Bacia Hidrográfica ou Bacia de drenagem de um curso de água é
o conjunto de terras que fazem a drenagem da água das
precipitações para esse curso de água. É uma área e, como tal,
mede-se em km².
A formação da bacia hidrográfica dá-se através dos desníveis dos
terrenos que orientam os cursos da água, sempre das áreas mais
altas para as mais baixas.
Essa área é limitada por um divisor de águas que a separa das
bacias adjacentes e que pode ser determinado nas cartas
topográficas. As águas superficiais, originárias de qualquer ponto
da área delimitada pelo divisor, saem da bacia passando pela
seção definida e a água que precipita fora da área da bacia não
contribui para o escoamento na seção considerada.
NASCENTES
sub-afluente
sub-afluente
afluente margem
direita
curso superior
CONTINENTE
curso médio
curso inferior
foz ou desembocadura
OCEANO
afluente margem
esquerda
A bacia hidrográfica e seus
componentes
• Nascente: área onde os olhos d'água dão origem a um curso fluvial. Não se
deve pensar que a nascente seja um lugar bem definido. Por vezes ela constitui
uma verdadeira área. Também denominadas de: cabeceira, fonte, minadouro,
mina, lacrimal, pantanal, manancial, etc.
• Sub-afluente - rio de pequeno curso que escoa suas águas num afluente ou
tributário de um grande rio.
• Afluente - curso d'água, cujo volume ou descarga contribui para aumentar
outro no qual desemboca. Chama-se ainda de afluente o curso d'água que
escoa num lago ou numa lagoa.
• Curso superior: parte do curso de um rio que está mais próxima de sua
nascente, e onde pode predominar a erosão (desgaste) vertical.
• Curso médio: trecho intermediário do curso de um rio, onde se destaca a ação
de transporte.
A bacia hidrográfica e seus
componentes
• Curso inferior: parte final do curso de um rio onde se pode verificar o
fenômeno do aluvionamento.
• Foz ou desembocadura: descarga de um rio dentro do mar, lago,
lagoa, ou mesmo num outro rio. A forma da foz pode ser em dois tipos:
estuário formada por um longo canal; delta se verifica o aparecimento
de uma série de ilhas, braços e canais, ex.: o delta do Nilo, Mississipi,
Pamaíba, etc.
• Margem: terras emersas ou firmes junto às águas de um rio, lago ou
lagoa. O observador de costas para montante, isto é, a nascente, terá
do seu lado direito a margem direita e do lado oposto, a margem
esquerda.
A bacia hidrográfica e seus
componentes
• Confluência ou junção: local em que um rio se lança no
outro.
• Curso: canal de escoamento que se estende desde a
nascente até a foz..
• Débito ou vazão: quantidade de água que um rio escoa
em um ponto qualquer de seu curso.
A bacia hidrográfica e seus
componentes
• Interflúvio: divisor de água ou linha de crista: corresponde
às partes mais elevadas do relevo, que separam duas
vertentes, drenando as águas para bacias diferentes.
• Leito: trecho recoberto pelas águas ao se escoarem, sendo
sua largura variável,conforme a quantidade de água
existente no canal fluvial.
• Meandro: curva no traçado do rio. Os meandros são largos e
semelhantes entre si e resultam da corrente, que escava a
parte côncava da margem, zona de maior velocidade da
água, e deposita no lado convexo da margem.
FLUXO DE ÁGUA
MEANDROS
Meandros na bacia amazônica
Outros componentes
• Crista: intersecção do plano das vertentes - é o oposto de talvegue.
A crista é formada por uma linha determinada pelos pontos mais
altos, a partir da qual divergem os dois declives das vertentes.
• Talvegue: linha de maior profundidade no leito fluvial. Resulta da
intersecção dos planos das vertentes com dois sistemas de declives
convergentes.
• Regime: variação do débito de um rio no decorrer de um ano.
• Vale: parte que se estende de um interflúvio a outro, abrangendo o
talvegue, o leito, as margens e as vertentes.
