Dr. Rui Gilberto Ferreira
“É aquela na qual a vida ou saúde da
mãe e/ou do recém-nascido, têm maiores
chances de serem atingidas que as da
média da população considerada”.
(Caldeyro-Barcia, 1973)
Os fatores Geradores de Risco:
1. Características individuais e condições sóciodemográficas desfavoráveis;
2. História reprodutiva anterior à gestação atual;
3. Doenças obstétricas na gestação atual;
4. Intercorrências clínicas
Fatores de Risco na Gravidez (Tedesco, 1999)
1. Características individuais e condições sócio-demográficas
desfavoráveis;
 Idade menor que 17 e maior que 35 anos;
 Ocupação: esforço físico, carga horária, exposição a agentes
físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse;
 Situação conjugal insegura;
 Baixa escolaridade;
 Condições ambientais desfavoráveis;
 Altura menor que 1,45 metros
 Peso menor que 45kg e maior que 75kg
 Dependência de drogas lícitas ou ilícitas.
Fatores de Risco na Gravidez (Tedesco, 1999)
2. História reprodutiva anterior;
 Morte perinatal
 Recém-nascido com CIUR, pré-termo ou malformado;
 Abortamento habitual;
 Esterilidade / Infertilidade;
 Intervalo interpartal < que 2 anos ou > que 5 anos;
 Nuliparidade e Multiparidade;
 Síndrome hemorrágica ou hipertensiva;
 Cirurgia uterina anterior.
Fatores de Risco na Gravidez (Tedesco, 1999)
3. Doença Obstétrica na Gravidez Atual;
 Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e
volume de líquido amniótico;
 Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada;
 Ganho ponderal inadequado;
 Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
 Diabetes gestacional;
 Amniorrexe prematura;
 Hemorragias da gestação;
 Aloimunização;
 Óbito fetal.
Fatores de Risco na Gravidez (Tedesco, 1999)
4. Intercorrências Clínicas;
 Hipertensão arterial;
 Cardiopatias;
 Pneumopatias;
 Nefropatias;
 Endocrinopatias;
 Hemopatias;
 Epilepsia;
 Doenças infecciosas
 Doenças autoimunes
 Ginecopatias
Doença Hipertensiva Específica da Gravidez)
• Doença da 1 º gestação, tipicamente após 20
semanas
• Caracterizada por hipertensão + proteinúria;
edema não é sinal confiável
• Variados graus de
de ácido úrico,
de
plaquetas e testes de função hepática anormais
EPIDEMIOLOGIA
DHEG: inside em 10 a 15 % das nulíparas
Elâmpsia: em 0,04 a 0,2 % das portadoras de préeclâmpsia.
Fatores de riscos:
• Nuliparidade
• Gestação múltipla
• Gestação molar
• Hipertensão prévia ou doença renal
.DHEG prévia e história familiar
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
 O volume plasmático materno e o débito
cardíaco na gestação normal aumentam 40 a
50%
 O trofoblasto constitui um semi-aloenxerto
 A símdrome ´´HELLP`` é uma
manifestações multissistêmica na DHEG.
das
 A fisiopatologia da DHEG e seus sinais e
simtomas ocorrem devido a desadaptação
circulatória e da lesão endotelial resultante.
FORMAS CLÍNICAS
As divisões de formas clínicas de DHEG têm sido a divisão em forma leve ou grave
Anormalidade
Leve
Grave
PA Diastólica
> 90
> 100
Proteinúria
Discreta
Persistente
Cefaléia
Ausente
Persistente
Distúrbios visuais
Ausente
Persistente
Dor abdome superior
Ausente
Persistente
Oligúria
Ausente
Persistente
Clearance de Creatinina
Normal
Diminuído
Trombocitopenia
Ausente
Presente
Hiperbilirrubinemia
Ausente
Presente
CIUR
Ausente
Presente
Convulsões
Ausente
Presente
Elevação da TGO
Mínima
Acentuada
ACOG 1989
Prevenção e Tratamento
 Prevenção primária das complicações da DHEG e da eclâmpsia:
Boa assistência ao Pré-natal e ao parto
 O tratamento definitivo da DHEG é a interrupção da gestação
 A prevenção e o controle das convulsões tem sido feitos com
sulfato de magnésio.
