Nádia Gurgel Alves R2 Pediatria Geral Oxigenioterapia inalatória Como qualquer outra medicação da prática clínica. Efeitos colaterais importantes Criteriosa Em mente, os efeitos terapêuticos esperados e possíveis complicações. Indicações Rn capaz de manter respiração espôntanea Rn com desconforto respiratório leve com BSA < 5 e sat 02 < 89% em ar ambiente. Pneumotórax não hipertensivo Enfisema intersticial localizado Pneumomediastino sem comprometimento hemodinâmico Broncodisplasia Clínica Grau de desconforto respiratório – Cianose central – depende da quantidade de hemoglobina reduzida. Anemia** Hemodinâmica Monitorização Oxímetro de pulso: valor se onda de pulso regular e boa perfusão tecidual. Melhor leitura entre 75% e 95%. Alterado com baixa perfusão, fototerapia, movimentação do paciente. Hipertensão pulmonar- (pré e pós ductal) Monitorização Capnógrafo - medida não invasiva da PCO2. Também depende da perfusão. Gasometria- Artéria periférica ou umbilical. Avalia trocas gasosas e relação ventilação / perfusão. Escalpe com muita heparina- Hiperóxia por contaminação com O2 ambiental. Cuidados na administração de O2 Limites gasométricos: ph – 7,25-7,40/ PaO2 : 45-70 mmHg/ PaCo2- 45-60 mmHg / Sat O2- 89-93% Concentração de O2 Sempre oferecer O2 umidificado e aquecido para evitar aumento da perda insensível de água e lesão da mucosa respiratória. Métodos de administração Preferir aquele que permita o controle da concentração de oxigênio, forneça níveis constantes ao longo do tempo e possibilite umidificação e aquecimento. Métodos de administração grandes oscilações de O2, não se consegue FiO2 > 40%. Dispnéia mínima Maior risco de infecção por pseudomonas- proliferação de germes na água. Métodos de administração Concentração de O2 de 21 a 100% Níveis estáveis Melhor para BSA<5 Fluxo de 6 a 14l/min. Ideal fluxo <10 Gases umidificados e aquecidos Fácil acesso e manuseio do paciente Não há necessidade de usar o tampo do halo Baixar FiO2 se Sat O2 >94% ou PaO2 >70 mmHg Suspender halo quando FiO2 <0,25-0,3 Métodos de administração FiO2 = Fluxo de O2 + (0,21x fluxo de ar) ---------------------------------------------------Fluxo total Falhas do Oxihood Sat O 2 < 89% sob FiO2 > 60 % PaO2 < 45 sob FiO2 >60% PCO2 > 60 mmHg com fluxo de 10 l /min Ph < 7,2 Métodos de Administração Concentração de 30 a 40% Gases umidificados e aquecidos Fluxo até 5l/min ( ideal < 3 l ) Gás seco ou turbulento pode irritar mucosa/ gerar pressão positiva Rn mais livre pra manuseio Melhor para dependência de O2 Introdução É um modo de assistência ventilatória que age com uma pressão positiva contínua de distensão nas vias aéreas durante a respiração espontânea Usada pela primeira vez em recém-nascidos em 1971 por Gregory para o tratamento da Doença da Membrana Hialina Seu uso só é possível porque o RN é um respirador nasal obrigatório (KATTWINKELL ,1973) Mecanismo de ação É um “gemido artificial” O gemido expiratório é um mecanismo que o RN usa como defesa diante da perda progressiva do volume pulmonar, com o objetivo de manter a capacidade residual funcional e das trocas gasosas Gemido → contração parcial da laringe e das cordas vocais na expiração → dificultando a exalação do gás Tempo insuficiente de expiração → resíduo de ar A Lei de Laplace explica as consequências desse esvaziamento incompleto dos pulmões Mecanismo de ação Lei de Laplace 2TS P= r P = pressão para distender os alvéolos TS = Tensão superficial que opõe a insuflação alveolar r = raio do alvéolo A pressão para distender um alvéolo é diretamente proporcional à Tensão Superficial de sua parede e inversamente proporcional ao seu raio Quanto menor o diâmetro do alvéolo, maior é a pressão para distendê-lo. O esvaziamento incompleto deixará o seu raio maior no início da próxima inspiração e assim exigirá menos pressão para distendê-lo, reduzindo o trabalho respiratório Efeitos fisiológicos Aparelho respiratório ◦ Estabiliza e aumenta o diâmetro das vias aéreas superiores (evitando a oclusão e ↓ resistência) ◦ Reduz a resistência respiratória por dilatação das VA (maior oferta de volume corrente - ↓ trabalho respiratório) ◦ Estabiliza a caixa torácica e ↑ atividade do diafragma (otimizando sua contratilidade) ◦ Previne colapso alveolar e melhora complacência pulmonar, nas situações de mecânica pulmonar instável ◦ Aumenta capacidade