Gravidez de Alto Risco na Adolescência Projeto Telenfermagem Programa Nacional de Telessaúde 10 junho 2009 João Tadeu Leite dos Reis 1985 35.302.872 de pessoas (10 a 19 anos) 21% da população do Brasil Censo 2000, MS 2006 em média: 65 partos / 1000 adolescentes entre 15 e 19 anos nos EUA: 41/1000 G Bretanha: 27/1000 Africa sub-sahara: 229/1000 Bearinger LH. Lancet 2007 EUA e GB: 20% dos partos em pacientes abaixo dos 18 anos são reincidentes Milne D. Current Opinion in Obst and Gynecology, 2008 Gravidez na adolescência CENSO 2000 o aumento entre 15 e 19 anos da taxa de fecundidade foi mais expressivo entre: jovens menos escolarizadas jovens mais pobres jovens residentes em área urbana Veja, 10 junho 2009 – James Heckman Premio Nobel de Economia em 2000 PARTOS ATENDIDOS NA REDE HOSPITALAR DO SUS NO PERÍODO DE 1993 A 2000 ANO Total de Partos em Todas as Idades 1993 10-14 anos 15-19 anos Outras Faixas Etárias Número % Número % Número % 2.856.255 26.505 0,93 611.608 21,41 2.218.142 77,66 1994 2.852.834 26.604 0,93 635.311 22,27 2.190.919 76,80 1995 2.821.211 28.282 1,00 661.330 23,44 2.131.599 75,57 1996 2.743.141 31.911 1,16 675.839 24,63 2.035.391 74,20 1997 2.718.265 33.534 1,23 686.804 25,27 1.997.927 73,50 1998 2.617.377 31.857 1,22 666.582 25,47 1.918.938 73,32 1999 2.616.720 31.800 1,22 673.512 25,74 1.911.408 73,04 2000 2.504.654 32.489 1,29% 646.801 Fonte: DATASUS/FNS/MS 25,84% 1.825.364 72,87% Gravidez na adolescência apresentação da demógrafa Elza Berquó ao MS, agosto 2005 0.0900 0.0800 0.0700 Taxa de fecundidade em mulheres de 16 a 18 anos – entre 1979 e 2003 0.0600 0.0500 0.0400 0.0300 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Taxa de Fecundidade de 15-19 anos . Evolução da taxa específica de fecundidade de mulheres de 15-19 anos segundo várias fontes de dados. Brasil. 0.1000 Anos Pnads Censos Sinasc Registro Civil Evolução das taxas específicas de fecundidade de mulheres de 1014 anos. Brasil, 1995-2003 PNDS Taxa de fecundidade em mulheres de 10 a 14 anos – entre 1995 e 2003 Taxas específicas de fecundidade 0.0040 0.0035 0.0030 0.0025 0.0020 SINASC 0.0015 Registro Civil 0.0010 0.0005 0.0000 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Anos Gravidez na adolescência CAUSAS TRADICIONAIS menarca e coitarca precoces para as meninas, 1º relação entre 15,2 e 16 anos (UNESCO, 2004) da liberdade social e necessidade de auto-afirmação (via maternidade e/ou paternidade) pressão do grupo social e pensamento mágico estímulo da mídia falta de recursos financeiros para anticoncepção Gravidez na adolescência CAUSAS – UNESCO, 2004 pouca ou nenhuma presença de programas de educação sexual nas escolas aconselhamento sexual baseado em tabus ou preconceitos religiosos, distanciados da realidade dos jovens resistência dos pais em dialogar sobre sexualidade falta de informações sobre regulação da fecundidade pouco ou nenhum acesso aos métodos anticoncepcionais, inclusive AE falta de estímulos externos que mobilizem o potencial dos jovens para formulação de projetos de vida Gravidez na adolescência “ A questão principal em relação à gravidez na adolescência é a prevenção” Thereza de Lamare, 2007 coordenadora da área técnica Saúde do Jovem e do Adolescente - MS Problema Médico ou Social? Gravidez na adolescência Aumento da incidência nas últimas décadas em todo o mundo Países desenvolvidos políticas de saúde pública impacto social menor # Países em desenvolvimento problema social grave: estrutura familiar e abandono escolar cerca de 25% das adolescentes que já engravidaram, engravidam novamente “sem querer” a experiência da 1º gravidez não planejada valeu? Contexto familiar e social Cad. Saúde Pública vol.20 suppl.1 Rio de Janeiro 2004 Contexto familiar e social Cad. Saúde Pública vol.20 suppl.1 Rio de Janeiro 2004 Gravidez na adolescência desejo ou acidente? Para aquelas que desejaram ou planejaram engravidar importância social mudança de status: menina mulher adulta constituir família própria: sentimento de abandono, falta de carinho e de diálogo com seus próprios pais agressão aos seus pais, auto afirmação testar fertilidade Gravidez na adolescência CONSEQUÊNCIAS como problema social condições financeiras e emocionais perpectivas de vida (em qualquer classe social) 70% ficarão desempregadas no futuro (Fundação Oswaldo Cruz) abandono escolar 25% temporariamente e 17,5% de forma definitiva (GRAVAD, estudo multicentrico, 2001/02) sair da casa dos pais e não constituir família própria Gravidez na adolescência CONSEQUÊNCIAS como problema médico risco obstétrico maior não ser planejada diagnóstico tardio da gravidez frequência menor ao pré-natal aborto clandestino