PROCESSO ENDÊMICO EPIDÊMICO Epi2 INTRODUÇÃO (1) Uma determinada doença pode ser caracterizada como: Presente em nível endêmico; Presente em nível epidêmico; Presente com casos esporádicos; Inexistente. INTRODUÇÃO (2) O fato de existir um número elevado de casos de uma doença não significa necessariamente uma epidemia esteja configurada. Ex: Há dezenas de milhares de novos casos de acidente vascular cerebral (AVC) no Brasil por ano, mas o país não vive uma “epidemia” de AVCs. EPIDEMIA E ENDEMIA(1) Numa definição genérica, Epidemia é a ocorrência de uma doença em uma população de forma não constante (crescente) ao longo do tempo; Endemia é a ocorrência de uma doença em uma população de forma constante ao longo do tempo, permitidas as flutuações cíclicas ou sazonais. EPIDEMIA E ENDEMIA(2) O aparecimento de um caso autóctone há muitos anos livre de uma determinada doença representaria uma epidemia. Caso autóctone: caso oriundo do mesmo local Caso alóctone: caso importado de uma outra localidade Por exemplo, há muitos anos não ocorre um único caso humano de peste bubônica no Município de Santos (SP), pela ausência de roedores infectados. EPIDEMIA E ENDEMIA(5) Aumento gradual ou constante representa uma alteração do nível endêmico Aumento brusco do número de casos caracteriza um processo epidêmico. Como identificar que os níveis de uma doença estão constantes ao longo do tempo? CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO (1) É necessário verificar o comportamento da doença ao longo dos anos anteriores, definindo uma série histórica. Primeiro calculamos a incidência média mensal referente aos anos anteriores ao que se quer analisar. CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO (2) CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO (3) CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO (4) Se a incidência da doença meningocócica em São Paulo, para algum mês de 1989, fosse discrepante em relação a esta incidência média, calculada com os dados reais dos 10 anos anteriores, estaríamos diante de uma possível epidemia. Mas isto se daria para qualquer discrepância, mesmo se fosse mínima? CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO (5) CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO (6) Estima-se a Incidência Mínima Esperada e a Incidência Máxima Esperada; O intervalo entre estes dois valores é conhecido como limite endêmico ou faixa endêmica. Incidência Máxima Esperada = Incidência média + 1,96 desvios-padrão Incidência Mínima Esperada = Incidência média – 1,96 desvios-padrão CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO (7) A média aritmética é calculada pela seguinte fórmula: O desvio padrão é calculado pela seguinte fórmula: CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO (8) Há uma suspeita de epidemia quando o valor da incidência de uma determinada doença ultrapassa o limite endêmico superior. CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO (9) CÁLCULO DO NÍVEL ENDÊMICO (10) EPIDEMIA E ENDEMIA(5) Com base nas definições obtidas para os níveis endêmicos, pode-se conceituar endemia e epidemia. Endemia é uma doença cuja incidência se situa sempre dentro dos limites da faixa endêmica previamente determinada para a população correspondente. Epidemia é a situação em que a incidência de uma doença em uma população ultrapassa o limite endêmico superior (ou limiar epidêmico). EPIDEMIA E ENDEMIA(6) Surto: Epidemia em um espaço limitado (escola, creche, quartel, condomínio, bairro). Ex: surto de diarreia entre participantes de uma festa de casamento. Pandemia: epidemia distribuída num espaço geográfico amplo, acometendo vários países ou mesmo continentes. Ex: cólera, dengue. Epidemia por Fonte Comum: Epidemia onde não há transmissão de pessoa a pessoa; os indivíduos adquirem a doença se contaminando em uma fonte de infecção comum a todos os casos. Ex: cólera. Epidemia Progressiva ou Propagada: a progressão é mais lenta, sugerindo uma exposição simultânea ao agente etiológico, denotando em geral uma transmissão pessoa a pessoa ou por vetor. EPIDEMIA E ENDEMIA(8) A curva epidêmica é a representação gráfica geral de uma situação epidêmica. PROGRESSÃO : ramo ascendente da curva epidêmica, termina quando o processo epidêmico atinge seu clímax”. REGRESSÃO é a última fase na evolução de uma epidemia EGRESSÃO inicia no surgimento dos primeiros casos e termina quando a incidência for nula ou quando o processo se estabilizar num dado patamar de endemicidade, caracterizando uma endemia REFERÊNCIAS Medronho RA, Werneck GL, Perez MA. Distribuição das doenças no espaço e no tempo. In: Medronho RA et al. orgs. Epidemiologia. Editora Atheneu, São Paulo, 2ª. Edição. 2009. 493 p. Ministério da Saúde. O processo Epidêmico. In: Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasil, 1998.523 p. Pereira, MG. Variáveis relativas ao tempo. In: Pereira MG. Epidemiologia : teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 596p.