Engenharia da Computação IMPLANTAÇÃO DE UM SERVICE DESK UTILIZANDO SAP – SOLUTION MANAGER – UM ESTUDO DE CASO César Carvalho Sevilha Campinas – São Paulo – Brasil Dezembro de 2009 ii Curso de Engenharia da Computação IMPLANTAÇÃO DE UM SERVICE DESK UTILIZANDO SAP – SOLUTION MANAGER – UM ESTUDO DE CASO César Carvalho Sevilha Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Engenharia da Computação da Universidade São Francisco, sob a orientação do Prof. Claudio Maximiliano Zaina, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação. Orientador: Prof. Claudio Maximiliano Zaina Campinas – São Paulo – Brasil Dezembro de 2009 2 iii Dedico meu trabalho a toda minha família que sempre me apoiou e me ajudou a alcançar meus objetivos. 3 iv Agradecimentos Agradeço a Deus que me deu forças para conseguir atingir todos os meus objetivos. Aos meus familiares, meus pais, Wanderley e Luiza e ao meu irmão Caio que foram fundamentais para meu crescimento pessoal e profissional. Ao meu orientador Professor Claudio Maximiliano Zaina pelo apoio apresentado em todo o projeto. 4 v Resumo Atualmente o crescimento e desenvolvimento das organizações está diretamente ligado a qualidade e eficiência dos serviços prestados pela área de Tecnologia da Informação. Serviços operantes, garantia de maior produtividade, redução de custos e melhor o aproveitamento do investimento são partes da missão que a área de TI adota quando passa a utilizar a metodologia ITIL. O trabalho proposto apresenta a implantação de um Service Desk, utilizando a metodologia ITIL. O objetivo dessa implantação é buscar melhores resultados no atendimento dos chamados buscando a resolução definitiva dos problemas gerados pela área cliente, garantindo que problemas que afetam diretamente o negócio sejam identificados e resolvidos o mais rápido possível. PALAVRAS-CHAVE: Service Desk, ITIL, Suporte à Serviço, Entrega de Serviço 5 vi Abstratc Currently the growth and the development of the organizations is directly related to the quality and efectiveness of the provided services by the Information Technology area. Operating services, higher productivity guarantee, costs reduction and better use of the investments are parts of the mission that IT adopts when it starts to use the ITIL methodology. The proposed work shows the implementation of a Service Desk using the ITIL methodology. The objective of this implementation is to find better results on tickets support, focusing on conclusive resolution of the problems generated by the customer area, guaranteeing that problems affecting directly the business be identificated and solved as soon as possible. KEY WORDS: Service Desk, ITIL, Service Support, Service Delivery 6 vii Sumário 1 Introdução ................................................................................................................... 11 1.1 Deferencial do trabalho ........................................................................................... 11 1.2 Objetivos ................................................................................................................ 12 1.3 Organização do trabalho.......................................................................................... 13 2 Metodologia ................................................................................................................. 14 2.1 Realização da pesquisa............................................................................................ 14 2.1.1 Metodologia ITIL x área de aplicações em TI ................................................... 14 2.1.2 Escolha do service desk (SAP).......................................................................... 15 2.2 Introdução ao ITIL .................................................................................................. 15 2.3 Publicação ITIL - Suporte a Serviços (Service Support) .......................................... 16 2.3.1 Gerenciamento de Incidentes (incident Management) ....................................... 16 2.3.2 Gerenciamento de problemas (problem management) ....................................... 18 2.3.3 Gerenciamento de Mudanças (Change Management)........................................ 19 2.3.4 Gerenciamento de Liberações (Release Management)....................................... 20 2.3.5 Gerenciamento da Configuração (Configuration Management)......................... 20 2.3.6 Central de Serviços (Service Desk) ................................................................... 21 2.4 Publicação ITIL - Entrega de Serviços (Service Delivery) ....................................... 24 2.4.1 Gerenciamento de nível de serviço (service level management) ........................ 24 3 IMPLANTAÇÃO DO SERVICE DESK ..................................................................... 26 3.1 Empresa Alfa .......................................................................................................... 26 3.2 Gestão de IT na empresa Alfa ................................................................................. 26 3.3 Implantação do service desk na empresa Alfa.......................................................... 28 3.3.1 Motivo da implantação ..................................................................................... 28 3.3.2 Escopo de Implantação ..................................................................................... 29 3.3.3 Passos da Implantação ...................................................................................... 29 3.3.4 Indicadores Chave de Desempenho (Key Performace Indicator) - KPI ............. 32 3.3.5 Conceituação para implantação do Service Desk............................................... 36 3.3.6 Dificuldades encontradas na implantação.......................................................... 41 4 Conclusão..................................................................................................................... 43 4.1 Contribuições.......................................................................................................... 44 4.2 Extensões................................................................................................................ 44 7 viii Lista de Siglas ANS Acordo de Nível de Serviço CAB Change Advisory Board CMDB Banco de Dados de gerenciamento de Configuração (Configuration Management Database) ERP Enterprise Resouce Planning ICT Infrastructure Management ITSMF Information Technology Service Management Forum (Fórum de Gerenciamento de Serviços de Tecnologia da Informação) IT Information Technology (Tecnologia da Informação) ITIL Information Tecnology Infrastructure Library OGC Office for Government Commerce (Secretaria de Comércio do Governo) OLA Operation Level Agreement ROI Retorno de Investimento SAP Empresa Alemã criadora do Software de Gestão de Negócios, SAP – ERP. SLA Service Level Agreements SLM Service Level Management SPOC Single Point Of Contact RDM Requisição de Mudanças TI Information Technology (Tecnologia da Informação) KPI Key Performace Indicator 8 ix Lista de Figuras Figura 1 - Módulo Service Desk - Solution Manager – SAP ................................................. 