Sobral, 2013
Nicolau Maquiavel: o
cidadão sem fortuna, o
intelectual de virtu
“Um texto para ser bem
compreendido não pode
prescindir do contexto
no qual está inserido”.
Lourenço de Médici, O
Magnífico
A paz de Lodi (1454), que
havia colocado um fim às
disputas entre Veneza e
Milão, havia trazido o
equilíbrio entre os estados
italianos. Em grande parte,
tal equilíbrio foi mantido
graças às habilidades
diplomáticas de Lourenço,
considerado "o fiel da
balança".
Jerônimo
Savonarola
“Recebi, em sonhos, a
missão divina de
expurgar a depravação
moral em que Florença
havia decaído”.
César Bórgia: a
estratégia como
virtude para
conquista de
poder.
E como Dante diz que não se faz ciência sem registrar o
que se aprende, eu tenho anotado tudo nas conversas
que me parece essencial, e compus um pequeno livro
chamado
De
Principatibus,
onde
investigo
profundamente o quanto posso cogitar desse assunto,
debatendo o que é um principado, que tipos de
principado existem, como são conquistados,
mantidos, e como se perdem
(Carta de Nicolau Maquiavel à Francesco Vettori de 10 de
Dezembro de 1513).
“O nascimento do realismo
político moderno”
Tradição Idealista: Os Utopistas
 A República
 A Cidade
de Deus
 Utopia
 Cidade
do Sol
 Nova Atlântida
Concepção Tradicional de Política
Idealista:
“Apresenta uma realidade que não existe,
mas que seus autores gostariam que
existisse”
Maquiavel – “Minha missão é falar
sobre o Estado”
Uma das preocupações basilares no pensamento de
Maquiavel é a questão do Estado, não o melhor
Estado, aquele tantas vezes imaginado, idealizado,
mas que nunca existiu. Mas o Estado real, capaz de
impor a ordem.
P
A
R
T
I
D
A
REALIDADE CONCRETA
C
H
E
G
A
D
A
Traços Humanos Imutáveis:
-
-
Ingratidão
- Traição
Dissimulado
- Covarde
-
A história é cíclica com o fator invariável
da natureza humana;
-
O que pode variar são os tempos de
duração das formas de convivência
entre os homens.
-
O poder político tem, pois, uma
origem mundana. Nasce da própria
“malignidade” que é intrínseca à
natureza humana.
“na verdade, os homens são feitos de
tal maneira que não podem viver sem
uma lei comum”
Principado e República
Situação Concreta
Corrupção
Governo Forte
Principado e República
Situação Concreta
Equilíbrio
Poder Político
exerceu sua
função
Um estado para ser bem administrado não pode ficar à mercê
de um querer interior do homem para governa-lo bem. Ou
seja, basta àqueles que governem querer agir lealmente
ao interesse público. A esse tipo de estado não há qualquer
estabilidade. É necessário para poder subsistir “ordenar
de tal modo que os que administram o Estado, quer sejam
guiados pela Razão ou movidos por uma paixão, não
possam ser levados a agir de forma desleal ou contrária
ao interesse geral”. Pouco importa à segurança do Estado
que motivo interior tem os homens para bem administrar os
negócios, se de fato os administrarem bem. A liberdade da
alma – a coragem – é virtude privada; a virtude necessária ao
Estado é a segurança.

A atividade política é uma prática do
homem livre de freios extraterrenos, do
homem sujeito da história.

Essa prática exigia virtú, o domínio
sobre a fortuna.
“O destino é uma força da providência
divina e o homem sua vítima impotente”
“Não se trata mais apenas da força bruta,
da violência, mas da sabedoria no uso da
força, da utilização virtuosa da força”.
“O governante não é, pois, simplesmente
o mais forte, mas sobretudo o que
demonstrar possuir virtú, sendo assim
capaz de se manter no poder”.
“A força explica o fundamento
do poder, porém é a posse de
virtú a chave por excelência do
sucesso do príncipe”
Maquiavel: O cidadão sem fortuna, o
intelectual de virtú.
Thomas Hobbes: o
medo e a esperança
“As duas virtudes
cardinais da guerra :
força e fraude”.
Estado de Natureza
Contratualismo
A origem do Estado e/ou da
sociedade está num
contrato: os homens
viveriam, naturalmente, sem
poder e sem organização –
que somente surgiriam
depois de um pacto firmado
por eles, estabelecendo as
regras de convívio social de
subordinação política.
Natureza Humana
“A natureza fez os homens
tão iguais, quanto ás
faculdades do corpo e do
espírito... quanto à força
corporal o mais fraco tem
força suficiente para matar
o mais forte, quer por
secreta maquinação, quer
aliando-se com outros
que
se
encontrem
ameaçados pelo mesmo
perigo”
“Iguais o bastante para
que nenhum possa
triunfar de maneira total
sobre outro”.
Todo homem é opaco aos
olhos de seu semelhante
A guerra se generaliza entre os
homens
“Portanto se dois homens desejam a
mesma coisa, ao mesmo tempo que é
impossível ela ser gozada por ambos, eles
tornam-se inimigos. E no caminho para
seu fim (que é principalmente sua própria
conservação, e às vezes apenas seu
deleite) esforçam-se por se destruir ou
subjugar um ao outro”.
Na natureza do homem encontramos três
causas principais de discórdia:
-
Competição
Desconfiança
- Glória
“A política só será uma ciência se soubermos
como o homem é de fato, e não na ilusão; e só
com a ciência política será possível
construirmos Estados que se sustentem, em
vez de tornarem permanente a guerra civil”.
No estado de natureza todo
homem tem direito a tudo.
O direito de natureza, é a liberdade que
cada homem possui de usar seu próprio
poder, da maneira que quiser, para a
preservação de sua própria natureza, ou
seja, de sua vida
Os pactos sem a espada não
passam de palavras”
Se há governo, é justamente para que os
homens possam conviver em paz: sem
governo, nós nos matamos uns aos outros.
Não há alternativa: ou o poder é absoluto,
ou continuamos na condição de guerra,
entre poderes que se enfrentam.
O soberano governa pelo temor que
inflige a seus súditos. Porque, sem
medo, ninguém abriria mão de toda a
liberdade que tem naturalmente; se não
temesse a morte violenta, que homem
renunciaria ao direito que possui, por
natureza, a todos os bens e corpos?
Não é produto apenas do medo à morte se entramos no Estado é também com
uma esperança de ter vida melhor e mais
confortável.
Thomas Hobbes:
O medo e a esperança
Síntese
1 - o homem é o artífice de sua condição,
de seu destino, e não Deus ou a natureza.
2 - o homem pode conhecer tanto a sua
presente condição miserável quanto os
meios de alcançar a paz e a prosperidade.
“Democracia é oportunizar a
todos o mesmo ponto de partida.
Quanto ao ponto de chegada,
depende de cada um”.
Gabarito do TD
1–C
2–B
3–A
4–A
5–E
6–D
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Filosofia Política: Maquiavel e hobbes.