UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA POLÍTICA EXTERNA I ATORES NÃO ESTATAIS E A POLÍTICA EXTERNA Daniele Farias José Matheus Philipe Santos Ravenna Merêncio Yuri Monteiro GRUPOS DE INTERESSE • “Não possuem capacidade regulamentar ou constitucional de decidir a forma como o país irá se posicionar sobre determinado assunto”; • Capacidade de influenciar nas decisões governamentais; • Motivados pela representação de seus interesses econômicos, sociais ou culturais; • Choque de interesses; Ravenna Merêncio GRUPOS DE INTERESSE • Brasil até 1930 Preponderância dos interesses da Agricultura; Indústria incipiente; Relação entre Estado e Grupos organizados da sociedade civil dava-se particularmente por meio do parlamento e dos canais privilegiados. • Crise de 1929 e Revolução de 1930 Transição de um sistema de base agroexportadora para uma sociedade urbana e industrial com Getúlio Vargas; Sistema corporativo. Ravenna Merêncio GRUPOS DE INTERESSE Acesso do empresariado a diversas arenas políticas do Estado; Nem todos tinham as mesmas possibilidades de diálogo com o governo; Sistemas de representações paralelas. Ravenna Merêncio CRIAÇÃO DE ESTRUTURAS HÍBRIDAS DE REPRESENTAÇÃO E A DEBILIDADE POLÍTICA DO EMPRESARIADO • Rivalidades e conflitos; • Defesa do Liberalismo econômico; • Relacionamento do Estado com os setores organizados sob três formas: Pluralismo, clientelismo e estrutura corporativa. • Golpe de 1964 Fechamento dos canais democráticos de encaminhamento de demandas; Relação Estado-empresariado. • Ressurgimento do associativismo. Ravenna Merêncio EM BUSCA DA SUPERAÇÃO DO DILEMA DA AÇÃO COLETIVA • Dilema de ação coletiva: Situações em que comunidades não conseguem se desenvolver economicamente, não por causa de recursos, quer físicos ou monterários, mas porque não conseguem organizar-se para realizar tarefas que não podem ser feitas por indivíduos de forma isolada. (Olson, 1999); • Contexto interno e externo; • Novos arranjos institucionais de interação sociedade/estado. (Para Castro, 1983: formas pluralistas, arranjos corporativistas societários, antigo corporativismo estatal, práticas clientelistas). José Matheus EM BUSCA DA SUPERAÇÃO DO DILEMA DA AÇÃO COLETIVA • Debilidade política do empresariado?; • Fragmentação de interesses, pouca representação; • O sistema igualitário de votos; • Confederação Nacional da Indústria (CNI); • Custo Brasil (Agenda Legislativa) • Coalizão Empresarial Brasileira (CEB); • Relação empresariado e Ministério das Relações Exteriores (MRE). José Matheus ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS • ONGs são instituições sem fins lucrativos, formadas por indivíduos ou grupos; • Não é uma personalidade jurídica internacional; • Suas relações sociais não são reguladas pelos Estados; • Níveis: Internacional Nacional • Podem abranger diversos temas. Daniele Farias Local ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS • Ampliamento do escopo de atuação e de interação com os demais agentes; • Demandas com reinvindicações extraterritoriais; • As ONGs têm capacidade de exercer influência sobre os governos ou ainda sobre as Organizações Internacionais; • Crescimento do número de ONGs: 1814 32 1914 1.083 1990 10.292 • Cenário emergente na década de 70. Daniele Farias 2000 13.206 ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS • Relação entre as Organizações Internacionais e as ONGs; • Estados que dificultam ou proíbem o funcionamento das ONGs no seu território; • Soberania; • As ONGs possuem importância fundamental no sistema internacional, não só pela capacidade de mobilizar a opinião pública, mas devido a sua capacidade de exercer pressão sobre os Estados; • Possuem número alto de associados e elevados orçamentos vindos das doações. Daniele Farias COMO AS ONGs PODEM INSERIR-SE EM PROCESSOS DE DECISÕES? • Influência: “Capacidade de induzir o agente a tomar uma decisão que de outro modo não tomaria” • As ONGs são capazes de exercer influência nos tomadores de decisão; • Território Nacional -> Âmbito Global • Forte capacidade técnica e potencial de se aproximar do problemas por meio das comunidades locais; • Rapidez na fluência de informação e reivindicações; • Agem em formato extraterritorial; • Agem por meio de mobilização pública ou com ações diretas