Modelagem em Ciências Biológicas Aula 6: Interações Presa-Predador Carlos Ruberto Fragoso Júnior 11:11 Sumário        11:11 Revisão da aula anterior Introdução Equações de Lotka-Volterra Interações fitoplâncton-zooplâncton Parâmetros do zooplâncton Interações organismos/nutrientes Trabalho Revisão     11:11 Aprendemos sobre alguns fatores físicos e químicos (temperatura, luz e nutrientes) que limitam o crescimento do fitoplâncton; Também descrevemos processos de perdas tais como respiração e excreção; Falamos também como podemos modelar a predação de forma indireta; Hoje focaremos na ação dos predadores (fitoplâncton) que usam as presas (zooplâncton) como fonte de alimento. Introdução    11:11 Existem diversos casos na natureza envolvendo a interação um par de organismos, um servindo como fonte de alimento do outro (ex. Alces e leão; leão marinho e Orcas). O conhecimento destas interações é fundamental para gestão ambiental; Alguns organismos em excesso são indesejáveis, podendo ser fruto de um desequilíbrio das interações presa-predator (ex. bloom de cobras píton em Everglades). 11:11 Equações de Lotka-Volterra    11:11 Em 1926 o biólogo italiano Humberto D’Ancona estimou a população de predadores e presas no Mar Adriático baseado no número de peixes vendidos no mercado de 1910 a 1923; Baseado nesta informação, ele observou que o período sem pesca durante a primeira guerra mundial levou a uma maior proporção de predadores; Comunicou este fato ao seu padrasto, o matemático Vito Volterra. Equações de Lotka-Volterra    11:11 No ano seguinte Volterra desenvolveu vários modelos matemáticos para simular as interações envolvendo duas ou mais espécies; Independente, o biólogo americano A. J. Lotka reproduziu diversos modelos semelhantes, baseado nos modelos de Volterra; Esta variedade de modelos são comumente chamados de equações de Lotka-Volterra. Equações de Lotka-Volterra  Vamos escrever uma equação de crescimento para uma simples presa em um ambiente isolado, sem predador e repleto de alimento: dx  ax dt  11:11 onde x é o número de presas e a é uma taxa de crescimento de primeira ordem. Equações de Lotka-Volterra  A equação de um simples predador y na ausência de sua fonte de alimento x: dy  cy dt  11:11 onde c é uma taxa de mortalidade de primeira ordem. Equações de Lotka-Volterra  A interação entre as duas espécies depende da população das duas espécies;  Se existem poucos predadores ou poucas presas a magnitude desta interação diminui;  Uma simples maneira de representar esta interação é usando um produto, xy. 11:11 Equações de Lotka-Volterra  Assim, como essa interação resulta em perda da presa, temos: dx  ax  bxy dt  11:11 onde b é um parâmetro que quantifica o impacto da interação na presa. Equações de Lotka-Volterra  E a equação do predador fica: dy  cy  dxy dt  11:11 onde d é um parâmetro que quantifica o impacto da interação no predador. Equações de Lotka-Volterra  Usando o GRIND: dx  ax  bxy dt dy  cy  dxy dt 11:11 Interações fitoplâncton-zooplâncton Respiração /Excreção 11:11 Interações fitoplâncton-zooplâncton  Na aula passada vimos que o balanço de massa para o fitoplâncton pode ser escrito como: da  k g T , N , I a  k ra a  k gz a   dt  respiração / excreção Cresciment o 11:11 predação Interações fitoplâncton-zooplâncton  A taxa de predação não é uma constante e pode ser aproximada por: kgz  Cgz z  11:11 T 20 onde Cgz é a taxa de predação em m3 gC-1 d-1; θ é um fator de correção pela temperatura e z é a concentração de zooplâncton em gC m-3 Interações fitoplâncton-zooplâncton  Poderiamos ter uma variedade de refinamentos que aumentaria o poder de representação desta taxa, como por exemplo: a T  20 k gz  Cgz z k sa  a  11:11 ksa é a constante de meia-saturação para predação do zooplâncton no fitoplâncton. Interações fitoplâncton-zooplâncton  Incorporando este processo, o balanço final da concentração de fitoplâncton fica:  a da T 20  a  k g T , N , I a  kra a   Cgz z dt  k sa  a  11:11 Interações fitoplâncton-zooplâncton  O balanço final da concentração de zooplâncton fica:  a dz T 20  a  kdz z  aca  Cgz z