• Vertentes: laterais dos vales fluviais, desde a margem até o
interflúvio.
interflúvio
vale
interflúvio
6
1
1
vertente
2
margem
leito
2
3
3
4
5
talvegue
OUTROS COMPONENTES
vertente
margem
TIPOS DE BACIAS
• Exorreicas: o escoamento das águas é contínuo até o mar
ou oceano.
• Endorréicas: drenagens internas, não possuindo
escoamento para fora do continente.
• Arréicas: não há estruturação em bacias hidrográficas,
como nas áreas desérticas e semidesérticas onde a
precipitação é baixa.
• Criptorréicas: quando os cursos são subterrâneos, como
nas áreas calcáreas.
Drenagem exorréica
LAGOS
Ocupam depressões do solo produzidas por causas diversas
e cheias de águas confinadas. Os lagos de águas salgadas e
de grandes extensões são chamados de mares. Ex.: Aral,
Morto e Cáspio.
ORIGEM DOS LAGOS
• Tectônicos: deslocamentos ou fendilhamentos de camadas da superfície terrestre.
Ex.: Lagos de Tanganica e Alberto, África, e Baical, ex-URSS.
• Vulcânicos: lagos que ocupam o interior de crateras vulcânicas extintas. Não
possuem afluentes e tem regimes pluviais. Ex.: Crater Lake, Oregon, EUA.
• Erosão: acumulação de materiais transportados pelas águas correntes ou pelas
geleiras nas depressões do relevo. Ex.: Alpes e Cordilheira dos Andes.
• Barragem: resulta da acumulação de materiais detríticos transportados pelo mar e
pelas geleiras. Ex.: foz do Amazonas, delta do Mississipi, Lagoa dos Patos (RS),
Lago Constança, fronteira da Alemanha com a Suíça.
Lago tanganica
Crater Lake
OS MAIORES LAGOS DO MUNDO
As Bacias Hidrográficas Brasileiras oferecem, em
muitos trechos, grandes possibilidades de navegação.
Apesar disso, o transporte hidroviário é pouco
utilizado no país. Em outros trechos, nossos rios
apresentam um enorme potencial hidrelétrico,
bastante explorado no Centro-Sul do país em
decorrência da concentração urbano-industrial, mas
sub-utilizado em outras regiões, como a Amazônia.
A hidrografia brasileira apresenta as seguintes
características:
Não possui lagos tectônicos. As depressões tornaram-se bacias sedimentares.
Só há lagos de várzea (temporários, comuns no Pantanal) e lagoas costeiras, como
a dos Patos (RS) e a Rodrigo de Freitas (RJ), formadas por restingas.
 Todos os rios brasileiros, com exceção do Amazonas, possuem regime pluvial.
Uma pequena quantidade de água do rio Amazonas provém do derretimento de
neve na cordilheira dos Andes, caracterizando um regime misto (nival e pluvial).
 Os rios são exorréicos. Mesmo os que correm para o interior têm como destino
final o oceano, como o Tietê, afluente do rio Paraná, que por sua vez deságua no
mar (estuário do Prata).
 Rios temporários apenas no Sertão nordestino, onde o clima é semi-árido. No
restante do país os rios são perenes.
 Predominam rios de planalto em áreas de elevado índice pluviométrico.
 Com exceção do rio Amazonas, que possui foz mista (delta e estuário), e do rio
Parnaíba, que possui foz em delta, todos os rios brasileiros que deságuam no
oceano formam estuários.
Rio temporário/Nordeste brasileiro
Delta
Estuário
Foz do Rio São Francisco/Estuário
Foz do Rio Amazonas/Delta
BACIAS
HIDROGRÁFICAS
BRASILEIRAS
Bacia Amazônica
1. Rio Amazonas
2. Rio Solimões
3.Rio Negro
4. Rio Xingu
5. Rio Tapajós
6. Rio Jurema
7. Rio Madeira
8. Rio Purus
9. Rio Branco
10. Rio Juruá
11. Rio Trombetas
12. Rio Uatumã
13. Rio Mamoré
Encontro dos rios Solimões e Negro
BACIA AMAZÔNICA
Bacia do Tocantins-Araguaia
1. Rio Araguaia
2. Rio Tocantins
Bacia do São Francisco
Quatro regiões: Alto São Francisco, das
nascentes até Pirapora-MG; Médio São
Francisco, entre Pirapora e Remanso – BA;
Submédio São Francisco, de Remanso até a
Cachoeira de Paulo Afonso, e, Baixo São
Francisco, de Paulo Afonso até a foz no
oceano Atlântico.
