REDE DE ENSINO DOCTUM A Importância do Planejamento do Passivo Trabalhista Dulceblene Rayane Priscila Souza RESUMO O presente artigo trata-se de uma pequena abordagem sobre a importância do Passivo Trabalhista, analisando as relações da empresa, e a falta de planejamento e impacto negativo no setor financeiro em relação à falta de conhecimento dos fatores que geram o Passivo Trabalhista. Assunto esse que tem apresentado um grande destaque na atualidade devido ao alto índice de processos judiciais e instabilidade da economia da empresa. Diante desses assuntos, a pesquisa tem o objetivo de demonstrar os benefícios que uma boa gestão do passivo trabalhista pode proporcionar em longo prazo. Palavra – Chave: Passivo Trabalhista, Planejamento, Empresa. 1. Introdução Quando uma empresa ou empregador pessoa física não está de acordo com as normas de trabalho ou recolhimento dos encargos trabalhista, tais como 13º, férias, insalubridade, INSS, FGTS entre outros, gera um passivo trabalhista SEBRAE (2009). Uma vez que passivo trabalhista é a junção de obrigações que compõe ações ocasionadas pelos colaboradores que por sua vez buscam seus direitos, que não foram remunerados ao longo dos anos e entram com ação judicial. Figueiredo (2011) e Soldi e Zanelli (2006) afirma que as organizações estão se tornando cada vez mais eficientes e com modernas estruturas. Uma vez que o mercado vê crescendo e as empresas querem estar à frente dos seus concorrentes. Mas segundo Mattoso (1995) é crescente a insegurança do mercado de trabalho, no emprego, na contratação e na representação do trabalho e ocorre, ainda, a perda de direitos trabalhistas com efeitos mais graves (FERNANDES; CARVALHO NETO, 2005; PICCININI; OLIVEIRA; RUBENICH, 2006). Devido ao grande crescimento do mercado e infelizmente ao aumento de muitos impostos, muitas empresas se veem em crise devido ao baixo valor em caixa, preferem burlar as normas e esquecem que acaba gerando mais prejuízo para a economia da empresa. Uma vez que um processo judicial tem um valor muito elevado comparado ao valor que seria devido pagar ou reservar todo mês. Para Pereira (2008) existem dois tipos de passivos, os “Passivos trabalhistas ocultos” que são esses passivos que não tem cobranças imediatas, vindo à tona somente quando um colaborador recorre aos seus direitos de forma judicial, tornando Passivo Exigível. Rocha e Silva (2011) ressalta que passivo trabalhista normal que são os pagamentos de obrigações que a empresa tem com o funcionário tais como: salário, pagamento de férias, fundo de garantia entre outros Com a intenção de ressaltar os benefícios de um planejamento trabalhista, surgiu-se então o questionamento de: Quais são os benefícios que uma boa gestão do passivo trabalhista pode proporcionar as empresa? Com o objetivo de apresentar fatos relevantes dos aspectos referentes ao passivo trabalhista usou-se a metodologia bibliográfica visando aproveitamento abrangente e conhecimento bibliográfico já publicado em forma de artigo cientifico, revistas e sites que tratam do assunto em questão. A sua finalidade é fazer com que os leitores tenham um conhecimento parcial do assunto abordado visto que o tema abrange diversas áreas de atuação. 2. Referencial Teórico Para Santos et AL (2003) o passivo trabalhista representa uma junção de valores no qual a empresa tem o dever de pagar a terceiros, que o deveria comumente de compromissos ou dívidas assumidas. Pereira (2008) ainda complementa definindo o passivo trabalhista como, consequência de várias reivindicações trabalhista efetuadas conta a empresa. Pereira (2008) nos fala que existem dois tipos de passivo trabalhista o passivo trabalhista normal e o passivo trabalhista oculto, sendo que o passivo trabalhista normal é destinado ao pagamento das obrigações da empresa para com os colaboradores tais como: Salário, Férias, FGTS entre outros, já o passivo trabalhista oculto acontece quando não é efetuado o pagamento do recolhimento dos encargos sociais, podendo acarretar em um processo judicial, gerando prejuízos a empresa. Coelho (2008) ressalta que benefício financeiro poderá ser aqueles que previnem processos judiciais trabalhistas que geram despesas. Tais