maior mortalidade materna Risco Clínico (British Cohort) Pré-Natal Aumento de risco Inicio tardio do Pré-Natal Anemia Pré-Eclâmpsia? Prematuridade (abaixo de 32 semanas) Parto Houve redução de complicações como necessidade de cesariana e fórceps CLAP America latina – Resultados Maternos Anemia Fórceps Hemorragia Pós-parto Infecção puerperal Morte materna < 16 a CLAP America latina – Resultados Fetais Baixo peso Prematuridade CIUR Resultados Obstétricos: até 15 anos e entre 15 e 19 anos 713 gestantes: até 15 anos e entre 15 e 19 anos ATÉ 15 ANOS ENTRE 15 E 19 ANOS (F M Jundiaí) POP. GERAL > incid. Apresent. Pélvica 10,3% 5,8% 3,0% > incid. Parto Operatório 17,9% 13,4% 25,0% > incid. Distocias 11,5% 7,0% > incid. HA grave 11,5% 2,8% > incid. Anemia 15,4% 4,1% > incid. Prematuridade 19,0% 9,4% 7,6% 2,0% 22,8% 11,8% > incid. PIG > incid. RN baixo peso Mathias L. GO Atual; Jan/Fev. Ano VIII: 14-22,1999 Gravidez na adolescência é uma gravidez de risco ? ou deve-se identificar situações de risco? Fatores que o risco para a gravidez baixa condição social e econômica ingresso tardio no pré-natal e < n◦ de consultas diretamente relacionado com o prognóstico materno e perinatal ausência de trabalho com equipe multi-profissional Galletta Scholl MA, Zugaib M. Revista da SOGIA-BR 2005; 2:12-14 TO, Hediger ML, Belsky DH. Journal of Adolescent Health 1994; 15:444-56 diagnóstico tardio da gravidez atraso na procura dos serviços por razões diversas irregularidade menstrual típica / atraso menstrual Fatores que o risco para a gravidez “o que conta não é a idade da paciente, mas como ela vivencia a gravidez” condições de vida alimentação aderência ao pré-natal Galletta MA, Zugaib M. Revista da SOGIA-BR 2006; 1:12-20. Gravidez na adolescência e Puerpério após o parto crise dupla adolescência e maternidade amamentação, associada a: retorno puerperal + precoce parto vaginal orientação anticonceptiva depressão Prevenção da gravidez na adolescência Grande desafio para toda a sociedade vários segmentos devem participar: Família Escola Instituições de Classe Instituições Governamentais Prevenção da gravidez na adolescência Família: diminuir a distância entre pais filhos Escola: desde 2003: programa “Saúde e Prevenção nas Escolas” orientação sobre sexualidade e métodos anticoncepcionais melhorar o preparo dos profissionais Governo: Pacto Nacional para Redução da Mortalidade Materna a partir do final de 2003, envolvendo diversas esferas do governo Serviços de Saúde: atitudes não discriminatórias, acesso a AC (tb no pós-parto e pós-aborto imediato) horários de funcionamento e espaço físico adequados Gravidez na adolescência Ações já realizadas campanhas em nível nacional para prevenção de DST / AIDS direcionadas para segmentos da população jovem; estratégias de políticas de saúde reprodutiva para adolescentes, incluindo contracepção de emergência; recomendação estatal para inclusão de educação sexual nas escolas; exposição massiva na mídia das consequencias negativas da gravidez não planejada entre pessoas jovens. Elza Berquó, NEPO/UNICAMP, CEBRAP Suzana Cavenaghi, ENCE, IBGE Encontro Anual da Associação Americana de População – PAA, Filadélfia, EUA, 2005. Gravidez na adolescência Conclusões a fecundidade de adolescentes e jovens não deverá aumentar novamente no futuro próximo, como ocorreu na década de 90; ainda permanece incerto até que nível a fecundidade de adolescentes e jovens irá diminuir nesta década; o número de nascimentos que são devido a falta de conhecimento sobre contracepção ou insuficiente acesso à contracepção deveria ser reduzido; o ambiente escolar deveria ser preparado para manter as mães adolescentes na escola; políticas e programas deveriam ser cuidadosamente pensadas, planejadas e implementadas para alcançar, em todo território nacional, a população jovem, principalmente aquelas nos estratos socioeconômicos mais baixos. Elza Berquó, NEPO/UNICAMP, CEBRAP Suzana Cavenaghi, ENCE, IBGE Encontro Anual da Associação Americana de População – PAA, Filadélfia, EUA, 2005. Gravidez na adolescência Conclusões escolha correta da opção anticonceptiva uso correto, adesão ao método, acesso à serviços controle enxergar os benefícios das escolhas corretas ao longo da vida: melhor futuro para elas e eventualmente para os filhos retorno a escola após o parto: melhores perspectivas futuro de trabalho para aquelas que optaram por engravidar: mostrar a realidade da maternidade e estruturar melhoras nas condições de vida para o casal e seu filho Milne D. Current Opinion in Obstetrics and Gynecology 2008; 20:442-46. instituir anticoncepção no pós parto imediato Obrigado [email protected]