Nasce em Minas Gerais, na serra da Canastra, e atravessa Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
A bacia possui uma área de drenagem superior a 640.000 km2 e uma extensão de 3.160 km, tendo
como principais afluentes os rios Paracatu, Carinhanha e Grande, pela margem esquerda, e os rios
Salitre, das Velhas e Verde Grande, pela margem direita.
É navegável por cerca de 1.800 km, desde Pirapora, em Minas Gerais, até a cachoeira de Paulo
Afonso, em função da construção de hidrelétricas com grandes lagos e eclusas, como é o caso de
Sobradinho e Itaparica.
Bacia Platina
É constituída pelas subbacias dos rios Paraná,
Paraguai e Uruguai.
1. Rio Uruguai
2. Rio Paraguai
3. Rio Iguaçu
4. Rio Paraná
5. Rio Tietê
6. Rio Paranapanema
7. Rio Grande
8. Rio Parnaíba
9. Rio Taquari
10. Rio Sepotuba
Bacia Platina, ou dos rios Paraná e Uruguai
É constituída pelas sub-bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, drenando áreas
do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
O rio Paraná possui cerca de 4.900 km de extensão, segundo em comprimento da
América do Sul. É formado pela junção dos rios Grande e Paranaíba. Principais
tributários os rios Paraguai, Tietê, Paranapanema e Iguaçu. Representa trecho da
fronteira entre Brasil e Paraguai, onde foi implantado o aproveitamento hidrelétrico
binacional de Itaipu. Posteriormente, faz fronteira entre o Paraguai e a Argentina.
O rio Paraguai possui um comprimento de 2.550 km, ao longo dos territórios
brasileiro e paraguaio e tem como principais afluentes os rios Miranda, Taquari, Apa
e São Lourenço. Nasce próximo à cidade de Diamantino, Mato Grosso, e drena
áreas como o Pantanal mato-grossense. No seu trecho de jusante banha a cidade
de Assunción, capital do Paraguai, e forma a fronteira entre este país e a Argentina,
até desembocar no rio Paraná, ao norte da cidade de Corrientes.
O rio Uruguai, possui uma extensão de 1.600 km, drenando uma área em torno de
307.000 km2. Possui dois principais formadores, os rios Pelotas e Canoas,
nascendo a cerca de 65 km a oeste da costa do Atlântico.
O rio Uruguai forma a fronteira entre a Argentina e Brasil e, mais ao sul, a fronteira
entre Argentina e Uruguai.
O Brasil possui ao longo de seu
litoral três conjuntos de bacias
secundárias denominadas bacias
do Atlântico Sul, divididas em três
trechos: Norte-Nordeste, Leste e
Sudeste. Estes trechos não
possuem ligação entre si, foram
agrupados por possuírem rios que
correm próximo ao litoral e
deságuam no Oceano Atlântico.
Bacia do Atlântico Sul
1. Oiapoque
2. Gurupi
3. Parnaíba
4. Jequitinhonha
5. Doce
Bacia do Atlântico Sul - trechos sudeste e sul
A bacia do Atlântico Sul, nos seus trechos sudeste e sul, é composta por rios da importância do Jacuí,
Itajaí e Ribeira do Iguape, entre outros. Os mesmos possuem importância regional, pela participação em
atividades como transporte hidroviário, abastecimento d'água e geração de energia elétrica.
