COLÉGIO CAESP – EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Rua Almirante Barroso, 1086 – Fone/Fax (045) 3523.2887 – CEP 85851-010 Foz do Iguaçu – PR – Brasil - www.caesp.com.br - e-mail:[email protected] HISTÓRIA Profª MÁRCIA FABIANI [email protected] 2º ANO DO ENSINO MÉDIO AULA 1 Século XIX MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICOS: BURGUESIA X PROLETARIADO Cultura europeia no início do século XIX – características: Europa se expande e tenta dominar o mundo; Frequentes choques revolucionários: - motivação: contra a ordem estabelecida, regime político, ordem social e domínio estrangeiro; - defesa: da liberdade, da democracia política ou social e da independência ou unidade nacional Cultura europeia no início do século XIX – características: Desenvolvimento da revolução industrial, que leva a: - Movimento operário; - Intensa urbanização; - Mecanização da vida. Cultura europeia no início do século XIX – características: Restauração dos poderes monárquicos- constitucionais, entre 1815 – 1830: - mal-estar político, pois era vivida como oposição do sentido de legitimidade; - Tradicional: valor da perenidade – é legitimo o que dura, o que representa a tradição Cultura europeia no início do século XIX – características: Legitimidade Tradicional: valor da perenidade – é legítimo o que dura, o que representa a tradição. O que permanece é o que corresponde as necessidades porque é eficaz. O tempo o canoniza; Revolucionária: o passado é ultrapassado. No povo reside o poder de fazer e desfazer a ordem, e na vontade da maioria reside a legitimidade. Cultura europeia no início do século XIX – características: Oposição das noções de legitimidade: - Tradição x história; - Nação x revolução Tipos de revolução 1830 – movimentos liberais – contra o antigo regime, em nome da liberdade; 1830 – 1850 – o povo contra as elites, a favor do sufrágio universal; Movimentos sociais de inspiração socialista; Movimentos nacionais – em busca da auto afirmação da nacionalidade Com o desenvolvimento industrial surgiram várias correntes ideológicas que pretendiam justificar e apoiar o capitalismo (doutrinas liberais), ou condená-lo e destruí-lo (doutrinas socialistas). CAPITALISMO SOCIALISMO Propriedade privada (controle Propriedade coletiva da burguesia). (socialização). O proletário trabalha para a burguesia. O proletário trabalha para a sociedade. Objetivo: LUCRO. Objetivo: BEM-ESTAR coletivo. Economia baseada no mercado. Economia planificada pela sociedade. Liberalismo Doutrina político-econômica e sistema doutrinário que se caracteriza pela sua atitude de abertura e tolerância a vários níveis. Surgiu na época do iluminismo contra o espírito absolutista. Parte do conceito de que o conhecimento da razão humana e o direito à ação e realização própria, livre e sem limites, é o melhor sistema para a satisfação dos desejos e necessidades da humanidade. Exigia não só a liberdade de pensamento mas também a liberdade política e econômica. Na sua origem, o liberalismo não era só partidário das liberdades individuais mas também da dos povos, não sendo estranho aos movimentos de libertação nacional surgidos durante o séc. XIX (Europa e América Latina). Síntese geral 1 2 3 Liberalismo é internacional e se expande para manter-se vivo; Pertence ao ideário das elites e das camadas populares; Definindo-o: é a política econômica do sistema capitalista e a superação final do sistema mercantilista Enquanto filosofia: Na política – defende a liberdade, base e justificativa da vida social; os poderes públicos funcionam na garantia dela por meio de leis provindas da razão; No social – defende o individualismo, a pessoa como unidade de liberdade e direitos; Enquanto filosofia: Na história – concebida como realização dos indivíduos e não das forças coletivas; No conhecimento – acredita na descoberta progressiva da verdade pela razão individual. Não é revelação divina, mas produto da razão no confronto das experiências; Enquanto filosofia: No jurídico – só as leis, criadas pelos representantes do povo, podem evitar o abuso do poder (este é mau em si); o poder deve ser fracionado para que o indivíduo tenha sua liberdade garantida; No Estado – o mais reduzido possível, sendo um policial que garante o cumprimento das leis, mas não a vontade do governante; Enquanto filosofia: Na família – peça básica do individualismo, único “coletivo” admitido, pois isento de concorrência e funcionando como base para a educação dos caracteres e poupança financeira e de mão-de-obra; Enquanto Prática Social: é desigual, perpetua as diferenças entre os grupos sociais, não atentando para as diferenças construídas historicamente, que impedem a concorrência “justa” Enquanto Prática Social: É ideologia da burguesia – grupo social dominante, que a sustenta e por ela é sustentada; Ao localizar o êxito político e econômico ao indivíduo dá autoridade sobre os demais que “fracassaram” àquele que consegue sucesso; Enquanto Prática Social: ao desvalorizar o coletivo desarticula a classe trabalhadora no combate aos empresários e desacredita toda e qualquer associação de funcionar com êxito; ao garantir a propriedade privada e o direito de herança garante a reprodução da riqueza entre os seus e força os demais a vender sua força de trabalho; Liberalismo Social Política Religiosa Liberdade Económica Artística