dt  k sa  a   11:11 onde ε é um fator de eficiência de conversão e kdz é a taxa de perda por respiração, excreção e mortalidade em d-1. Interações fitoplâncton-zooplâncton  O sistema de equações fica:  a da T 20  a  k g T , N , I a  kra a   Cgz z dt  k sa  a   a dz T 20  a  kdz z  aca  Cgz z dt  k sa  a  11:11 Parâmetros do zooplâncton  A taxa de predação varia entre 0,5 a 5, com valores mais comuns adotados entre 1 a 2 m3 gC-1 d-1;  O fator de correção pela temperatura geralmente é 1,08;  A constante de meia saturação varia entre 2 a 25 , com valores mais comuns adotados entre 5 a 15 μgCl-a L-1; 11:11 Parâmetros do zooplâncton  A taxa de perda pode ser quebrada em duas partes: kdz  krz  kgzc  11:11 onde krz é a taxa de perdas não-predatórias (respiração e excreção) e kgzc é a taxa de perda predatória por carnívoros; Parâmetros do zooplâncton  A taxa de perdas não-predatórias pode ser adotada com valores entre 0,01 e 0,5 d-1, sendo os valores mais comuns entre 0,01 a 0,1 d-1;  A taxa de perda predatória depende do tipo de predador do zooplâncton (peixe onívoro, peixe planctívoro, macroinvertebrados, etc);  Valores podem ser encontrados em Bowier et al. (1985). 11:11 Interações fitoplâncton-zooplâncton Exercício no Grind:  Modelo conceitual da  k g  k ra a  C gz za dt dz  acaC gz za  k dz z dt 11:11 Interações fitoplâncton-zooplâncton         11:11 a0 = 1mgCl-a m-3 z0 = 0,05 gC m-3 aca = 0,04 gC mgCl-a-1 Cgz = 1,5 m3 gC-1 d-1 ε = 0,6 kdz = 0,1 d-1 kg = 0,5 d-1 kra = 0,2 d-1 Interação organismos cadeia alimentar C Zooplâncton (gC m-3) P apc C aca ε Cl-a apa 1-ε P Cl-a Fitoplâncton (mgCl-a m-3) 11:11 Cl-a apa P Fósforo (mgP m-3) Interação organismos cadeia alimentar Seguindo o esquema, podemos escrever uma sistema de equações para aproximar as relações entre fitoplâncton, zooplâncton e nutrientes:  da  k g  k ra a  C gz za dt dz  acaC gz za  k dz z dt dp  a pa 1   C gz za  a pc k dz z  a pa k g  k ra a dt 11:11 Trabalho  Faça uma análise criteriosa dos Estados Alternativos de Estabilidade (ciclos no tempo, ponto de equilíbrio, nullclines e análise de parâmetros) entre organismos e nutrientes. Inclua um efeito de limitação por nutrientes no crescimento do fitoplâncton. Use um valor de 2 μgP/L para a constante de meia-saturação.            11:11 a0 = 1mgCl-a m-3 z0 = 0,05 gC m-3 p0 = 20 μgP L-1 aca = 0,04 gC mgCl-a-1 apa = 1 mgP mgCl-a-1 apc = 20 mgP gC-1 Cgz = 1,5 m3 gC-1 d-1 ε = 0,6 kdz = 0,1 d-1 kg = 0,5 d-1 kra = 0,2 d-1 Equação completa do balanço de massa (considerando a heterogeneidade espacial) C uC  vC wC    C    C    C     Ez      Ex    E y S t x y z x  x  y  y  z  z  onde S é a taxa de perda ou ganho de massa de uma substância 11:11 Transporte de poluentes não conservativos em rios C uC    C     Ex   kC t x x  x  k inclui termos de cinética e outras perdas e ganhos 11:11 Transporte de poluentes não conservativos em rios, regime permanente e dispersão desprezível uC   kC x k inclui termos de cinética e outras perdas e ganhos 11:11 Exemplo (Produção Primária Aquática):  HB  uBH  vBH    HB     HB   Kh    eff BH     Kh  t x y x  x  y  y  11:11 Equação de transporte/crescimento/consumo:  HB  uBH  vBH    HB     HB   Kh    eff BH     Kh  t x y x  x  y  y  11:11 Fatores de Produtividade NUTRIENTES RADIAÇÃO SOLAR TEMPERATURA PRODUÇÃO PRIMÁRIA PREDAÇÃO 11:11 PROFUNDIDADE Fatores de Produtividade NUTRIENTES RADIAÇÃO SOLAR TEMPERATURA PRODUÇÃO PRIMÁRIA PREDAÇÃO 11:11 PROFUNDIDADE Fatores de Produtividade NUTRIENTES RADIAÇÃO SOLAR TEMPERATURA PRODUÇÃO PRIMÁRIA PREDAÇÃO 11:11 PROFUNDIDADE Radiação solar 11:11 Radiação solar Algas Zooplâncton Outros organismos Nutrientes 11:11 Organismos bentônicos Radiação solar Advecção Difusão Algas Consumo Zooplâncton Outros organismos Respiração Advecção Difusão Nutrientes Fontes 11:11 Organismos bentônicos Radiação solar Consumo Advecção Difusão Algas Consumo Zooplâncton Outros organismos Respiração Advecção Difusão Nutrientes Fontes 11:11 Organismos bentônicos Radiação solar Consumo Advecção Difusão Algas Consumo Zooplâncton Respiração Advecção Difusão Outros organismos Sedimentação