 Prevenção das complicações cardiovasculares: hipotensores:
hidralazina, nifedipina e o diazóxido.
 Causas de morte materna em símdromes hipertensivas:
 Hemorragia cerebral, edema agudo de pulmão, insuficiência
renal e coagulopatia
FATORES DE RISCO
Fator de Risco
Risco Relativo
Nuliparidade
3:1
Idade > 40
3:1
Raça Negra
1,5 : 1
História Familiar
5:1
Hipertensão Crônica
10 : 1
Doença Renal Crônica
20 : 1
Síndrme Antifosfolípides
10 : 1
Diabetes Mellitus
2:1
Gestação Gemelar
4:1
Gene 235 Angiotensivo
Homozigoto
20 : 1
Heterozigoto
4:1
Síndromes Hemorrágicas
Primeira Metade:
 Abortamento;
 Abortamento Habitual;
 Gravidez Ectópica;
 Neoplasia Trofoblástica Gestacional ;
 Descolamento Cório-amniótico.
Segunda Metade:
 Placenta prévia
 Descolamento prematuro da placenta
 Rotura uterina
CONCEITO
Distúrbio endócrino: hiperglicemia por
deficiência de insulina .
Devido:
Redução
na
produção
pancreática, Liberação limitada à carga
de carboidratos, Distúrbio da ação
insulina em nível celular.
PATOLOGIA
MATERNA
As gestações em pacientes diabéticas têm maior risco de
complicações obstétricas como :
• DHEG
• Infecções
• Nefropatias
• Vasculopatias
• Neuropatias
PATOLOGIA
FETAL
•
Abortamento
• Anomalias Congênitas
• Poliidrâmnios
• Morte Intra-Uterina
• Anomalias do Crescimento
PATOLOGIA
ANOMALIAS CONGÊNITAS
Os órgãos mais comumente afetados são :
• Tubo Neural
•
Coração
• Sistema Esquelético
• Tratos Gastrintestinal e Urinário
DIAGNÓSTICO
• Glicemia de jejum acima de 105 mg% em pelo
menos duas ocasiões distintas
• Glicemia pós-prandial acima de 130 mg% em ´pelo
menos duas ocasiões
• Rastreamento do diabetes em gestante será feito
através da dosagem da glicemia 1 hora após 50g de
dextrosol, com idade gestacional entre 24 e 28
semanas.
INTRODUÇÃO
A isomunização materna é uma doença fetal grave,
caracterizada pela passagem transplacentária de hemácias
fetais Rh (+) para a circulação materna,desencadeando na
gestante uma produção de anticorpos que posteriormente
causarão hemólise fetal.
A imunização ocorre devido á sensibilização pelo fator Rh
98% das vezes, mas outros antígenos também podem
levar a isomunização, entre os principais citamos :
antígenos (Ag) C, c, Du, Kell e Duffy.
INCIDÊNCIA
Cerca de 1/200 ou 300 partos, em casais
incompatíveis para o grupo sangüíneo Rh ;
outros centros estimam essa incidência em
21/10.000 nascidos vivos.
PATOGENIA
A sensibilização materna , ocorre através de duas
maneiras principais :
- Após uma hemotransfusão
incompatível
- Pela passagem de Ag Rh do feto para
a mãe, durante a prenhez
( hemorragia feto-materna )
DIAGNÓSTICO
Determinação do grupo sangüíneo e fator Rh. É
necessário conhecer o grupo sangüíneo da gestante e
do pai da criança, para que seja confirmada a
incompatibilidade no grupo Rh.
COOMBS INDIRETO
Sendo a gestante Rh (-) deve-se realizar o teste de
Coombs indireto para certificar se a mesma está ou
não sensibilizada.