12 Figura 2 - Processo ITIL (MAGALHAES; PINHEIRO,2007.P.64) ...................................... 16 Figura 3 - Processo de Gerenciamento de Incidente (MAGALHAES; PINHIEIRO, 2007. P. 36) ....................................................................................................................................... 17 Figura 4 - Relação entre problemas e erros conhecidos (ITSMF, 2006. P. 45)..................... 18 Figura 5 - Processo de Gerenciamento de Problemas (ITSMF, 2006.P. 48)......................... 19 Figura 6 - Antes e depois do processo de Gerenciamento de Liberação (ITSMF, 2006). ...... 20 Figura 7 - CMDB – Banco de Dados para Gerenciamento de Configuração (ITSMF, 2005. P.65).................................................................................................................................... 21 Figura 8 - Atuação Central de Serviços (MAGALHAES; PINHIEIRO, 2007.P. 113)............ 23 Figura 9 - Processo Service Desk (ITSMF, 2001:p.33)........................................................ 24 Figura 10 - Descrição Gerenciamento de Nível de Serviço (Site, Company Web)................. 25 Figura 11 - Gestão de chamados na empresa ALFA............................................................. 27 Figura 12 - Pesquisa de Satisfação da empresa Alfa ............................................................ 32 Figura 13 - KPI – Pesquisa de Satisfação ............................................................................ 33 Figura 14 - KPI – Acompanhamento dos níveis de serviço prestado por TI (SLA)................ 33 Figura 15 - KPI de Acompanhamento mensal de chamados ................................................. 34 Figura 16 – KPI - Volume de chamados abertos x Módulos de Atendimento ........................ 35 Figura 17- KPI - Qualidade no Atendimento dos chamados Incident ................................... 35 Figura 18 - Perfil de disponibilidade para acordo de SLA (Horário) ................................... 38 9 x Lista de Tabelas Tabela 1 - Perfil de disponibilidade para acordo de SLA (Dias da semana)......................... 39 Tabela 2 - Gestão do SLA por Status e Classificação dos chamados .................................... 40 10 1 INTRODUÇÃO Atualmente o desenvolvimento das organizações está diretamente ligado ao desenvolvimento de sua área de Tecnologia de Informação (TI). Os processos mais críticos das empresas são suportados por sistemas desenvolvidos. Portanto, a qualidade de seus serviços influencia diretamente na qualidade dos produtos que a empresa entrega aos seus clientes. Desta forma, processos eficazes e eficientes de gerenciamento de serviços de TI são fundamentais para o sucesso de toda corporação. Com o crescimento da demanda de clientes e da globalização das empresas, o fornecimento de serviços com qualidade e eficiência tornou-se a diferença entre o sucesso e o fracasso e uma importante vantagem competitiva para as organizações. Diante desse cenário faz-se necessária a adoção de uma metodologia para assegurar o seu desempenho aos processos do negócio. A metodologia ITIL - Biblioteca de Infra-estrutura de Tecnologia da Informação (Information Technology Infrastructure Library) tem ajudado a área de TI a elaborar uma estratégia junto ao negócio para atender suas necessidades e manter bons níveis de qualidade e eficiência em relação ao serviços prestados. O trabalho em desenvolvimento utiliza a metodologia ITIL, dando ênfase em suas melhores práticas, características e benefícios. 1.1 Deferencial do trabalho O diferencial desse trabalho será a implantação de um Service Desk, que é uma função dentro da TI com o objetivo de ser a interface operacional entre a área de TI e os usuários da organização. Será utilizado para essa implantação a ferramenta Solution Manager fornecida pela empresa SAP, uma organização Alemã responsável pelo sistema SAP, um sistema baseado em ERP (Enterprise Resouce Planning). A sistema Solution Manager é composto de vários módulos. Para essa implantação será utilizado somente o módulo chamado Service Desk. 11 Os módulos do Solution Manager estão apresentados na Figura 1. O modulo Service Desk, que será “adaptado” para atender as necessidades da empresa. Figura 1 - Módulo Service Desk - Solution Manager – SAP O módulo Service Desk será “adaptado” para garantir o atendimento de todos os serviços de TI, centralizando a abertura das solicitações em um único lugar, garantindo uma maior qualidade e rapidez no atendimento ao cliente interno. 1.2 Objetivos O objetivo desse trabalho é a implantação de um Service Desk, um dos módulos da ferramenta SAP Solution Manager. Para que o objetivo seja alcançado será necessário atingir alguns objetivos específicos: • Descrever os processos ITIL Suporte à Serviço (Todos seus elementos) e Entrega de Serviços (somente o elemento - Gerenciamento de Nível de Serviço (Service Level Management)) que serão utilizados no estudo de caso; • Descrever dentro da metodologia ITIL a função Service Desk; • Descrever o produto Solution Manager (SAP) enfatizando o módulo Service Desk; 12 • Identificar os processos que serão atendidos pelo Service Desk; • Identificar o escopo da implantação do Service Desk; • Levantar os benefícios de implantar o Service Desk; • Apresentar um estudo de caso dando foco na implantação do Service Desk do produto Solution Manager (SAP). 1.3 Organização do trabalho O trabalho desenvolvido esta organizado da seguinte forma: O capítulo 1 descreve os objetivos, benefícios da utilização da metodologia ITIL, nesse capítulo também é apresentada uma introdução a metodologia. O capítulo 2 descreve de forma geral a metodologia ITIL, apresentando duas de suas publicações (Publicação de suporte a serviço e a Publicação de entrega de serviços). A implantação é apresentada no capítulo 3. As conclusões e contribuições obtidas com a implantação são apresentadas no capitulo 4. 13 2 METODOLOGIA 2.1 Realização da pesquisa As organizações geram muitos incidentes de diferentes assuntos, tais como, hardware, software, telefonia, infra-estrutura predial etc. A maioria das vezes a entrada desses incidentes é feita de maneira desorganizada e sem utilizar nenhuma metodologia. A implantação do Service Desk será utilizada para organizar a entrada de solicitações na área de TI. O Service Desk possibilita ao cliente interno ter um Ponto Único de Contato (Single Point Of Contact (SPOC) para todos os serviços e assim contar com uma comunicação mais efetiva entre eles. Sua principal missão é restabelecer a operação normal na área de informática o mais rápido possível, minimizando o impacto nos negócios causados por falhas. Para acompanhar o negócio das organizações, a área de TI das empresas deve estar preparada para garantir um suporte com qualidade e eficiência. Para isso é necessário que TI utilize uma metodologia de trabalho. A metodologia ITIL é mundialmente reconhecida e utilizada pela maioria das empresas, por esse motivo foi utilizada como base da solução implantada. (STATDLOBER, 2006, p.34). 