UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM, NUTRIÇÃO E
FISIOTERAPIA
CURSO DE FISIOTERAPIA
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA
O HOMEM E O MUNDO DO TRABALHO
Alunos: Ana Carolina
Déborah Pereira
Kéllem Carrijo
Rafael de Melo
Referências Bibliográficas: ARANHA, M. L. A; MARTINS, M. H. P.
Filosofando: Introdução à Filosofia. 2º ed. São Paulo: Moderna, 1993.
O TRABALHO – Visão
Filosófica
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O homem é um ser que trabalha e produz o mundo
e a si mesmo.
O trabalho, ao mesmo tempo que transforma a
natureza, adaptando-a às necessidades humanas,
altera o próprio homem, desenvolvendo suas
faculdades. Isso significa que, pelo trabalho, o
homem se autoproduz.
“ Todo trabalho trabalha para fazer um homem ao
mesmo tempo que uma coisa.”
O TRABALHO – Visão
Histórica
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A concepção de trabalho sempre esteve
predominantemente ligada a uma visão negativa.
Na Bíblia, Adão e Eva vivem felizes até que o
pecado provoca sua expulsão do Paraíso e a
condenação ao trabalho com o “suor do seu rosto”.
A Eva coube também o “trabalho” do parto.
A etimologia da palavra trabalho vem do vocábulo
latino tripiliare, do substantivo tripalium, aparelho de
tortura formado por três paus, ao qual eram atados
os condenados, e que também servia para manter
presos os animais difíceis de ferrar. Daí a
associação do trabalho com tortura, sofrimento,
pena e labuta.
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Na antiguidade grega, na Roma, todo o trabalho
manual é desvalorizado por ser feito por escravos.
Na Idade Média, Santo Tomás de Aquino procura
reabilitar o trabalho manual.
Na Idade Moderna, a situação começa a se alterar.
A burguesia nascente procura novos mercados e há
necessidade de estimular as navegações.
No século XVII, Pascal inventa a primeira máquina
de calcular; Torricelli constrói o barômetro; Aparece
o tear mecânico.
A máquina exerce tal fascínio sobre a mentalidade
do homem moderno que Descartes explica o
comportamento dos animais como se fossem
máquinas, e vale-se do mecanismo do relógio para
explicar o modelo característico do universo (Deus
seria o grande relojoeiro!).
Pascal e sua máquina de
calcular
Nascimento das Fábricas e
Urbanização
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Aperfeiçoamento das técnicas, acúmulo de capital e
ampliação dos mercados.
Compra de máquinas e matérias-primas, fazendo
com que famílias sejam obrigadas a vender a força
de trabalho em troca de salários.
No século XIX, o resplendor do progresso não
oculta a questão social, caracterizada pelo
recrudescimento da exploração do trabalho e das
condições subumanas de vida.
Alienação e o Trabalho
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Hegel, filósofo alemão do século XIX, faz uma leitura
otimista da função do trabalho na célebre passagem “ do
senhor e do escravo”, no qual dois homens que lutam
entre si e um deles sai vencedor, pode matar o vencido;
este se submete, não ousando sacrificar a própria vida. A
fim de ser reconhecido como senhor, o vencedor
“conserva” o outro como “servo”. Depois disso, é o servo
submetido que tudo faz para o senhor; mas, com o
tempo, o senhor descobre que não sabe fazer mais nada,
pois, entre ele e o mundo, colocou o escravo, que domina
a natureza. O ser do senhor se descobre como
dependente do ser do escravo e, em compensação, o
escravo, aprendendo a vencer a natureza, recupera de
certa forma a liberdade. O trabalho surge, então, como a
expressão da liberdade reconquistada.
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O trabalho, ao mesmo tempo que é a realização do
homem como sujeito social e histórico, é a sua
negação.
Como trabalhador, o homem não possui vontade
própria. Se vê alienado em tudo o que faz perante o
seu trabalho, não tendo valor sobre o que faz.
O Taylorismo
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O Taylorismo é uma teoria criada pelo engenheiro
Americano Frederick W. Taylor (1856-1915) que a
desenvolveu a partir da observação dos
trabalhadores nas indústrias. O
engenheiro constatou que os
trabalhadores deveriam ser organizados de forma
hierarquizada e sistematizada, ou seja, cada
trabalhador desenvolveria uma atividade específica
no sistema produtivo da indústria (especialização
do trabalho). No taylorismo, o trabalhador é
monitorado segundo o tempo de produção, cada
indivíduo deve cumprir sua tarefa no menor tempo
possível, sendo premiados aqueles que se
sobressaem, isso provoca a exploração do
proletário que tem que se “desdobrar” para cumprir
o tempo cronometrado.
Organização Racional do
Trabalho
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Análise do trabalho e estudo dos tempos e
movimentos: objetivava a isenção de movimentos
inúteis, para que o operário executasse de forma
mais simples e rápida a sua função, estabelecendo
um tempo médio, afim de que as atividades fossem
feitas em um tempo menor e com qualidade,
aumentando a produção de forma eficaz.
Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o
trabalhador à diminuição da produtividade e perda
de qualidade, acidentes, doenças e aumento da
rotatividade de pessoal.
Divisão do trabalho e especialização do operário,
cada um se especializaria e desenvolveria as
atividades em que mais tivessem aptidões.
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Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é
especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como
executar e as relações com os demais cargos existentes.
Incentivos salariais e prêmios por produtividade
Condições de trabalho: O conforto do operário e o
ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas
merecessem, mas porque são essenciais para o ganho
de produtividade
Padronização: aplicação de métodos científicos para
obter a uniformidade e reduzir os custos
Supervisão funcional: os operários são supervisionados
por supervisores especializados, e não por uma
autoridade centralizada.
Homem econômico: o homem é motivável por
recompensas salariais, econômicas e materiais.
A empresa era vista como um sistema fechado, isto é, os
indivíduos não recebiam influências externas. O sistema
fechado é mecânico, previsível e determinístico. Porém, a
empresa é um sistema que movimenta-se conforme as
condições internas e externas, portanto, um sistema
aberto e dialético.
pagamento diferenciado para quem produzia acima de
um certo padrão.
O Fordismo
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Dando prosseguimento à teoria de Taylor, Henry Ford
(1863-1947), dono de uma indústria automobilística
(pioneiro), desenvolveu seu procedimento industrial
baseado na linha de montagem para gerar uma grande
produção que deveria ser consumida em massa. Os
países desenvolvidos aderiram totalmente, ou
parcialmente, a esse método produtivo industrial, que foi
extremamente importante para consolidação da
supremacia norte-americana no século XX.
Os países subdesenvolvidos não se adequaram ao
fordismo no sistema produtivo, pois a sua população não
teve acesso ao consumo dos produtos gerados pela
indústria de produção em massa.
A essência do fordismo é baseada na produção em
massa, mas para isso é preciso que haja consumo em
massa, outra ideologia particular é quanto aos
trabalhadores que deveriam ganhar bem para consumir
mais.
A Realização no Mercado
Consumidor
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Aristóteles afirmava que tudo o que o homem
precisava para ter uma vida cômoda já havia sido
descoberto. Encontrava-se materialmente realizado
e só lhe restava dedicar-se à elevação do espírito.
É comum ouvirmos que a realização significa
“vencer na vida”. E esse “vencer” é basicamente
acumular bens materiais e ostentar poder, ou seja,
só é “vencedor” aquele que possui bens materiais
de ultima moda e que freqüentam lugares
badalados.
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A obsessão pelo vencer pode levar a uma das
principais doenças da sociedade, e com ela destruir
qualquer ética da convivência solidária.
Este consumismo egocêntrico produz a barbárie,em
quem as relações sociais se transformam em um
ringue de boxe – vence o mais forte ou o mais
esperto.
Mas para a maioria da população, a possibilidade
de vencer de acordo com as regras do mercado
consumidor é uma ilusão construída e incentivada
pela sociedade de consumo, dita agora de
globalizada.
Os Caminhos para a
Realização
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Tanto para o pensador polonês Adam Schaff e para
Aristóteles, o homem já conquistou tudo o que
precisa para ser feliz. Mas, porém, a pergunta do
poeta japonês Toshitsugu Yagi nos revela o outro
lado da mesma moeda: “Será que os trabalhadores
assalariados do Japão de hoje não vivem uma vida
pior do que a dos escravos antigos?
Agora, então vamos aplicar esta pergunta ao Brasil,
e vejamos a resposta do sociólogo Herbert de
Souza:
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“ O Brasil tem uma indústria com duas caras – e a
mesma moeda. Moderna na tecnologia, atrasada
nas relações de trabalho. Sua classe média
espreme-se entre a ideologia de senhor e as
agruras dos pobres. Teme o destino de um e
respeita o poder do outro. A industrialização
brasileira não encurtou o abismo entre pobres e
ricos. Os senhores viraram empresários, mas
continuaram a viver em novas versões da casagrande. Os escravos viraram trabalhadores, mas
continuam morando na senzala, em dormitórios
feitos para isolar o pobre depois do serviço.”
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Ter consciência dessa dificuldade para a realização
do homem não significa abandonar o barco à
deriva. Isso representaria assumir a postura
derrotista de que “ o mundo foi assim e não vai
mudar nunca”.
Mas durante toda essa caminhada o homem vem
procurando caminhos que o conduzem até a
felicidade. Mas se a felicidade é absoluta é
impossível de ser encontrada, é possível viver com
mais dignidade e mais humanidade. Lutar para
eliminar os bolsões de pobreza absoluta que
envolvem milhões de pessoas é conquistar
condições mínimas de felicidade, o que supõe a
solidariedade entre os homens.
“A conquista da dignidade
não interessa apenas
àqueles que vivem do
trabalho, mas é fundamental
para toda a sociedade”.
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Trabalho e Realização B02