PROFILAXIA
Através do emprego da imunoglobulina anti-Rh
(imunoglobulina anti-D), está indicada nas seguintes
situações
- Pós-parto imediato
- Pós aborto (até 12 semanas de gestação, recomenda-se 50mg)
- Mola hidatiforme
- Gravidez ectópica
- Placenta prévia
- Amniocentese
- Salpingotripsia
- Hemotransfusão incompatível (10µg/cada ml transfundido)
• óbitos mulheres - concepção até 1 ano
pós parto
• direta/indireta grave
• excluídas -acidentais
CLASSIFICAÇÃO DA RAZÃO DE MORTALIDADE
MATERNA (RMM)
RMM
VALORES
< 20 / 100.000 NV
BAIXO
20 – 49 / 100.000 NV
MÉDIO
50 – 149 / 100.000 NV
ALTO
≥ 150 / 100.000 NV
Fonte: OPAS/OMS
MUITO ALTO
Óbitos
1200
1000
1000
800
600
400
200
200
260
190
0
África
Ásia
Oceania
América
Latina
28
Europa
Fonte: World Health Day, 1998. Maternal Mortality, OMS.
11
América
do Norte
INTRODUÇÃO
Morre uma mulher/minuto no mundo
 EEUU : uma em cada 3700 gestações
 América latina: uma em 130 gestações
• Diretas: eclâmpsia, infecções,
hemorragias, anestesia.
• Indiretas: cardiopatias, diabetes,
insusuficiência renal
• Acidentais: homicídio, suicídio,
acidente de trânsito.
INDICADOR DE SAÚDE
• Nível social e econômico
• Serviços de saúde
FREQÜÊNCIA DAS MORTES MATERNAS, POR
FAIXA ETÁRIA E RESIDÊNCIA, GOIÁS 1999-2004.
Anos
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Total
10 a 14 anos
1
-
-
-
-
-
1
15 a 19 anos
8
6
3
11
5
6
39
20 a 29 anos
37
11
28
25
20
13
134
30 a 39 anos
18
5
19
22
17
11
92
40 a 49 anos
1
4
5
1
2
-
13
Mais de 50 anos
-
-
-
-
1
1
2
Ignorados
-
-
-
-
1
2
3
65
26
55
59
46
33
284
Principais Causas
TOTAL
Fonte: SIM / Secretaria de Vigilância em Saúde / MS (1999 a 2002)
*Dados preliminares – relatórios da SPAIS (2003 e 2004)
FREQÜÊNCIA DAS PRINCIPAIS CAUSAS
OBSTÉTRICAS DIRETAS E ABORTOS, POR
RESIDÊNCIA, GOIÁS, 1999-2004.
Anos
Principais Causas
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Total
Abortos
4
-
5
4
5
1
19
Hipertensão
18
9
15
7
10
11
70
Infecção
11
6
6
8
8
7
46
Hemorragia
17
5
13
11
11
4
61
Outras Causas
2
2
7
10
6
6
33
TOTAL
52
22
46
40
40
29
229
Fonte: SIM / Secretaria de Vigilância em Saúde / MS (1999 a 2002)
*Dados preliminares – relatórios da SPAIS (2003 e 2004)
• NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
PARA VIGILÂNCIA SANITÁRIA
( RES. 256 DE 1/10/97 - CNS-MS )
• Maternal Mortality - a neglected
tragedy. Where is the M in MCH?
“Lancet , Allan Rosenfield e
Debora Maine , 1995 “
• Safe Motherhood Initiative - “OMS
- Nairobi , Quênia , 1997”
• Meta: Redução MM - 50% - ano
2000.
• CMM- RJ - 740/100 000 nv 1
Óbito/134 partos - guerra 1/50
• Deficiência Ensino, Obstetrícia,
Instalações,
Decisão
Política,
Desapareceu cursos parteiras. “Rev
Bras Med e Pharmacia, Arnaldo de
Moraes , 1928 “
PREVENÇÃO
•
•
•
•
Pré-natal / assistência ao parto
Planejamento familiar
Distribuição justa renda
CMM Municipais
• Mudanças sociais
• Inovações Tecnológicas
• Conquistas da Humanidade
Permanecem altas as taxas de
Morte Materna
H. M. I. — S. G. G.
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Dr. Rui Gilberto Ferreira - Gravidez de risco e morte materna