2.1.1 Metodologia ITIL x área de aplicações em TI A metodologia ITIL, como seu nome já diz, é uma biblioteca de infra-estrutura de tecnologia da informação. Esta tecnologia elenca as melhores práticas de implantação dos processos na área de infra-estrutura de TI. Porém muitos de seus processos também podem orientar o modo de trabalho da área responsável pelo desenvolvimento de aplicações dentro da área de TI. (MAGALHAES; PINHEIRO,2007, p. 65). A implantação foi realizada em uma empresa que precisava organizar o atendimento de seus incidentes na área de aplicação. Uma seleção dos processos da metodologia ITIL foi realizada, para atender a necessidade da implantação. 14 2.1.2 Escolha do Service Desk (SAP) No trabalho em desenvolvimento foi realizada a implantação de um Service Desk do produto Solution Manager da empresa SAP. Um empresa Alemã, que é a líder mundial em software de gestão empresarial. A empresa na qual a implantação foi realizada é uma organização onde todos os processos do negócio são controlados por um ERP (Enterprise Resouce Planning) ou SIGE (Sistemas Integrados de Gestão Empresarial) da empresa SAP. Em uma empresa onde a maioria dos incidentes é ocorre dentro do ERP, nada melhor que utilizar uma ferramenta voltada para controlar esses problemas com a maior eficiência possível. Por isso a ferramenta escolhida para a implantação do Service Desk foi o Solution Manager da empresa SAP. 2.2 Introdução ao ITIL ITIL é uma série de livros. Assim como o nome já sugere é uma biblioteca (Biblioteca de Infra-estrutura de Tecnologia da Informação). A metodologia ITIL é um conjunto de melhores práticas para garantir a qualidade dos serviços prestados na área de TI. A relação entre o gerenciamento dos serviços e o relacionamento com seus cliente é a parte fundamental dessa metodologia. Não existe uma única maneira de implantar a ITIL, pois em cada organização as atividades do dia-a-dia, os processos e serviços são diferentes. Portanto ITIL não é um método e sim um conjunto de sugestões para planejar um atendimento eficiente e eficaz de todos os serviços prestados por TI (MAGALHAES; PINHEIRO,2007, p. 65). Para organizar todo o conjunto de sugestões dessa metodologia existiam muitos livros que tratavam de forma abrangente o assunto de gerenciamento de serviços em TI, entre os anos de 2000 e 2002 o OGC fez uma revisão e publicou oito livros para resumir a metodologia ITIL, esses livros são: • Service Support (Suporte a Serviços) • Service Delivery (Entrega de Serviços) • Planning to Implement Service Management (Planejamento da Implantação de Gerenciamento de Serviços) • Application Management (Gerenciamento de Aplicativos) • Security Management (Gerenciamento de Segurança) 15 • ICT - Infrastructure Management (Gerenciamento de Infra-estrutura) • Business Perpective (Perspectiva de Negócios) • Management Software Evaluation (Gerenciamento de Avaliação de Software) (ITSMF, 2006) A Figura 2 demonstra o alinhamento entre a área de TI e as demais áreas do negócio utilizando todos os elementos do ITIL. Figura 2 - Processo ITIL (MAGALHAES; PINHEIRO,2007.P.64) Como já informado na seção “Objetivo”, somente as publicações “Suporte a Serviços” e “Entrega de Serviço” serão necessárias para a realização desse trabalho. 2.3 Publicação ITIL - Suporte a Serviços (Service Support) Os cinco principais processos do ITIL são apresentados na publicação Suporte a Serviços. 2.3.1 Gerenciamento de Incidentes (incident Management) Gerenciamento de incidentes o processo trata qualquer evento que é diferente daqueles tidos como eventos-padrão ocorridos no ambiente de operações de serviços e que pode causar uma interrupção no serviço prestado ou redução na qualidade do serviço prestado. (OGC, 2001a. p. 71). 16 Para garantir um tempo de resposta para seus clientes é acordado um nível de serviço entre TI e a área cliente. Esse acordo é conhecido como Acordo de Nível de Serviço (ANS) ou Service Level Agreements (SLA). Ele garante que os incidentes sejam resolvidos dentro do prazo préestabelecido. Os principais objetivos desse processo são: • Encontrar a solução para os incidentes o mais rápido possível; • Sempre informar o usuário que qualquer mudança no status ou na prioridade do incidente; • Avaliar os principais e recorrentes incidentes para acionar o processo de Gerenciamento de Problema a fim de encontrar a causa raiz para este problema. A Figura 3 demonstra a entrada e a saída do processo de gerenciamento de Incidentes e todas suas atividades. Também é possível observar as interações entre o processo de gerenciamento de incidentes e os demais processos da metodologia ITIL. Figura 3 - Processo de Gerenciamento de Incidente (MAGALHAES; PINHIEIRO, 2007. P. 36) 17 2.3.2 Gerenciamento de problemas (problem management) Diariamente a TI resolve o mais rápido possível todos os incidentes que são gerados por seus clientes, evitando que processos críticos fiquem parados impactando no negócio. A rapidez nessa resolução nem sempre é eficaz, pois os incidentes voltam a acontecer. O Gerenciamento de Problemas tem o objetivo de classificar esses incidentes e encontrar relacionamentos entre eles a fim de encontrar a causa raiz e prover uma solução (STATDLOBER, 2006. P. 39). O processo de Gerenciamento de Problemas tende a encontrar uma causa para a relação entre muitos incidentes. A fim de eliminar esse causa muitas vezes é apresentada uma Requisição de Mudanças (RDM) (ITSMF, 2006. P. 45). A Figura 4 ilustra o processo da identificação de um problema até a criação de uma requisição de mudança para eliminação do problema encontrado. Figura 4 - Relação entre problemas e erros conhecidos (ITSMF, 2006. P. 45) 18 A Figura 5 resume o processo de Gerenciamento de Problemas, demonstrando a importância desse processo ao prevenir e tratar falhas e erros. Figura 5 - Processo de Gerenciamento de Problemas (ITSMF, 2006.P. 48) 2.3.3 Gerenciamento de Mudanças (Change Management) Este processo tem como missão garantir a qualidade no gerenciamento de todas as mudanças que possam causar impacto na entrega dos serviços em TI. O processo tende a garantir um equilíbrio entre a necessidade de uma mudança e o impacto gerado por ela. Todas as mudanças devem ser registradas e aprovadas por todos que forem impactados por ela. Somente depois de uma previa aprovação essa mudança pode ser aplicada no ambiente produtivo. Para aprovação dessa mudança geralmente são realizadas reuniões com um comitê representado por integrantes da área de TI e de representantes da área de negócio OGC (2001a, p.165). Três tipos de mudanças são tratadas nesse processo: • Mudança-Padrão; • Mudança-Normal; • Mudança Emergencial. (MAGALHAES; PINHEIRO, 2007. P. 225). 