como, honorários advocatícios, juros e correção monetária dos débitos, juntamente com encargos previdenciários gerando pagamento do montante do debito em uma única parcela. Uma vez provisionado, é possível passar por um processo trabalhista sem ficar com o caixa baixo, visto que as despesas serão utilizadas nas reservas destinadas aos gastos imprevistos. Coelho (2008, p 01) “Conhecer os principais pontos que gera passivo trabalhista em uma relação de emprego pode favorecer ao empregador quanto ao menor direcionamento das atividades laborativas em seu cotidiano”. Para uma empresa chegar ao objetivo esperado sem transtornos com os passivos trabalhistas é necessário que o mesmo coloque em pratica um planejamento trabalhista, pois assim poderá evitar transtornos futuros com processo judiciais. Cunha (2007) “Poucos são os que se lembram do planejamento trabalhista, o que significa – pensamos – a perda de uma excelente oportunidade para redução dos custos empresarias e até mesmo para a adequação da empresa a legislação em vigor, ao que pode evitar muitas surpresas desagradáveis no futuro”. Uma empresa com um planejamento muito bem estruturado e em exercício consegue enfrentar um processo trabalhista ou qualquer outro desapontamento sem gerar prejuízos para o departamento financeiro da empresa. Pois já estarão cientes dos danos que um passivo trabalhista pode causar. 3. Desenvolvimento Diante dos estudos sobre Passivo Trabalhista, Coelho (2004) ressalta que quando se evita um passivo trabalhista pode gerar benefícios financeiros á empresa, evitando despesas maiores. Pois evitando ou até provisionando o Passivo Trabalhista pode-se chegar a um resultado econômico positivo, pois é possível que muitas empresas tenham o mesmo resultado, apenas reservando uma parte como reserva de Passivo Trabalhista ou planejamento de Passivo Trabalhista. Esse assunto vem ganhado espaço nas discussões da sociedade brasileira e também nas organizações. Um estudo de caso feito por DEPECON (Setembro 2010) em 444 no período do mês de Agosto de 2010 entre os dias 09 e 30, executado entre micros, pequenas, médias e grandes empresas nos trazem o seguinte resultado: 80% das empresas não realizam previsão de despesas para indenização de ações trabalhista. Diante desse percentual é possível verificar que muitas empresas estão pagando mais dividas trabalhistas do que as evitando. No entanto, os empresários devem se preocupar em identificar os pontos que acarretam gastos para a empresa visando à redução dos custos trabalhistas, esse processo deve ser feito sem que haja influência na produtividade e na qualidade dos serviços, favorecendo o direito dos empregados ocasionando um passivo trabalhista positivo de forma que o planejamento esteja sendo bem executado e evidenciado com a importância devida, sendo assim chegaram ao objetivo positivo. 3.1 - O que é Passivo Trabalhista De acordo com Rocha e Silva, (2011) é quando uma organização ou em empregador pessoa física não cumpre suas obrigações trabalhistas ou recolhimentos de encargos sociais, elas acarretam um passivo trabalhista. Os tipos mais conhecidos de descumprimento dos direitos trabalhistas são a falta de registro na CTPS do empregador, Horas Extras e o não recolhimento do FGTS, pagamento de 13º salario, Férias, INSS entre outros. É importante ressaltar que sua cobrança não será imediata, visto que se tornará Passivo Trabalhista exigível quando o mesmo violar as leis ou deixar de recolher seus encargos sociais, perante a uma reclamação trabalhista feita pelo empregado junto a Justiça do Trabalho, fiscalização por parte do Ministério do Trabalho ou INSS. De acordo com Oliveira (2002). 