Ecologia Numérica
Aula 6: Interações Presa-Predador
Carlos Ruberto Fragoso Júnior
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Sumário
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Revisão da aula anterior
Introdução
Equações de Lotka-Volterra
Interações fitoplâncton-zooplâncton
Parâmetros do zooplâncton
Interações organismos/nutrientes
Trabalho
Revisão
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Aprendemos sobre alguns fatores físicos e
químicos (temperatura, luz e nutrientes) que
limitam o crescimento do fitoplâncton;
Também descrevemos processos de perdas
tais como respiração e excreção;
Falamos também como podemos modelar a
predação de forma indireta;
Hoje focaremos na ação dos predadores
(fitoplâncton) que usam as presas
(zooplâncton) como fonte de alimento.
Introdução
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

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Existem diversos casos na natureza envolvendo a
interação um par de organismos, um servindo como
fonte de alimento do outro (ex. Alces e leão; leão
marinho e Orcas).
O conhecimento destas interações é fundamental
para gestão ambiental;
Alguns organismos em excesso são indesejáveis,
podendo ser fruto de um desequilíbrio das
interações presa-predator (ex. bloom de cobras
píton em Everglades).
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Equações de Lotka-Volterra
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
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Em 1926 o biólogo italiano Humberto D’Ancona
estimou a população de predadores e presas no
Mar Adriático baseado no número de peixes
vendidos no mercado de 1910 a 1923;
Baseado nesta informação, ele observou que o
período sem pesca durante a primeira guerra
mundial levou a uma maior proporção de
predadores;
Comunicou este fato ao seu padrasto, o matemático
Vito Volterra.
Equações de Lotka-Volterra



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No ano seguinte Volterra desenvolveu vários
modelos matemáticos para simular as interações
envolvendo duas ou mais espécies;
Independente, o biólogo americano A. J. Lotka
reproduziu diversos modelos semelhantes, baseado
nos modelos de Volterra;
Esta variedade de modelos são comumente
chamados de equações de Lotka-Volterra.
Equações de Lotka-Volterra

Vamos escrever uma equação de crescimento para
uma simples presa em um ambiente isolado, sem
predador e repleto de alimento:
dx
 ax
dt

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onde x é o número de presas e a é uma taxa de
crescimento de primeira ordem.
Equações de Lotka-Volterra

A equação de um simples predador y na ausência de
sua fonte de alimento x:
dy
 cy
dt

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onde c é uma taxa de mortalidade de primeira ordem.
Equações de Lotka-Volterra

A interação entre as duas espécies depende da
população das duas espécies;

Se existem poucos predadores ou poucas presas a
magnitude desta interação diminui;

Uma simples maneira de representar esta interação é
usando um produto, xy.
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Equações de Lotka-Volterra

Assim, como essa interação resulta em perda da
presa, temos:
dx
 ax  bxy
dt

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onde b é um parâmetro que quantifica o impacto da
interação na presa.
Equações de Lotka-Volterra

E a equação do predador fica:
dy
 cy  dxy
dt

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onde d é um parâmetro que quantifica o impacto da
interação no predador.
Equações de Lotka-Volterra

Usando o GRIND:
dx
 ax  bxy
dt
dy
 cy  dxy
dt
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Interações fitoplâncton-zooplâncton
Respiração
/Excreção
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Interações fitoplâncton-zooplâncton

Na aula passada vimos que o balanço de massa
para o fitoplâncton pode ser escrito como:
da
 k g T , N , I a 
k ra a
 k gz a


dt  respiração
/ excreção
Cresciment o
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predação
Interações fitoplâncton-zooplâncton

A taxa de predação não é uma constante e pode ser
aproximada por:
kgz  Cgz z

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T 20
onde Cgz é a taxa de predação em m3 gC-1 d-1; θ é
um fator de correção pela temperatura e z é a
concentração de zooplâncton em gC m-3
Interações fitoplâncton-zooplâncton

Poderiamos ter uma variedade de refinamentos que
aumentaria o poder de representação desta taxa,
como por exemplo:
a
T  20
k gz 
Cgz z
k sa  a

