COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ
FUNDAMENTOS DO TRABALHO
Profa – Eliana Maria dos Santos
2015
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FUNDAMENTOS DO TRABALHO 40 h\a
Ementa: O trabalho humano nas perspectivas
ontológica e histórica o trabalho como realização da humanidade, como produtor da
sobrevivência e da cultura: o trabalho como
mercadoria no industrialismo e na dinâmica
capitalista. As transformações no mundo do
trabalho: tecnologias, globalização, qualificação do trabalho e do trabalhador.
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CONTEÚDOS
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O ser social, mundo do trabalho e sociedade;
Dimensões do trabalho humano:
Perspectiva histórica das TMT;
Trabalho como mercadoria processo de alienação;
Emprego, desemprego e sub-emprego;
Processo de globalização e seu impacto sobre o mundo
do trabalho;
• Impacto das novas tecnologias produtivas e
organizacionais no mundo do trabalho;
• Qualificação do trabalho e do trabalhador;
• Perspectivas de inclusão do trabalhador na nova
dinâmica do trabalho;
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A QUESTÃO DO TRABALHO NA PERSPECTIVA
ANTROPOLÓGICA E SOCIOLÓGICA
* A relação entre o homem e a natureza perspectiva do trabalho e cultura
* A questão ambiental - diversas sociedades
* A dinâmica rural e urbana
* As várias formas de trabalho: escravo, servil
e assalariada
* As transformações recentes no mundo do
trabalho
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A palavra trabalho vem do latim tripallium instrumento feito de três paus aguçados,
munidos de pontas de ferro, no qual os
agricultores batiam o trigo, as espigas de
milho, para rasgá-los, esfiapá-los.
Alguns dicionários registram tripallium apenas
como instrumento de tortura, o que teria
sido originalmente, ou se tornado depois. A
tripallium se liga o verbo do latim vulgar
tripalliare, que significa “torturar".
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• Revela a dureza, a fadiga, a dificuldade da
vida humana. Em diversas culturas
encontramos a percepção do trabalho como
pena.
• O trabalho é um fazer exclusivo do ser
humano. Determinado materialmente como
corpo, como organismo, ele é dotado de
vida. E a vida humana suplanta a sua
dimensão biológica, corpórea , orgânica e
deixa de ser somente fato para ser também
um valor.
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• Grécia clássica, formulações em que
aparecem o desprezo pelo trabalho
e o culto da única atividade digna
do homem livre: o ócio dos
filósofos.
(problema da tensão entre liberdade da
razão e a necessidade do labor - exprimia na
contradição entre o animal laborans e o
animal rationale).
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• Durante a Antiguidade grega a
preocupação de reafirmar a
liberdade do homem no âmbito da
necessidade levou a uma visão do
trabalho que o considerava indigno
e servil, à medida que atava o
homem ao reino da necessidade.
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• " Ao contrário do que ocorreu nos tempos
modernos, a instituição da escravidão na
Antigüidade não foi uma forma de obter
mão-de-obra barata nem instrumento de
exploração para fins de lucro, mas sim a
tentativa de excluir o labor das condições
da vida humana. Tudo o que os homens
tinham em comum com as outras formas de
vida animal era considerado inumano”.
Hannah Arendt (1897:94-5)
ARENDT, Hannah. A condição humana. RJ. Vozes. 1994.
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Da escravidão à servidão
• O trabalho, que durante a antigüidade grega se
realizava sob forma geral da escravidão, assume,
na Idade Média, a forma geral da servidão.
• Queda do Império Romano - provocou mudanças
na vida das cidades, com o conseqüente
enfeudamento. Desenvolveu-se uma sociedade
onde a população encontrava-se sob a proteção de
senhores da terra ( promessa de fidelidade do
vassalo ao senhor feudal).
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O Renascimento marca o fim da Idade Média
Renascimento - movimento de natureza
filosófica, científica e artístico-cultural,
ocorrido nos séculos XV e XVI, revolucionou a
Europa medieval e lançou as bases de uma
nova concepção do trabalho. Inversão das
concepções sobre o trabalho humano proposições de glorificação do trabalho próprias da modernidade – revolução industrial.
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TRANSFORMAÇÃO X ÉTICA RELIGIOSA
• Reforma Protestante - calvinismo - sucesso
no trabalho e nos negócios como
predestinação para a salvação - sinal da
benção divina.
• Para João Calvino ( 1509-1564), o homem se
salva, independentemente de suas obras, e
deve viver o cristianismo no mundo através
de uma moral rígida da simplicidade do
trabalho e da honestidade.
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CAMPO ECONÔMICO
Mudanças séculos XVII e XVIII com o
desenvolvimento da economia política.
• Os fisiocratas deslocaram o eixo da
investigação econômica, pondo em evidência
a produção dos bens, e atribuíram, a
criação de novos valores à agricultura.
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• Sedimentaram uma visão da economia
segundo a qual o valor se identificava
unicamente no trabalho em geral, fosse
agrícola ou industrial. Quesnay ( 1694 –
1774); Adam Smith (1723-1790) e Davi
Ricardo (1772-1823)].
