Diagnóstico e conduta nas principais urgências clínicas Vandack Nobre Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Parada cardio-respiratória Tipos de parada cardíaca Fibrilação ventricular Assistolia Taquicardia ventricular Se suspeita de lesão cervical Compressão torácica ACLS Ritmo cardíaco FV / TV Assistolia ou AESP 1 choque (360J) Fazer 5 ciclos de RCP Drogas: - Adrenalina: 1 mg, IV, 3-5 min) - Atropina: 1 mg, IV, 3-5 min (3 x) 5 ciclos RCP Checar ritmo 5 ciclos RCP Choque (360 J) Drogas: Epinefrina: 1 mg IV 3-5 min 5 ciclos RCP Checar ritmo Checar ritmo Assistolia Atividade elétrica? Pulso? Choque (360 J) Manobras de RCP + Drogas: • Amiodarona: 300 mg IV 150 mg IV (bolus) • Lidocaína: 1-1,5 mg/Kg 0,5 mg/Kg (3 mg/Kg) • Magnésio: 1-3 g IV (Torsades de pointes) Hipovolemia Hipoterrmia Hipoxemia Hipo/hipercalemia Trauma Toxinas Tamponamento Pneumotórax TEP SCA Acidose metabólica Crise hipertensiva Crise hipertensiva Conceito • Elevação da PA RÁPIDA INTENSA SINTOMÁTICA deve ser diferenciada da “pseudo-crise hipertensiva” • CLASSIFICAÇÃO Os níveis pressóricos não diferenciam os dois tipos URGÊNCIA - não há lesão de órgãos-alvo corrente - não há risco de vida iminente - redução da PA pode ser em HORAS - pode se transformar numa emerg. EMERGÊNCIA - há lesão de órgãos-alvo ocorrendo - há risco de vida iminente - redução da PA deve ser em MINUTOS 1- História clínica 2- Sintomas – – – – – – – – tonteiras cefaléia distúrbios visuais náuseas e vômitos dor torácica ansiedade ou outro desconforto poliúria dispnéia Princípios gerais do tratamento – Reduzir a PA por etapas • 20%- 25% primeira hora / PAD 100-110 mmHg – Maior parcimônia na redução da PA • Idosos, pacientes com HAS crônica e/ou com vasculopatias (cérebro-vascular) – Maior rigor na redução da PA • Casos agudos, IVE, congestão pulmonar, dissecção aguda de aorta e isquemia miocárdica, gestantes Tratamento Drogas de uso oral ou sub-lingual (URGÊNCIA) 1. Captopril – 6,25-25 mg (repetir com 20-30 minutos) 200 mg/dia – Contra-indicada na estenose renal bilateral ou em rim único, tb na gestação – Evitar se o paciente tiver IRA em progressão ou hiperpotassemia 2. Clonidina – 0,1 mg/h até o máximo de 0,6 mg; Dose máxima diária: 2 mg – Causa sedação 3. Propranolol 4. Nifedipina EVITAR! Complicações agudas no diabetes mellitus Espectro das complicações agudas do diabetes mellitus Cetoacidose (CAD) Paciente jovens Diabete tipo I Magros Quadro agudo Forma mista (CAD + CHNC) Coma hiperosmolar não cetótico (CHNC) Pacientes idosos, dependentes Diabete tipo II Obesos Quadro progressivo Estimativa de déficits ao repor, acrescentar a necessidade basal Sinais e sintomas poliúria perda de peso (CHNC) dor abdominal coma hálito cetônico hipovolemia sinais focais Febre (mesmo baixa) polidipsia náuseas e vômitos torpor hiperpnéia (Kussmaul) desidratação alteração sensório convulsões hipotermia Critérios diagnósticos na cetoacidose diabética Critérios diagnósticos no coma hiperosmolar CHNC Glicemia (mg/dl) > 600 pH (mEq/l) > 7,3 Bicarbonato (mEq/l) > 18 Cetonas Osmolalidade (mOsm/Kg) Sensório negativas ou traços > 320 estupor/coma Avaliação laboratorial Glicemia Gasometria venosa Cetonas Hemograma Ions Função renal Urina Radiografias ECG Culturas -HCG Tratamento ? Reposição de K+ Reposição de HCO3 - Indicações pH inicial < 7,0 