19 2.3.4 Gerenciamento de Liberações (Release Management) O processo de Gerenciamento de Liberações tem como objetivo controlar todas as novas liberações de hardware ou software que foram enviadas para o ambiente produtivo. (PINHEIRO, 2006.p.53). Esse processo também contribui para aumentar a eficiência da introdução de mudanças no ambiente de infra-estrutura de TI e garante uma maior integridade do ambiente produtivo. O ambiente só será atualizado depois que todos os procedimentos de testes forem executados é aprovados. (OGC, 2001a, p. 203). O processo de Gerenciamento de Liberações está diretamente ligado ao processo de gerenciamento de mudanças. A Figura 6 demonstra algumas das situações antes e depois da implantação do processo de Gerenciamento de Liberação. Figura 6 - Antes e depois do processo de Gerenciamento de Liberação (ITSMF, 2006). 2.3.5 Gerenciamento da Configuração (Configuration Management) Todos os componentes configurados e instalados no ambiente produtivo da organização devem ter uma documentação detalhada para uma rápida identificação em caso de problemas ou qualquer mudança. O processo de Gerenciamento de Configuração garante que esse inventário seja feito de forma organizada. 20 Quando uma mudança for necessária, sua análise de impacto e risco será muito mais fácil, ágil e transparente pois o processo de gerenciamento de configuração fornece informações para todos os demais processos. Para garantir a disponibilidade dessa informação esse processo tem um Banco de Dados de gerenciamento de Configuração (Configuration Management Database) –CMDB. Esse banco de dados torna possível a integração entre os demais processos. (OGC, 2001a, p. 121) A Figura 7 mostra com o processo de gerenciamento de configuração é um inventário para todos os demais principalmente para o processo de mudanças. Figura 7 - CMDB – Banco de Dados para Gerenciamento de Configuração (ITSMF, 2005. P.65) 2.3.6 Central de Serviços (Service Desk) A Central de Serviços, também conhecida em inglês como Service Desk, é uma função dentro da TI e não um processo de TI. Tem como objetivo ser uma interface operacional entre a área de TI e os usuários da organização. A Central de Serviço (Service Desk) é uma evolução do conceito Help Desk. Um Help Desk, que tradicionalmente atende problemas de hardware e ajuda a softwares básicos. A Central de 21 Serviços assume, todas as solicitações dos usuários relacionadas a qualquer serviço prestado pela a área de TI. (STATDLOBER, 2006, p.39) A interface gerada pelo Service Desk entre a área de TI e as áreas de negócio proporciona muitos benefícios para o suporte da área de TI. Uma vez que a área técnica não é mais acionada diretamente pelo usuário final, o serviço prestado ganha mais qualidade e agilidade. Alguns aspectos motivadores levam as organizações a investir na implantação de uma Central de Serviço, a seguir serão listados alguns desses aspectos: • Fornecer um Ponto Único de contato (SPOC - Single Point of Contact) para a área cliente, simplificando suas atividades e permitindo a área de TI realizar um maior controle sobre todos os serviços disponibilizados; • Acompanhar e suportar todas as mudanças relacionadas aos serviços da área de TI; • Assegurar um suporte técnico com alto nível de qualidade e eficiência; • Assegurar que o tempo de atendimento sejo o menor possível garantindo um maior índice de disponibilidade dos serviços da área de TI; • Contribuir com a satisfação dos clientes em relação aos serviços prestados pela área de TI; 22 A Figura 8 apresenta a atuação de uma Central de Serviços dentro de uma organização. Apresenta como o negócio pode realizar a comunicação dos problemas, como a análise dessa comunicação é realizada e quais os procedimento adotados após essa analise. Figura 8 - Atuação Central de Serviços (MAGALHAES; PINHIEIRO, 2007.P. 113) Existem 3 tipos de Centrais de Serviços, que devem ser analisadas para melhor atender o processo da empresa. • Central de Serviço Local – Utilizada por organizações que não possuem filiais; • Central de Serviço Centralizada – Utilizada por organizações que tenham unidades físicas distantes e com a utilização de serviços de TI diversificados; • Central de Serviço Virtualizada – Para organizações que não querem ter equipe de suporte centralizada ou que não têm demanda para justificar um equipe interna, o que pode ser apoiado pelo compartilhamento da base de conhecimento. A Central de Serviços tem relação com muitos processos do ITIL. Sua principal atividade é resolver todos os problemas levantados pela área cliente com a maior eficiência possível evitando problemas com o negócio (ITSMF, 2005. P. 27). 23 A Figura 9 demonstra a relação que uma Central de Serviços tem com os processos ITIL. Figura 9 - Processo Service Desk (ITSMF, 2001:p.33). 2.4 Publicação ITIL - Entrega de Serviços (Service Delivery) Somente o processo de Gerenciamento de Nível de Serviço será estudo para esse trabalho, os outros processos não irão influenciar no estudo de caso apresentado aqui. 2.4.1 Gerenciamento de nível de serviço (Service Level Management) O processo de Gerenciamento do Nível de Serviço gerencia a qualidade dos Serviços que TI entrega a seus clientes. Esses níveis são controlados, conforme os acordos firmados entre os usuários e o departamento de TI chamados Acordos de Nível de Serviço (ANS) (em inglês Service Level Agreement - SLA). (PINHEIRO, 2006, p.70). O objetivo do Gerenciamento de Nível de Serviço é realizar uma melhoria continua na eficiência e qualidade dos serviços prestados pela área de TI, ao um custo aceitável ao negócio. Através do monitoramento desses serviços por meio de relatórios é possível montar um plano estratégico para o negócio. O processo de Gerenciamento de Nível de Serviço cria um vinculo entre a área de TI e seus clientes. 24 As principais atividades desse processo são: • Composição de um catalogo de serviço; • Garantir uma melhoria continua nos serviços de TI; • Assegurar que todos os Acordos de Níveis Serviços (ANS) sejam cumpridos; • Monitoramento constante dos Acordos de Níveis de Serviço (ITSMF, 2006, p.227). A Figura 10 demonstra o processo de Gerenciamento de Nível de Serviço. Figura 10 - Descrição Gerenciamento de Nível de Serviço (Site, Company Web) 25 3 IMPLANTAÇÃO DO SERVICE DESK 3.1 Empresa Alfa A empresa Alfa é uma multinacional de origem Alemã situada em Campinas as mais de 50 anos. Ela atua em diversos seguimentos, porém o como principal é o automobilístico. Seus produtos são utilizados nas principais montadoras de automóveis do país como FIAT, Honda, Audi e Toyota. Alfa. A emprega mais de 5000 funcionários. Destes 150 estão voltados para área de TI, sendo divididos basicamente em dois grupos: • Equipe de Infra-estrutura (50 funcionários); • Equipe de Aplicação (100 funcionários) Devido ao grande número de funcionários a área de TI recebe muitas solicitações por serviços de : • Software (instalação, adaptação, criação, etc..); • Hardware (instalação, manutenção, compra, etc..) • Telefônica (instalação e manutenção) Para manter a qualidade dos serviços em TI foi necessário adotar uma metodologia que para ajudar a organizar o processamento dessas solicitações. A metodologia adotada foi a ITIL. 3.2 Gestão de TI na empresa Alfa O dia a dia da área de TI na empresa Alfa é estruturado da seguinte forma: • Suporte – Realiza o atendimento de chamados gerados por todas as unidades de negócios da empresa, sejam eles chamados de infra-estrutura ou chamados de aplicação; • Projeto – Atender as novas solicitações de projetos e melhorias em processo já existentes. Os chamados da área cliente são classificados de três formas: • Chamados de Suporte – Chamado relacionados a problemas em sistemas produtivos; • Chamado de Melhorias – Chamados relacionados e melhorias em processos produtivos; 26 • Chamados de Projeto – Chamados relacionados com novos projetos a serem desenvolvidos pela área de TI. Atualmente, todos os chamados são gerados diretamente pelos usuários chave (Key Users) dentro de cada unidade de negócio. Esses usuários são responsáveis em atender os usuários finais esclarecendo dúvidas e resolvendo pequenos problemas de configuração de software ou hardware. Caso o problema necessite de uma análise de TI, o usuário chave fica responsável em abrir um chamado e encaminhá-lo para a TI. A Figura 11 demonstra a gestão dos chamados em TI na empresa Alfa. Figura 11 - Gestão de chamados na empresa ALFA 27 3.3 Implantação do Service Desk na empresa Alfa 3.3.1 Motivo da Implantação Em todas as empresas existem vários tipos de incidentes a serem tratados por diferentes áreas de suporte. A maior parte das vezes para cada tipo de Incidente o usuário tem que entrar em contato com diferentes lugares. Por exemplo, para um problema de ramal ele deve utilizar um sistema que fica na Intranet da empresa, já para um problema com um sistema SAP ele deve entrar em contato no ramal do Help Desk. Na maioria das vezes esse processo não este bem mapeado deixando o usuário “desorientado”. A função de Service Desk esta sendo adotada pela maioria das organizações para gerenciar o fluxo de solicitações. Com essa função os usuários dos serviços de TI terão um ponto único de contato para informar um problema ou solicitar uma mudança, o objetivo é que isso gere um serviço com maior qualidade é eficiência dentro da área de TI. Atualmente na empresa Alfa, todas as solicitações geradas pelas unidades de negócios são registradas em chamados que são enviados à área de TI. O grande problema que a empresa vem enfrentando é a utilização de muitas ferramentas para abertura desses chamados. Para cada tipo de serviço existe uma ferramenta diferente para realizar o registro. Além de um grande número de ferramentas, não existe dentro a área de TI uma metodologia a ser seguida, para o registro e atendimento dessas solicitações. A implantação do Service Desk trará grandes benefícios para área de TI é para área cliente, sendo os mais expressivos: • Ponto único de registro de chamados para serviços de TI; • Metodologias de gestão da área de TI; • Satisfação do usuário; • Atendimento com maior qualidade é eficiência; • Maior comunicação entre TI e negócio. 28 3.3.2 Escopo de Implantação O escopo do projeto de implantação do Service Desk inicialmente atenderá somente os serviços de TI voltados à área de aplicação. Os serviços de infra-estrutura serão adicionados após a implantação na área de aplicação. Somente as publicação “Suporte à Serviço” e “Entrega de Serviços” serão aplicadas nessa implantação. Os seguintes cenários de chamados estão no escopo do projeto: • Cenários de Atendimento de Incidentes (Incident) - Chamados que irão atender eventos que fogem do padrão no ambiente de operações de serviços, que pode causar uma interrupção ou redução na qualidade do serviço prestado; • Cenários de Atendimento de Problemas (Problem) - Chamados que irão tratar problemas com causa desconhecida de um ou mais incidentes. Um problema é identificado como uma causa raiz não solucionada; • Cenários de Atendimento de Mudanças (Ordering) - Chamados que irão registrar o processo de verificação e aprovação de pedidos de mudança, e também a coordenação de mudanças aprovadas a serem implementadas; Todos os chamados serão abertos como incidentes. A alteração do tipo do chamado será realiza dentro da área de TI e só poderá ser realizada pelos analistas de TI. As seguintes funcionalidades também deverão fazer parte do escopo do projeto: • Cópia de chamados; • Pesquisa de Satisfação no encerramento do chamado; • Contabilização de SLA para os chamados Incident; • Processo de aprovação de melhoria. A ferramenta utilizada para implantar o Service Desk na empresa Alfa será o produto da SAP chamado Solution Manager. Desse produto somente será utilizado o módulo de Service Desk. 3.3.3 Passos da Implantação A implantação do Service Desk foi realizada no período de um ano. A área de TI estava com sua gestão muito desorganizada criando assim a demanda da implantação de um Service Desk 29 utilizando alguma metodologia. Depois de obtida a demanda foi realizado um estudo para definir quais seriam a melhor metodologia e ferramenta para atender as necessidades solicitadas. Após esse estudo foi feita uma conceituação, detalhando todas as atividades que seriam executadas, ao finalizar essa fase, o desenvolvimento de todas as atividades foi iniciado. Depois de toda “adaptado” no ambiente de desenvolvimento, testes foram realizados para aprovar as customizações e liberar as atualizações no ambiente produtivo onde o Service Desk será utilizado. Iniciando assim o treinamento da área de TI e da área cliente. Durante os primeiros meses de utilização do sistema um acompanhamento e um suporte técnico foram realizados para garantir à qualidade da implantação. A seguir todas as fases da implantação serão descritas com maiores detalhes: 1. Identificação da Demanda A área de TI da empresa Alfa estava recebendo muitas solicitações de diferentes lugares (telefone, email, sistemas, etc...), gerando muita dificuldade no atendimento, má utilização dos recursos de TI e insatisfação dos usuários. Para organizar a gestão da TI da empresa Alfa a necessidade da utilização de uma metodologia e da implantação uma ferramenta de gerenciamento (Service Desk) ficou clara, iniciando a segunda fase de estudos para atender as necessidades da Empresa Alfa. 2. Estudo – Metodologia e Ferramenta A segunda fase foi dividida no estudo da metodologia ITIL e validação das publicações necessárias para a implantação do Service Desk. Ao terminar o estudo da metodologia, várias ferramentas foram analisadas. A que mais atendida a implantação foi a ferramenta da empresa SAP, chamada Solution Manager. Assim o estudo foi encerrado iniciando a terceira fase de conceituação de todas as atividades da implantação. 