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ksa é a constante de meia-saturação para predação
do zooplâncton no fitoplâncton.
Interações fitoplâncton-zooplâncton

Incorporando este processo, o balanço final da
concentração de fitoplâncton fica:
 a
da
T 20 
a
 k g T , N , I a  kra a  
Cgz z
dt
 k sa  a

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Interações fitoplâncton-zooplâncton

O balanço final da concentração de zooplâncton
fica:
 a
dz
T 20 
a  kdz z
 aca 
Cgz z
dt
 k sa  a


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onde ε é um fator de eficiência de conversão e kdz é
a taxa de perda por respiração, excreção e
mortalidade em d-1.
Interações fitoplâncton-zooplâncton

O sistema de equações fica:
 a
da
T 20 
a
 k g T , N , I a  kra a  
Cgz z
dt
 k sa  a

 a
dz
T 20 
a  kdz z
 aca 
Cgz z
dt
 k sa  a

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Parâmetros do zooplâncton

A taxa de predação varia entre 0,5 a 5, com valores
mais comuns adotados entre 1 a 2 m3 gC-1 d-1;

O fator de correção pela temperatura geralmente é
1,08;

A constante de meia saturação varia entre 2 a 25 ,
com valores mais comuns adotados entre 5 a 15
μgCl-a L-1;
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Parâmetros do zooplâncton

A taxa de perda pode ser quebrada em duas partes:
kdz  krz  kgzc

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onde krz é a taxa de perdas não-predatórias
(respiração e excreção) e kgzc é a taxa de perda
predatória por carnívoros;
Parâmetros do zooplâncton

A taxa de perdas não-predatórias pode ser adotada
com valores entre 0,01 e 0,5 d-1, sendo os valores
mais comuns entre 0,01 a 0,1 d-1;

A taxa de perda predatória depende do tipo de
predador do zooplâncton (peixe onívoro, peixe
planctívoro, macroinvertebrados, etc);

Valores podem ser encontrados em Bowier et al.
(1985).
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Interações fitoplâncton-zooplâncton
Exercício no Grind:

Modelo conceitual
da
 k g  k ra a  C gz za
dt
dz
 acaC gz za  k dz z
dt
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Interações fitoplâncton-zooplâncton


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a0 = 1mgCl-a m-3
z0 = 0,05 gC m-3
aca = 0,04 gC mgCl-a-1
Cgz = 1,5 m3 gC-1 d-1
ε = 0,6
kdz = 0,1 d-1
kg = 0,5 d-1
kra = 0,2 d-1
Interação organismos cadeia alimentar
C
Zooplâncton
(gC m-3)
P
apc
C
aca
ε
Cl-a
apa
1-ε
P
Cl-a
Fitoplâncton
(mgCl-a m-3)
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Cl-a
apa
P
Fósforo
(mgP m-3)
Interação organismos cadeia alimentar
Seguindo o esquema, podemos escrever uma
sistema de equações para aproximar as relações
entre fitoplâncton, zooplâncton e nutrientes:

da
 k g  k ra a  C gz za
dt
dz
 acaC gz za  k dz z
dt
dp
 a pa 1   C gz za  a pc k dz z  a pa k g  k ra a
dt
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Trabalho

Faça uma análise criteriosa dos Estados Alternativos de
Estabilidade (ciclos no tempo, ponto de equilíbrio, nullclines e
análise de parâmetros) entre organismos e nutrientes. Inclua um
efeito de limitação por nutrientes no crescimento do fitoplâncton.
Use um valor de 2 μgP/L para a constante de meia-saturação.










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a0 = 1mgCl-a m-3
z0 = 0,05 gC m-3
p0 = 20 μgP L-1
aca = 0,04 gC mgCl-a-1
apa = 1 mgP mgCl-a-1
Cgz = 1,5 m3 gC-1 d-1
ε = 0,6
kdz = 0,1 d-1
kg = 0,5 d-1
kra = 0,2 d-1
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