Nutrientes Regeneração pelágica Fontes 11:11 Organismos bentônicos Radiação solar Consumo Advecção Difusão Algas Consumo Zooplâncton Respiração Advecção Difusão Outros organismos Sedimentação Nutrientes Regeneração pelágica Fontes 11:11 Regeneração bentônica Organismos bentônicos Cálculo da taxa efetiva de crescimento: Nutrientes (μN) Luz e Temperatura (μLT) Perdas (μP) 11:11 Cálculo da taxa efetiva de crescimento: Nutrientes (μN) Luz e Temperatura (μLT) Fotossíntese (μF=μNxμLT) 11:11 Perdas (μP) Cálculo da taxa efetiva de crescimento: Nutrientes (μN) Luz e Temperatura (μLT) Fotossíntese (μF=μNxμLT) Perdas (μP) Taxa efetiva (μeff) 11:11 Modelagem Fitoplâncton/Nutrientes: Clorofila a:  Ha  uHa  vHa    Ha     Ha   Kh      eff Ha   Kh  t x y x  x   y  y  Nitrogênio total:  Hn  uHn  vHn    Hn     Hn   Kh      ana eff Ha   Kh  t x y x  x  y  y  Fósforo total:  Hp  uHp  vHp    Hp     Hp   Kh      apa eff Ha  k phosp   Kh  t x y x  x  y  y  11:11 Modelagem Fitoplâncton/Nutrientes:  Ha  uHa  vHa    Ha     Ha   Kh      eff Ha   Kh  t x y x  x   y  y   Hn  uHn  vHn    Hn     Hn   Kh      ana eff Ha   Kh  t x y x  x  y  y   Hp  uHp  vHp    Hp     Hp   Kh      apa eff Ha  k phosp   Kh  t x y x  x  y  y  11:11 Modelos Complexos de Estrutura Trófica 11:11 O que é o modelo IPH-ECO? • • • • • • • • Módulo Hidrodinâmico 3D, 2DH Módulo Químico (Qualidade da Água) Módulo Biológico-Ecológico Windows version 1.0 η Discretização estruturada e não-estruturada Código desenvolvido em Fortran Interface Gráfica desenvolvida em Visual Basic (pré-processamento) Visualização dos resultados em tempo real e pós-processamento em w Array Visualizer Fortran i,j x i,j,k+1/2 h ui-1/2,j,k ui+1/2,j,k Δzi+1/2,j,k wi,j,k-1/2 0,12 z wi,j,k+1/2 ui+1/2,j,k x y 11:11 H (x,y,z,t) p (x,y,z,t) C (x,y,z,t) T (x,y,z,t) vi,j+1/2,k Interação organismos cadeia alimentar A primeira versão foi feita em 2004 (bidimensional) • 01 Dissertação “Simulações de fitoplâncton no Sistema Hídrológico do Taim” • 02 Aplicações reais Qualidade da água em reservatórios A segunda versão foi feita em 2005 (tridimensional) A terceira versão foi feita em 2007 (qualidade da água e biológico) Futuras versões (tridimensional grade não estruturada ) 11:11 Módulo hidrodinâmico • Baseado na metodologia utilizada por Casulli e Cheng (1992) ηi,j x wi,j,k+1/2 h ui-1/2,j,k ui+1/2,j,k Δzi+1/2,j,k 0,12 wi,j,k-1/2 wi,j,k+1/2 ui+1/2,j,k vi,j+1/2,k 11:11 Módulo Químico e Biológico • Baseado na metodologia utilizada no modelo PCLake (Janse, J. H., 2005) 11:11 11:11 Módulo Químico e Biológico • São descritos os ciclos completo de nutrientes (N, P e Si) como fechados • Fitoplâncton pode ser divido diatomáceas, algas verdes e cianobactéria • Macrófitas podem ser divididas em enraizadas, não-enraizadas, emergentes e plantas emergentes • Peixes podem ser divididos em onívoros, planctívoros e piscívoros. • Quase todos os componentes na água são sujeitas a efeitos hidrodinâmicos (advecção and difusão). • Estes modulos são tridimensional (estratificação) 11:11 ui-1/2,j,k Δzi+1/2,j,k ui+1/2,j,k Discretização w Grades Estruturadas: 0,12 i,j,k-1/2 Representa o campo de escoamento em um plano formado por uma grade estruturada regular Eficiência computacional e o comprometimento das soluções numéricas Grades ortogonais estruturadas não são suficientemente flexíveis para ajustar contornos complexos e arbitrários Lagoa Mangueira/RS 11:11 SHT Taim wi,j,k+1/2 ui+1/2,j,k vi,j+1/2,k Discretização Grades Não-Estruturas: Aumento da precisão na solução computacional e a redução do número de elementos na representação de um mesmo contorno Esforços computacionais podem ser concentrados em áreas de interesse reduzindo a densidade da malha nas demais áreas Facilidade de adaptação destas malhas em geometrias complexas permitem a elaboração de refinamentos locais em regiões específicas 11:11 Lagoa Mangueira/RS SHT Taim Discretização Lagoa Mangueira/RS, SHT Taim Parte Sul 11:11 Lagoa Mangueira/RS, SHT Taim Parte Sul 11:11 Help do Modelo IPH-ECO 11:11 Help do Modelo IPH-ECO 11:11 Help do Modelo IPH-ECO 11:11 Help do Modelo IPH-ECO 11:11