3.2- Benefícios da Gestão do Passivo Cunha (2007) ressalta o seguinte: Poucos são os que se lembram do planejamento trabalhista, o que significa – pensamos – a perda de uma excelente oportunidade para a redução dos custos empresariais e até mesmo para a adequação da empresa à legislação em vigor, algo que pode evitar muitas surpresas desagradáveis no futuro. Coelho (2004) completa que conhecer os principais pontos que geram o passivo trabalhista em uma relação de empregador e empregado pode favorecer ao empregador quanto ao menor direcionamento das atividades laborativas em seu cotidiano. É imprescindível que muitos empregadores tenham ciência das obrigações trabalhistas e suas atualizações, para exercerem com sincronismos os planejamentos que as empresas têm, mas em especial, o planejamento do Passivo Trabalhista, por mais que esses não são muito importantes para algumas empresas, é um passivo que se não tiver um planejamento adequado pode levar a empresa ao vermelho. Pois normalmente são valores altos que muitas vezes são pagos em uma única vez. Segundo SEBRAE-MG (2010) “O grande problema é que nestes casos o passivo trabalhista gerado durante meses ou mesmo anos é cobrado do empregador de uma só vez, o que em muitos casos resulta na inviabilidade financeira do negócio”. Para Veiga (2006, p 01), “Altos passivos trabalhistas podem ser interpretados como indicadores de que a empresa não está em compliance com a legislação vigente, o que pode resultar na diminuição do índice de liquidez da empresa e, por consequência, na redução de seu valor de mercado”. O Portal Mario Lucio Advogados e Associados ressalta que o Planejamento trabalhista tem como objetivo prevenir e gerir inúmeras reclamações impulsionadas em virtude da legislação trabalhista em favorecimento do empregado, uma vez que há um aumento em relação às ações trabalhistas. Ou seja, identificar os pontos que apresentam falhas, fazer uma analise especifica nos setores e departamentos com objetivo de identificar prováveis erros que possivelmente virá a ser um passivo trabalhista. E ainda complementa que seria mais viável se as empresas realizassem e colocassem como prioridade p planejamento trabalhista antes de iniciar qualquer atividade, já que é possível alcançar resultados positivos. 4. Considerações Finais O artigo apresentado demonstrou a importância de planejamento passivo trabalhista, uma vez que é um assunto que infelizmente poucas empresas têm ciência ou por não ter conhecimento não faz uma reserva para esse tipo de evento. Ressalta-se que se não colocar o planejamento como um indicador de evitar transtornos futuros, muitas empresas irão continuar com problemas de caixas ou até muitas poderão decretar falência, problemas esses que nenhuma empresa ou empregador deseja passar. Por isso pode-se afirmar que o planejamento é a melhor ferramenta até o momento, que pode evitar e provisionar o melhor funcionamento tanto para os empregadores como para os empregados. 5. Referencial Bibliográfico SEBRAE-MG – Oque é Passivo Trabalhista. http://sebraemgcomvoce.com.br/2010/06/28/o-que-e-passivo-trabalhista/. Acesso em 30 de Abril de 2015. COELHO, Napoleão Alves, ALMEIDA, Sergio Geraldo de, ALCANTARA JUNIOR, Daladier Rodrigues de Importância de uma Boa Gestão de Passivo Trabalhista. Minas Gerais: 2008 Morais Lucio Publicações. http://www.moraislucio.adv.br/publicacoes/new/id/30. Acesso em 30 de Abril de 2015. Presidência da Republica – Casa Civil. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em 30 de Abril de 2015. A importância de conhecer e evitar o passivo trabalhista. http://www.unioeste.br/campi/cascavel/ccsa/VIIISeminario/PESQUISA/CIENCIA S_CONTABEIS/ARTIGO_89.pdf. Disponível em www.unioeste.br. Acesso em 30 de Abril de 2015. Importância da Gestão do Passivo Trabalhista: Estudo de Caso Em Uma Empresa no Sul de Minas http://www.saomarcos.br/ojs/index.php/rasm/article/view/69. Gerais. Disponível em www.saomarcos.br. Acesso em 30 de Abril de 2015. PEREIRA, Sávio Delano Vasconcelos. A Importância da Gestão do Risco do Passivo Trabalhista nas Finanças das Organizações. Revista Novas Ideias, v.1, n.1, p. 93-112, Janeiro-junho/2008. OLIVEIRA, Aristeu de. Manual de Prática Trabalhista. 35ª ed. São Paulo. Atlas: 2002. ROCHA, J. E; SILVA, S. C.; A auditoria como ferramenta de prevenção do passivo trabalhista oculto. RBC, N. 190. 2011. CUNHA, Rodrigo Giostri Da. Planejamento trabalhista: esse desconhecido. VEIGA, Luiz Felipe Tenório Da. Administração das Relações Trabalhistas Coloca Planejamento em Primeiro Plano. São Paulo, 2006. Site DEPECON PASSIVO - PROJETO TRABALHISTA, “RUMOS DA CONDIÇÕES INDÚSTRIA DE PAULISTA” TRABALHO TRABALHADORES (Setembro 2010) - Acesso em 30 de Abril de 2015. E