Gênero : Relato DEFINIÇÃO E USO Relato: é um texto no qual são apresentadas informações básicas (fatos) referentes a um acontecimento específico. O principal objetivo do relato, oral ou escrito, é informar, reconstruindo para o leitor/ouvinte uma seqüência de acontecimentos. Por esse motivo, os relatos focalizam as ações. Finalidade do gênero RELATO Relatar algo que julgamos importante ao nosso interlocutor. EX: primeiro dia de aula; show do nosso artista preferido; o último filme a que assistimos; viagem inesquecível. O boletim de ocorrência e o diário também são exemplos de relato. Estilo do Gênero RELATO a) b) c) Verbos: primeira ou terceira pessoas. Esses verbos são usados, ora no presente (“Eu me lembro...”), ora no pretérito imperfeito (“Alunos pensavam e precisavam...”), ora no pretérito perfeito (“Decidi que ia abordar a situação de outro jeito”). Adjetivos: aproximam o leitor dos sentimentos vividos por quem vivenciou o fato; Advérbios: ao utilizar a memória, sempre se faz um jogo do “agora” como o “ontem”, do “aqui com o “lá”. Estilo do RELATO d) A vivência das pessoas nunca é solitária. Assim, o autor de relatos de experiência também revela em seu texto o diálogo com outros sujeitos que dela participaram. rememorando situações vividas com outros sujeitos; trazendo vozes desses sujeitos para seu texto,citando direta ou indiretamente o que eles disseram; marcando a introdução direta dessas vozes com dois pontos, aspas ou travessões; marcando a introdução indireta das vozes com o uso de verbos de dizer: como ele disse..., na hora em que ele falou que..., o pai da criança contou..., a diretora da escola observou... PROPOSTA 01 Imagine que você seja um cientista que descobriu a vacina contra o vírus HIV. O ministério da Saúde resolve aplicar a vacina antes de ela ser amplamente testada, e uma campanha de vacinação em massa é realizada pelo governo. Depois de realizada a vacinação, você descobre, por meio de novos testes, que a vacina não é eficiente, mas a divulgação da notícia é proibida. Você é obrigado a se calar. Diante desse conflito, você resolve escrever uma página de seu diário, relatando os acontecimentos e refletindo sobre o seu papel no desenvolvimento das pesquisas científicas e sobre a verdade na ciência. Fez sexo aos 13, engravidou aos 16 “Eu tinha 13 anos quando transei pela primeira vez. Aos 16 anos fiquei grávida. Conheci um cara em uma balada e passei a noite com ele. Foi a única vez que tivemos contato. Foi uma aventura. Dois meses depois eu fiquei sabendo que estava grávida . era um sonho realizado porque eu sempre quis ser mãe. Briguei com o meu pai por causa da gravidez e resolvi sair de casa. Com sete meses de gestação, fui para um abrigo. O pai do meu bebê não sabe que eu tive um filho dele. Jorge Roberto nasceu. Há um mês de uma gravidez complicada. Tive ameaça de aborto e tudo, mas hoje estou muito feliz.” O diário do Norte do Paraná, 12-04-2009 “Perdi a infância, mas gosto de ficar com minha filha” “Minha filha, Ana Flávia, tem 1 ano e 5 meses de idade. O pai da criança recebeu a notícia há pouco tempo. Ele disse que têm dúvidas se o filho realmente é dele. É por isso que eu quero fazer um exame de DNA para confirmar a paternidade, mas eu sei que a filha é dele. Eu engravidei com 13 anos. Eu namorava na época, mas o pai da Ana Flávia não era o cara com quem eu estava namorando. Eu descobri que iria ser mãe aos três meses de gestação. Queria fazer um aborto, mas perdi a coragem. Depois, pensei em dar a criança para alguém, mas desisti. Eu me arrependo da gravidez porque eu perdi toda a minha infância. Só que hoje eu gosto de ficar com minha filha.” O diário do Norte do Paraná, 12-04-2009 PROPOSTA 02 Os textos 1 e 2 são relatos narrativos. Depois de lê-los, elabore, em até 15 linhas, um relato narrativo em terceira pessoa, contando a experiência de uma garota que engravidou na adolescência. TEXTO 3 A gravidez na adolescência “É muito importante que haja diálogo entre os pais, os professores e os próprios adolescentes, como forma de esclarecimento e informação. Mas o que acontece é que muitos pais acham constrangedor ter um diálogo aberto com seus filhos, essa falta de diálogo gera jovens mal instruídos que iniciam a vida sexual sem o mínimo de conhecimento. Alguns especialistas afirmam que quando o jovem tem um bom diálogo com os pais, quando a escola promove explicações sobre como se prevenir, o tempo certo em que o corpo está pronto para ter relações e gerar um filho, há uma baixa probabilidade de gravidez precoce e um pequeno índice de doenças sexualmente transmissíveis. O prazer momentâneo que os jovens sentem durante a relação sexual transforma-se em uma situação desconfortável quando descobrem a gravidez.” Retirado de http://www.brasilescola.com/biologia/gravidezadolescencia.htm TEXTO 4 Gravidez na adolescência Pode-se dizer que estamos enfrentando atualmente uma epidemia de gravidezes em adolescentes. Para ter-se uma idéia, em 1990, cerca de 10% das gestações ocorria nessa faixa etária. Em 2000, portanto apenas dez anos depois, esse índice aumentou para 18%, ou seja, praticamente dobrou o número de mulheres que engravidam entre os 12 e os 19 anos. Gravidez na adolescência não é novidade na história de vida das mulheres. Provavelmente muitas de nossas antepassadas casaram cedo, engravidaram logo e, durante a gestação e o parto, não receberam assistência médica regular. Erros e acertos dessa época se perderam no tempo e na memória de seus descendentes. A sociedade se