no problema. Daniele Farias COMO AS ONGs PODEM INSERIR-SE EM PROCESSOS DE DECISÕES? • Aumento de interlocução com as Organizações Internacionais, ganhando maior dimensão em seu campo de atuação; • As ONGs, junto aos Estados e as Organizações Internacionais, estabelecem a formulação de: 1. Normas gerais; 2. Implementação de decisões políticas por meio da terceirização dos serviços; 3. Implementação de decisões políticas por meio de ações de monitoramento dos Estados Membros. Daniele Farias A INFLUÊNCIA DAS ONGs NA PE BRASILEIRA • Crescimento dos atores não estatais; • Mudança nas relações governo – sociedade; • Ascensão do tema sobre direitos humanos no mundo durante a década de 1970 (governo ditatorial no Brasil); • AI 5 (1968); • Pressão das ONGATs sobre os governos autoritários da América Latina; • ONGs como Cruz Vermelha e Anistia Internacional fizeram denúncias; influência da Comissão de Direitos Humanos da ONU; • Médici rejeita pedido de visitas; Philipe Santos A INFLUÊNCIA DAS ONGS NA PE BRASILEIRA • Disputa com os EUA (Jimmy Carter) na área de direitos humanos e no Tratado de Não Proliferação Nuclear; • Introdução da temática ambiental nos debates mundiais, com a Conferência de Estocolmo (1972); • Brasil foi criticado pela opinião pública mundial e por ONGs ambientais -> arrendamento de reservas naturais; • Ministério das Relações Exteriores saiu em defesa do Brasil nessa Conferência, defendendo a correlação positiva entre meio ambiente e desenvolvimento; • Crítica brasileira à ideia de internacionalização das reservas naturais; Philipe Santos A INFLUÊNCIA DAS ONGS NA PE BRASILEIRA • Opinião pública, movimentos sociais e Poder Legislativo alijados na formulação de políticas ambientais; • Discurso ambiental retórico, ou seja, desprovido de caráter técnico durante o regime ditatorial. Discussão temática mobilizava poucos atores; • Centralização decisória nas mãos do ditador dificultava a adoção de medidas regulamentares discutidas nas conferências. Philipe Santos NO CONTEXTO DE REDEMOCRATIZAÇÃO • Preocupação em restaurar a imagem internacional do Brasil, já iniciada nos governos de Sarney e Collor; • Temas: defesa dos direitos humanos, desarmamento, consolidação da democracia, questão ambiental; • Emergência das ONGs e movimentos sociais; • Governo Sarney: transição da retórica política em torno do tema ambiental para a prática de desenvolvimento e implementação de projetos e programas visando à proteção ambiental; • Estimulo doméstico à questão “verde” com a II Conferência Ambiental; Philipe Santos NO CONTEXTO DE REDEMOCRATIZAÇÃO • Década de 1990: estabeleceu-se articulação entre diversos órgãos do Estado (níveis federal e local); • Aumento da participação da sociedade civil; • Collor recebeu a delegação da Anistia Internacional; objetivo: reverter a imagem negativa no âmbito dos direitos humanos; • Papel atuante das ONGs nacionais nesse tema, visando o enfrentamento dos problemas; • A Constituição de 1988 fortaleceu a participação da sociedade civil nas consultas e deliberações em diversos temas; • ONGs organizadas e fortes têm o poder de influenciar a opinião pública e as instâncias governamentais; são grandes colaboradoras na promoção de direitos e na execução de missões. Philipe Santos Opinião Pública e Política Externa • • Visão Minimalista e Elitista x Importância da Opinião Pública • Pressuposição da interlocução e o papel da mídia • Estudos: Geisa Franco, Mônica Razuk e Carlos Faria Yuri Monteiro Qual o papel da opinião Pública na Política Externa Brasileira? • Itamaraty como órgão centralizador • Executivo como ator importante • Década de 90: Início da mudança • Economia e mídia globais • CF de 1988 • Grupos de pressão Yuri Monteiro BIBLIOGRAFIA • Seitenfus, Ricardo Antônio Silva. Relações Internacionais / Ricardo Seitenfus. — Barueri, SP: Manole, 2004. • Herz, Monica. Organizações Internacionais: história e práticas/ Mônica Herz, Andrea Ribeiro Hoffman. — Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. — 10a reimpressão. • Olson, Mancur. A Lógica da Ação Coletiva. São Paulo: EDUSP, 1999. • Escritório de direitos humanos da ONU alerta sobre retrocesso em projeto de lei no Egito: http://nacoesunidas.org/escritorio-de-direitos-humanos-da-onu-alertasobre-retrocesso-em-projeto-de-lei-no-egito/