3. Conceituação das atividades de desenvolvimento Na terceira fase foi realizada toda a conceituação da implantação, todas as atividades e suas conceituações são apresentadas nesse subseção. 4. Customização e desenvolvimento Na quarta fase todos os pontos conceituados foram desenvolvidos e customizados na ferramenta Service Desk da empresa SAP. 5. Testes – Unitários e Integrados A fase de testes foi dividida da seguinte forma: 30 • Para cada desenvolvimento finalizado, um teste unitário era realizado pela área de TI, preferencialmente realizado por analistas que não conheciam o projeto, para evitar assim testes “viciados”. • Quando todos os desenvolvimentos acabaram, testes integrados entre a área de TI e a área Cliente foram realizados. No final desses testes alguns pontos de erro foram levantados, gerando assim desenvolvimentos corretivos. Após as correções, testes unitários foram realizados para validar somente os pontos com erros. Pontos de melhorias levantados nos testes não foram realizados nessa implantação por não estar no escopo do projeto, esses pontos irão ser verificados após a conclusão do projeto. 6. Atualização do ambiente produtivo Com a aprovação dos testes pela área cliente todas as atividades desenvolvidas nos ambientes de Testes e Qualidade foram atualizadas no ambiente produtivo. Iniciando assim a fase de treinamento dos analistas da área de TI e usuários finais da área Cliente. 7. Treinamentos Dois tipos de treinamentos foram realizados: • Treinamento para área de Suporte: Esse tem com objetivo treinar todos os analistas que atenderão os chamados abertos pela área de suporte. • Treinamento para área cliente: Esse tem como objetivo treinar todos os usuários finais que abrirão chamados no Service Desk (Key Users). 8. Estabilização e suporte A oitava fase do projeto tem como objetivo o acompanhamento da utilização do Service Desk e a correção de erros que possam surgir com sua utilização. 31 3.3.4 Indicadores Chave de Desempenho (Key Performace Indicator) - KPI Os Indicadores Chave de Desempenho ou (Key Performace Indicator - KPI) são utilizados para medir o nível de desempenho de um determinado processo. Os KPIs apresentados nessa subseção foram construídos com a finalidade de gerar índices de avaliação dos seguintes processos: (ITSMF, 2007, p.144). • Grau de Satisfação do usuário em relação ao atendimento de TI Para analisar a satisfação do usuário final em relação ao atendimento de seus chamados uma pesquisa de satisfação é solicitada em todo encerramento dos chamados. O usuário deve opinar em quatro perguntas informando o seu grau de satisfação em cada uma delas. A Figura 12 demonstra a pesquisa de satisfação que deve ser respondida no encerramento dos chamados. Figura 12 - Pesquisa de Satisfação da empresa Alfa Cada item deve ser atribuído uma das seguintes notas: • 1 – Muito satisfeito; • 2 – Satisfeito; • 3 – Pouco Satisfeito; • 4 – Nada Satisfeito Esse KPI é analisado mensalmente e ações são tomadas para corrigir problemas que geraram índices “Pouco Satisfeito” e “Nada Satisfeito” na pesquisa de satisfação. A Figura 13 apresenta o resultado obtido nos primeiros meses de análise da pesquisa. 32 Figura 13 - KPI – Pesquisa de Satisfação • Acompanhamento do Nível de Serviço de TI (SLA) Para acompanhar a qualidade dos serviços de TI é necessário acompanhar os níveis acordados entre TI é a área cliente. Esse acordo firmado entre as áreas é chamado de Acordos de Nível de Serviço – ANS – (Service Level Management - SLA). Para o acompanhamento desses níveis de serviço foi criado um KPI que está disponível para todos os clientes da empresa Alfa. Os resultados consolidados para os primeiros meses são apresentados na Figura 14. Figura 14 - KPI – Acompanhamento dos níveis de serviço prestado por TI (SLA) 33 • Acompanhamento mensal dos chamados O principal objetivo da implantação de um Service Desk utilizando a metodologia ITIL é focar a área de TI na melhoria continua de seus processos, trabalhando para resolver a causa raiz dos problemas e evitar a reincidência. Os resultados consolidados para os primeiros meses são apresentados na Figura 15. Figura 15 - KPI de Acompanhamento mensal de chamados Esse KPI foi criado para que TI faça uma análise se realmente a estratégia adotada com a implantação da metodologia ITIL e do Service Desk esta funcionando. Através dele é possível mostrar mês a mês a quantidade e qualidade dos chamados que são direcionados para a área de TI. Com a maior maturidade de TI em relação à metodologia ITIL, espera-se que a quantidade de chamados do tipo incident seja cada vez menor, resultando em um ganho de tempo, para que a área de suporte possa trabalhar em chamados que gerem benefícios ao negócio. • Análise dos chamados abertos tipo Incident por módulos Esse KPI foi criado para que TI possa identificar os módulos que mais geram chamados. E faça uma análise se sua equipe de suporte tem capacidade para atender a demanda solicitada. 34 Os dados compilados para o mês de Outubro são apresentados na Figura 16. Figura 16 – KPI - Volume de chamados abertos x Módulos de Atendimento • Frequência de reabertura de chamados (Qualidade no atendimento) O KPI de Qualidade do Atendimento foi desenvolvido para medir a quantidade de chamados que são reabertos pela área cliente, a partir dessa medição é possível verificar a qualidade da solução dada para a finalização dos Incidentes. Os dados consolidados para os primeiros meses são apresentados na Figura 17. Figura 17- KPI - Qualidade no Atendimento dos chamados Incident 35 3.3.5 Conceituação para implantação do Service Desk 1. Tipos de chamados para empresa Alfa Para a implantação do service desk na empresa Alfa foram acordados os seguintes tipos de chamados: • Incident – Chamados que irão atender eventos que fogem do padrão no ambiente de operações de serviços, que pode causar uma interrupção ou redução na qualidade do serviço prestado; • Problem – Chamados que irão tratar problemas com causa desconhecida de um ou mais incidentes. Um problema é identificado como uma causa raiz não solucionada; • Ordering – Chamados que irão registrar o processo de verificação e aprovação de pedidos de mudança, e também a coordenação de mudanças aprovadas a serem implementadas; 2. Registro dos chamados O registro de chamados na empresa Alfa será restrito. Somente alguns usuários chave terão permissão para abrir chamados. Esses usuários chave fazem parte da área de negócio da empresa e tem a função de ajudar os usuários finais com dúvidas de software ou hardware. Caso não consigam resolver o problema abrirão um chamado e o encaminhárão para TI. Os chamados serão classificados de duas maneiras: • SAP – Chamado aberto diretamente do sistema de gestão da empresa Alfa (SAP). Essa categoria de chamado esta relacionado com qualquer solicitação que envolve módulos de gestão da empresa. (Vendas, Financeiro, RH, etc.). • Não SAP – Chamado aberto pelo sistema SAP porém relacionado com solicitações Não SAP (Web, Sistemas Fiscais, etc.) Todos os chamados serão abertos inicialmente como Incident. Os outros tipos de chamados serão gerados a partir de um Incident. 