residual funcional ◦ Conserva a função do surfactante alveolar (prevenir o ciclos de colapsos e reinsuflação das VA) ◦ Redistribuir o líquido pulmonar Efeitos fisiológicos Aparelho cardiovascular ◦ Pressão transpulmonar transmitida com maior intensidade, quando os valores de pressão são elevados e a complacência pulmonar está comprometida ◦ Aumento da pressão intratorácica - ↑ pressão no átrio direito e pressão venosa central - ↓ retorno venoso e o débito cardíaco ◦ Exacerbação na hipovolemia e depressão miocárdica ◦ RVP relaciona-se diretamente com o grau de insuflação pulmonar ◦ Baixo volume pulmonar os alvéolos tornam-se instáveis e tendem ao colapso ◦ Se o volume pulmonar ultrapassar o valor ótimo – hiperinsuflação e ↑ pressão alveolar - ↑RVP ◦ Deve-se sempre ajustar periodicamente os valores de pressão Efeitos fisiológicos Outros aparelhos ◦ Rins ↓ perfusão renal – baixo débito cardíaco e distúrbios hormonais Redução do débito urinário e da excreção de Na ◦ SNC Hemorragia peri e intraventricular no RNPT – devido ↑da pressão intracraniana pela hiperdistensão pulmonar Evidências clínicas RNPT com SDR ◦ Diminuição da mortalidade e do uso de VM Uso profilático ◦ Inconclusivas Apnéia da prematuridade ◦ Diminuição dos episódios Outras doenças pulmonares ◦ SAM, Sd do pulmão úmido, PCA e hipertensão pulmonar persistente Pós – extubação ◦ Estratégia preferencial para extubação de RN de muito baixo peso Indicações Apnéia ◦ Estabilização da caixa torácica, reduz o impulso neuronal aferente negativo sobre o centro respiratório ◦ Aumenta a patência das vias aéreas superiores tanto pela ativação dos músculos dilatadores, como pela abertura passiva das vias aéreas pela pressão positiva-------diminui o componente obstrutivo e a resistência inspiratória da região supraglótica. Indicações Doenças pulmonares com perdas de volume ◦ SDR, SPU, PCA com hiperfluxo pulmonar e Pneumonias (Abre os alvéolos colapsados pelo processo pneumônico) ◦ RN com Desconforto moderado a grave ou com BSA > 5 ◦ Falha no HALO (quando [ ] de O2 tem que estar > 60%) Doenças pulmonares obstrutivas ◦ SAM, outras PNM aspirativas e Displasia broncopulmonar Indicações Cardiopatias ◦ Reverte a queda da capacidade residual funcional Pós-extubação ◦ As cordas vocais permanecem separadas, impedindo a manutenção da pressão positiva fisiológica que auxilia a manutenção da expansão pulmonar ◦ O reflexo de tosse está prejudicado e a secreção traqueobrônquica está aumentada Indicações Hemorragia pulmonar Traqueomalácia Paralisia do nervo frênico Prevenção da doença pulmonar crônica Contra - indicações RN sem respiração espontânea Distúrbios hemodinâmicos graves Enterocolite necrotizante com necessidade de suporte ventilatório RN com as seguintes alterações congênitas Doenças GI obstrutiva alta Atresia de coanas Fissura palatina Hérnia diafragmática sem correção Defeitos de fechamento de parede abdominal – onfalocele e gastrosquise O sistema CPAP Fonte de gás ◦ Fluxo contínuo (preferência, dá menos esforço inspiratório) OU ◦ Fluxo intermitente por meio de válvula de demanda ◦ Ajustar o fluxo 2 a 3 vezes o volume minuto espontâneo do RN para suprir o fluxo inspiratório máximo e não despressurizar o sistema ◦ Evitar fluxos altos Gastos desnecessários de O2 e ar comprimido Turbulência nas vias aéreas proximais ↑resistência expiratória ◦ Fluxo é: 5 a 10L/min ◦ Mistura de ar e O2 deve ser umidificada e aquecida ◦ Controle da concentração de O2 por Blender ou por fórmulas ou normogramas Sistema de conexão do equipamento à Via aérea Máscara facial ◦ Perdas de níveis de pressão ◦ Dificulta visualização do RN Cânula traqueal ◦ Tubo traqueal ◦ Transmissão de pressão positiva com maior segurança com menos oscilação de volume ◦ Alta resistência ao fluxo aéreo - ↑ do trabalho respiratório ◦ Riscos inerentes à intubação traqueal Sistema de conexão do equipamento à Via aérea Cânula nasofaríngea ◦ Cânula introduzida pelas coanas até atingir faringe posterior ◦ Mantém volume e pressão pulmonar estável ◦ Irritação e lesão da mucosa faríngea proporcional ao fluxo de gás, sua umidificação e aquecimento Pronga nasal ◦ Técnica preferida, fácil uso, menos invasiva, baixo custo. Rn com respiração predominantemente nasal ◦ Prongas: Simples Bi-nasais Curtas ou compridas ◦ Pressão constante e bom acesso ao paciente ◦ Necessário fluxos