• Karl Marx (1818-1883) foi além dos
economistas clássicos - teoria da mais-valia.
Identificou no trabalho não só a fonte de
todo valor, mas o seu caráter social.
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• Adam Smith ( 1723-1790) – “A riqueza das
nações” - mostrou que a riqueza não se
originava do comércio , mas do trabalho.
Defendeu que para o trabalhador possuir um
pensamento mais ágil e dar conta do
processo produtivo era necessária a
educação básica para todos, "instrução para
os trabalhadores, porém, em doses
homeopáticas". Um mínimo de instrução
para que pudesse produzir de forma
eficiente – idéia ainda presente.
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DIMENSÃO FILOSÓFICA
Georg W.
Friedrich Hegel (1770-1831)–
trabalho importância capital no processo
pelo qual o homem toma consciência de si
mesmo, pois essa consciência apenas se
desenvolve quando o homem se encontra
com os demais no processo de criação do
próprio mundo. O trabalho aparece, então,
como lugar da conquista da subjetividade,
da consciência em si.
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EXPLORAÇÃO OU LIBERTAÇÃO
Karl Marx ao analisar o modo de produção
capitalista, fundamenta a alienação do
trabalho ligada à existência da propriedade
privada. Denuncia
o fetichismo
da
mercadoria, o alheamento do homem diante
do que produz, o fato de que as relações
entre os homens se dão como relações
materiais entre coisas, enquanto as relações
entre coisas se dão como relações sociais
entre pessoas.
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• Thomas Morus (1478-1535), os socialistas
utópicos, François Marie Charles Fourier
(1772-1837), Pierre Joseph Proudhon ( 18091865), Claude Henry de Rouvroy SaintSimon ( 1760-1825), viam o trabalho como
"lugar" de libertação e não de alienação
e exploração.
• A concepção de trabalho desde os
gregos até a Idade Moderna é bastante
diversificada.
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• À medida que se relaciona com os outros
homens e com a natureza, o homem
constrói o seu mundo histórico e produz a
sua existência. Diferencia dos outros
animais, ao adaptar a natureza às suas
necessidades, diferencia-se pelo trabalho.
Para o homem continuar existindo, ele
precisa produzir continuamente através do
trabalho; sua vida passa a ser dominada
pelo modo como produz sua existência.
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• 1ª Revolução Industrial – Capitalismo:
Incorporar a ciência no processo produtivo –
grandes descobertas – eletricidade, máquina à
vapor, tear mecânico – impulsionam a
produção.
• Trabalho – do artesão à indústria – trabalho
assalariado.
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TAYLORISMO
• Frederick Winslow Taylor ( 1856 - 1915) método científico para aumentar a
produtividade do trabalho, evitando a perda
de tempo da produção.
• separação entre o saber e o fazer –
apropriação do saber dos trabalhadores pelo
capital. Acreditava que cada movimento do
operário possuía uma ciência que deveria
ser estudada por cientistas do trabalho.
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• Propôs a separação das
fases
de
planejamento e de direção da produção
da execução. O saber do trabalhador
deveria ser apropriado pelo capital,
garantindo a eficiência no processo de
produção e impondo ao operário o
tempo e o ritmo do seu trabalho.
• Taylor propôs que se tornassem
científicos os movimentos do trabalhador,
controlados pela gerência.
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FORDISMO
• Henry Ford ( 1886-1947) - introduz as linhas
de montagem nas quais a esteira e os
sistemas automáticos impõem o ritmo da
produção.
• O trabalhador não precisava se locomover,
as peças iam até ele. O operário se
confundia com a própria máquina. O método
exigia apenas uma atividade motora e
dispensava qualquer iniciativa própria.
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TOYOTISMO
Desenvolvido na fábrica Toyota - adotou várias
formas de gestão da produção baseado nas
idéias do consultor americano Edward Deming.
Idéia básica - produção de unidades
necessárias, no tempo necessário e na
quantidade necessária.
Objetivo principal - redução de custo alcançado
em três metas: controle de qualidade, sem
desperdícios; garantia de qualidade e
considerações humanas, valorização do
cliente, participação e comprometimento dos
trabalhadores.
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Kaizen - significa mudança para melhor, no
trabalho é usada como expressão de
melhoria contínua.
Círculos de Controle de Qualidade – CCQ,
Controle de Qualidade Total - TQC,
5 S - saiu de cinco palavras japonesas: Seiri
– senso de utilização; Seiton – senso de
ordenação; Seisou – senso de limpeza;
Seiketsu – senso de saúde e Shitsuke –
senso de autodisciplina.
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O trabalho hoje
• Com a construção de um mundo sem
fronteiras e com a globalização da
economia, impõe-se a microeletrônica e a
robótica trazendo inovações constantes.
Porém, ainda convivemos com os paradigmas
tradicionais
do taylorismo /fordismo ao
mesmo tempo que são adotadas processos de
automação,
flexibilização
e
desregulamentação das relações de trabalho.
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Perfil exigido do profissional hoje:
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* Saber trabalhar em equipe;
* Ser estudioso;
* Ter uma visão global das coisas;
* Saber liderar mudanças;
* Ser flexível;
* Busca aprendizado contínuo
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