Liberdade política •Constituição/ Carta constitucional •Separação tripartida dos poderes •Soberania nacional ( a nação está representada pelos cidadãos activos que constituem as assembleias) Liberdade social Defesa dos direitos naturais do cidadão: Liberdade Igualdade (continua distinção com base na riqueza, coloca-se a questão da escravatura…) Segurança e propriedade Intervir na governança Liberdade religiosa Secularização das instituições: Instituição do registo civil para nascimentos, casamentos e óbitos Criação de hospitais e escolas públicas Expropriação e nacionalização dos bens das ordens religiosas (por vezes extinção) Liberdade econômica Livre – cambismo Iniciativa privada Lei da oferta e da procura Fisiocratismo – produção agrícola e livre concorrência na venda dos produtos “ Laissez faire, laissez passer” Gournay 1 - DOUTRINAS LIBERAIS: Direitos individuais (ênfase na liberdade e PROPRIEDADE). Liberdade de comércio e produção. Leis naturais da economia (oferta e procura, livre concorrência...). Liberdade de contrato de trabalho (salários e jornada). NÃO INTERVENÇÃO do Estado na economia. ADAM SMITH (1723 – 1790) – “A Riqueza das Nações”- Riqueza = trabalho FISIOCRATAS RIQUEZA = AGRICULTURA THOMAS MALTHUS (1766 – 1834) – “Ensaio sobre a população” Teórico da “miséria inevitável”. Alimentos crescem em proporção aritmética e população em proporção geométrica. Guerras e epidemias = equilíbrio entre a população e produção. Contenção da natalidade. Limitação de assistencialismo. Lei dos pobres (1834) – Workhouses Confinamento de miseráveis. As Casas de Trabalho (Workhouses) foram estabelecidas em Inglaterra no século XVII. Segundo a Lei dos Pobres adoptada, em 1834, só era admitida uma forma de ajuda aos pobres: o seu alojamento em casas de trabalho com um regime prisional; os operários realizavam aí trabalhos improdutivos, monótonos e extenuantes; estas casas de trabalho foram designadas pelo povo de "bastilhas para os pobres". DAVID RICARDO (1772 – 1823) – “Princípios da economia política e tributação” Lei férrea dos salários: o preço natural tanto do trabalho como dos alimentos deveriam andar juntos, subir ou cair conforme o mercado. 2 - DOUTRINAS SOCIALISTAS: A) Socialismo Utópico: Críticas a grande propriedade. Defesa da pequena propriedade. Acordo de classes. Iniciativas individuais sem resultados SAINT-SIMON (1760 – 1825): Sociedade sem ociosos (militares, clero, nobreza...). Ausência de exploração. 3 classes: sábios, proprietários e sem posses. Governo: conselho de sábios e artistas. CHARLES FOURIER (1772 – 1837): Falanstérios (fazendas coletivas agroindustriais). ROBERT OWEN (1771 – 1858): Melhoria nas condições dos trabalhadores das suas fábricas. Falência. Auxílio na criação de Trade Unions. B) Socialismo Científico: Proposta revolucionária do proletariado. KARL MARX (1818 – 1883) – “Manifesto Comunista” (1848) e “O Capital” (1867). FRIEDRICH ENGELS (1820 – 1895) – “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”. Materialismo Histórico – interpretação socioeconômica da história, formulada por Marx. Modo de produção: como as sociedades produzem seus meios num determinado período. Compreender a História = compreender a produção. Meio de produção: bens necessário para produzir. Força de trabalho: capacidade de trabalhar. Relação de produção: relação entre os donos dos meios de produção e os donos da força de trabalho. SEMPRE é uma relação de EXPLORAÇÃO. Mais valia: é a medida da exploração. Propriedade privada: motivo básico da exploração. Deve ser abolida. Estado: instrumento de poder dos donos dos meios de produção. Luta de classes: agente transformador (espécie de “motor” da História). No capitalismo: PROLETÁRIOS X BURGUESIA Socialismo: ditadura do proletariado. Eliminação da propriedade privada (coletivização). Fim da exploração e da luta de classes. Etapa de transição para a posterior eliminação do Estado e implantação do comunismo. 3 - ANARQUISMO ou COMUNISMO LIBERTÁRIO Supressão de toda a forma de governo. Liberdade geral. Contra a propriedade privada, a exploração e qualquer tipo de hierarquia (governo, exército, Igreja, partidos...). Mais radical que o socialismo. Passagem imediata ao comunismo e eliminação do Estado. MIKHAIL BAKUNIN (1814 – 1876) – maior líder anarquista. Anarquismo terrorista. Violência = método. Objetivo: destruição de toda a ordem burguesa. PIERRE PROUDHON (1809 – 1865) – “O que é a propriedade” Aceita pequenas propriedades. Empréstimos sem juros e cooperativas. Estado abolido: república de pequenos proprietários. Outros representantes: LEON TOLSTOI (1828 – 1910), PETER KROPOTKIN (1842 – 1921). "Aquele que botar as mãos sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo" Pierre-Joseph Proudhon REPRESENTANTES DO ANARQUISMO: KROPOTKIN PROUDHON TOLSTOI BAKUNIN 4 - Doutrina social da Igreja. Papa Leão XIII. Encíclica RERUM NOVARUM (1891). Contra a exploração de operários. Contra a luta de classes e o marxismo. Religião: instrumento de reforma e justiça social. Apelo ao “espírito cristão” dos empregadores para respeitassem os operários. 5 - Positivismo AUGUSTE COMTE (1798 – 1857). Ignorância = fonte dos problemas. Ciência = evolução (caminho para a resolução dos problemas). Governo: elite intelectual. Contra a democracia (possibilidade dos ignorantes interferirem politicamente). Lema: “ORDEM E PROGRESSO”.