maiores para manter volume pulmonar Perde pressão pela boca ◦ Vigilância constante da posição nas narinas ◦ Umidificação e aquecimento Pronga nasal Peso Nº de Pronga < 700 gramas 0 700 gr – 1 Kilo 1 1-2 Kilos 2 2-3 Kilos 3 > 3 Kilos 4 Dispositivo para geração de pressão positiva Dispositivos que criam um resistência ao fluxo gasoso Três mecanismos Resistência por limiar ou de barreira ◦ Válvula exalatória do respirador e o Subaquático, submergindo o ramo expiratório em água ◦ CPAP de bolhas Pressão positiva e promove oscilações rápidas nos níveis de pressão por causa do borbulhamento Oscilações pode ser transmitidas para os pulmões sobre forma de vibração – efeito semelhante de ventilação de alta frequência oscilatória Resistência por orifícios ◦ Dispositivos que ↓ o diâmetro do ramo expiratório – válvulas de orifícios variados ou grampos) Sistema de oposição ao fluxo ◦ Fluxo de gás em oposição ao fluxo expiratório do paciente Ventilador, em modo CPAP Um sistema de borbulhar debaixo d’ água O sistema CPAP Sistema de monitoração da pressão ◦ ◦ Manômetro Coluna d´água graduada em centímetros _ _ _ __ __ __ _ __ __ __ _ _ __ __ __ __ __ _ _ _ _ Copo humidificador _ _ _ _ _ Quanto dou de fluxo? ◦ 6-8 litros por minuto ◦ Iniciar com 4 litros de O2 + 4 litros de ar. Quanto dou de pressão? ◦ Iniciar com 5 cm de H2O ◦ Pode aumentar até 10 cm de H2O se necessário. Quanto dou de FiO2? ◦ Iniciar com 60% ◦ Diminuir gradativamente Qual o número de pronga? ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ <700 gr..............0 700gr 1 Kg.........1 1-2Kg..................2 2-3Kg..................3 >3Kg...................4 Falha do CPAP Saturação O2 ˂ 89% ou PaO2 ˂ 50mmHg em FiO2 > 0,8 e pressão > 8cmH2O PaCO2 > 60mmHg Dois ou mais episódios de apnéia por hora Acidose: pH ˂ 7,20 Instabilidade hemodinâmica não responsiva ao uso de expansores de volume e drogas vasoativas Complicações Respiratória ◦ Síndrome de escape de ar (enfisema intersticial, pneumotórax ou pneumomediastino) ◦ Alteração da relação ventilação perfusão (hipercapnia, hipoxemia e aumento do trabalho respiratório) ◦ Aumento da resistência vascular pulmonar Cardiovascular ◦ Hipotensão e choque (devido diminuição do débito cardíaco) Renal ◦ Oligúria e Ins. Renal (↓do fluxo sanguíneo) Central ◦ Hemorragia peri/intraventricular por ↑ da pressão intracraniana) Outras ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ Obstrução nasal por secreção ou aplicação imprópria do CPAP Irritação e lesão da mucosa nasal Necrose por pressão da pronga Lesão de septo Distensão e rotura gástrica Recomendações Evitar o fluxo excessivo (pode aumentar a resistência ao fluxo de ar, gerar turbulências e aumentar a pressão oferecida) Aliviar o peso da tubulação para que não exerça tração no nariz do RN Escolha a pronga adequada, não pode ficar frouxa nem apertada ◦ ◦ Prongas pequenas - incrementar a resistência ao fluxo de ar e aumentar a pressão inadvertidamente (PEEP inadvertida) ou propiciar escape de ar Pronga grande - ferem as narinas e o septo, podendo necrosá-lo Distender as narinas suavemente, com cotonete embebido em soro fisiológico antes de adaptar a pronga ao RN. A pronga deve entrar apenas alguns milímetros, não deve tocar o septo nasal e deve estar bem fixada Observar atentamente o nariz do RN. Não deve ter assimetrias nem sulcos no dorso. Examinar o septo nasal frequentemente Recomendações Aspirar as secreções das cavidades nasal e oral sempre que necessário Manter o RN em decúbito dorsal e com coxim na região subescapular. Manter a cabeça na região mediana do corpo com apoios laterais. A movimentação voluntária e constante da cabeça pode resultar em lesões do nariz e oscilações freqüentes na pressão A toca deve estar localizada logo acima das sobrancelhas e estar bem firme. Evitar a distensão do estômago mantendo sonda orogástrica aberta. Caso o RN receba alimentação, abri-la uma hora após a dieta, deixando-a em posição vertical No selo d’água, o zero deve estar sempre ao nível d’água. Atentar para a evaporação, que diminuirá o nível de água e conseqüentemente a pressão oferecida. Portanto, ir repondo as perdas Fixar bem a mangueira submergida para evitar flutuações da pressão Manter o sistema livre de água nos circuitos. Isto causa flutuação da pressão e o barulho é extremamente incomodo para o recém nascido.