pH < 7,1 após 3 h de tratamento adequado Insuficiência respiratória (fadiga muscular) Precauções Insuficiência circulatória (choque) Sinais clínicos do choque 1- Clínica sinais de hipoperfusão de extremidades taquipnéia taquicardia e hipotensão alteração do estado mental redução do débito urinário Tratamento • Identificação precoce • Tratamento precoce Tratamento geral • Classificar o choque • Monitorizar o paciente • Oxigênio suplementar / ventilação mec. • Diurese (sonda vesical de demora) 0,5 ml/Kg/hora 1. Choque hipovolêmico (2 acessos periféricos calibrosos - #16) 1-2 litros livre de Ringer Lactato ou SF0,9% (>20 ml/kg) avaliar resposta inicial Obs: 3 ml de cristalóide para cada ml de sangue perdido (3 para 1) Hemotransfusão no choque hemorrágico • Hipotensão persistente após 2-3 L cristalóide (50 ml/Kg) • Perda sanguínea volumosa é óbvia 2. Choque cardiogênico 3. Choque obstrutivo 1- Tamponamento cardíaco 2- Pneumotórax hipertensivo 3- TEP maciço Estreptoquinase – 1.500.000 U em 2 h 4. Choque anafilático • Retirar estímulo • Volume, oxigênio • Adrenalina IM (0,5 mg, 5-10min), EV (2-10 μg/min) • Corticóides (dexametasona 20 mg) • Bloqueadores H1 e H2 • Broncodilatadores • TOT, TQT de urgência 5. Choque séptico (6 primeiras horas) 1. Medir o lactate se disponível 2. Hemoculturas antes dos antibióticos 3. Primeira dose de ATB em 3h (idealmente 1h) RESSUSCITAÇÃO INICIAL (6h) Crise asmática Alto risco • 3 ou + visitas ao PA ou 2 ou mais hospitalizações em 12 m • uso freqüente de corticosteróide sistêmico • crise grave prévia, necessitando intubação • uso de 2 ou + tubos de broncodilatador/mês • problemas psicossociais (ex.: depressão) • co-morbidades – doença cardiovascular ou psiquiátrica • asma lábil, marcadas variações de função pulmonar (> 30% do PFE ou do VEF1 previstos) • má percepção do grau de obstrução Muito grave Avaliar gravidade β-2 agonista 20/20 min 3 doses Oxigênio Acesso venoso se grave CTI Encaminhar Avaliar resposta Boa PFE > 70% Alta Manter β-2 Prednisona Parcial PFE 50%-70% Manter no PA β-2 30-60 min Ipratrópio Prednisona Ausente PFE 35%-50% Manter no PA β-2 20-30 min Ipratrópio Corticóide IV Aminofilina?? Piora FE < 35% Síndrome coronariana aguda • Síndrome com elevação de ST IAM • Síndrome sem elevação de ST IAM sem supradesnivelamento de ST Angina instável Condição cardiovascular não-coronariana Condição não-cardiovascular Avaliação inicial (10 minutos) • História clínica sumária • ECG de 12 derivações • RX de tórax (< 30 min) Síndrome coronariana sem supradesnivelamento de ST Síndrome coronariana com supradesnivelamento de ST Fisiológico Patológico • Monitorização eletrocardiográfica • Acesso venoso • Exames de laboratório – – Enzimas cardíacas Ions, hemograma Conduta Condução inicial / pacientes sob avaliação: • • • • • M O N A C Analgésico (Morfina - 2 a 4mg) Oxigênio por CN Nitroglicerina SL Aspirina (160 a 325 mg, VO) Clopidogrel (4 comp 75 mg se IAM supra ST) Outros medicamentos • Heparina sódica IV (~1000 uI/hora) ou enoxparina SC (1mg/Kg/BID) • Propranolol: 20 mg VO 8/8h • Captopril: 12,5-25 mg VO 8/8h Trombolítico Clínica compatível com IAM associada a: • ECG com supradesnivelamento ST > 1 mm em 2 derivações contínuas • Bloqueio de ramo esquerdo « novo » no ECG • Estreptoquinase: 1,5 milhão U + 100 ml SF0,9% 1h Fórmulas úteis