ACORDO ORTOGRÁFICO DA
LÍNGUA PORTUGUESA 1990
1. Alfabeto
Com a inclusão das letras k, w e y, o alfabeto
passa a ter vinte e seis letras:
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWX
YZ
Uso:
• Nomes próprios de pessoas e derivados;
• Nomes próprios de lugares e derivados;
• Siglas, símbolos, unidades de medida.
2. Trema
O trema deixa de existir na grafia das palavras
da língua portuguesa.
Observações:
• Palavras derivadas de nomes próprios
estrangeiros conservam o trema;
• A ausência do trema não implica nenhuma
alteração na pronúncia da palavra.
Como era
Agüentar
Cinqüenta
Como fica
Aguentar
Cinquenta
3. Acentuação
Palavras paroxítonas:
Mantêm-se as regras de acentuação gráfica
das paroxítonas, com algumas exceções.
a) Os ditongos abertos ei e oi não são acentuados
nas palavras paroxítonas:
Como era
Como fica
Idéia
Ideia
Jóia
Joia
b) O hiato -oo não é mais acentuado nas palavras
paroxítonas:
Como era
Como fica
Vôo
Voo
c) O Acordo eliminou o acento circunflexo do hiato ee, na terceira pessoa do plural dos verbos crer,
dar, ler, ver e seus derivados:
Como era
Como fica
Crêem
Creem
d) Não se usa mais o acento que diferenciava os
pares pára/ para, péla(s)/pelas, pêlo(s)/pelo(s),
pólo(s)/ polo(s) e pêra/ pera.
Como era
Ele pára o carro.
Ele foi ao pólo Norte.
Comi uma pêra.
Como fica
Ele para o carro.
Ele foi ao polo Norte.
Comi uma pera.
Observações:
• Manteve-se o acento na forma verbal pôde
(pretérito perfeito) para diferenciá-la do pode
(presente do indicativo).
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas
hoje ele pode.
 O verbo pôr mantém o acento para diferenciar-se
da preposição por. Exemplo: Vou pôr o livro na
estante que foi feita por mim.
 É facultativo o uso do acento para diferenciar as
palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso do
acento deixa a frase mais clara.
Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
e) Palavras paroxítonas cujas vogais tônicas i e u
vêm após ditongo não são acentuadas:
Como era
Como fica
Feiúra
Feiura
4. Uso do hífen
As observações a seguir referem-se ao uso do
hífen em palavras formadas por prefixos ou por
elementos que podem funcionar como prefixos,
como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui,
auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra,
geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro,
mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró,
pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra,
tele, ultra, vice, entre outros.
a) Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de
palavra iniciada por h.
Exemplos: Anti-higiênico, sobre-humano,
anti-histórico.
b) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
vogal diferente da vogal com que se inicia o
segundo elemento.
Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem,
autoestrada, autoescola.
c) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
vogal e o segundo elemento começa por consoante
diferente de r ou s.
Exemplos: anteprojeto, antipedagógico, autopeça,
coprodução, semicírculo.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen.
Exemplos: vice-rei, vice-almirante.
d) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
vogal e o segundo elemento começa por r ou s.
Nesse caso, duplicam-se essas letras.
Exemplos: antirrábico, antirracismo, antissocial.
e) Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o
hífen se o segundo elemento começar pela
mesma vogal.
Exemplos: anti-ibérico, anti-imperialista,
anti- inflamatório, contra-ataque.
f) Quando o prefixo termina por consoante, usa-se
o hífen se o segundo elemento começar pela
mesma consoante.
Exemplos: hiper-requintado, inter-racial,
super-resistente.
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também
diante de palavra iniciada por r: sub-região.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen
diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-navegação, pan-americano.
g) Quando o prefixo termina por consoante, não se
usa hífen se o segundo elemento começar por
vogal.
Exemplos: hiperacidez, interescolar, interestadual,
supereconômico.
h) Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém,
pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen.
Exemplos: além-mar, ex-diretor, recém-nascido.
i) Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem
tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, capim-açu.
j) Mantém-se o hífen nas palavras compostas.
Exemplos: guarda-noturno, conta-gotas,
guarda-chuva, arco-íris.
k) Não se deve usar o hífen em certas palavras
que perderam a noção de composição.
Exemplos: girassol, madressilva, mandachuva,
paraquedas, paraquedista, pontapé.
TUFANO,Douglas. Guia Prático da Nova Ortografia. Michaelis.
SOARES, Rosalina. Guia Ortográfico da língua portuguesa. Editora Positivo.
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