Pontifícia Universidade Católica de Campinas Choque Sandra R. S. Castilho Campinas, 2010. Choque Anormalidade do sistema circulatório, que resulta em perfusão orgânica e oxigenação tecidual inadequadas. Etiologia Pode ter várias causas: A causa mais frequente são as hemorragias abundantes, especialmente após eventos de trauma físico; A desidratação que ocorre com privação de água ou em períodos de grande calor, especialmente em idosos e crianças, que não bebem suficiente água para compensar as perdas no suor; Na sequência de vômitos ou diarréia repetidas com perda de muita água e eletrólitos, como em algumas doenças, das quais o cólera é a mais grave; Após queimaduras graves, pois a pele que impede a evaporação excessiva de líquidos corporais é destruída; Íleo: a obstrução intestinal com sequestração de água para o lúmen do intestino. Classificação de mecanismo de choque Choque hipovolêmico. Choque cardiogênico. Choque obstrutivo. Choque séptico. Classificação de mecanismo de choque Choque hipovolêmico: diminuição do volume intravascular. Vasoconstrição compensatória. Perdas >15% do volume circulante Choque cardiogênico: ritmo, bomba, valvas, ruptura. Choque Obstrutivo: Pneumotórax hipertensivo, doença pericárdica, doença vascular pulmonar, tumores cardíacos. Choque Séptico: pacientes com ferimentos penetrantes de abdome com contaminação. Choque Quadro Clínico letargia; taquicardia; taquipnéia; extremidades frias; pulso filiforme; hipotensão; oligúria; pele fria, pálida; reenchimento capilar maior 3s; sonolência ou irritabilidade; hipotonia muscular, Fisiologia Débito cardíaco: volume de sangue bombeado pelo coração a cada minuto. É determinado pelo produto da frequência cardíaca e do volume sistólico. O volume sistólico é determinado: pré-carga; Contratilidade miocárdica; Pós-carga. Patogenia Volume sangue circulante Débito cardíaco Hipotensão Hipoperfusão Sistêmica Dano tecidual irreversível Morte Choque Hemorrágico Volume sangüíneo diminuído Retorno venoso diminuído Volume sistólico diminuído Débito cardíaco diminuído Perfusão tecidual diminuída Avaliação Inicial do Doente Reconhecimento do Choque; Diferenciação Clínica da Etiologia do Choque; Perda Estimada de Fluidos e Sangue Baseada na Condição Inicial do Doente CLASSE I CLASSE II CLASSE III CLASSE IV Perda (ml) Até 750 750–1500 1500-2000 >2000 Perda (%) Até 15 15-30 30-40 >40 FC <100 >100 >120 >140 PA Normal Normal Diminuída Diminuída Pr. Pulso Normal ou aumentada Diminuída Diminuída Diminuída FR 14-20 20-30 30-40 >35 Diurese (ml/h) >30 20-30 5-15 Desprezível SNC Lev. Ansioso Mod. Ansioso Ansioso, Confuso Confuso, Letárgico Reposição Volêmica 3 para 1 Cristalóide Cristalóide Cristalóide e Sangue Cristalóide e Sangue Tratamento Inicial: suporte de vida Manutenção de via aéreas, oxigênio, ressuscitação cardiopulmonar, acesso intravenosos . Monitorização cardíaca , oxímetro, mascara O2. História e exame físico completos. Laboratório: coagulograma, tipagem sanguínea, Hb, Ht. Excluir causas imediatamente reversíveis como tamponamento e pneumotórax hipertensivo. Monitorização Frequência de pulso; Diurese; Perfusão Periférica; Padrão respiratório; Pressão arterial; Cor da pele; Nível de cosnciência. Resposta à Reposição Volêmica Inicial Resposta Rápida Resposta Transitória Sem Resposta Sinais Vitais Retorna ao normal Melhora transitória Continuam Anormais Perda Estimada Mínima (10 – 20%) Moderada e persistente (20 – 40%) Grave (>40%) Necessidade de mais cristalóide Baixa Alta Alta Necessidade de Sangue Baixa Moderada ou Alta Imediata Sangue Tipado/Prova Cruzada Tipo específico Liberado por emergência O- Cirurgia Possível Provável Muito Provável Bibliografia Advanced Trauma Life Support; 7ª edição – 2004.