3. Prioridades dos chamados para empresa Alfa Todos os chamados serão configurados com as seguintes opções de prioridades: 36 • Alto - Utilizada para paradas de um processo crítico, porém existe um forma paliativa de continuidade; • Médio – Processo comprometido em função de Erros ou não operante. • Baixo – Utilizada quando não há nenhum comprometimento no processo. 4. Status dos chamados para empresa Alfa Os seguintes status serão configurados na implantação do Service Desk. Os status serão configurados por tipos de chamado. Para os chamados do tipo Incident os seguintes status serão configurados: • Pendente – Status Inicial do chamado; • Ação TI – Status demonstra que o chamado já esta com a área de TI; • Ação Solicitante – Status utilizado para enviar o chamado para o criador (Key Users), esse status é utilizado quando algum teste ou informação se faz necessária para o andamento do chamado. • Solução Proposta – Status utilizado quando todos os testes já foram realizados e aprovados esse status é o que antecede o encerramento do chamado. • Encerrado – Status que irá encerrar o chamado. Os seguintes status serão configurados para os chamados do tipo Problem: • Pendente – Status Inicial do chamado; • Ação TI – Status demonstra que o chamado já esta com a área de TI; • Ação Solicitante – Status utilizado para enviar o chamado para o criador (Key Users), esse status é utilizado quando algum teste ou informação se faz necessária para o andamento do chamado. • Solução Proposta – Status utilizado quando todos os testes já foram realizados e aprovados esse status é o que antecede o encerramento do chamado. • Encerrado – Status que irá encerrar o chamado. Para os chamados tipos Ordering os mesmos status do tipo Problem serão utilizados. 5. Acordo de nível de serviço para empresa Alfa (SLA) Um SLA consiste em um entendimento comum do nível de serviço requerido. É habilitado pelo estabelecimento de acordos de nível serviço que formaliza o critério de 37 desempenho contra o qual serão medidas a quantidade e qualidade de serviço. A estrutura de SLA abrange nesta solução Acordo Nível de Serviço – (Operation Level Agreement ) – OLA. OLA Definição do escopo dos serviços prestados em relação a capacidade de atendimento e o prazo de entrega. Para definição da OLA, temos os seguintes controles: • Perfil de Resposta: De acordo com o registro do incidente, a prioridade indicará o prazo previsto para atendimento. De acordo com a prioridade, um perfil de resposta é criado indicando o tempo máximo de atendimento de um incidente. As prioridades criadas são: o Alta - 24 horas; o Média - 48 horas; o Baixa - 80 horas • Perfil de Disponibilidade - Indica o período de atividades acordadas pelo SLA e é calculado sob a matriz de disponibilidade o tempo previsto de conclusão de incidente (horário comercial). Em caso de um analista de suporte atender um incidente fora do horário comercial, não será contabilizado o tempo de SLA. No exemplo a seguir, temos uma demonstração gráfica do perfil de disponibilidade. Figura 18 - Perfil de disponibilidade para acordo de SLA (Horário) O perfil de disponibilidade configurado no sistema deve seguir o modelo apresentado na Figura 19. 38 Tabela 1 - Perfil de disponibilidade para acordo de SLA (Dias da semana) • Calendário de Fábrica - Indica os dias úteis e feriados durante um ano eletivo; • Tipo de Documento - Indica para o SAP Solution Manager, o tipo do incidente a ser cronometrado os tempos de SLA. Na parametrização padrão do SAP Solution Manager, o tipo de documento pode ser configurado adequadamente de acordo com a necessidade. Para o trabalho proposto, os tipos são Incident, Ordering e Problem; • Esquema de Status - Indica para o SAP Solution Manager, o ciclo de vida do incidente. 6. Fluxograma do desenvolvimento do acordo de nível de serviço para empresa Alfa O desenvolvimento está sendo realizado de forma que possibilite a empresa Alfa escolher quais serão os status e tipos de transação que deverão ser contabilizados o tempo de SLA. A configuração inicial para o projeto deve seguir o modelo apresentado na Figura 20. 39 Tabela 2 - Gestão do SLA por Status e Classificação dos chamados 7. Informações detalhadas do SLA para empresa Alfa O processo de SLA deve conter quatro tipos de informação. Data Prevista, data Estimada, Data de conclusão e tempo de SLA. • Data Prevista para encerramento do Incidente - Data Prevista é o tempo estimado para que o incidente seja encerrado. Essa informação só é calculada uma vez, no momento de criação do incidente. A data prevista deverá ser calculada levando em consideração o momento em que o incidente foi criado respeitando os perfis de disponibilidades configurados, como segue: o Alto: 24 horas; o Médio: 48 horas; o Baixo: 80 horas • Data Estimada para encerramento do Incidente - Data Estimada é o tempo estimado para que o incidente seja encerrado, levando em consideração o tempo de esforço do analista no incidente. Essa informação 40 é atualizada de acordo com o tempo escalonado para o job Atualização de datas do Chamado. • Data de Conclusão - Data de conclusão é a data real em que o incidente é encerrado. • Tempo de SLA - Contabilização do tempo em que o incidente foi criado até a hora real(data e hora do sistema), levando em consideração o perfil de disponibilidade configurado. Definição de tipo de Parceiros de Negócio 8. Os seguintes tipos de Parceiros de Negócio serão configurados no Service Desk. • Usuários Finais - Todos os usuários que utilizam o sistema SAP ou NÃO SAP; • Key Users - Usuários chaves responsáveis pela criação de chamados no SERVICE DESK; • Analista TI - 1º nível de Atendimento. Responsáveis em atender o chamado e prover uma solução ao usuário final; • CAB (Change Advisory Board) - Comitê responsável por avaliar, validar, aconselhar e decidir no processo de aceite, aprovação e/ou liberação de mudanças, de acordo com os critérios estabelecidos. Podem participar do CAB representantes do negócio, usuários, equipe de sistemas e tecnologia. Desenvolvedores, Gerente de Mudanças, Gerente de TI. 3.3.6 Dificuldades encontradas na implantação As principais dificuldades encontradas na implantação do Service Desk foram: Mudança de cultura no atendimento de chamados para o usuário final: Os usuários acostumados a ligar diretamente para a área de TI informando seu problema, agora, têm que abrir um chamado e aguardar um tempo acordado para receber a solução do seu problema. Inicialmente esse novo processo gerou uma insatisfação do usuário pois o atendimento está mais demorado mas, na verdade, os chamados que tem impacto direto no negócio, como por exemplo “Problemas com faturamento” estão sendo verificados antes que um simples problema de impressão. Esse tipo de sentimento é normal, no processo de amadurecimento em relação a gestão de TI baseada na metodologia ITIL, visto que a área de TI da empresa Alfa não tinha nenhum processo estabelecido para o atendimento dos chamados. 