modernizou e as mulheres vislumbraram diferentes perspectivas de vida. No entanto, isso não impediu que, apesar da divulgação de métodos contraceptivos, a cada ano mais jovens engravidem numa idade em que outras ainda dormem abraçadas com o ursinho de pelúcia. A gravidez na adolescência é considerada de alto risco. Daí a importância indiscutível do pré-natal para evitar, nesses casos, complicações durante a gestação e o parto. Classe social faz diferença? Drauzio – Você concorda com a visão de que está havendo uma epidemia de gravidezes na adolescência? Adriana – Sim, concordo. Sabemos que no Brasil o número de partos em adolescentes abaixo dos 20 anos gira em torno de 700.000 por ano o que representa uma parcela significativa da população nessa faixa etária. Drauzio – A que classe socioeconômica pertencem essas adolescentes? Adriana – Tanto engravidam as adolescentes de classe social mais baixa, quanto as de classe mais alta só que o enfrentamento da situação é diferente. No que se refere às jovens de classe social mais favorecida, infelizmente, há poucos trabalhos sobre o assunto porque é difícil levantar dados nos consultórios particulares que, em geral, elas freqüentam. No entanto, sabe-se que essas contam mais com a possibilidade de interromper a gravidez, se desejarem, e têm outros objetivos na vida o que não acontece com as de classe social menos favorecida para as quais a gravidez pode representar uma forma de ascensão social, já que muitas vezes seus companheiros possuem nível socioeconômico um pouquinho melhor que o delas. Como se comportam os companheiros? Drauzio – No passado, o menino que engravidava a namorada tinha de casar com ela porque era ameaçado de morte se não o fizesse. Hoje, esse tipo de cobrança parece terse esgarçado no tecido social. Como reagem os garotos que engravidam essas adolescentes? Adriana – Essa responsabilidade de casamento deixou de existir na grande maioria dos casos, mesmo porque a sociedade assumiu uma postura mais liberal em relação ao fato. No entanto, o que percebemos é que os meninos muitas vezes gostam da gravidez de suas companheiras porque isso representa uma maneira de firmar a própria masculinidade. Eles também estão atravessando uma fase de transição, de busca da identidade e, de uma forma ou outra, a gravidez da companheira é prova de que são realmente homens. Por outro lado, o adolescente vê na gravidez da garota uma maneira de perpetuar a família. Engraçado, o menino se preocupa com isso e soma a essa idéia de continuidade da família a sensação de estar criando algo próprio, que é dele mesmo. Então, na maioria das vezes, eles acabam assumindo essas gestações. Assumir não significa morar junto na mesma casa, embora isso possa acontecer. Não são raros os casos de adolescentes que acabam se unindo ao companheiro durante o pré-natal. Não se casam necessariamente no papel, mas mudam o estado matrimonial e passam a constituir uma família. Drauzio – Esse papel do menino que vai ser pai muda de acordo com o extrato social a que pertence? Adriana – É difícil comentar sobre o que acontece nos extratos sociais um pouco mais elevados porque não há pesquisas que sirvam de embasamento para conclusões mais elaboradas. Considerando a experiência extraída nos consultórios, adolescentes de melhor nível socioeconômico, em geral, optam por interromper a gestação e os garotos acabam concordando com elas, já que a gravidez precoce iria atrapalhar os planos de ambos para o futuro. Como reagem os familiares? Drauzio – Qual costuma ser a reação dos familiares quando a adolescente engravida? Adriana – É sempre um choque. Pai e mãe consideram a filha ainda uma menina que há pouco tempo deixou de brincar de bonecas e também estão aprendendo a lidar com sua adolescência, mas acima de tudo são pais e acabam aceitando o fato. Parece que as mães têm mais facilidade para enfrentar a situação talvez porque muitas também tenham engravidado adolescentes. Na verdade, mais ou menos metade das mães passou por essa experiência o que torna o problema menos complicado para as filhas: “Minha mãe tinha 13 ou 14 anos quando eu nasci, por isso não vai poder falar nada”. Para o pai o choque é maior, mas ele também acaba se habituando com a idéia. Drauzio – Uma coisa interessante é esse medo das adolescentes em relação ao pai. É comum ouvi-las dizer: “Ah, se meu pai souber, ele me mata”. Adriana – Nunca mata. Do ponto de vista psicológico, geralmente elas têm um relacionamento um pouco mais distante com o pai. Metade das adolescentes se refere a um conflito maior com o pai do que com a mãe. O fato de parte das mães ter vivido a mesma experiência funciona como consolo para elas. Alguns pais podem ser mais radicais e eventualmente ameaçam expulsá-las de casa, o que às vezes acontece e elas vão viver com outros parentes. O que se percebe, porém, é que depois que a criança nasce, eles mudam de comportamento. PROPOSTA 3 Redija um relato, a partir da leitura do texto 3 ou 4, com até 15 linhas, em primeira ou terceira pessoa, no qual você exponha como uma mãe ou um pai que achava constrangedor ter um diálogo aberto com seus filhos sobre sexo recebeu uma notícia de gravidez precoce. PROPOSTA 4 Escreva uma página de diário, relatando fatos que você vivenciou recentemente, num dia marcante ou diferente. Ou, então, registre fatos do passado, como, por exemplo, um amor acontecido à primeira vista, um encontro inesperado, uma surpresa agradável, uma traição inesquecível, um passeio fantástico, uma viagem maravilhosa.