Bacia do Atlântico Sul - trecho leste
A bacia do Atlântico Sul no seu trecho leste possui diversos cursos d'água de grande porte e
importância regional. Podem ser citados, entre outros, os rios Pardo, Jequitinhonha, Paraíba
do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas e Paraguaçu.
O rio Paraíba do Sul está localizado entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais, os de maior significado econômico no país, possui ao longo do seu curso diversos
aproveitamentos hidrelétricos, cidades ribeirinhas de porte, como Campos, Volta Redonda e
São José dos Campos, bem com industrias importantes como a Companhia Siderúrgica
Nacional.
Bacia do Atlântico Sul - trechos norte e nordeste
Vários rios de grande porte e significado regional podem ser citados como componentes
dessa bacia: rio Acaraú, Jaguaribe, Piranhas, Potengi, Capibaribe, Una, Pajeú, Turiaçu,
Pindaré, Grajaú, Itapecuru, Mearim e Parnaíba.
O rio Parnaíba é o formador da fronteira dos estados do Piauí e Maranhão, por seus 970 km
de extensão, desde suas nascentes na serra da Tabatinga até o oceano Atlântico, além de
representar uma importante hidrovia para o transporte dos produtos agrícolas da região.
Importância dos rios
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Fornecimento de água potável
Produção de energia
Vias de acesso (transporte)
Produção de alimentos
Exploração mineral
Turismo ecológico
Equilíbrio do ciclo hidrológico
Classificação de rios
• Perenes = Mantém suas águas durante todo o ano
• Intermitentes = Secam durante o período de escassez
de chuva
• Planaltos = mantém seu curso na região de planalto
• Planícies = mantém seu curso na região de planícies
Leitura Fílmica
Espelho D’ Água - Uma Viagem no Rio São Francisco
No ano de 2003, num mundo diante da globalização e praticamente
sem fronteiras, o Vale do Rio São Francisco é um Universo à parte,
que vive uma vida simples e rica, com suas lendas e seus mistérios.
Celeste, uma jovem carioca, parte para o São Francisco para
encontrar o fotógrafo Henrique, seu namorado. Durante a procura, ela
mergulha fundo na cultura do rio São Francisco e descobre um
mundo repleto de histórias, lendas, milagres, superstições e crendices.
Entre encontros e desencontros, o espectador transita com os
personagens por tradições seculares que estão desaparecendo, dentro
de um universo que esconde muitas riquezas.
Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
tudo esbarra embriagado de seu lume
dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
só vigia um ponto negro o meu ciúme
o ciúme lançou sua flecha preta
e se viu ferido justo na garganta
que nem alegre nem triste nem poeta
entre Petrolina e Juazeiro canta
velho Chico vens de Minas
de onde o oculto do mistério se escondeu
sei que o levas em ti não me ensinas
e eu sou só eu sou só eu
Juazeiro, nem te lembras desta tarde
Petrolina nem chegaste a perceber
mas, na voz que canta tudo ainda arde
tudo é perda, tudo quer buscar cadê
tanta gente canta tanta gente cala
tantas almas esticadas no curtume
sobre toda estrada, sobre toda sala
paira, monstruosa, a sombra do ciúme
(Caetano Veloso. O Ciúme)
ATIVIDADES
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Você gostou do filme?
Qual é o enredo?
Do que mais gostou no filme?
E do que não gostou?
É possível conhecer os elementos da bacia hidrográfica do São Francisco tomando
como ponto de partida as paisagens da referida bacia?
A partir dos ofícios dos personagens do filme, como são as diversas formas de
exploração do Rio São Francisco e em que setores da economia se encontram (ex:
Penha, lavadeira; Olavo, aluguel de equipamentos; Abel, remeiro – pesca ou
transporte; Henrique, fotógrafo e jornalista Zé das Carrancas, vendedor de artesanato)?
Analise o final do discurso de Candelário: “Vamos acabar sendo roubados,
injustiçados, discriminados, traídos e segregados como os índios”.
Pesquise sobre a transposição das águas do Rio São Francisco. Emita sua opinião.
Envie suas respostas para o seguinte email: [email protected]
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Bacia Hidrográfica