41 Chamados abertos de forma errada pelos usuários finais: Essa dificuldade foi verificada no inicio da implantação, foi grande a quantidade de chamados abertos de forma errada, principalmente com a classificações de prioridade indevidas. Devido a esse problema TI estava recebendo muitos chamados com a prioridade “Alta”, porém muitos desses chamados deveriam ser classificados com prioridades “Média” e “Baixa”. Essa dificuldade foi superada aplicando reciclagem no treinamento para os usuários finais. Utilização errada do tipo de chamado Problem pela área de TI: O SLA para a empresa Alfa é aplicado somente para o chamado tipo Incident. Como o chamado tipo Problem não tem validação de SLA, muitos analistas estavam de má fé alterando o tipo do chamado para Problem quando o SLA estivesse prestes a ultrapassar o tempo acordado. Reuniões foram realizadas com a equipe de suporte para reforçar o modo correto da utilização dos tipos de chamados. Um acompanhamento mensal é realizado para validar se esse tipo de operação ainda esta sendo efetuado pela área de suporte. Em caso positivo, novas reuniões são realizadas. Se em terceira incidência ficar identificado que esse procedimento não se trata mais de dificuldade no entendimento do processo e sim de má intenção dos analistas, ações junto às chefias são tomadas para resolver o problema. 42 4 CONCLUSÃO A pesquisa desenvolvida ao longo deste trabalho buscou entender os processos da metodologia ITIL para aplicá-los na implantação de um Service Desk para empresa Alfa, essa implantação melhorou os serviços oferecidos pela área de TI aos seus clientes. Qualidade, eficiência e organização nos processos e serviços de TI foram os maiores objetivos almejados nesse projeto. Através dessa implantação foi possível observar que a falta de uma metodologia e de um centro de serviço pode gerar diversos problemas, como: utilização indevida de recursos, atraso na identificação dos principais problemas ocorridos na organização, insatisfação dos clientes, gastos desnecessários em TI entre outros. Muitos dados foram gerados com a implantação do Service Desk na empresa Alfa, porém esses dados ainda não representavam informações para possíveis tomadas de decisão. Para garantir a criação de indicadores de qualidade, foi necessário trabalhar todos esses dados e transformá-los em informações que pudessem auxiliar na tomada de decisões. Após o tratamento desses dados foram criados diversos Indicadores Chave de Desempenho (KPI) para a área de TI. O período inicial de validação dos dados (Figura 15, página 32) mostra que a quantidade de chamados Incident está diminuindo e a quantidade de chamados Problem está aumentando. Essa análise demonstra que o foco de TI está na resolução da causa-raiz dos problemas apresentados. Isso aumenta a qualidade e eficiência nos serviços prestados pela área de TI resultando em uma maior satisfação do usuário, que pode ser verificada nos dados apresentados no KPI de satisfação do usuário (Figura 13, página 30). A análise dos dados apresentados na (Figura 16, página 33) ajuda a área de TI na identificação de recursos subutilizados garantindo uma redução significativa de gastos desnecessários. Após três meses de análise dos dados, a gestão de TI identificou que a área que mais recebia chamados (Área responsável pelo atendimento WEB) era aquela que tinha a menor quantidade de analistas, gerando uma sobrecarga e garantindo em todos os meses a maior quantidade de chamados com o SLA com limite de tempo ultrapassado. Consultores foram 43 contratados para ajudar no atendimento dos chamados WEB, balancear a carga de chamados entre os analistas, ajudando assim a melhorar o índice de SLA e, consequentemente, a satisfação do usuário. A Figura 17, página 34, mostra que TI está atingindo seus objetivos e trabalhando para prestar um serviço com a máxima qualidade. A média de chamados reabertos, em uma análise de três meses, está abaixo de 18% que é um índice muito bom, dada a meta de 30% de reabertura prevista nos primeiros meses de implantação. Os dados gerados com a implantação do Service Desk foram aplicados na criação dos Indicadores Chave de Desempenho possibilitando à TI e aos seus clientes a visualização do acompanhamento dos chamados, do cumprimento do acordo de nível de serviços prestado e também da satisfação dos clientes em relação ao atendimento dos chamados. 4.1 Contribuições Os dados obtidos na implantação foram essencias para avaliar a qualidade e os benefícios que a metodologia ITIL e o Service Desk trouxeram para à empresa Alfa. A seguir serão listados os principais pontos levantados após a implantação: • Criação de um modelo para atendimento de necessidades da área cliente; • Redução de tempo de suporte; • Aumento do tempo em tarefas de maior valor agregado dentro de TI; • Foco de TI esta em buscar a melhor solução para atender seus clientes; • Criação de indicadores que serão fundamentais para medir a qualidade dos serviços e dos processos dentro da área de TI; • Aproximação maior com à área cliente, aumentando assim a grau de satisfação em relação aos serviços prestados por TI; 4.2 Extensões Novos trabalhos podem ser desenvolvidos dando continuidade na implantação apresentada. Os trabalhos estão listados a seguir: 44 • Implantação do módulo de Gerenciamento de Mudanças da ferramenta SAP Solution Manager, integrada ao Service Desk implantado nesse trabalho. Com essa nova implantação todas as mudanças necessárias no ambiente produtivo serão registradas no Service Desk, podendo iniciar um fluxo de aprovação para cada mudança solicitada. Esse processo irá garantir as atualizações não interfiram na ambiente que esta estável, assegurando um processo com mais qualidade e segurança. • Implantação do módulo de Gerenciamento de projetos da ferramenta SAP Solution Manager, integrada ao Service Desk implantado nesse trabalho. Com essa implantação todo o gerenciamento de um projeto poderá ser realizado dentro da ferramenta Solution Manager, todas as atualizações serão ligadas a um único projeto, facilitanto atualizações entre ambiente e garantindo integridado ao projeto pois todas as documentações, atualizações, aprovações, ficarão dentro de uma única ferramenta. 45 Apêndice - Cronograma Cronograma Macro – implantação Service Desk – Empresa Alfa Cronograma Detalhado - Implantação Service Desk – Empresa Alfa 46 Referências Bibliográficas ALAHAKOON, Daminda; HALGAMUGE, Saman K.; SRINIVASAN, Bala. Dynamic Self Organising Maps with Controlled Growth for Knowledge Discovery. IEEE Transactions on Neural Networks, vol X, nº X, pg. 100-114, 2000. ALHONIEMI, Esa; HINBERG, Johan; VESANTO, Juha. Probabilistic measures for responses of SelfOrganizing Map units. In: International ICSC Congress on Computational Intelligence Methods and Applications (CIMA'99), Rochester, N.Y., USA. 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